abril 17, 2017
A inda em clima de Páscoa, quando se falou muito na Paixão, na Ressureição, não poderíamos deixar de lembrar do amor ao próximo, tão enfatiz...
Ainda em clima de Páscoa, quando se falou muito na Paixão, na Ressureição, não poderíamos deixar de lembrar do amor ao próximo, tão enfatizado no Evangelho.
E não dá para falar em amor ao próximo sem lembrar de caridade. Foi dito que a caridade é o sentimento máximo de amor. Daí o slogan espírita: “Fora da caridade não há salvação”.
Mas como podemos definir caridade? Se eu der um pão a um cachorro, estaria praticando caridade? Acho que não. Teríamos aí um sentimento de misericórdia.
Caridade é amor, amor ao próximo, ao semelhante. É colocar-se no lugar do outro.Lembram-se da parábola do samaritano, contada por Jesus? Em que um homem descia para Jericó e no caminho foi assaltado por uns bandidos? Mais adiante, passava por ali um samaritano e condoeu-se da situação. Não pensou duas vezes e tratou dos ferimentos da vítima, chegando a levá-lo para uma hospedaria. Acontece que, antes, passaram pelo mesmo lugar dois religiosos e nem sequer demoraram a vista na vítima.
Fez bem a Doutrina Espirita erigindo como máxima: “Fora da caridade não há salvação”. Paulo de Tarso, o iluminado de Damasco, gritou que a caridade é o sentimento máximo.
A Doutrina fez bem em estabelecer como máxima : “Fora da Caridade não há salvação.”
Mas a lição mais difícil ensinada pelo Evangelho é “amar ao próximo como a si mesmo”. Será que amamos ao próximo como a nós mesmos?
Outrora, o slogan “Fora da caridade não há salvação”, era lido em vários locais da antiga Federação. Que o atual presidente Marco Lima restaure a bela frase. Como a Doutrina espírita é ecumênica...
Concluo lembrando o significativo slogan espírita: “Fora da Caridade não há salvação”. Caridade, que é amor ao próximo, nada mais é do que o nosso grande teste de amor.
Gostaria de ter perguntado a Jesus, porque morreste de braços abertos? Ele, sem dúvida, responderia: “Ninguém abraça de braços fechados”...
abril 17, 2017
abril 03, 2017
E a crônica? Cobra, meu filho Germano, que é um dos meus leitores prediletos, aliás, com muita honra. É que o cronista está com uma preguic...
E a crônica? Cobra, meu filho Germano, que é um dos meus leitores prediletos, aliás, com muita honra.
É que o cronista está com uma preguicinha danada, com esse silêncio gostoso, silêncio com cheiro de chuva.
Mas vamos à crônica, e eu me lembrando de Alagoa Nova, terra onde nasci, onde fui pai pela primeira vez, e para onde voltei, como juiz. E como juiz, tive um tabelião muito inteligente e que se deu muito bem comigo.
Observador primoroso, ele, certa vez, me disse: ”Doutor, um homem a gente conhece pelo andar”. Será? Talvez sim.
Acontece que chegou um novo delegado de polícia na cidade. Aí eu indaguei: E aí Bastos, que tal o novo delegado? E ele, sem pestanejar: “O andar é de malandro”...
Bastos era solteirão. Um homem de bem. Para ele, homem de bem é aquele que paga em dia, que nunca esquece suas dívidas. Acontece que Bastos emprestava a juros.
Alagoa Nova, que meu irmão Eudes denominava “sítio de mangueiras”, era uma beleza. E nem era terra produtora de cachaça...
Outrora, no cemitério, tinha um enorme pé de piroá, que terminou sendo derrubado. Isso me entristeceu. Outro dia, a nossa amiga e conterrânea, Aleci Mendonça, me mostrou uma foto antiga, com o grande piroá, na frente do cemitério. Uma maravilha.
Fui juiz de minha terra. Que beleza! E a casa onde dei o primeiro grito para o mundo ainda existe. Um sobrado de duas janelas e uma porta, que, ao que fui informado, continua inteiramente preservado. Soube até que o meu quarto, no primeiro andar, que tinha uma janela de onde eu espiava a igreja, ainda está do mesmo jeito.
Mas, e o meu amigo Bastos de Souza? Que admirável caráter. E pelo simples fato de não ser casado, o padre vivia se metendo na vida daquele admirável homem.
E eis que terminei a crônica que Germano me pediu. E concluo dando um viva. Viva a vida, e suas boas lembranças!
abril 03, 2017
março 26, 2017
N ão vejo outro título para esta crônica que escrevo com muita preguiça, logo que a chuva começou a cair forte, nesta manhã de outono. Tanta...
Não vejo outro título para esta crônica que escrevo com muita preguiça, logo que a chuva começou a cair forte, nesta manhã de outono. Tanta chuva que deixa a gente molhado e triste. Triste e preguiçoso. Mais ainda. A chuva me trouxe saudades. Saudades de quê, cronista?
Saudades de minha infância. Mais ainda, saudades de minha asma. Mas, só da asma? Não, saudades de minha mãe. E o que tem uma coisa a ver com a outra? Ora, quando eu tinha asma, minha mãe passava as noites comigo, me acariciando, contando histórias lindas. Será que toda mãe faz isso? Não sei, só sei que a minha fazia. A asma, também chamada de puxado, foi de uma pontualidade extraordinária. Nunca deixou de me visitar.
Mas, voltemos a esta chuva que ainda cai forte por aqui. Quanta água descendo do céu, meu Deus. Aqui para nós, sou um homem mais do fogo do que do gelo, mas do sol do que da chuva. Não sei porque danado, uma nasci em Alagoa Nova. Eu deveria ter nascido em Patos.
Como chove! Mas, tudo é necessário. Eu soube que chegaram até aqui as águas do rio São Francisco. E Lula dizendo quem foi ele quem trouxe a água do grande rio….
Minha asma passou, as chuvas estão diminuindo, o Sol já apareceu e a modinha está dizendo que “a raposa casou-se com o rouxinol”...
O céu agora está uma beleza. E viva a vida. Respiro forte e pronto. Sinto que respirar é viver. Eis o que é a vida. Se a criança não respira no momento em que nasce, morre. Meu primogênito, Carlos Augusto, levou umas palmadas do médico porque não chorou, assim que veio ao mundo.
E com essa chuva me lembrei do grande tribuno Alcides Carneiro que disse, quando começou a chover, num começo de discurso: “Pensava que falava apenas sob os aplausos dos homens, mas vejo que também falo sob as bênçãos de Deus”.
A chuva despareceu, o sol veio enxugando tudo, e a crônica chegou ao fim.
março 26, 2017
fevereiro 12, 2017
T odas três na letra M. E estou, justamente, me lembrando, agora, do meu amigo e, sobretudo mestre, Desembargador Paulo Bezerril. com quem ...
Todas três na letra M. E estou, justamente, me lembrando, agora, do meu amigo e, sobretudo mestre, Desembargador Paulo Bezerril. com quem muito aprendi. Um homem simples, cujo cargo não lhe alterou a personalidade. Sua grande paixão era a música. Tocava flauta e foi como flautista que ele integrou a nossa Orquestra Sinfônica, o inesquecível empreendimento cultural do nosso governador Tarcísio Burity.
Bezerril não gostou quando eu lhe disse que havia passado num concurso para juiz. “É como uma pérola lançada no mato”.
Ele sempre me dizia que as três coisas mais belas da vida são o mar, a música e a mulher. Concordo com ele.
Foi um excelente flautista de nossa Orquestra Sinfônica, em sua primeira fase. Um homem de uma simplicidade admirável. Pequeno no tamanho, mas grande no caráter.
Disse-me que o mar era uma de suas paixões, mas não consigo imaginá-lo de calção de banho lutando contra as ondas.
Paulo Bezerril muito me incentivou. Deu-me conselhos admiráveis. Eu gostava muito de conversar com ele.
Quando surgiu a Orquestra Sinfônica, numa época de saudosa memória, lá estava ele com sua flauta. Sua afinada flauta, reitero.
Lembro, agora, de sua filha Wilma, que ele adorava e com muita razão...
Mar, mulher e música. Suas três paixões. Três paixões com M.
Não me esqueço, e gosto de repetir, que quando eu fui lhe dizer que tinha sido aprovado num concurso para a magistratura, e iria trabalhar numa cidadezinha do interior, ele sorriu, levemente, e disse: “É o mesmo que jogar uma moeda no meio do mato”...
Mas, conversar com ele é que era bom. Uma conversa discreta, a que não faltava perspicácia. Era admirável o seu bom senso.
Por que estou me lembrando dele? Ora, por que as boas lembranças são psicoterapeutas. Paulo Bezerril, o magistrado, o músico, sobretudo o homem, modelar muito me ensinou na vida. Espremo a memória, o que me faz muito bem, e parece que estou a vê-lo. Esbelto, elegante, e, vez por outra, esboçando um sorriso de muita sabedoria.
Nada como uma boa lembrança para enfeitar ou dignificar uma vida.
fevereiro 12, 2017
fevereiro 12, 2017
E m toda família houve mortes. É óbvio. Meu irmão Alberto, quando pequeno, ficava sentado no chão, perto da mãe, costurando. De repente, mam...
Em toda família houve mortes. É óbvio. Meu irmão Alberto, quando pequeno, ficava sentado no chão, perto da mãe, costurando. De repente, mamãe notou que o menino chorava. Preocupada, perguntou: “O que foi, algum bicho lhe mordeu?” Não, é que estou pensando que, um dia, a senhora vai morrer”. A mãe sorriu, deu-lhe muitos beijos, e disse: “Não. Não vou morrer agora não, e deixe de besteira”.
Meu pai morreu aos oitenta e dois anos. Minha mãe foi mais longe, entregar sua bela vida a Deus. Atravessou o século, sorrindo. Digo bem: sorrindo, pois nunca vi uma mulher tão otimista. Sua alimentação? A mais sóbria possível, sem esquecer o ponche diário de laranja com cenoura. Gostava de cantar, gostava de ler, gostava de conversar, decifrava as chamadas “palavras cruzadas” e as charadas, nem é bom falar.
Minha mãe era muito bonita e tocava flauta. Já meu pai, não foi tão longe como ela, na idade, pois teve problemas com a próstata.
Tive um tio extraordinário, chamado João Augusto. Morreu solteirão, e se você lhe contasse a façanhas de uma pessoa, ou que alguém havia ficado muito rico, ele apenas dizia, sorrindo: “Mas, morre...”
Meu irmão mais velho, Mário, morreu de fumo. Ainda cheguei a vê-lo, no hospital, arquejante e lamentando muito por ter fumado.
Eu ainda estou vivinho da silva. Fui fumante exagerado, até que, um dia, senti o coração palpitar, a ponto de pular fora. Consequência do cigarro. Larguei-o, logo.
Hoje, com meus dois filhos queridos, Carlos e Germano, sinto-me feliz, pois ambos são infensos ao fedorento vício do fumo. Cigarro rima com catarro e pigarro, que são consequências de quem fuma.
Há uma modinha que termina assim: “Adão, foi feito de barro, colega, me dê um cigarro”. Dê não, leitor. Lembre-se de que o famoso Freud era um fumante exagerado até que contraiu câncer na boca, de cujo mau cheiro seu gato corria como o diabo da cruz.
fevereiro 12, 2017
janeiro 30, 2017
O Sermão da Montanha resume toda a Doutrina de Jesus e é uma das maiores lições de otimismo. Basta lembrar de que o venerável Gandhi chegou...
O Sermão da Montanha resume toda a Doutrina de Jesus e é uma das maiores lições de otimismo. Basta lembrar de que o venerável Gandhi chegou a dizer: “Se toda a literatura do mundo fosse destruída e restasse apenas o Sermão da Montanha, nada se teria perdido”.
Imagino Jesus subindo o monte, ou a montanha, para pronunciar o seu discurso. Decerto, o clima estava ameno, o céu muito azul, a brisa beijando a face das pessoas, e Jesus falando. Uma voz suave, uma voz de quem falava com autoridade.
Ele começa se dirigindo aos bem-aventurados, isto é, aos humildes, aos que choram, aos mansos, aos que têm fome e sede de Justiça, aos puros de coração, aos que sofrem perseguição, discriminação. O silêncio deveria ser profundo.
A mensagem evangélica é de puro otimismo, mas, para cultivar o otimismo é preciso estarmos vigilantes. Daí o Mestre ter-nos advertido: “Orai e vigiai para não entrardes em tentação”.
Mas, não poderia ser outra a mensagem de quem nos convidou a olhar os lírios do campo, de quem disse: “Pedi e vos será dado, buscai e achareis”. Mensagem de quem dizia ao enfermo: “Tua fé te curou”.
A oração e a vigilância, portanto, são duas atitudes para nos livrar das tentações que são muitas. Tentação do dinheiro, do orgulho, da ambição, do ódio, da maledicência, da ociosidade...
Jesus estava sempre orando. E os seus discípulos tiveram inveja e aí pediram que o Mestre lhes ensinasse uma oração, que foi a do Pai Nosso.
É preciso lembrar de que nada conseguimos com pessimismo, com desânimo. “Tende bom ânimo” – aconselhava ele. Ah, o entusiasmo... Dizem que a palavra significa “Deus dentro de nós”.
E nunca esqueçamos a recomendação: pedi e vos será dado, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á. Usemos a boca (o pedido), usemos os pés, isto é busquemos, e depois as mãos, batendo à porta.
Jamais desanimar, jamais cruzar os braços, jamais perder a fé, que é a grande força da vida. E esta fé não precisa ser grande. Ela pode ser do tamanho de um grão de mostarda.
janeiro 30, 2017
janeiro 29, 2017
A Rádio Tabajara, de que fui um dos seus diretores, está aniversariando, completando 80 anos. Portanto, batamos palmas, cantando-lhe os par...
A Rádio Tabajara, de que fui um dos seus diretores, está aniversariando, completando 80 anos. Portanto, batamos palmas, cantando-lhe os parabéns. Eis aí uma instituição que merece a nossa admiração e o nosso respeito. Tanta gente para recordar, desde o irrequieto Pasqual Carrilho, ao sereno Orlando Vasconcelos. E Nelie de Almeida, com sua linda voz e a sua simpatia? E o nosso ex-deputado Fernando Milanez, que foi seu locutor com uma voz bonita e serena?
Sei não, a Rádio Tabajara daquele tempo me dá muitas saudades. E eu desejava tanto ser seu cantor... Mas fui eliminado num concurso de calouros, quando cantei “Balalaica”. Foi uma vergonha.
Orgulho-me de ter promovido, naquela emissora, um programa de música erudita, que foi um sucesso. O programa chamava-se “Paisagem Sonora”. Tinha muitos ouvintes, inclusive o professor Flósculo da Nóbrega, que chegou a telefonar para a rádio pedindo o “Va pensiero”, da ópera Nabuco, de Verdi.
A Rádio Tabajara sempre foi uma instituição que imprimiu muito respeito. Era lá que se realizavam as posses dos imortais da nossa Academia de Letras, dentre outras importantes solenidades.
Desejei ser seu cantor e nada, seu locutor também e nada, mas terminei como seu diretor, que para mim foi uma honra. Soube que meu retrato lá está, numa galeria.
A Tabajara teve ótimos diretores, a exemplo de Carmelo Santos Coelho e do ex-ministro Abelardo Jurema, cuja crônica “Do teatro da guerra”, sobre a segunda Guerra Mundial, era declamada diariamente.
A emissora mantinha a Hora da Saudade, que fazia muita gente chorar. Meu pai, José Augusto Romero, tinha um programa espírita chamado Neblina Espiritual.
É verdade que, com a TV, o rádio perdeu a receptividade que tinha. Mas a vida é assim, um festival de mudanças.
Termino a crônica desejando que a Tabajara continue difundindo música, cultura e informação.
janeiro 29, 2017
janeiro 22, 2017
C hove, consequentemente, faz frio e eu não gosto de frio. O frio me torna pensativo. Acho que a filosofia nasceu com o frio. Já o calor, pr...
Chove, consequentemente, faz frio e eu não gosto de frio. O frio me torna pensativo. Acho que a filosofia nasceu com o frio. Já o calor, predispõe à ação, ao suor. Não sou de frio. Nisso puxei à minha mãe, que vivia agasalhada e mal humorada com o frio. Sou a mesma coisa. E nem parece que abri os olhos para o mundo em Alagoa Nova, lugar do frio, e, infelizmente, da cachaça, que para mim é uma desgraça, até rimou. Pior ainda: está se tornando numa atração turística. Não é, meu amigo e conterrâneo Wills Leal?
O danado é que meus amigos, familiares e promotores das viagens internacionais preferem o frio, o gelo e a neve...
É verdade que o tempo frio tem uma vantagem. Induz à reflexão. E depois da chuva, tudo melhora. E minha crônica virou uma auto-reflexão, graças ao frio.
Mas parece que a chuva parou e o sol está doido para ir embora. E este cronista também. Meus pés estão pedindo caminhada.
Agora é dizer como aquele bêbado, que vimos gritando num avião com destino a Londres: “A Vida é bela!”. Viver é bom, transcender ainda é melhor. Só os homens transcendem, isto é, se divinizam. Eis sua maior responsabilidade.
Mas, a chuva está passando. O sol desejou sair das nuvens que o encobriam. E abaixo as nuvens do pessimismo, que não levam a nada.
Lembremo-nos de Jesus. Ele nunca foi pessimista. Convidou-nos a olhar os lírios do campo, abraçou e abençoou as crianças, dizendo que o Reino do Céu é delas, isto é, do otimismo, da alegria do entusiasmo. Deu-nos uma grande lição dizendo: “Não andeis preocupados com a vossa própria vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Contemplai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Não tendes vós muito mais valor do que as aves?...
janeiro 22, 2017
janeiro 22, 2017
F azia tempo que eu não via um dia tão bonito, com o sol esbanjando luz por toda a parte. Luz, haverá coisa mais bela? Luz é sorriso. E sorr...
Fazia tempo que eu não via um dia tão bonito, com o sol esbanjando luz por toda a parte. Luz, haverá coisa mais bela? Luz é sorriso. E sorriso é alegria, e alegria é otimismo, e otimismo é saúde.
As crianças, em geral, são alegres. Correm, gritam, sorriem... Foi esse lado otimista da criança que fez Jesus dizer: “Vinde a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus.” Criança só é triste quando está doente.
Mas o sol de hoje está é bonito. E eu, aqui no computador, quando o mar me chama para tomar um banho. Tomar banho ou caminhar. Eu adoro movimentar os pés para uma caminhada... Se ouvisse como o seu coração vibra de alegria com uma caminhada!
Ah, meu coração! Como eu gosto dele... E lembrar que, às vezes, o coração coça. Já perguntei aos médicos amigos Marco Aurélio Barros e Fernando Lianza a causa disso. Mas, deixemos o coração e voltemos a este dia de sol.
Gosto de chuva e gosto de sol. A chuva nos obriga a pensar. A filosofia nasceu num dia de chuva, decerto. Mas penso que quando Jesus disse que olhássemos os lírios do campo, decerto, fora num dia de sol.
Sol sorrindo... Que beleza! Sol só sorriso. Tenho pena das pessoas sem sorriso. Das pessoas carrancudas. Que Deus nos acuda. O sorriso faz bem á saúde. Os animais não sorriem, já repararam? Dizem que as hienas sorriem quando morrem...
Agora estou lendo a crônica de Fernando Vasconcelos, no jornal Contraponto, em que ele diz que eu sou alegre porque caminho.
Lembrar, porém que o motivo de minha alegria está nos pés e na consciência.
Um conselho: quando você estiver mal humorado, vá a um espelho e veja a imagem que ele lhe transmite... Lembre-se que o espelho não mente. Então esboce um sorriso e veja a diferença.
Voltemos ao sol. Ao sol riso. Pena que o sol que há em você, vez por outra, esteja apagado, escondido. Portanto, vou encerrar a crônica convidando-o a contemplar o sol. O sol sorrindo. Sorriso é luz.
janeiro 22, 2017
janeiro 02, 2017
S e você for ao cemitério Père Lachaise, em Paris, lerá no mausoléu de Allan Kardec a seguinte inscrição: “Nascer, viver, renascer ainda, pr...
Se você for ao cemitério Père Lachaise, em Paris, lerá no mausoléu de Allan Kardec a seguinte inscrição: “Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei.” Belo, não?
Renascer, progredir sempre. Que mensagem de esperança! E há quem fale que tudo acaba com a morte! Que estaremos, eternamente, deitados nos cemitérios, banqueteando os vermes e lembrando Shakespeare, que disse, a respeito de um personagem, que ele estaria num banquete, onde não come, mas é comido...
Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei. Vale a pena repetir. Vale a pena guardar na memória esta verdade.
Tudo muda, minha gente. Que beleza, não? Tanto muda, como progride. E há quem acredita numa vida só... Uns com vida longa, outros com vida curta. Que injustiça seria se assim fosse...
Novo ano surge, nova oportunidade para a prática do bem. O momento enseja uma reflexão. Isole-se num quarto e faça um exame de consciência, exame que ninguém gosta de fazer. Gostamos de corrigir os outros.
Orar é uma maneira de conscientização. Ore o Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos discípulos, que pede para não cairmos em tentação. E as tentações são numerosas: a da ambição, da vaidade, do orgulho, da riqueza.
Entre novo no ano novo. Há tanta coisa ruim para a gente tirar da gente. E a pior delas é a maledicência, que é viver falando mal dos outros.
Gosto de lembrar de que Santo Agostinho, todas as noites, antes de fechar os olhos, abria a consciência e fazia um balanço do que realizou de bom, e do que fez de ruim.
Ano Novo pede novos propósitos. Sabe quem é indiferente à passagem do ano? O animal. Um filósofo francês dizia que nunca viu o seu gato orando...
Ano Novo de novo, ano novo que é eterno. Vamos aos abraços, aos beijos. Vamos à confraternização.
Bem disse Drummond, um ano vai, outros anos virão. E a vida é isso: mudança. Mudança é a dança do tempo. E se as coisas não mudam fisicamente, mudam de outra forma. Dê um passeio até o mar. Ele dá a eterna lição da mudança. Contemplemos a dança do vento, a dança das ondas, a dança silenciosa das nuvens, que eu gosto de ver da janela do avião.
Novo ano de novo. Novos abraços, novos beijos, novos sorrisos, novas gargalhadas. E novos amigos! Eis um conselho do cronista: Faça novos amigos no ano que se inicia. Nada de inimigos. Ajuntar inimigos é como encher a alma de lixo.
janeiro 02, 2017
janeiro 02, 2017
E stou sabendo que o meu amigo Joás, desembargador, agora é o novo presidente do Tribunal de Justiça. E fico muito contente com isso. A toga...
Estou sabendo que o meu amigo Joás, desembargador, agora é o novo presidente do Tribunal de Justiça. E fico muito contente com isso. A toga nunca vestiu tão bem um juiz. Com aquela cara de menino, cabelos na testa e um olhar de quem sabe ver as coisas, Joás, com a sua cultura e experiência saberá muito bem manejar a balança da justiça.
Tive bons amigos, amigos inesquecíveis, no comando da nossa Corte, e começo logo falando do meu amigo Mário Moacir Porto, que muito me ensinou Diversas vezes saía lá do Rio Grande do Norte para assistir a lançamento de livro meu, inclusive tendo vindo apresentar “O papa e a mulher nua”, de crônicas de viagem.
Elegante, quer na roupa, quer na conduta, Mário Moacir foi um homem admirável. Com ele muito aprendi. Outro grande amigo presidente foi o desembargador Paulo Bezerril, admirável tocador de flauta. Fez parte de nossa Sinfônica. Certa vez, me confessou que admirava três coisas na vida, todas começando por M: mar, mulher e música. Ele não gostou quando soube que eu ia ser juiz lá numa cidadezinha do interior e disse: “É mesmo que jogar uma medalha de ouro no mato”...
Agora vejo meu amigo Joás, que tem o nome do pai, outro estimadíssimo amigo, atingindo a presidência da Suprema Corte. Um homem simples, que a toga jamais modificará seu temperamento.
Pena que seu pai, Joás, e o seu tio, Joacil, meu companheiro de exército, magistério e Academia de Letras, já fora do nosso convívio terreno, não estejam aqui para ver, de perto, mais um sucesso do menino, assumindo a presidência do nosso Tribunal de Justiça.
Termino a crônica me lembrando de outro amigo, Júlio Rique, graças a quem a Justiça sorriu. Mais do que isso: lá, ele deu boas gargalhadas.
Joás, presidente da nossa Corte de Justiça, muito bem! Leva para o cargo uma boa experiência da vida jurídica, competência e uma grande vivência, sobretudo do grande advogado que foi.
janeiro 02, 2017
dezembro 27, 2016
Q ueiram ou não queiram, há qualquer coisa de místico nessa saída e entrada do ano. Talvez, pura sugestão, pois, o tempo é uno, não adianta ...
Queiram ou não queiram, há qualquer coisa de místico nessa saída e entrada do ano. Talvez, pura sugestão, pois, o tempo é uno, não adianta fragmentá-lo. Para o poeta Drummond, novos anos virão.
Nada tenho a dizer contra o ano que está se despregando do calendário. Lembremos de que quem faz a vida somos nós, com os nossos atos, nossos sentimentos, nossos pensamentos.
Mas, que, na passagem do ano, a gente deve fazer um balanço de nossas vidas, devemos. Vejamos e reflitamos sobre os nossos acertos e desacertos. Dizem que Santo Agostinho, antes de fechar os olhos para o sono, todas as noites, fazia uma reflexão. Afinal, como foi o meu dia? – pensava ele.
O danado é que a gente esquece que devemos ser juízes de nós mesmos.
O ano passou e o que realizamos de positivo e de negativo? Quantos amigos fizemos? Que atos de bondade praticamos? Quantos sorrisos distribuímos? Quantos “bons-dias” demos? Estejamos sempre nos interrogando. Eis uma maneira de melhorarmos.
Jesus nos deu uma fórmula excelente para o nosso melhoramento. Está na prece do Pai Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação”. Daí a necessidade de orar e vigiar, sempre.
Novo ano, novos 365 dias! Mais uma oportunidade surge para o nosso melhoramento moral. Aproveitemos a sugestão da chegada de um novo ano e procuremos melhorar nossas existências. Começando por procurar conhecer a nós mesmos. Só assim, cresceremos.
Para mim o melhor propósito para um ano novo é fazer novos amigos. Pois a vida não é apenas um viver, mas um conviver. O infeliz Sartre dizia que “os outros são o inferno”. Daí sua triste solidão, sua angústia existencialista.
Novo ano. Novos propósitos, lembremos disso! Dizia Drummond: “O último dia do ano não é o último dia do tempo. Outros dias virão. O último dia do tempo não é o último dia de tudo. Fica sempre uma franja de vida”...
Lembremos sempre de que a vida é feita de esperança.
dezembro 27, 2016
dezembro 27, 2016
Q ual deve ser nossa atitude diante de um novo ano, que surge aos nossos olhos como uma extensa página em branco? Na sua momentânea e ruidos...
Qual deve ser nossa atitude diante de um novo ano, que surge aos nossos olhos como uma extensa página em branco?
Na sua momentânea e ruidosa chegada, o que dizer sobre ele? Qual a atitude a tomar diante desse fato? De indiferença, de medo, de confiança, de ceticismo, de fé, de… Ah, foram tantos os comportamentos, cada um expressando sua personalidade, sua maneira de ser.
Para muitos o Novo Ano é um salto no escuro, um enigma, um mistério. Aí nascem o medo, a angústia, a inquietação, o desassossego. Afinal o que é que esses 365 dias vão nos trazer?
Nada inquieta mais do que o desconhecido. Há, porém, aqueles que vêem o Ano Novo como uma estrada bem pavimentada, ornamentada de canteiros, iluminada de sol. São os otimistas, os que só vêem beleza em seu caminho.
Outros são saudosistas. Pelo seu gosto o tempo parava, não haveria mudança em suas vidas. Tudo continuaria sendo a mesma coisa. Olham o novo ano com uma certa desconfiança. Fazem-lhe mal a algazarra, o barulho, a alegria, os desabafos comemorativos da significativa passagem.
Não esquecer os supersticiosos, que acendem velas e incensos, que colocam plantas de “comigo ninguém pode” na entrada da casa, que rezam o tempo todo.
E que dizer dos céticos, dos incapazes de se comoverem com a passagem de mais um ano em suas vidas? Dos frios, prosaicamente frios. Que na passagem do ano são capazes de tratar de negócios, de coisas antipoéticas. Esses para mim sãos os piores, dignos de piedade, pois são morféticos e não sabem. São cegos de indiferença. Só se preocupam com as coisas materiais. Não vêem mais os encantos da vida. Olham o mar e lamentam que ali não se possa construir edifícios. Passam por um jardim completamente alienados. Já não se surpreendem a uma lua boiando sobre as nuvens. Não têm ouvidos para o canto dos pássaros e o murmúrio do mar. Nos seus ouvidos o que se vê, a todo instante; é um celular…
Seguem-se aqueles que diante de um Ano Novo enchem-se de reflexões. Reflexões sobre o sentido da vida, o valor do tempo e a nossa responsabilidade no mundo, já que temos de responder pelos nossos atos, pelo nosso comportamento tanto individual como social.
Afinal, o que foi que plantamos no ano que se foi? O que temos de louvar, aplaudir ou censurar em nossos atos? Enxugamos lágrimas, esquecemos ódios, demos alegria a alguém ou vivemos apenas para os nossos interesses egoísticos? Que diz a nossa consciência? Qual foi o seu comportamento?
Perdoe a bisbilhotice deste cronista, que sentiu muitas saudades do ano que se findou e está cheio de esperanças no ano que está chegando.
dezembro 27, 2016
dezembro 19, 2016
F altou tudo, menos luz, no dia em que Ele nasceu. E a luz foi a de uma estrela iluminando a manjedoura humilde. Nasceu entre animais. Anima...
Faltou tudo, menos luz, no dia em que Ele nasceu. E a luz foi a de uma estrela iluminando a manjedoura humilde. Nasceu entre animais. Animais domésticos. Nada de luxo, nem de lixo. Tudo muito simples e rústico. Mas, como já disse, uma estrela desceu à Terra para iluminar aquela tosca manjedoura. Nenhum palácio, por mais luxuoso, foi iluminado daquela maneira.
Agora é o Natal de Jesus, que morreu numa cruz. As mãos delicadas sangrando. Mãos que mostraram o caminho da salvação, que curaram cegos e paralíticos.
Morreu sem um gemido. Apenas, na dolorosa via crucis, carregando, já cansado, a pesada na cruz, pediu água e lhe deram vinagre. E pelo crime de pregar o amor, do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, foi acusado, condenado, insultado, humilhado e, por fim, pregado numa cruz de braços abertos e tendo como companheiros dois malfeitores.
E, lá no alto, crucificado, ainda rogou a Deus que perdoassem seus algozes porque eles não sabiam o que faziam. Será que não sabiam?...
Jesus na cruz, a luz na cruz. Jesus nascendo entre animais domésticos. Quem teria fabricado aquela cruz? Teria sido o marceneiro José, seu pai terreno? Não sabemos.
Sangrando por toda a parte, é bom que se repita, ele ainda teve ânimo de perdoar seus algozes. “Pai, perdoa-lhes por que eles não sabem o que fazem”. Em tempo algum, ninguém ouviu tanta bondade.
Humildade, perdão, tolerância, quantas lições, ele nos deu! … Nunca se queixou de nada. A não ser uma vez, quando fez uma observação, que não chegou a ser uma queixa, mas uma advertência, dizendo: “Os pássaros têm seus ninhos, as raposas seus covis, mas, o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.
Jesus luz, Jesus cruz. É impossível crucificar a luz...
Os homens estão comemorando o Natal. Mas não é um Natal de Jesus. É um Natal do consumismo, um Natal de Papai Noel, um Natal de papel.
dezembro 19, 2016
dezembro 19, 2016
E é disto que José Raimundo de Lima está tratando no seu recente livro “Federação Espírita Paraibana - Doutrina, História e Divulgação”, la...
E é disto que José Raimundo de Lima está tratando no seu recente livro “Federação Espírita Paraibana - Doutrina, História e Divulgação”, lançamento que faz parte das comemorações dos 100 anos desta instituição modelar, da qual ele foi presidente por várias vezes.
O livro é uma beleza de arte gráfica. E de excelente conteúdo. Tudo muito bem ilustrado, documentado e de uma preciosidade histórica admirável.
Quem quiser ficar por dentro da história do Espiritismo na Paraíba, esta aí o livro do procurador José Raimundo de Lima.
Presente melhor ele não poderia dar à Paraíba Espírita, justamente nesta época natalina.
Meu pai, José Augusto Romero, soube conduzir muito bem o Espiritismo no nosso estado. E olhe que havia muito preconceito. Em Alagoa Nova, ele fundou um centro espírita que chegou a receber pedradas na janela na hora das sessões mediúnicas. Homem sério, de pouco humor, mas de uma bondade sem limites. Ele esteve na presidência da Federação Espírita durante mais de quarenta e quatro anos consecutivos. Lembro de que ele mantinha um programa de rádio chamado “Neblina Espiritual”, muito bem ouvido. Mas, como era um homem destituído de humor, não gostou, quando, estando gripado, aconselhei-o, ironicamente a não sair de casa devido à neblina.
Mas voltando a José Raimundo, o seu livro, lançado neste domingo, num encontro muito prestigiado, é uma verdadeira preciosidade histórica. Um livro que conta toda a história da Doutrina Espirita em nosso Estado.
Raimundo é um homem que não sabe o que é comodismo. A Federação Espirita, em suas mãos, progrediu bastante.
Todos nós espíritas não podemos deixar de aplaudir o que Raimundo fez e está fazendo pela Doutrina.
Foi ele quem tirou a Federação Espírita do Parque Sólon de Lucena (Lagoa) para um local mais silencioso, amplo e confortável.
Existe a boa inveja e a má inveja. É com a boa inveja com que saúdo este livro, repito, de uma preciosidade histórica admirável.
dezembro 19, 2016
dezembro 12, 2016
S im, o meu livro, recém publicado, “O Evangelho Nosso de Cada Dia”, não é mais meu, ganhou o mundo. Agora é dos leitores. Teve o patrocínio...
Sim, o meu livro, recém publicado, “O Evangelho Nosso de Cada Dia”, não é mais meu, ganhou o mundo. Agora é dos leitores. Teve o patrocínio e apresentação do meu filho Germano e foi lançado na Fundação Casa de José Américo, com muita gente à cata de autógrafos. Solenidade presidida pelo amigo Damião e um público de outro tanto de amigos. Se meu coração não parou de emoção, não pára mais.
Houve discursos, houve exposição dos belos quadros de Célio Furtado, houve muitos abraços, o que deixou o cronista feliz da vida. Nada como uma festa de amigos, de sorrisos amigos, de abraços amigos.
Vi muitos sorrisos dirigidos a mim. E Wills Leal, meu primo e conterrâneo de Alagoa Nova, parecia mais entusiasmado do que eu.
Por fim, O Evangelho Nosso de Cada Dia está aí como um roteiro de um bom viver. Carlos Augusto e Germano, meu filhos, Alaurinda, minha amada esposa não cabiam em si de contentes, pois o livro também é deles, minhas eternas fontes de inspiração.
A Casa de José Américo foi pequena para caber tanta gente. Tive belas surpresas. Amigos, que nunca mais tinha visto, estavam lá com os seus sorrisos, com seus abraços, o que muito me comoveu.
Enfim, o livro foi lançado. E espero que o leitor esqueça o autor e se lembre de Jesus, o grande inspirador desta obra.
Evangelho Nosso de Cada Dia... Não há melhor companhia. E você, sabe o que vem a ser Evangelho? Significa “Boa Nova”. Dizia um grande psicoterapeuta que o homem precisa de três coisas para ser feliz: um bom sono, uma religião saudável e uma boa notícia.
Que meu livro contribua para a sua paz interior, são os votos do cronista.
Sou grato, profundamente grato a todos que compareceram, a todos que adquiriram o livro, por ocasião de seu lançamento, lá na Casa de José Américo.
E concluo repetindo o que disse no início. O livro não é mais meu. É de todos os que vão ler.
dezembro 12, 2016