Wellington Hermes Vasconcelos de Aguiar foi quem me recepcionou por ocasião do meu ingresso na Academia Paraibana de Letras. E quando o e...

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Wellington Hermes Vasconcelos de Aguiar foi quem me recepcionou por ocasião do meu ingresso na Academia Paraibana de Letras. E quando o escolhi, falaram alto a nossa amizade e a admiração que eu tinha (e tenho) pelo historiador e pelo cronista. Aliás, o homem Wellington, impulsivo, temperamental, revolto, teria tudo para não reunir os atributos do historiador que o foi, ou seja, um homem dedicado à pesquisa, atividade que exige paciência, pertinácia, disciplina, método...

A propósito das paineiras da Avenida Orozimbo Maia, onde morei por uns tempos — Campinas, interior de São Paulo.

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A propósito das paineiras da Avenida Orozimbo Maia, onde morei por uns tempos — Campinas, interior de São Paulo.

Aleatoriamente encontro na internet uma foto em que um carro está parado diante da faixa de pedestres, esperando que uma família d...

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Aleatoriamente encontro na internet uma foto em que um carro está parado diante da faixa de pedestres, esperando que uma família de patinhos atravessem a rua.

Sou apaixonada por fotografia, e aquela foto me toma de ternura e simpatia. Acho singela a foto. Observo e penso na atitude e sensibilidade da pessoa que estava dirigindo e gentilmente parou o seu carro para a passagem dos pequenos.

E viva a todas as mulheres! Hoje, ontem e todo dia. Àquelas que estão nascendo hoje — seja na maternidade, seja no desabrochar de suas des...

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E viva a todas as mulheres! Hoje, ontem e todo dia. Àquelas que estão nascendo hoje — seja na maternidade, seja no desabrochar de suas descobertas. As que hoje morrem no corpo físico e também na desesperança;

No cenário aflitivo enfrentado por todos os prefeitos e governadores mais próximos das tensões vividas por todos e do luto de milhões de...

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No cenário aflitivo enfrentado por todos os prefeitos e governadores mais próximos das tensões vividas por todos e do luto de milhões de famílias, e bem mais próximos dos heróis da Saúde como essa enfermeira, Edna Araujo, que A União entrevistou em pleno trabalho, assaltou-me a memória a leitura de um livro polêmico de Allyrio Wanderley, “As bases do separatismo”, escrito na ditadura de Vargas.

Durante os dias que antecederam a passagem do ano novo, ocorreram chuvas em algumas partes da Paraíba e, suponho, trouxeram alento e esper...

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Durante os dias que antecederam a passagem do ano novo, ocorreram chuvas em algumas partes da Paraíba e, suponho, trouxeram alento e esperança para muita gente. Cabaceiras e Arara, onde a chuva tem o costume de passar longe, na época a pluviosidade foi além do veranico.

Qual a relação entre uma cerveja, uma ursa e um continente? O leitor pode estranhar a pergunta, mas estou me referindo à Antárctica, cujo ...

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Qual a relação entre uma cerveja, uma ursa e um continente? O leitor pode estranhar a pergunta, mas estou me referindo à Antárctica, cujo nome envolve estes três elementos tão díspares. E, se o continente é Antárctica, por que o chamamos de Antártida? Vamos por partes.

A juventude em êxtase. O mundo inteiro entra numa alucinada e apaixonada admiração por um quarteto de jovens ingleses que veio para mudar ...

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A juventude em êxtase. O mundo inteiro entra numa alucinada e apaixonada admiração por um quarteto de jovens ingleses que veio para mudar comportamentos, indumentárias e conceitos. A beatlemania nasceu em outubro de 1963, quando quatro ingleses na faixa dos vinte anos surpreenderam, promovendo a mais revolucionária das mudanças de procedimentos de que temos conhecimento na história.

Em que é que eu pensava enquanto conduzia Juliana ao altar? Foi mais ou menos isso que alguém me perguntou na recepção que houve depois. E...

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Em que é que eu pensava enquanto conduzia Juliana ao altar? Foi mais ou menos isso que alguém me perguntou na recepção que houve depois. Eu respondi que já não me lembrava, mas a verdade é que não pensei em nada. Queria chegar logo ao final do cortejo e me livrar das fisgadas daquelas dezenas de pares de olhos.

PRÓLOGO Nos anos 1950, na esteira da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, desenvolveu-se a Era Espacial. Cad...

PRÓLOGO

Nos anos 1950, na esteira da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, desenvolveu-se a Era Espacial. Cada uma das superpotências queria vencer a corrida no espaço, lançar seu primeiro satélite e colocar seu primeiro homem na lua. Foi nesse clima que se desenvolveu o culto à vida extraterrestre.

Surgiram os primeiros grupos de estudos de Objetos voadores não-identificados, os OVNI. Essa nova “religião” era alimentada pela indústria do entretenimento, na forma de histórias em quadrinhos, com destaque para Flash Gordon.

A Ponte do "Tê” é uma construção inacabada de via férrea situada na cidade de Alagoa Grande, interior do Estado da Paraíba.

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A Ponte do "Tê” é uma construção inacabada de via férrea situada na cidade de Alagoa Grande, interior do Estado da Paraíba.

Parecia um homem comum. Talvez um funcionário público modesto, talvez um guarda-livros, antiga profissão fadada à extinção, pelo menos n...

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Parecia um homem comum. Talvez um funcionário público modesto, talvez um guarda-livros, antiga profissão fadada à extinção, pelo menos no nome. De paletó, sua segunda pele, óculos redondos de lentes grossas, realçadoras de uma miopia congênita, a surrada pasta de couro na mão, símbolo de seu ofício e de sua austeridade, modo de ser natural de quem só se importava com o que era essencial. Sem falar no chapéu de feltro, adereço indispensável para os homens da época. Quem passasse menos atento por aquela tranquila esquina do Jardim Botânico, bucólico bairro de um Rio de Janeiro ainda aprazível, e visse aquele homem de pé, esperando o bonde como qualquer mortal, não desconfiaria nunca de sua verdadeira identidade, a despeito de sua já reconhecida proeminência na vida pública nacional.

Como sempre acontece quando arquivos vedados são liberados para pesquisas, fatos e episódios são esclarecidos e sentenças que, antes, eram...

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Como sempre acontece quando arquivos vedados são liberados para pesquisas, fatos e episódios são esclarecidos e sentenças que, antes, eram, aparentemente, verdadeiras, são corrigidas. Foi o que ocorreu, há cinco anos, quando o Arquivo Nacional permitiu a consulta aos documentos da famigerada Divisão de Censura e Diversões Públicas — órgão da Polícia Federal — referentes ao período da ditadura militar.

Havia, tempos passados, um rapaz que saía anotando num caderno as placas dos carros estacionados nas ruas. Consideravam-no um maníaco. Ma...

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Havia, tempos passados, um rapaz que saía anotando num caderno as placas dos carros estacionados nas ruas. Consideravam-no um maníaco. Mal trajado, lápis na mão, não falava com ninguém. Robotizado pelo seu comportamento esdrúxulo.

Pois se já não brilham os olhos, brilham os cristais de poeira. Jorge Elias Neto Pai No chão lavrado se faz premen...

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Pois se já não brilham os olhos, brilham os cristais de poeira. Jorge Elias Neto
Pai
No chão lavrado se faz premente o fruto.   Se o em torno repele, formam-se na pele sulcos dilatados donde escorrem incertezas.   No vão arado se faz presente o bruto.

A capital paraibana já se tornara um destino para o qual convergia, aos poucos, toda a família. Primeiro veio um filho. Depois trouxe a mã...

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A capital paraibana já se tornara um destino para o qual convergia, aos poucos, toda a família. Primeiro veio um filho. Depois trouxe a mãe, Maria Antério, uma mulher abençoada, heroína que deu conta de criar os sete filhos com a maior das conquistas: o amor familiar.

Em seguida vieram as filhas, alguns netos e o caçula que se estabeleceu em Campina Grande. São de Patos, sertão bom, de gente boa. Faltavam Dennes, o “guerreiro”, o mais velho, que passou muitos anos trabalhando no Norte, e outro, em Santa Catarina, depois de morarem em vários estados.

E a vida foi passando… como tudo neste mundo. Com natais, reveillons e tantos encontros memoráveis de família que se ama. Após uma década, Maria adoece e alça voo. Mas foi e não foi, porque vive em todos, ainda hoje, que a têm como mãe que nunca se deixa nem deixa ninguém.

No último Natal, Dennes, o mais velho, mudou-se para cá. Sonho maturado, esperado, mesmo com a ausência da mãe que não foi… Brincalhão, jeitão de menino, símbolo inaugural de uma ninhada de amor, unida, amiga, de mais seis irmãos. Recém aposentado, com muitos anos de Amazonas, o derradeiro desejo foi vir para onde estava a família. Juntar-se aos seus e às praias queridas, com os amados irmãos, amigos-irmãos. O mundo para ele era todo irmão.

E assim chegou, no último Dezembro. Mesmo sem contar com o clima que sua vinda merecia, por causa da doença que assombra o planeta, encheu o coração de alegria. Pedalou, jogou, passeou, viu o mar, matou saudades de tantas saudades. Até de Maria.

Mas, quem diria?… Só o destino, que não se pondera, que não se prevê. Às vezes confuso, injusto ou cruel, aos olhos pequenos, mas tão soberano perante o Divino.

Quem diria que apenas seria um breve adeus?… Nem esquentou o lugar que pousou. Mal chegou e assim nos deixou. Culpar a doença, a pandemia? Não. Não há culpa no destino. Do caminho que é traçado por alguma razão. E por alguma razão há razão no destino.

O guerreiro não disse estar só de passagem. Que o sonho era lá, juntinho de Maria. Aqui flanou, nadou, caminhou, viu e reviu o que tanto queria. Mas não encontrou a paz esperada, aquela dos tempos de sua Maria. Do jeito que veio, largou sua roupa no mesmo lugar que ela deixou. Ali no Parque, que dizem de acácias, em busca de outro, do parque sublime, ao lado daquela que nunca se foi nem nunca irá.

Assim estará também o guerreiro, vindo e revendo sem nunca ter ido. No meio de todos que amam e se amam, em torno de todos, agora de todos.

Dennes chegou e já se mandou. Ah, seu guerreiro, amado e querido, segue brincando, eterno garoto!

Aqui ficaremos, ainda um tanto. Quem sabe o quanto, mas nunca em pranto, porque lembraremos de tua alegria, agora maior que todos os sonhos que é de abraçar a nossa Maria.

Vem por aqui, sempre que der. Aprende com ela o mesmo caminho. Ou venham abraçados, do jeito que estão, brincando ao léu no mundo do céu. Serás um ausente mais que presente. Presente de todos que te conheceram e que te admiram, hoje até mais. Pois aqui estarás e sempre serás o nosso guerreiro.