Samantha, a Feiticeira, quem não lembra dela? Por décadas, alegrou os dias de muita gente, em partes diversas do mundo, o que incluía este Brasil imenso. Com uma mexidinha no nariz a moça era capaz de resolver qualquer problema, fosse seu próprio, ou daqueles dos quais gostasse.
Dick York (James) e Elizabeth Montgomery (Samantha)
Boa parte dos problemas de Samantha consistia em anular os feitiços que a mãe, a terrível Endora (encarnada por Agnees Moorehead), lançava sobre um James ingênuo e indefeso. Mas a sogra não era a única fonte de atribulação do moço. Havia, ainda, a aperreá-lo o patrão, o inescrupuloso Larry (David White).
A série tornou a atriz Elizabeth Montgomery e o restante do elenco mundialmente famosos. Transmitida de 1964 a 1972, recebeu quatro indicações para o Globo de Ouro e para 22 prêmios Emmy. O personagem “James” teve dois intérpretes: Dick York (nas cinco primeiras temporadas) e Dick Sargent (nas três últimas).
Dick Sargent (James) e Elizabeth Montgomery (Samantha)
Nos melhores dias de Samantha, Jeannie também era um Gênio, Daniel Boone desbravava as pradarias, havia os Perdidos no Espaço e os que percorriam o Túnel do Tempo. O gato Manda-Chuva mandava no horário infantil e dividia prestígio com Pernalonga, Scooby-Doo, os Flintstones e a turma da Corrida Maluca.
O Império do besteirol, com estúdios nos States, inundava, então, todo o Ocidente com seus filmes, séries e desenhos, como, aliás, ocorre até hoje. A todo instante, as propagandas na tevê vendiam Fuscas e Opalas, produtos da Colgate e da Walita, televisores Colorado de 20 polegadas, tecidos Tergal e drops Dulcora. Os jatos da Pan Am ainda levavam as pessoas a 85 grandes cidades brasileiras. “Cento e 96 vezes por dia, um avião nosso decola ou aterriza em algum ponto do planeta”, dizia a publicidade da empresa criada em 1927 e fechada em 1991. Foi a primeira companhia aérea a ligar o Brasil à América do Norte e, ao que se dizia, era mais influente do que o governo dos Estados Unidos, país onde nasceu, em certos lugares.
Ah, sim, Elizabeth Montgomery (filha dos atores Robert Montgomery e Elizabeth Allen) foi morta por um câncer na primavera de 1995, aos 62 anos de idade. Dick York, cinco anos mais velho, foi-se em 1992. Pois é, o tempo é cruel e não adianta torcer o nariz.
A propósito, um amigo acaba de me avisar que a série pode ser assistida, ainda hoje, 24 horas por dia, por quem acesse a Pluto TV, o serviço ViacomCBS, da Paramount, que reúne conteúdos acessíveis pela smart TV, navegador, ou celulares. Façam disso bom proveito, então, os simplesmente curiosos e os mortos de saudade.