Estamos passando como o tempo, deslizando semelhante à água em recantos brumados, serenos e constantes. Nossos corpos não são mais como há alguns anos, porque se esgotou a textura, a firmeza e os sonhos. Muitos deles se apagaram com o chegar de noites duras e críticas, nem sempre fáceis de encontrar soluções e que frequentemente batem em nossas portas.
Aposentos da igreja do Nosso Senhor do Sótão, Amsterdã. ▪ Imagem C. Messier / Wikimedia
Casarões adquiridos por Jan Hartman
Naquela época, a sociedade holandesa era intolerante com os católicos. Apesar da forte influência reformista e, mesmo sendo uma igreja “escondida”, ela não era secreta. O governo aceitava a prática católica sob a condição de que os fiéis seguissem determinadas regras.
Eles não desistiram de pregar todos os dias, pois, acreditavam ser o correto por sua fé. Existiam cerca de 25 daquelas igrejas na época, não tão grandes e bonitas como a do Nosso Senhor do Sótão. Muitas foram inteiramente transformadas em igrejas após 1853.
Todas deixaram gravado em suas paredes a força dos fiéis à insistência pela fé, e a crença em seus valores que deveriam ser mantidos no dia seguinte. Aquelas escolhas representaram o futuro aos tantos que vieram no esteio de suas preces, na escolha de seus nobres caminhos, regados com o desejo de manter viva a ideia da crença e de seus valores.
Ainda somos o fruto não dos mais fortes, mas sim dos que mais facilmente se adaptaram às agruras de cada montanha pedregosa.
























