A princípio, o cenário nos remonta a algumas cidades históricas do interior do Brasil. Não as do tempo atual, mas de um passado distante....
O romantismo desenhado
Abro a janela e por ela o horizonte me invade os pulmões. Sinto-o na pele, na íris, na brisa, com perfume de alva. No fim do que é visto, ...
As curvas da manhã
O olhar tem a velocidade da luz. Instantâneo, fulminante, radiográfico. Por ele flui o pensamento, ainda mais veloz. Quisera o olhar pud...
A luz que partia...
Dos sentidos, o mais misterioso. O olhar fita, filtra, traduz em cores o que capta a íris. E pelo espectro mágico se faz pensamento, impressão, emoção. Tudo é bom quando é bom o olhar, já dizia Jesus.
Mendelssohn escreveu canções sem usar palavra alguma. Foram mais de 40, descritas apenas com o piano e o alfabeto das colcheias. Assim tamb...
Poucas letras chegam perto
Há três anos ele partia, em merecida viagem, na hora certa, para então se transformar no ausente mais presente… Como somos gratos a este ...
O ausente mais presente
Como somos gratos a este homem iluminado - Carlos Romero! Iluminado com simplicidade, humildade, dignidade. Puro, sem ser inocente, soube divinamente usar o talento, a poesia e a criatividade literária para propagar o amor, enaltecer as belezas da vida, da natureza, das coisas simples, cujo significado passam tão despercebidos pela maioria. Ele entendia a vida como Leonardo da Vinci: “É na simplicidade que reside o mais alto grau da sofisticação”.
'Alô, aqui é da UTI do Hospital Santa Isabel. Estamos ligando para informar que a paciente Carmen Coeli Gouveia Romero acabou de falec...
Morte e Vida sempre linda
Não houve surpresa nossa, pois fazia 7 dias que a visitávamos na UTI, inconsciente, respirando por aparelhos, e, naquele estado, a notícia era a melhor possível para quem ama de verdade.
Eita, Jesus. Hoje é Natal! Espiando o céu, ontem à noite, vieram-me lembranças das bordas do Mar da Galileia, de Cafarnaum, da sinagoga e ...
Eita, Jesus. Hoje é Natal
A poda foi criminosa por dois motivos: a violência do fato em si e a grave consequência. O ninho que abrigava o filhote de bem-te-vi veio ...
Ele agora é do mundo...
Eis que sai do morno aconchego uma coisinha de asa e cauda, com mancha amarela no papo, assustada, olhinhos brilhando sem entender nada. Os pais aflitos piavam de um lado pro outro numa algazarra sonora, em sinais de alerta e protesto. E agora?
Índice Leningrado ▪ O cerco A composição ▪ A partitura ▪ Os músicos Os ensaios ▪ O concerto ▪ A repercussão A m...
A música que calou as bombas
As duras vicissitudes que o destino os obrigou a enfrentar, fizeram-nos protagonistas de uma história marcada por imperiosos desafios, a começar pelo rigor de invernos tempestuosos, e por consequências da ambição, exploração, injustiças sociais, revoluções, guerras civis e militares, tragédias, fome, tudo enfrentado sem arrefecimento da coragem e da criatividade.
Como dói essa saudade… Bem sabia que era assim. Mas a falta de costume ou da plena consciência faz a gente indiferente ao raia...
De gratidão nutrido
'Eu dei tudo o que pude dar. O que eu consegui aqui, nunca mais alcançarei'. Assim Camille Saint-Saëns falou sobre a última Sinfon...
Ousadia sem precedentes
Há muito que via e ouvia o cronista Carlos Romero elogiar e assistir com certa frequência à oitava sinfonia de Bruckner, uma de suas músi...
O som de uma lágrima
Desde a infância que o tinha como um deus, como os gregos. Mas esse era genuinamente brasileiro, mineiro de Boa Esperança, que nome bonito...
Nelson Freire, adoravelmente simples
O piano sempre me exerceu mágico fascínio. Quando brincava de esconde-esconde, lá pela dezena de anos, eu sumia da vista dos primos ao escutar, de longe, minha tia Iracema tocar. Um esconderijo óbvio, do qual todos já suspeitavam. E ali me punha em transe, mudo, estático, observando os dedos a deslizar pelas teclas daquela enorme e sinuosa caixa preta de onde saía sonoridade tão sublime.
Para todos estes e quem mais apreciava música à época na Paraíba, Nelson Freire era um deus. Mesmo considerando pianistas igualmente talentosos como Antônio Guedes Barbosa, Jacques Klein, João Carlos Martins, Cristina Ortiz, Arthur Moreira Lima,
Para minha tia e madrinha, Iracema Romero de Andrade, nem se fala. Admirava Nelson como quem contempla uma estrela no céu. Tinha todos os discos dele, escutava-os frequentemente e em sua singularíssima interpretação se inspirava. A partir de então, passei a conhecer melhor Nelson, admirando-o cada vez mais, à medida que o descobria na música concebida como poucos.
Não lembro qual foi a primeira vez que o vi, mas foi aqui em João Pessoa, cidade que sempre o cativou pela beleza histórica, praias bonitas e sobretudo pelo seleto e diferenciado público de música erudita. Assim, Nelson nos dava ocasionalmente o prazer de memoráveis recitais e concertos.
Na gestão do governador Tarcísio Burity, pontuada pelo tratamento ímpar dado à cultura, Nelson se fez mais presente. Foi a época dos Festivais Internacionais de Música, em que a Orquestra Sinfônica da Paraíba se destacou entre as melhores do país, senão a melhor, como confessou pessoalmente o maestro Eleazar de Carvalho em entrevista a Jô Soares, na TV Globo. E chegamos a ter o grande regente como titular de nossa Sinfônica. Tempos áureos!
Até masterclasses de piano com Nelson Freire a Paraíba teve, patrocinadas pela administração de Tarcísio Burity, um grande apaixonado por Música. Foi exatamente numa dessas aulas que conheci Nelson mais de perto, junto com João Bosco Padilha e Hermano Assis. A empatia foi instantânea. Parece que ele havia captado em nós aquela admiração dos tempos de infância.
Certa vez, após um dos concertos no cine-teatro Banguê, o convidamos para um jantar, com o maestro Eleazar de Carvalho, a cantora lírica Maria Lúcia Godoy, e o crítico de música do jornal Le Monde, Alain Lompech, em nossa casa. Foi uma noite encantadora, inclusive por ter convidado Alaurinda Padilha,
Como foi bom perceber que Nelson se sentiu em casa lá em casa. O que se comprovou posteriormente em outras vezes, menos formais, quando ele passou a vir estudar no nosso piano, preparando-se para os concertos seguintes.
Foi aí que descobrimos o seu lado mais humano, da simplicidade, da espontaneidade, da sensibilidade para as coisas da natureza, as flores, animais e outras poesias. E ele fez de nossa casa local de assídua e prazerosa convivência, fortalecendo a amizade e a admiração. Surpreendia-nos vê-lo preferir ensaiar em nosso piano, um Essenfelder de ¼ de cauda, tendo à disposição todo o aparato do Espaço Cultural, com seus dois novíssimos pianos austríacos de cauda inteira Bösendorfers, recentemente adquiridos pelo governo de Burity. Uma vez, ele nos contou que o governador lhe perguntou por que não estava indo ensaiar nos Bösendorfers? Ao que respondeu: “É porque na casa de Germano eu me esparramo pelo chão, pelo sofá…” E era assim mesmo. Descalço, de bermudas, passeava no jardim, entre uma música e outra, tomava um cafezinho, e se mostrava a pessoa naturalmente simples e amável que sempre foi.
Na residência do Alto do Joá, no Rio, tive o prazer de me hospedar e conhecê-lo na intimidade. Ver como ele tratava bem os partícipes de seu mundo, amigos, funcionários, animais. Tímido e reservado, podia até parecer sisudo, mas apenas na suposição, pois era amor em tudo o que fazia, dizia, tocava. Como era bom acordar e escutá-lo ao piano… Aproximava-me calado, sentava-me atrás, magnetizado por sua arte e pela maneira de dizer o que sentia na ponta dos dedos. Numa ocasião ele estava preparando o Concerto nº 2 de Brahms para abrir um Congresso Mundial de Cardiologia no Teatro Municipal. No início do primeiro movimento, após a exposição do tema, ele parou, olhou para mim e indagou:
Dada a simplicidade de Nelson, ousamos em levá-lo para Baía Formosa (RN), onde dormiu em colchonete de cama de cimento e comeu sardinha frita de Dona Raimunda, trazido por Dona Regina. Assim como para a Ribeira, às margens do rio Sanhauá, do outro lado da Praia de Jacaré, onde cochilou em rede, foi picado pelos mosquitos do mangue, e se deliciou com caranguejo no coco. A casa era de tia Iracema, rústica, simples, e, quando lhe dissemos que o convidaríamos, ela se espantou: “Vocês terão coragem de levar Nelson para a Ribeira?” — “Sim, titia, ele é encantadoramente simples”. E como foi bom!
Posteriormente nos encontramos em oportunidades de viagem, no seu apartamento do Marais, nos teatros que sempre o requisitavam. No Concertgebown de Amsterdam, na Sala Pleyel, na Phillarmonie de Paris, eram sempre noites glorificadas pelo regozijo com sua arte sem limites. Acompanhadas do orgulhoso prazer em ver o brilho de um brasileiro ser comprovado invariavelmente pela calorosa aclamação de entusiasmadas plateias internacionais. Não raro, jornais como o New York Times o apontavam entre os maiores pianistas da atualidade.
Contudo, havíamos de convir que Nelson não mais pertencia apenas ao Brasil. De mãos dadas com os grandes compositores, ele se espargiu pelo planeta levando a divina arte diretamente aos corações emocionados, sem nunca esquecer de incluir, sempre que possível, nossos preciosos autores brasileiros, nas gravações, recitais e concertos em público.
Sob a capacidade de dosar e superpor com maestria os planos sonoros, destacar as vozes e melodias na mais absoluta clareza e com a expressão máxima da Música, o piano de Nelson faz inveja a qualquer orquestra. Tudo o que o compositor pretendeu dizer na partitura, ele consegue captar além, redescobrindo, e, principalmente recriando de maneira ainda mais sublime a essência musical em nova tessitura, burilada com extraordinária sensibilidade. Sabia soar estrondosamente os acordes como uma catedral, tanto quanto fazer cintilar trinados e pingos de luz na sonoridade límpida como a superfície de um lago ao luar. Certamente Debussy gostaria de ter escutado por ele o seu Clair de Lune...
As paisagens sensoriais que Nelson consegue fazer brotar no imaginário do ouvinte, inebriadas da delicadeza com que ele reveste e invoca as melodias são fruto de percepção que só as almas iluminadas possuem. Ao sentir, talvez, que não pudesse mais ser o médium capaz de nos transmiti-las, ele se desencantou do mundo terreno.
Nem sempre há forças que façam do artista um herói maior do que sua arte, do que si próprio. Nem sempre ele encontra outra forma de superar e de se expressar em idioma não mais acessível. É então que a fatalidade se sobrepõe às razões imponderáveis do existir e do não existir. Mesmo porque artistas que se doam de forma tão dedicada e altruísta como Nelson Freire sempre estarão a colher o bem que fizeram, a beleza que semearam, a felicidade que distribuíram, sobretudo nos momentos em que a vida e o mundo nos afligem.
Em sua música, eterna e vibrante, estará imortalizada toda uma vida dedicada à arte, tesouro que o acompanhará para sempre nas esferas espirituais em que ele ouvirá música ainda mais divina do que a melodia que Gluck imaginou Orfeu escutar, ao reencontrar sua amada Eurídice no Hades, e que Nelson transpõe ao piano como ninguém.
A luz que emerge da “Sonata quasi una fantasia”, de Beethoven, estará a brilhar em todas as luas que iluminarem mares e lagos, deste e de outros mundos, onde a música mais doce é a do bem que se deixa no rastro dos caminhos trilhados.
Nelson é luz que se desloca a brilhar em outros céus. Um espírito que colherá o bem que plantou, as emoções que refinou em nós, tornando-nos melhores, elevando-nos os sentimentos, e pelo legado diante do qual a humanidade lhe será eternamente grata.
Obrigado, Nelson!
O movimento romântico nas artes com frequência nos inclina a apuradas reflexões, principalmente no mundo da Música. Não que a delicadeza b...
O Poema do Êxtase
Tal ruptura de formas e padrões da estrutura harmônica dominante nos períodos anteriores também ocorreu na literatura, poesia e artes plásticas, quase concomitantemente. A efervescência dos sentidos exacerbou-se rumo à liberdade de expressão, a desatar tudo o que havia preso nos recônditos do consciente e do inconsciente emocional. O sensitivo irmanava-se
Os dramas épicos e nacionalistas aliavam-se à impetuosidade da paixão, trágica ou lírica. Uma tendência de total flexibilidade das formas pré-estabelecidas potencializava arroubos poéticos comuns a afeições inerentes à saudade, à alegria, ao amor, à angústia, à tristeza e à desilusão. A protagonização romanesca traduzia e relatava, enfim, tudo o que ocorria no âmago do ser.
A revolução francesa contribuiu para que a reconfiguração da arte eclodisse contagiada com o espírito de independência transformadora de tudo convencionado até então. Embora outras rebeldias, íntimas ou não, próprias da evolução e da história da humanidade tenham contribuído para a epopeia da fantasia. E tal influência foi assim estendida às demais manifestações artístico-culturais.
Altas doses de egocentrismo temperaram textos, poemas, sinfonias, pinturas e até mesmo a filosofia, destacando impulsos individuais acima de tudo, por vezes sob exagerado subjetivismo. E o esplendor da estrondosa e instigante beleza da Natureza e seus fenômenos atemorizantes fez o homem interagir com o eu lírico, exprimindo com toda força o que vivenciava no momento narrado. A criação divina influenciava e se retratava no estado de espírito do artista, do qual emergiam inspirações que advinham do grotesco ao medievalismo, do bélico ao pacífico, do trágico ao suavemente poético.
O compositor russo Alexander Scriabin (1872-1915) é autor de uma obra profundamente romântica, na qual a dramaticidade não se restringe aos aspectos voluptuosos da paixão ou da tragédia. Há nos seus poemas sinfônicos e sinfonias um contexto de densidade transcendental arrebatador. Pois ele próprio dizia ser o artista “fruto de uma designação divina”.
Um exemplo “clássico não clássico” dos rompantes modernistas é o seu “Poema do Êxtase” (opus 64), original e intencionalmente literário para se transformar posteriormente em música sinfônica. Sua mensagem em busca do nirvana já se revela em um dos 369 versos, do próprio Scriabin, também poeta, que serviria de base para a obra:
Tão entusiasmado estava com o novo trabalho que disse, em carta, à sua (segunda) esposa, Tatiana de Schlözer:
Passaram-se 3 anos, de 1904 a 1907, para que o Poema do Êxtase fosse concluído, após várias transformações, todas livres de quaisquer limites formais, estreando em dezembro de 1908, em Nova York. O desejo do autor era realmente esse, transcender, extrapolar, descrever a jornada da alma às esferas superiores, no ondulado ritmo da evolução humana. A música assim cresce, indo e vindo se robustece, para atingir um auge de sonoridade de extasiante luminescência.
Imbuído de total desprendimento, sempre associado à plenitude, Scriabin consegue, em pouco mais de vinte minutos, condensar a nítida imagem da ascensão à espiritualidade. No início a música sugere o tatear da pureza, da ignorância, da simplicidade, e, aos poucos, ao longo do poema, faz a alma expandir a consciência, iluminar-se.
O início é suave como um despertar e se consolida aos poucos à vigília. O tema composto por três intervalos ascendentes e consecutivos de duas notas, inúmeras vezes tocados pelos trompetes, estão presentes em toda a partitura. Os metais têm uma participação enfática ao executá-lo conferindo o caráter solene de anunciação de uma meta, de um objetivo: o êxtase místico, a grandiosa ponte que Scriabin edificou entre o humano e o divino.
Ao final, descortina-se então a visão panorâmica contagiante capaz de nos conduzir às cintilantes órbitas celestiais. É quando os ouvidos transmitem intensa comoção aos olhos que, mesmo cerrados, lançam-se na exuberância do cosmo irradiando-se em direções antagônicas, do infinito imaginário à realização do ser interior.
Ao ouvir o Poema do Êxtase, conclui-se que os efeitos da arte que extrapola, que ousa, que se desgarra do que é óbvio, das convenções contextuais, invariavelmente fortalece a convicção de que a liberdade é extasiante. Aprendamos então com os românticos. Vivamos nossos sonhos. Inovemos, criemos o incomum, abracemos aquilo que nos compraz, deixando explodir aos céus tudo o que é intimamente belo, sem medo de ser livres. Completamente livres.
Tudo, ou quase tudo, é possível na poesia. Do hermetismo ao prosaísmo. Da metafísica ao pragmatismo. Liberdade é o que não falta, desde qu...
Do mangue ao poema
Macro e microscopicamente imensurável, a poesia atinge nas Letras a amplitude e diversidade criativa semelhante ao que se consegue na Música. Mesmo sem discordar da professora Ângela Bezerra de Castro, para quem “só a música supera a poesia”, hei de considerar a dificuldade em estimar os limites da beleza em ambas. Ou até de separar uma da outra.
Toda manifestação homofóbica se resume na falta de amor, de respeito para com o próximo, com a comunidade e com a vida íntima alheia. Resp...
Isso é amor
Muito nos impressionaram as notícias recentemente divulgadas sobre a maneira discriminatória com que o empresário depoente na CPI da Covid se referiu ao senador Fabiano Contarato,
A ciência da psique já atestou que não há possibilidade alguma de redirecionamento de perfil sexual através de nenhuma terapia. A tendência para comunhão afetiva entre iguais é visceralmente pessoal, espontânea, e pode variar com as condições, o meio, as emoções e todo um contexto que envolve cada individualidade. Além de ser uma questão puramente pessoal e que não diz respeito a ninguém, as modernas pesquisas científicas apontam para que a tendência à comunhão afetiva entre pessoas do mesmo sexo pode até vir na genética, com a própria vida, ou na formação biológica. Por isso que a OMS a retirou de sua lista de doenças, desvios ou perturbações psíquicas, há algum tempo.
Há meia dúzia de anos, foi espantosa a repercussão positiva em cidades do mundo inteiro por conta da decisão da Corte Suprema dos Estados Unidos reconhecendo o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Curiosamente, a mesma decisão de nosso Supremo Tribunal Federal, há alguns anos, não teve igual acolhimento da opinião pública, ainda que o nosso país haja se antecipado, estendendo os direitos matrimoniais por unanimidade.
Como símbolo de uma vida dedicada ao amor fraterno com uma produção de centenas de livros, dos quais nunca se disse autor e não quis receber nem um centavo, tendo doando às causas sociais todos os lucros obtidos, Chico coloca o amor muito acima da identidade de gênero. Afinal, espírito não possui sexo e o sentimento entre eles, que é o que perdura além da vida material, está em outro nível. Jamais deveria incomodar a quem quer que seja.
Chico Xavier conclui brilhantemente, com a dignidade que pautou seu exemplo de amor:
Isso é amor!
A figura da madrasta comumente faz lembrar personagens desprovidas de afeto, inclusive estereotipadas negativamente pela sonoridade (“má”)...
A infindável recriação
A magia do silêncio muita gente já esqueceu. Nem se lembra quanta coisa ele tem a nos dizer. Certa vez, andava eu pelas tril...
O silêncio não é mudo
A noite caiu há pouco, e o mar ali sussurra seus milenares mistérios... Já começam as saudades do inverno, enriquecidas com as lembranças ...
Eterno e deslumbrante
Olhando os guajirus que despontam em floração na manhã umedecida, sentei-me a contemplar com imensa gratidão o raiar do novo ...