Não tem aquele livro que faz a pessoa mudar de rumo? Pois a história do caçador mongol, exemplo de humildade e sabedoria, contada pelo exp...
Meu guru
Já fui assistente de direção e ator de cinema. Na primeira metade dos anos 70, fazendo o Curso de Direito, fui assistente de direção de Ba...
Cinema desaparecido
Barretinho e Fernando Castro eram meus colegas de trabalho na Secretaria de Divulgação e Turismo (atual Secom), mas não me recordo onde Anco Márcio trabalhava na época.
Caminho pelas ruas de João Pessoa como um índio na Avenida Paulista. Esse é o mal dos nascidos e criados na cidade. Qualquer mudança, al...
Satânica trindade
Roggers foi o sítio de um inglês, Richard Roggers, que aqui chegou, na primeira metade do Século XIX. Teria sido um viajante que largou o...
O bairro do Roggers
Quem me contou foi Otinaldo Lourenço, uma espécie de museu do rádio paraibano, falecido em fevereiro passado, vítima de complicações prov...
Hablas castellano?!
Nasci em João Pessoa em 1949, mas passei os cinco primeiros anos de minha infância em Alagoa Grande, para onde meus pais foram transferido...
O céu era Areia
Detesto o barulho, todas as formas de barulho, inclusive o onipresente ruído dos equipamentos eletrônicos. Não uso smartphone, ainda conve...
Não existo
Mais louco por João Pessoa do que o saudoso Walfredo Rodríguez, impossível. Pois foi da sua boca que ouvi, na farmácia de Seu Zezé, no Rod...
A Porta d'Água
Fiz o Exame de Admissão ao Ginásio no Lyceu, no final de 1963, ainda no tempo de provas escritas e orais. Estudando no Lyceu de 1964 a 197...
'Burguês alienado'
Todo homem público, gente de todos os poderes, deveria passar pelo menos uma temporada andando a pé e de ônibus — inclusive em dia de agua...
Revolução pelo voto
Uma pessoa me aborda na calçadinha da orla com uma conversa que me causou surpresa. Ela diz que fui o primeiro comunicador a fazer debate ...
O piscinão de Ramos
Quanta presunção! De repente, o pai inventa de fazer uma espécie de “decálogo” para as quatro filhas. Os pais deveriam compreender que têm...
Coisa de pai
Juarez Félix, repórter, redator e editor da Página Policial do saudoso jornal O NORTE, de João Pessoa, às vezes gostava de inventar "...
A Mulher de Branco da Lagoa
I Mais poeta de hábitos que de versos, busco levar minha vida ordinária, construindo poemas submersos, esperando que um dia c...
Existo em minhas memórias
Mais poeta de hábitos que de versos, busco levar minha vida ordinária, construindo poemas submersos, esperando que um dia cheguem à praia...
Só me apego a lembranças, às minhas velhas histórias... Sendo um ser sem semelhanças, existo em minhas memórias.
Dediquei parte de minha vida ao batente diário no rádio. Nesse período, passava cerca de cinco horas por dia usando os microfones de impor...
Um rio que passou em minha vida
Dediquei parte de minha vida ao batente diário no rádio. Nesse período, passava cerca de cinco horas por dia usando os microfones de importante emissora de rádio da Capital, a extinta Rádio Arapuan AM – 1.340 KHz.
Apresentava dois programas diários: “João Pessoa, Bom Dia”, das 5h às 8h, e “Jogo Aberto”, das 12h às 14h. Fazia isso sem contar com nenhuma espécie de produção, o que seria impossível hoje. Nos dias atuais, no mínimo, seria uma tremenda aventura, um voo cego.
Contava apenas com o telefone da cabine (às vezes cortado por falta de pagamento); um carro de frequência modulada circulando pelas ruas, com um repórter esperto a bordo; a simpatia do operador de áudio - e nossa criatividade, já que a internet só era conhecida nos livros de ficção científica.
Os programas começavam na hora certa, sendo a pontualidade britânica uma das marcas do apresentador. Mas nunca terminavam no horário preestabelecido, em razão da grande audiência e da presença de ouvintes para participarem das atividades no próprio estúdio - ou simplesmente para terem uma "conversa particular" comigo, na sala de espera, pedindo uma orientação, um conselho ou um favor qualquer: a libertação de um filho preso injustamente, proteção para vítimas da violência policial, internação de um parente enfermo ou o enterro de algum miserável.
Por força das circunstâncias - o que me deixava na condição de um misto de camelô e repentista -, era obrigado a comentar (e a me posicionar publicamente) a respeito dos mais variados assuntos - da falta de água nas torneiras à falta de vergonha das autoridades.
Era, portanto, sem ter essa intenção (e para o bem ou para o mal), uma figura polêmica, com alguma notoriedade na província, em consequência dessa minha diária hiperexposição pública. Apesar do sucesso, sentia-me uma espécie de doutor em generalidades. Um tagarela, por dever de ofício.
Talvez seja por isso que, volta e meia, ainda hoje me peçam para falar sobre o rádio paraibano, quase sempre colocando à frente a tão surrada pergunta: “O rádio daquele tempo era melhor do que o de hoje?” Resposta impossível de ser dada: os tempos são outros, o modo de fazer é outro, os empresários são outros, os profissionais são outros, a audiência é outra. Logo...
Só acho estranhas, hoje, as pautas de Polícia e de Política, infalivelmente presentes no dia a dia do ouvinte; uma presença que se dá a toda hora, a todo instante. Pode observar: no rádio (e, às vezes, até mesmo na TV), só dá Polícia e Política! Argh!
Para não ir muito longe, até porque não tenho mais tempo para nhém-nhém-nhém, vamos ao que realmente interessa: comecei a desligar o rádio e a televisão quando a cobertura responsável foi substituída pela dramatização excessiva.
No passado havia mais sobriedade em tudo. E hoje, portanto, ao fazer este comentário, sinto que o saudosismo (de minha parte pelo menos) é no mínimo inevitável.
* (foto à esquerda: Arquiteto Clodoaldo Gouveia, autor do Projeto da Rádio Tabajara, no centro de João Pessoa, demolida)