Ficamos mais próximos de nós mesmos nesses últimos anos. O isolamento e o descuido em relação aos outros foram inevitáveis. Porém, c...
Bilhete premiado
Mantenho minhas armas em punho, durante o dia que corre mais que o vento, não desmanchei minhas trincheiras expostas na sala de estar ...
Pérolas Clássicas
Bem verdade, há muitos anos me preparo para atacar quando necessário, e me defender quando balas de mau-humor e desinformação cruzam meus ouvidos atentos.
Vez por outra meus olhos enxergam o mau se apoderando de um local público, ou testemunho um evento radical voltado ao populismo desmedido.
Com o passar do tempo construímos nossos lares e relações humanas, temperando com expressões populares baseadas em acontecimentos curio...
Nau dos Quintos
Em visita à antiga capital mineira, Vila Rica, descobri que a história conta suas verdades com sangue e dor, mesmo que o fruto tenha s...
Sempre é tempo de refletir
Quando ouvimos falar sobre a morte, nossos olhos eventualmente ficam pasmos ou marejados. Porém quando são mortas 52 milhões de aves de...
Um breve estímulo
Sozinhos ou em boa companhia, envelhecemos de qualquer forma. Mas, por vezes, nossas almas clamam tanto, que necessitamos sufocar esse ...
Manter viva nossa espécie
Nas línguas derivadas do Latim a palavra compaixão significa que não se pode olhar o sofrimento do próximo com o coração frio; em outras palavras: sente-se simpatia por quem sofre, que poderia ser por nós mesmos.
O que não pode ser visto não incomoda. Essa máxima nos protege dos males da natureza humana, que insistem surgir durante décadas e afet...
Maldades obscenas
Mesmo no início do século XX, os doentes mentais crônicos eram vistos como "degenerados" e "escória", o equivalente a criminosos e escroques, por isso a ideia de escondê-los em manicômios foi a saída na época, como tentativa de resolver as questões ainda desconhecidas de nossa alma.
Um homem rico chamado Calvicius Sabinus tinha uma memória minúscula, que o deixava com saia justa em diversas ocasiões. Resolveu, então...
Tentar construir uma verdade
Suas vagas lembranças eram tão ruins que, em alguns momentos, os nomes de seus amigos, Ulisses, Aquiles e Príamo, sumiam rapidamente sem deixar vestígios. Os escravos seriam sua memória para cada
Movimentos sociais levam décadas para implantar suas regras e conceitos prodigiosos, que por vezes chegam às raias do lamentável. As...
Confundir e preencher os olhos
As atividades culturais se diferem no tempo durante seu processo de maturação, tornando-se belos quadros sociais para serem apreciados. Na política, levam anos para estabelecer uma nova ideia, convencer o indíviduo que será a melhor opção de bem-estar,
Nosso mundo altivo, com defeitos e qualidades, ainda é o único lugar que possuímos para ficar e respirar normalmente. Por isso, não é ...
A maldição suspensa sobre a história
Uma obra de arte, mesmo que composta por resina de poliéster e aço inoxidável, pode inspirar este escritor a sentir o silêncio da fal...
Perca-se!
Histórias e piadas contadas por nossa família e amigos, invariavelmente, nos fazem rir... mas se forem das boas. Observando no detalhe,...
Nossa frágil condição humana
O filósofo francês Henri Bergson disse que o cômico exigia algo como uma momentânea anestesia do coração. "O riso não tem maior inimigo que o coração", por isso rimos do mal para que ele não nos atinja.
Uma das piadas que os judeus contavam na Alemanha nazista era sobre o que um comandante da Gestapo dizia a um judeu: "Vou te dar uma oportunidade de viver, se adivinhar qual dos meus olhos é de vidro". O Judeu responde de imediato: "É o esquerdo". O oficial, admirado, pergunta: "Como é que descobriste?" E o Judeu responde: "É o que parece menos humano".
Pode parecer surreal. No entanto, é uma manifestação bastante profunda nas mãos de todos que se confrontaram com o mau absoluto, que o fizeram mais por necessidade do que provocação.
Na União Soviética, a piada frequentemente contada era a seguinte:
"Ivan, isso é pouquíssimo ".
"Eu sei, mas é um trabalho para a vida toda".
Eles riem do mal, do bem, ninguém ri, para quê?
Mesmo histórias curiosas que resultam num final trágico, por consequências em suas entrelinhas, parecem uma ironia do destino. Como ocorreu com o ditador, ex-Presidente de Portugal, Antonio de Oliveira Salazar, apegado ao poder, habituado a dar ordens dramáticas e doloridas àquele povo sofrido. Ele acabou por encontrar um final mortal inesperado em sua trajetória humana. Uma história com ares de ópera-bufa, se imaginarmos que o ditador foi derrotado por uma queda ao chão.
Em 1968, Salazar gozava férias em Santo António do Estoril. Sentado em uma cadeira que não se sabe se em falso ou quebrada, ou estrategicamente fora do lugar, o tirano foi ao chão e bateu a cabeça com violência no piso de pedra. Teve um hematoma cerebral e não se recuperou do trauma. Morreu dois anos depois. Conta-se que ele jamais soube que não era mais o presidente do Conselho de Ministros e que a equipe de governo se reunia em sua presença para encenar reuniões e decisões.
Nossa frágil condição humana limita uma rota a todos, muito similar à fraqueza de seus pares. A finitude nos acompanha.
O dolorido é quando os meses e anos escorrem pelos dedos, e, chegando à velhice, percebe-se que não saiu do lugar.
A composição de um mosaico de histórias pode ser aprendido nas páginas de um livro bem narrado, que nos transporta ao momento da escrit...
A verdade pela mentira
Como em diversos momentos de uma jornada fascinante, entregamos maneiras de nos envolver com o outro, muito teatrais, efetivamente ence...
Jogo da Comunidade
Seus outros eus têm um tempo tragado pelo instante, e necessitam estar presentes da mesma maneira que participam os convivas do evento. Funciona como uma metáfora do "theatrum mundo", a vida como um teatro.
Os interesses partidários de sua comunidade envolvem a todos que andam às escuras e cobrem de força os que gritam e agitam suas bandei...
Novidades que cruzam os olhos
Cruzamos diariamente com pessoas parecidas com bonecos de Cera, que não podem ser aquecidos, e facilmente quebram, porque são duros no ...
A fantástica máquina dos desejos
As epidemias escaldantes e infecciosas foram secretas desde sua origem, porque não sabíamos de onde vinham, e alguns governos não infor...
Poderosa!
A censura carimbou o que você poderia saber de natureza política, ideológica, artística e sobre sua vida. Então, o vírus e a mentira se propagaram matando a quem se contaminou,
Que tipo de guerra pode ser doce, em que a munição se transforma num imenso lago vermelho, quase sangrento, espalhado pelas ruas de ...
Próximo ao sossego do medo
Pois é com esse modelo de violência que os moradores de Buñol, na província de Valência, morrem de rir, de se divertir e de cansaço. O nome dessa guerra é "A Tomatina", uma das festas tradicionais que mais atraem turistas à Espanha. Todos os anos, multidões se banham na rua, tomada de vermelhos tomates maduros e esmagados. Uma bela confusão lambuzada que acontece na última quarta-feira de agosto.
Existe uma sopa que está sendo preparada sem parar há 45 anos. Ela fica num restaurante em Bangkok, na Tailândia, chamado Wattana Pan...
Decomposições geram paixões
Apesar de a ideia parecer muito estranha, o estabelecimento atrai turistas do mundo inteiro, que estão em busca da sopa eterna. Ela é quase uma água benta da culinária, tão única e rara de sentir o gosto.
Marcos Vitrúvio Polião foi um arquiteto romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado a obra "De Architectura", com...