O que não pode ser visto não incomoda. Essa máxima nos protege dos males da natureza humana, que insistem surgir durante décadas e afetar as mentes mais frágeis entre nós.
Mesmo no início do século XX, os doentes mentais crônicos eram vistos como "degenerados" e "escória", o equivalente a criminosos e escroques, por isso a ideia de escondê-los em manicômios foi a saída na época, como tentativa de resolver as questões ainda desconhecidas de nossa alma.
O escritor Milan Kundera escreveu em seu espetacular livro A insustentável leveza do ser que o mais pesado dos fardos nos esmaga, verga-nos, comprime-nos contra o chão. Ao mesmo tempo ele é a imagem da realização vital intensa. Quanto mais pesado é o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais real e verdadeira ela é.
Vivemos muito pela primeira vez. Quase não há tempo para ensaios ao entrar em cena nas ruas. Eventualmente somos recriminados(as) por sermos diferentes ou à frente dos tempos.
No Século XV, algumas mulheres foram consideradas bruxas por serem hereges ou por conhecerem magias incomuns, e também por suas atitudes contra o machismo reinante. Foram recriminadas pela Inquisição.
Sempre é mais fácil atacar o fraco, o desconhecido, porque o covarde precisa justificar seus atos, como o fez Adolf Hitler, que certa vez disse a um de seus Generais que se não existissem os judeus precisaríamos criá-los, para justificar nosso ódio. O inquisidor Institoris, durante um interrogatório preliminar, procurou conectar a mulher a um desvio sexual feminino e à bruxaria.
Assim justificou suas maldades obscenas contra as criaturas desavisadas.