E stá aí uma das mais belas parábolas narradas por Jesus. A parábola do Bom Samaritano. E, aqui para nós, não há instrumento didático mais a...

Está aí uma das mais belas parábolas narradas por Jesus. A parábola do Bom Samaritano. E, aqui para nós, não há instrumento didático mais atraente do que a parábola.

Jesus foi um grande contador de parábolas. Duas delas são famosas: a do bom Samaritano e a do filho pródigo, que abandonou o lar paterno para voltar arrependido. Esta última está narrada num quadro de Rembrandt, que vimos lá no museu Hermitage, em São Petersburgo.

Mas, vamos à do Bom Samaritano. Parábola que nasceu da pergunta que os discípulos fizeram a Jesus - “Mestre, quem é o meu próximo?” - pois, Jesus falava muito do amor ao próximo, e seus seguidores não entendiam bem. E a parábola foi a resposta:
Um homem descia de Jerusalém para Jericó, cidade comercial e de grande movimento. Aconteceu que esse homem foi assaltado pelos bandidos, deixando-o abandonado e ferido à margem da estrada.

Primeiro, passou um sacerdote e se afastou do homem ferido, decerto com medo, e continuou a sua caminhada. O que não é de se estranhar, porquanto, não se sabia se havia outros bandidos por perto. Não nos cabe julgar o procedimento desses religiosos. Cada qual se ponha no lugar deles.

Depois passou um levita, homem também religioso, ligado aos seguidores de Levi, que, segundo está no Evangelho, “passou ao largo”, ou seja, de longe.

Aconteceu que um samaritano, que era um tipo mal visto pelos judeus, não pensou duas vezes. Sentiu a dor do outro. Compartilhou com ele. Tratou de suas feridas, lavando-as com vinho e azeite.

Mas não ficou nisso só não. O samaritano terminou levando o ferido para uma hospedaria, se responsabilizando por todas as despesas. Ele fez a caridade completa: sentiu a dor do outro e agiu em seu favor. A parábola, que começa com uma pergunta, termina com uma resposta.

“Quem é meu próximo?” Aquele que está no seu caminho, que você, na sua pressa de viver, não o vê... E Jesus foi taxativo: “ama ao teu próximo como a ti mesmo”. Que lição difícil...

Muita gente não sabe ainda o que vem a ser caridade. Andou bem o Espiritismo, erigindo como seu lema maior: “Fora da Caridade não há salvação”.

E o que é caridade? Quer ver uma definição muito bacana, para mim, completa?: “Benevolência para com todos, indulgência com as faltas alheias e perdão pelas ofensas”.

O Loyal Books conta com mais de 7000 audiolivros, ditados em inglês, que podem ser ouvidos no próprio computador ou baixados e transferid...

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O Loyal Books conta com mais de 7000 audiolivros, ditados em inglês, que podem ser ouvidos no próprio computador ou baixados e transferidos para equipamentos de mp3, smartphones e tablets. Os títulos são diversificados e sua gratuidade se deve ao fato de já estarem em domínio público.

S im, o nosso genial Pelé, considerado rei do futebol, faz tempo que não dá as caras. Não aparece nem no jornal, nem do rádio, nem na TV. To...

Sim, o nosso genial Pelé, considerado rei do futebol, faz tempo que não dá as caras. Não aparece nem no jornal, nem do rádio, nem na TV. Tomou chá de sumiço, como se diz. E quanta alegria ele proporcionou ao povo brasileiro! Ao brasileiro só, não. Deixou todo o mundo de boca aberta com os seus pés e também com a cabeça.

E Pelé não foi genial apenas com os pés, mas sobretudo com a cabeça. Inteligência não lhe faltou. Outra coisa: o caráter.

Sim, Pelé é antes de tudo um homem de caráter. E o que mais me surpreendeu, é que o Rei da Pelota – e nisso ele foi muito bom - não se meteu em política, nem em politicagem. Se não me engano, tratou de beneficiar instituições de caridade.

Sua aparição na TV agradava. Ou melhor: impunha respeito. Daí eu estar estranhando o seu silêncio. Não quis nada com a política. Nem mesmo com o futebol. Nada de ser técnico, o que daria certo. Pelé voltou-se aos negócios particulares.

Pelé vereador, deputado, senador. Nada disso Pelé quis ser. Nem entrar para o PT. Não se contaminou com o vírus da política.

Seus pés fizeram milagres. Suas cabeçadas também. E o que eu mais admiro nele, repito, é o caráter, o bom senso. E se quisesse, teria sido, com a maior facilidade, senador, pois é homem de bem a toda prova, que sempre inspirou respeito.

Pelé! Onde anda ele? Não o jogador, mundialmente admirado, mas o homem de bom senso, respeitado por todos.

Seria ele um dos Varões de Plutarco? Evidente que sim. O filósofo Diógenes, que vivia com sua lanterna à procura de um homem honesto, não demoraria muito a achar Pelé.

Pelé! Mas está na hora de tomar o meu café, que o dia está uma beleza com o sol brilhando lá fora.

S im, foi a do Pai Nosso, ensinada por Jesus, a pedido dos apóstolos. Uma oração curta, mas de excelente conteúdo. Nada de pronunciá-la auto...

Sim, foi a do Pai Nosso, ensinada por Jesus, a pedido dos apóstolos. Uma oração curta, mas de excelente conteúdo. Nada de pronunciá-la automaticamente. Orar é o ato mais importante de nossa vida. Orar com muita atenção, e nada de fazer como os fariseus, que oravam para todo mundo ver. Oravam, mecanicamente, em voz alta. E nada de orar em trio elétrico. Jesus nos ensinou a procurar o silêncio.

A oração ensinada por Jesus começa se dirigindo a Deus, o nosso Pai, e rogando que seu reino venha até nós. Mais ainda, que o pão nosso de cada dia nos seja dado.

Agora estou me lembrando de minha irmã Ivone, que, ao ouvir falar em pão, durante o Pai Nosso, dizia para nossa mãe que estava com fome, que queria pão. Resultado, minha mãe passou a omitir a palavra pão da oração.

A oração chama Deus de pai e nada de estar usando a palavra Deus em vão, assim: “Segura na mão de Deus”, “Vá com Deus”, a todo instante, como se Deus fosse um táxi...

Pede, ainda, a oração que estejamos livres da tentação. E as tentações são muitas, senão vejamos: tentação do dinheiro, do poder, do sexo, da vaidade, lembrando que toda tentação é um teste.

Pede a oração do Pai Nosso que estejamos vigilantes quanto aos nossos atos, aos nossos pensamentos. A vigilância, portanto, é o grande remédio para a tentação. Vigilância e oração. Eis a fórmula.

Lembrar que quem ora o Pai Nosso, a certa altura, pede para ser perdoado pelas ofensas ao próximo, mas, na mesma medida em que perdoar os outros. Será que estamos perdoando aos que nos ofendem? É a vez de lembrar da recomendação: “Faça aos outros o que deseja que os outros lhe façam”.

Perdoar uma ofensa... Eis uma das coisas mais difíceis do mundo. O perdão é divino. A vingança é diabólica. Perdoar e esquecer. Errado quem diz: perdôo mas não esqueço. Mas, só perdoando é que encontraremos paz e amor. Haverá coisa melhor na vida?

Perguntaram a Gandhi, se ele perdoava e a resposta veio rápida: “Não perdoo, por que nunca me sinto ofendido”.

Lembremos que Jesus, um ser tão puro, nunca deixou de erguer o seu bonito olhar para cima e conversar com o Pai. E sua maior lição foi o grande perdão, diante da multidão que o crucificou: “Pai, perdoa-os por que eles não sabem o que fazem”...

D os personagens do Evangelho, José, pai de Jesus, eu muito admiro. Homem simples, humilde, carpinteiro – aqui para nós, quase não se fala n...

Dos personagens do Evangelho, José, pai de Jesus, eu muito admiro. Homem simples, humilde, carpinteiro – aqui para nós, quase não se fala nele. É o contrário de Maria, que esteve presente em muitos episódios do Evangelho, a começar pelo primeiro milagre de Jesus que foi a transformação da água em vinho.

José não teve tempo para nada. Vivia o tempo todo na carpintaria. Fabricou, decerto, muitos móveis: mesa, cadeira. Espero que não tenha fabricado nenhuma cruz. Muito menos a que crucificaram Jesus. Até rimou.

É verdade que o Mestre se referia, muitas vezes, ao Pai que está no Céu, com quem sempre dialogava. Chegou a dizer, certa vez, “eu e o Pai somos um”.

Mas, enquanto Jesus saía pelo mundo, semeando a Boa Nova, em companhia dos apóstolos, José suava no trabalho da carpintaria. Não dispôs de tempo nem de ouvir parte do Sermão da Montanha, de ver os chamados milagres do Mestre, de comer o pão e o peixe que ele multiplicou.

José... Quanta humildade, quanto silêncio sobre sua vida! O dia todo trabalhando. Ele não teve tempo nem de ir com Maria e Jesus à Festa de Jerusalém, quando Jesus desapareceu das vistas da mãe e foi conversar com os doutores. E a mãe não compreendeu essa momentânea ausência do filho, reprendendo-o. Não compreendia, ainda, a sua missão.

José fabricou móveis, e, decerto, muitas cruzes. Mas, repetimos, tomara que não tenha sido a de Jesus. E, pensando bem, será que Jesus chegou a ajudá-lo na carpintaria?

José, pai de Jesus, é pouco lembrado pelos evangelistas. Ao contrário da mãe, que é citada em vários momentos do Evangelho.

Mas, está me dizendo a consciência que o povo soube homenagear o pai de Jesus, pois grande é número de pessoas chamadas José. Há até um poema de Carlos Drummond de Andrade intitulado “E agora, José?

Apesar de José, o pai de Jesus, ser pouco citado no Evangelho, não acontece o mesmo com o Pai do Céu. Na prece que usou paa ensinar a como devemos orar, Ele inicia dizendo: “Pai Nosso que estás no céu”.

Todavia, não esqueçamos o carpinteiro, que trabalhava tanto que não tinha tempo para ouvir o filho. Certamente, chegavam-lhe notícias assim: “Jesus passeou sobre o mar”; “Jesus ressuscitou paralíticos, cegos e leprosos”; “Jesus multiplicou pães e peixes; “Jesus teve os pés banhados pelas lágrimas de uma mulher chamada pecadora”; “Jesus conversou com uma samaritana, a quem ele fez referência à água vive e à água morta”.

A verdade é que José, o pai de Jesus, deu uma grande lição: A lição da humildade.

T em a música. A música é um milagre. Tem aquele sorriso da criança, ainda no berço. Tem aquela borboleta saltitando sobre as flores de um j...

Tem a música. A música é um milagre. Tem aquele sorriso da criança, ainda no berço. Tem aquela borboleta saltitando sobre as flores de um jardim. Tem o vento, seja em forma de brisa, seja na violência de um vendaval, dando vida a tudo. O vento é que dá alegria à paisagem, faz a Natureza dançar.

Tem aquela lágrima escorrendo pelo rosto sofrido. A lágrima é a água da dor, da saudade, do sofrimento. Tem a água do suor, a água do trabalho. Preguiçoso não sua. E o que dizer da água chamada sangue, que é vermelha para chamar a atenção da gente. E da água que está presente em 70% de nosso corpo?

Tem a água do mar, que é salgada. Se fosse doce, no instante apodreceria. Deus sabe o que faz. Mesmo assim, ainda tentam poluir o mar.

A água está em tudo. Na cachoeira, como que brincando de se escorregar. E que paz ela nos dá…. Vi muitas na Nova Zelândia. E vi uma lá na Islândia, muito pequena, que dava para ficar embaixo dela.

Não há maior sofrimento do que uma longa sede. E Jesus pediu água aos seus acusadores e eles lhe deram vinagre.

Escute o óbvio: a água é tudo, nesta vida. O danado é que chegam a embebedar a bichinha, misturando-a com álcool.

Existe a pedra. A pedra é forte. Jesus chamou Pedro de pedra e o poeta Drumond disse que “havia uma pedra no caminho”...

E para terminar, reflitamos: Quem é mais forte, a água ou a pedra? Depende. A resposta talvez esteja no ditado: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. E fura mesmo.

E Jesus queixou-se, um dia, dizendo que os pássaros têm seus ninhos, as raposas seus covis, mas ele não tinha uma pedra para repousar a cabeça...

S im, que festa foi essa? Foi na tradicional Festa da Páscoa, em Jerusalém. Muita gente na rua, muita gente de fora. Não se pensava noutra c...

Sim, que festa foi essa? Foi na tradicional Festa da Páscoa, em Jerusalém. Muita gente na rua, muita gente de fora. Não se pensava noutra coisa.

E não é que Maria, a mãe de Jesus, foi com os amigos participar da tradicional festa? Mais ainda: não é que Jesus estava em companhia da mãe e amigos a caminho de Jerusalém? Só Jesus permanecia calado, como se fosse um adulto, como se estivesse refletindo sobre um compromisso que tinha, como se não fosse para uma festa. ...

Jesus numa festa se divertindo, esquecido de sua missão… Seria possível isto? Ele que veio ao mundo para curar, ensinar o Evangelho, a chamada Boa Nova?

Pois bem, houve a festa, todos curtiram, e agora se reuniram para a longa jornada de volta. Maria não cabia em si de contente. Todos iam caminhando a pé. Caminhando e conversando. Conversando e sorrindo, comentando sobre a Páscoa.

Muita gente subindo até chegar a Jerusalém. Aí veio um medo em Maria, pois não avistava o filho, Jesua. Mas, com tanta gente, não daria para ele se perder. Afinal, Maria era a responsável pela turma. Daí não perder de vista os que iam com ela.

Mas – espere aí – cadê Jesus? Não, não é possível. Quis chorar. Jesus não acompanhava o grupo chefiado por ela. Menino de doze anos, perdido na multidão. Ela alertou a todos pelo que estava acontecendo. Maria chorava, chorava muito. Cadê Jesus, meu querido filho…. Ai – pensou - teve uma intuição, será que ele ficou em Jerusalém, e está no templo? Afinal o seu filho não é de festa. Sim, será que Jesus foi ao templo orar ou meditar?

E Maria voltou e foi ao templo. Dito e feito, o menino estava lá. Mas não estava rezando, nem pensando, como era de seu costume. Ele estava, ora vejam só, discutindo com os doutores. Um garoto de 12 anos debatendo com velhos e eruditos senhores. E Maria chegou a repreendê-lo, ao que Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?”

E Maria o convenceu a voltar com ela. E todos voltavam para casa, cansados e pensando na festa. Mas, Jesus não cabia em si de contente. Aprendeu muito com os doutores, e estes, por sua vez, ouviram coisas da boca do menino que os encantaram. Era o começo da Boa Nova.

D as cidades estrangeiras que visitei, não me esqueço da aristocrática Viena. Cidade de um silêncio encantador. Quando lá cheguei, pela prim...

Das cidades estrangeiras que visitei, não me esqueço da aristocrática Viena. Cidade de um silêncio encantador. Quando lá cheguei, pela primeira vez, vi logo mocinhas lindas, risonhas, vendendo bilhetes para festivais de música. A estátua de Mozart me chamou a atenção. A de Beethoven também. Viena é silenciosa que faz gosto.

Mas, ir à Viena e não visitar a casa de Freud comete-se um pecado turístico ou cultural, como queiram.

Subi a escadaria do prédio que dá para o seu apartamento, hoje museu, com o coração na mão, ouvindo o ranger de seus degraus. Passei, ali, bons momentos. Deixei lá um dos meus livros e pronto. Ao meu lado, Alaurinda, Germano e Davi dividiam comigo as fortes emoções.

Freud fazia cooper à noite, de paletó e gravata. Cuidava, assim, da sua saúde. Mas o grande psicanalista fumava. Fumava muito e adquiriu um câncer na boca. Ah, quanto sofrimento, já no fim da vida. E o câncer da boca exalava tanto mau cheiro que o gato do psicanalista não suportava. Corria de sua presença.

Pobre Freud. Tão inteligente, tão culto e se deixar morrer pelo fumo.

Freud nasceu em Viena, mas, se não estou enganado, terminou seus dias em Londres. E eu cheguei a visitar a sua casa na capital inglesa, num local privilegiado, cheio de silêncio, jardins e paz, onde o canto dos pássaros nas árvores da bucólica rua me chamou a atenção.

E Freud, tão inteligente, tão culto, tão estudioso, que chegava a caminhar à noite, pelas ruas de Viena, foi dominado pelo charuto, pelo terrível vício do fumo…

Ao ponto de seu estimado gato, como já disse, sair de perto dele devido ao fedor que exalava de sua boca cancerosa.

N ão é possível que você não saiba que Jesus, dentre os numerosos chamados milagres, transformou água em vinho. E fez isto numa festa de cas...

Não é possível que você não saiba que Jesus, dentre os numerosos chamados milagres, transformou água em vinho. E fez isto numa festa de casamento. Mas, o fez, atendendo a um pedido da mãe. Mulher, já sabem, não quer ver ninguém constrangido.

Tenho certeza que o Mestre foi a essa festa sem muito entusiasmo. Ele veio ao mundo para ensinar, para curar. Não tinha tempo a perder.

E aconteceu o que ninguém esperava: Faltou vinho no meio da festa. E Maria não pensou duas vezes, correu até o filho e informou: Acabou-se o vinho e os convidados estão sem ter o que beber. A resposta do meigo nazareno veio logo, Uma resposta um pouco seca. Sim, não havia chegado, ainda, a vez de ele praticar os seus milagres. No entanto, terminou transformando água em vinho.

Eis aí dois símbolos: o da água e o do álcool. Dir-se-ia que o vinho é o entusiasmo. Esta a verdadeira simbologia. O resultado é que todos ficaram eufóricos e Maria feliz da vida.

Mas Jesus não veio para festas. Sua missão foi outra: ensinar, curar, orar, pregar, divinizar o homem.

A verdade é que a transformação da água em vinho foi o seu primeiro chamado milagre. E ele ainda relutou em fazer aquela transmutação. Daí ter dito à sua mãe: Ainda não chegou a minha hora.

Sim, a hora de transformar consciências, e não água em vinho. A hora de transformar o ódio em amor, a vingança no perdão, a ignorância na sabedoria, o efêmero no eterno.

A festa foi uma distração. E qual é a festa que não é distração? Na festa, o homem esquece a si mesmo. A distração é o avesso da conscientização. Todo mundo saiu daquela festa de casamento, chamada Bodas de Caná, esquecido de si mesmo, graças ao vinho.

Mas, Jesus, o que desejava mesmo fazer era dar o vinho da verdade. Aquela verdade que liberta, aquela verdade que Pilatos procurou e não achou. E lembrar que o nosso Machado de Assis comparou o vinho à verdade, quando disse, em Quincas Borba: “Não há vinho que embriague mais que a verdade”. Mas, Jesus, costumava dizer: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

Foi um momento emocionante aquele. Não estaria sonhando?... Eu, lá em cima, no monumental teatro - a Philarmonie de Paris - e ele, lá embaix...

Foi um momento emocionante aquele. Não estaria sonhando?... Eu, lá em cima, no monumental teatro - a Philarmonie de Paris - e ele, lá embaixo. Ia executar o Concerto nº 5, de Beethoven, para piano e orquestra. Concerto conhecido como “O Imperador”, de minha predileção.

Olhei para baixo. Gente como diabo. Gente, por sinal, muito chique. A Paris culta, decerto, estava, ali. E o pianista, baixinho, simpático, quem seria?...

Depois de um dia estressante de trabalho ou de estudo, nada melhor do que se jogar no sofá e se desligar do mundo, não é mesmo?



Depois de um dia estressante de trabalho ou de estudo, nada melhor do que se jogar no sofá e se desligar do mundo, não é mesmo?

A bramos a crônica relembrando as curas de Jesus, que foram muitas. Curou cegos, paralíticos, leprosos, obsidiados, usando como remédio a fé...

Abramos a crônica relembrando as curas de Jesus, que foram muitas. Curou cegos, paralíticos, leprosos, obsidiados, usando como remédio a fé. Tanto é assim que dizia ao curado: a tua fé te curou. E grande foi a sua decepção quando não conseguiu operar as suas curas em Nazaré, pois entre seu povo não havia fé. Daí o Mestre ter saído de lá dizendo “Nunca vi tanta incredulidade”...

E por incrível que pareça, Jesus curou cegos, limpando-lhes os olhos com cuspo. Aliás, faz muito tempo, ouvi dizer que um farmacêutico, lá de Bananeiras, restabeleceu a vista de muita gente, com cuspo.

Mas houve cego chamado Bartimeu que, mal sentiu Jesus se aproximar, e foi logo gritando. Muita gente procurou calá-lo, mas aí era que ele gritava. E Jesus para ter a certeza de sua fé, perguntou-lhe: “O que é que queres que te faça.? Bartimeu só fez gritar: “Que eu veja”.

Compadecido, disse Jesus: “Vai, a tua fé te salvou”. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.
Mas devemos lembrar que a nossa vida é um ato de fé. Estamos sempre contando com o amanhã. Estamos sempre dizendo: Até logo, até amanhã...

Dizem que o futuro a Deus pertence, sim, pois é esse futuro que está sempre presente na nossa existência.

O cego Bartimeu deu uma grande prova de sua fé. Mal sentiu a presença luminosa de Jesus, entusiasmou-se e correu para ele, certo de que seria curado.

Jesus produziu fenômenos admiráveis. Mesmo assim não acreditaram na sua missão divina. E a cruz foi o que souberam lhe dar.

Quantas curas, quanta desobsessão, quantos fenômenos, comunicação mediúnica: Passear sobre as ondas, multiplicar pães e peixes, transformar água em vinho, transfigurar-se e conversar com os ditos mortos.

Só um milagre ele não fez. E não fez porque não quis: sair daquela cruz. Sua missão teria de ser cumprida. Sua lição teria de ser dada,

Foi crucificado entre dois ladrões. O mau e o bom. Só o bom estaria no paraíso, o paraíso da consciência tranquila.

D esculpe-me o truísmo, mas deixe-me metaforizar as curas de Jesus, cujo Natal o mundo que o crucificou está comemorando, com muita festa, m...

Desculpe-me o truísmo, mas deixe-me metaforizar as curas de Jesus, cujo Natal o mundo que o crucificou está comemorando, com muita festa, muita comida, muito barulho. E a gente fica sem saber se o Natal é de Jesus ou de Papai Noel... É só indagar a uma criança: “Você deseja receber a visita de Papai Noel ou de Jesus?”

Continuemos. Eis um novo truísmo: Jesus foi, antes de tudo, um grande médico e dizia para todo mundo ouvir: “Os sãos não precisam de médicos”.

A verdade é que suas mãos curaram muita gente. Limparam leprosos, deram vista aos cegos, movimentaram paralíticos, e fizeram façanhas admiráveis: aplacaram tempestades, emudeceram trovões. As mãos que os homens pregaram numa cruz! Só aí é que suas mãos não puderam curar.

E que dizer das curas de Jesus? Sim, ele limpou leprosos, mas, muita gente, ainda hoje, está suja da lepra do egoísmo, do ódio, do orgulho. Ele também movimentou paralíticos, mas não falta quem esteja paralisado pela ociosidade, pela indolência, pela preguiça. Ele devolveu a visão aos cegos, todavia, outra maneira de cegueira continuou, pois, como diz o ditado, “o pior cego é aquele que não quer ver”. Que nega a verdade. Quer ver um exemplo? O médium Chico Xavier, de cultura primária, quase cego e ainda mais tapando os olhos com a mão, psicografou numerosas obras. Obras de caráter religioso, filosófico e cientifico. Sem computador, apenas com um lápis. Como é possível isto? E a cegueira de muitos continua negando a mediunidade...

Um fato curioso, é que, quase sempre, quando Jesus curava, dizia ao curado: “Tua fé te curou”. Viva o remédio da fé. E ele dizia mais. Dizia que bastava uma fé do tamanho de um grão de mostarda para mover uma montanha. Conclusão: Jesus precisava da fé do curado para curar. E há tanta gente sem fé por aí, cuja fé está apenas na boca, e não no coração.

Lembremos que Jesus não veio apenas curar, mas ensinar o caminho da verdade que liberta. E deu-nos uma receita maravilhosa: “Orai e vigiai para não entrardes em tentação”.

E viva a vigilância de nossos atos, dos nossos pensamentos, pois as tentações são muitas. Tentação do sexo, do dinheiro, do poder.

Mas além de médico, Jesus foi um extraordinário professor. E ensinando, contava histórias lindas chamadas parábolas. Vez por outra, estava testando os seus alunos, os apóstolos.

Certa manhã, entendeu de dar um passeio sobre o mar. Pedro, quando o viu, não quis acreditar. E Jesus, certamente, sorrindo, convidou: “Vem Pedro”. E o apóstolo chegou a pisar na água. Mas, bastou dar alguns passos, quando veio o medo de afundar. Aí Jesus o amparou, exclamando: “Ah, homem de pouca fé!...

Fé, eis o grande remédio contra a doença do medo. Quem tem fé, persevera, quem tem fé não desiste. E o mestre dos mestres ainda ensinou: “pedi e obtereis, buscai e achareis, batei e se abrir-vos-á”.

Amanhã, estaremos comemorando o seu nascimento. Nascimento não num palácio, mas numa humilde manjedoura, ao lado de animais domésticos. E pensar que as mãos daquele menino haveriam, mais adiante, de realizar grandes curas. As mesmas mãos que os homens pregariam, depois, impiedosamente, numa cruz.

C omo já disse em crônicas anteriores, sou um homem do calor e corro do frio como o diabo da cruz. Dizem que o inferno é quente. Nada de sor...

Como já disse em crônicas anteriores, sou um homem do calor e corro do frio como o diabo da cruz. Dizem que o inferno é quente. Nada de sorvete, como aquele que eu, há dias, saboreei no aeroporto de Lisboa.

Para você aquilatar como eu gosto do calor, basta lhe confessar que tomo banho com água quase fervendo.

Pelo meu gosto, nas minhas viagens internacionais, só visitaria as cidades no verão. Sou um nordestino autêntico. Mil vezes Patos, do nosso Nordeste, a Londres. Mas por isso não vamos deixar de visitar as cidades geladas, como esta Luxemburgo que Germano, capitão da nossa equipe, colocou em nosso itinerário. Confesso que bati os lábios de frio. Tive vontade de sair correndo do gelo á procura da brasa. O diabo é que nem acreditei quando o motorista de táxi informou que no verão faz mais calor do que aqui, na nossa capital. Confesso que não acreditei...

Aqui para nós, eu nunca vi cidade tão bela, de gente tão educada, tão limpa, cheia de silêncio. Sim, nada de buzinada de automóveis, muito menos, carro de som.

Luxemburgo é um luxo de cidade. Pena que eu seja um friorento e estávamos em pleno inverno. Cidade de gente elegante, fina, e bonita. Mas, quanto a isso, minha João Pessoa, a turística Jampa, com suas praias, sua bela vegetação, seu mar, não deve nada às cidades da Europa. Se não fosse a poluição sonora...

Deixo Luxemburgo, apesar de bela, sem desejo de voltar. Pelo menos no inverno. Mas o nosso grupo turístico já está inventando um novo passeio à Nova Zelândia, que espero não seja numa estação fria. O cronista que se cuide.

E termino com uma confissão: sou um homem friorento, nascido em Alagoa Nova, que para aliviar o frio, recorre à cachaça, não é, meu amigo confrade e conterrâneo, Wills Leal?

Ele é conhecido, em inglês, como binder clip , e, no Brasil, recebe o estranho nome de grampo mol . É usado, em geral, para prender papéis...



Ele é conhecido, em inglês, como binder clip, e, no Brasil, recebe o estranho nome de grampo mol. É usado, em geral, para prender papéis, mas sua versatilidade é admirável.

B onita a festa de posse de Abelardinho na Academia Paraibana de Letras, onde foi receber a imortalidade, que é o que todo mundo deseja. Afi...

Bonita a festa de posse de Abelardinho na Academia Paraibana de Letras, onde foi receber a imortalidade, que é o que todo mundo deseja. Afinal, ser imortal é não ser esquecido, e a gente deseja sempre ser lembrado.

Mas, vamos à festa da posse. O menino não precisa cantar como Roberto Carlos para dizer que deseja ter um milhão de amigos. Pois a Academia foi pequena para caber tanta gente, tantos amigos. E o presidente Damião Cavalcanti ainda achou de criar mais espaços para a casa da imortalidade. E aqui vai um destaque para o atual presidente. Ele está fazendo uma bela administração, o que nunca deixou de acontecer na Casa de Coriolano.

A verdade é que a nossa Academia estimula cada vez mais a pesquisa. Esta é a sua grande finalidade. Como grande também é a finalidade do congraçamento, a união cada vez mais firme de seus componentes. O acadêmico deve estar cada vez mais consciente do espírito de família que deve haver na entidade.

Voltando a Abelardo, ou Abelardinho, como é, carinhosamente, chamado, ele não cabia em si de contente. Fez o discurso de praxe, homenageou seu pai, o fidalgo Abelardo Jurema, e depois foi saudado pelo erudito e respeitável crítico e homem de letras, José Mário da Silva Branco.

E Abelardinho, num recanto da sala, morrendo de emoção. Imaginem o espírito de seu pai, o grande Abelardo, como estava feliz!

Esta posse do nosso Abelardo atraiu uma multidão, que, decerto, ficou maravilhada com o que viu. E Damião sorrindo de morrer.

Agora é a vez de dizer: Como é bom compartilhar. Como é bom sair de si para abraçar o outro. Como é bom ser humano. Só não gostei de saber que o meu amigo imortal, Wills Leal, não vai bem de saúde. Um espírito muito solidário, a quem desejamos plena recuperação.