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Viena, Freud e o gato

Das cidades estrangeiras que visitei, não me esqueço da aristocrática Viena. Cidade de um silêncio encantador. Quando lá cheguei, pela primeira vez, vi logo mocinhas lindas, risonhas, vendendo bilhetes para festivais de música. A estátua de Mozart me chamou a atenção. A de Beethoven também. Viena é silenciosa que faz gosto.

Mas, ir à Viena e não visitar a casa de Freud comete-se um pecado turístico ou cultural, como queiram.

Subi a escadaria do prédio que dá para o seu apartamento, hoje museu, com o coração na mão, ouvindo o ranger de seus degraus. Passei, ali, bons momentos. Deixei lá um dos meus livros e pronto. Ao meu lado, Alaurinda, Germano e Davi dividiam comigo as fortes emoções.

Freud fazia cooper à noite, de paletó e gravata. Cuidava, assim, da sua saúde. Mas o grande psicanalista fumava. Fumava muito e adquiriu um câncer na boca. Ah, quanto sofrimento, já no fim da vida. E o câncer da boca exalava tanto mau cheiro que o gato do psicanalista não suportava. Corria de sua presença.

Pobre Freud. Tão inteligente, tão culto e se deixar morrer pelo fumo.

Freud nasceu em Viena, mas, se não estou enganado, terminou seus dias em Londres. E eu cheguei a visitar a sua casa na capital inglesa, num local privilegiado, cheio de silêncio, jardins e paz, onde o canto dos pássaros nas árvores da bucólica rua me chamou a atenção.

E Freud, tão inteligente, tão culto, tão estudioso, que chegava a caminhar à noite, pelas ruas de Viena, foi dominado pelo charuto, pelo terrível vício do fumo…

Ao ponto de seu estimado gato, como já disse, sair de perto dele devido ao fedor que exalava de sua boca cancerosa.

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