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Não foi à toa que o Concilio Vaticano II realizou significativa (e oportuna) revolução religiosa, por volta da década de 60. Estudava eu ainda no Seminário quando o Latim foi abolido nas missas em diversas partes do planeta. O objetivo básico consistiu em tornar acessível a cerimônia aos principais interessados, os chamados “fiéis”, facilitando-lhes a compreensão das palavras pronunciados pelo padre.

Falar sobre a crônica de Luiz Augusto , como forma de lembrar seu aniversário, representa muito mais que um esforço analítico para captar e...

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Falar sobre a crônica de Luiz Augusto, como forma de lembrar seu aniversário, representa muito mais que um esforço analítico para captar e expor suas preferências temáticas e a composição dos processos criativos que predominam em sua prosa poética. Significa, antes de tudo, um reencontro com a sua forma de ser mais definitiva, esta que se eternizou através da linguagem.

Tornou-se lugar-comum, na imprensa, reportar desastres previsíveis como “tragédias anunciadas”, influência evidente do belo título que é o ...

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Tornou-se lugar-comum, na imprensa, reportar desastres previsíveis como “tragédias anunciadas”, influência evidente do belo título que é o Crônica de uma Morte Anunciada, de Gabriel García Márquez. Claro que isso não é de hoje. Todo sujeito ciumento é um “Otelo”, desde que Shakespeare escreveu a peça a respeito do suplício do Mouro de Veneza. Todo homem excepcionalmente forte é um “Hércules”, desde que Eurípedes encenou a tragédia Heracles entre os gregos, Sêneca levou ao palco o Hércules sobre o Eta, entre os romanos.

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Do mesmo modo, toda viagem ou percurso repleto de percalços passou a ser “uma odisséia”, desde que Homero escreveu a história de Ulisses, cujo nome grego era Odisseu. Daí 2001 – Uma Odisséia no Espaço, o filme de Stanley Kubrik – daí Ulisses, o famoso romance de James Joyce, que consome cerca de 800 páginas pra contar o que foi um dia – 16 de junho de 1904 - na vida de um certo Leopold Bloom andando em Dublin.

Se esse caminho, porém, é de mais sofrimento do que aventura, o rótulo é o de “via-sacra”, “via-crúcis” ou “calvário”, por conta do peso do texto evangélico que transformou, também, todo traidor em “judas”, toda vítima em “cristo”, todo homem caridoso em “bom samaritano”, todo fim do mundo em “apocalipse”.

De igual modo, abrindo para o Velho Testamento, todo começo de qualquer coisa é “gênesis”, todo assassino é um “Caim”, todo lugar maravilhoso é um “paraíso”, toda debandada é um “êxodo”, toda enchente é um “dilúvio”, todo vidente é um “profeta”, toda figura com salvadora liderança é “messiânica”, toda decisão sábia é “salomônica”, todo embate desproporcional, tipo camundongo Jerry contra o gato Tom, Oliveiros contra Ferrabrás, Vietnã versus Estados Unidos, é uma luta de “Davi e Golias”.

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Quem nunca classificou alguma cena terrível de “dantesca”, por conta da Divina Comédia de Dante? Quem nunca chamou o herói de uma causa perdida – como Vitorino Papa Rabo, de Zé Lins; ou o Príncipe Michkin, de Dostoiévsky - de “quixotesco” devido à obra de Cervantes? Quem nunca disse que um sujeito em dúvida terrível é “hamletiano”? E não chamou um sofredor voluntário de “masoquista”, devido ao romance A Vênus de Peles , de Leopold Ritter von Sacher-Masoch, no qual um personagem somente chega ao orgasmo depois de surrado pelo amante da esposa? Claro que você acaba de se lembrar de que “sádico”, se deve ao Marquês de Sade e a seus romances – como Os 120 Dias de Sodoma.

Igualmente, “pantagruélico” é o comilão por excelência, desde que Rabelais escreveu seu romance Gargântua e Pantagruel, e “acaciana” é sempre uma figura pública tipo Conselheiro Acácio, pseudo-intelectual pomposo, desde que Eça de Queirós escreveu o romance O Primo Basílio.

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A quanto mulherengo já demos o nome de “casanova”, devido ao libertino escritor Giácomo Casanova, que – segundo afirma nos vinte e oito volumes de suas memórias – enumerou cento e vinte e duas mulheres que possuiu ao longo da vida! Ou de “Don Juan”, por causa do personagem fictício que, por suas inúmeras conquistas amorosas, compareceu em várias obras de arte, como a peça Don Juan Tenório, de José Zorrilla, e a ópera Don Giovanni, de Mozart! Quem já não disse que no meio do caminho há uma pedra e não se perguntou “e agora, José?”, graças a Drummond? Ou “que país é este?”, graças ao Affonso Romano de Sant'Anna?

Um dos casos mais famosos de apropriação desse tipo é o de Freud, que viu no personagem clássico de Sófocles – Édipo Rei – o protótipo do portador do complexo emocional que envolve amor e ódio na relação filho-mãe-pai, tendo Gustav Jung estabelecido a mesma relação filha-pai-mãe no Complexo de Electra, partindo das peças de Sófocles e Eurípedes que contam como essa personagem matou a mãe, Clitemnestra, pra vingar a morte do pai, Agamênon.

Quanta História por trás de cada palavra!


W. J. Solha é dramaturgo, artista plástico e poeta

O novo rejúbilo soou tão avantajado quanto o outro, e obrigava Agenor a um quase esforço de resistência para não fechar os olhos, novament...



O novo rejúbilo soou tão avantajado quanto o outro, e obrigava Agenor a um quase esforço de resistência para não fechar os olhos, novamente atingido pela inconveniência inesperada, profundamente desagradável, justamente num dos momentos mais pesarosos por que teve de passar na vida.

Há semanas ele achou um cantinho pra morar sem poder chamar de seu. Mesmo assim lá se aninhou decidindo adotá-lo.

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Há semanas ele achou
um cantinho pra morar
sem poder chamar de seu.
Mesmo assim lá se aninhou
decidindo adotá-lo.

Voz sumida, aquele murmúrio de palavras indistintas. Com a concha da mão imprenso o ouvido ao fone. Quem... por favor? O ciciar ainda não d...

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Voz sumida, aquele murmúrio de palavras indistintas. Com a concha da mão imprenso o ouvido ao fone. Quem... por favor? O ciciar ainda não diz se é de gente ou do vento. Melhora um pouco, é de gente mulher, sim. A impaciência relaxa para uma escuta mais calma, até fagueira. Os que chegam a essa distância de vida compreendem.

Vamos dançar? Se pudesse, hoje, te tiraria para dançar... Dançaríamos juntinhos, De rosto colado, E em teu ouvido, Eu cantaria baix...


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Vamos dançar?


Se pudesse, hoje, te tiraria para dançar...
Dançaríamos juntinhos,
De rosto colado,
E em teu ouvido,
Eu cantaria baixinho.

“Príamo julga-se o mais infeliz dos homens, por beijar a mão daquele que lhe matou o filho. Homero é que relata isto, e é um bom autor, não...

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“Príamo julga-se o mais infeliz dos homens, por beijar a mão daquele que lhe matou o filho. Homero é que relata isto, e é um bom autor, não obstante contá-lo em verso, mas há narrações exatas em verso, e até mau verso. Compara tu a situação de Príamo com a minha; eu acabava de louvar as virtudes do homem que recebera, defunto, aqueles olhos... É impossível que algum Homero não tirasse da minha situação muito melhor efeito, ou, quando menos, igual. Nem digas que nos faltam Homeros, pela causa apontada em Camões; não, senhor, faltam-nos, é certo, mas é porque os Príamos procuram a sombra e o silêncio. As lágrimas, se as têm, são enxugadas atrás da porta, para que as caras apareçam limpas e serenas; os discursos são antes de alegria que de melancolia, e tudo passa como se Aquiles não matasse Heitor.”

Cabo Branco e outros mares trago medos da barreira de cabo branco saudades de barracas e agueiros meu pai beliscando uma agulha o meni...

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Cabo Branco e outros mares


trago medos da barreira de cabo branco
saudades de barracas e agueiros
meu pai beliscando uma agulha
o menino que corria nas areias do sol

trago memórias do sal de tambaú
e do imponente hotel, cartão postal da maresia
lembranças do mercado, dos bares, da lua
o menino lambendo os dedos afrodisíacos

trago a solidão escura de manaíra
e o descampado vazio de seu calçadão
cantigas de nada para os pescadores da vida
cantigas de espumas nos pescados dos pratos

trago outros mares que jogam suas ondas em minha lida
bessa, e seus bares da moda
a penha, com seus hábitos populares
o seixas, onde o sol nasce primeiro
jacarapé, onde os corpos morrem primeiro

trago alegrias do cabo branco da infância
e medos, do cabo branco amanhã
trago dores e os banhos de sargaços na alma
trago suas tatuagens, marcando minha pele no azul do mar.



O beijo


o instante que precedeu o beijo
estava cheio de relâmpagos e trovões
coração disparado e muitos senões
querendo botar gosto ruim em meu desejo

o momento em que aconteceu o beijo
não tinha trovões, só nuvens
mas tinhas raios que anunciavam
o sol que brilhava até no Alentejo

o que aconteceu depois não foi lampejo
e não tem dicionário que defina
nada explica porque só essa menina
me deixa sem querer outro beijo.



Amigos


meus amigos guiaram ruas em itinerários
das acácias

alguns estão longe na retina
no sabor de jambo em paralelepípedos vermelhos
de jaguaribe

outros levaram meus pés para jogar
sonhos nas areias de um mar impúbere

àqueles acendiam poemas baseados em motivos surreais
na sala vazia do altiplano,
(temperados com gororobas deliciosas de morrison)

estes, mal chegaram e já saíram
(ficou um ou outro teimando a poesia).


* (Do livro, ainda inédito, “Cabo Branco e outros lugares que não estão no mapa”)


Linaldo Guedes é mestre em ciências da religião, jornalista e poeta

Milênios separam o paulista Paulo Vanzolini do velho Salomão, aquele mesmo, o bíblico. Mas não consigo ler um sem lembrar do outro. Ambo...

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Milênios separam o paulista Paulo Vanzolini do velho Salomão, aquele mesmo, o bíblico. Mas não consigo ler um sem lembrar do outro.

Ambos cantaram os mesmos temas: a angústia e o desespero de um coração partido. Mais: a humilhação suprema da busca por um amor vagabundo, perdido nas noites. Mais, ainda: a renúncia ao mínimo resquício de amor próprio, bem necessário ao equilíbrio e à sobriedade, ao comedimento e à compostura.

O lugar comum costuma asseverar que a solidão é a melhor companhia. A mística religiosa, enraizada nas representações sociais, enaltece a c...

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O lugar comum costuma asseverar que a solidão é a melhor companhia. A mística religiosa, enraizada nas representações sociais, enaltece a clausura como forma de se evitar o mal. O que se observa é que esse isolamento, na proporção que não faz o mal, igualmente não realiza o bem. Por acaso Deus quer eunucos?

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Involuntariamente, o mundo confinou as pessoas diante do flagelo da Covid-19. Ao invés de auto revelação ou iluminação interior, o que se tem visto é uma espécie de delirium pandêmico indutor do desespero, do sentimento de culpa e, em muitos casos, da recontagem da validade da vida.

Com isso, evidencia-se a saturação da futilidade valorativa de falsas exterioridades, veiculadas nas redes sociais. A fórceps, a pandemia tem obrigado a um caliginoso encontro consigo mesmo, impactado pelo conflito interno provindo de sonhos, desejos, pulsões e a inaptidão em mudar alguma coisa.

É aí que se acentua a baixo autoestima, um dos maiores problemas de uma contemporaneidade marcada pela fluidez dos relacionamentos em todos os aspectos. A primeira consequência é a autopiedade, consequente da percepção de que a idealização de si, ou de outrem, não passa de uma fantasia mental.

Através da autopiedade instaura-se um sentimento de invalidez mental que, além de adoecer fisicamente, introjeta uma sensação de inferioridade e de perda do sentido da vida, intensificado pela tendência decorrente da solidão em se relembrar apenas dos fatos dolorosos de uma vida que deveria ter sido, mas não é, segundo pueris idealizações. É que nesse estado a pessoa não consegue vislumbrar que o passado – por mais traumático que tenha sido – só existe enquanto categoria mental. Não é real!

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Em segundo lugar, decorrente da autopiedade, vem o sentimento de culpa, sentimento este reforçado por crenças religiosas limitantes que buscam na culpa a forma suprema para a introjeção do medo e da manipulação. Daí a preocupação com as classificadas vítimas do mundo, as quais devemos “salvá-las”, quando quem precisa de “salvação” é a nossa própria incolumidade psíquica.

E a “caridade” presunçosa que faz pelos outros o que eles sabem e podem fazer? E a caridade esmola, a mais fácil, sobretudo quando se chamam os meios de comunicação? O que é a verdadeira caridade quando a existência da verdade está reduzida à percepção que a pessoa tem desta?

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Nunca se necessitou tanto da máxima de Protágoras, talvez a maior expressão dos Sofistas, de que “o homem é a medida de todas as coisas”. Aristóteles também assevera que o homem é o que pensa. Desta maneira também pensava Marx, pensador que merece ser relido pela eterna “esquerda festiva”, no dizer do genial Nelson Rodrigues.

Temos o retrato de uma situação terrificante que não pode ser mais olhada e analisada através da moldura. A Covid-19 é o acicate, não para a desesperança efêmera consequente da fragilidade emocional, mas para novos olhares sobre a condição humana enquanto vontade de potência, na concepção de Nietzsche, de que o ser humano nasceu para carregar o estandarte nas batalhas, pois da maneira que não existe felicidade eterna, inexiste desgraça que dure a vida inteira.


Josinaldo Malaquias é pós-doutor em direito, doutor em sociologia e jornalista

A notícia, no início da semana passada, foi só um susto. Mas, nos dias seguintes, ela se fez dolorosamente real! Aos 92 anos, o catalão m...

ambiente de leitura carlos romero thamara duarte dom pedro casaldaliga causa indigena teoria da libertacao

A notícia, no início da semana passada, foi só um susto. Mas, nos dias seguintes, ela se fez dolorosamente real!

Aos 92 anos, o catalão mais brasileiro de quem já ouvi falar, calou sua voz nesta Terra. Sim, agora e verdade! Dom Pedro Casaldáliga partiu hoje, em direção à sua nova morada!

Você jamais será esquecido, Dom Pedro! Das nossas mentes. Dos nossos fazeres. Dos nossos corações
Estou muda... Sem saber o que dizer, multo embora enviasse energias e torcesse para que acontecesse o que de melhor fosse para ele, diante de um quadro tão grave de problemas: principalmente os respiratórios.

Meu coração para por uns instantes...Estou profundamente triste…

Dom Pedro Casaldáliga agora é um anjo, que há de estar, eterna e suavemente, sobrevoando sobre nós e a nossa casa, a nossa Terra.

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Dom Pedro Casaldáliga
No entanto, a falta do seu olhar, das ações e palavras que não teremos mais vão nos deixar ainda mais solitários e dispersos no amor ao próximo.

Fará imensurável falta a presença física de um dos seres mais belos e pulsantes que Deus colocou neste planeta: azul e de abundante água...

Como bispo de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga esteve sempre junto com o povo, num longo, amoroso e profundo caminho...

Você jamais será esquecido, Dom Pedro! Das nossas mentes. Dos nossos fazeres. Dos nossos corações.

Estou destroçada... Mas serei forte e serena, como o senhor sempre foi! Sei que seus ensinamentos e ações serão seguidos, compartilhados e multiplicados!

Salve a Teologia da Libertação!

Gratidão eterna pela sua grandeza, querido Servo da Vida e de Cristo!!!


Thamara Duarte é mestre em direitos humanos, ambientalista, e jornalista

Pode parecer aos mais impacientes que já não haja, a estas alturas, lugar para mais especulações a respeito da traição de Capitu, no célebr...

Ferreira Gullar Otto Lara Resende Hélio de Seixas Guimarães Ieda Lebensztayn Machado de Assis Dom Casmurro Capitu ambiente de leitura carlos romero francisco gil messias

Pode parecer aos mais impacientes que já não haja, a estas alturas, lugar para mais especulações a respeito da traição de Capitu, no célebre romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Realmente. Tanto já se escreveu sobre esse tema, admitindo-se ou negando-se a tal infidelidade, que talvez não se justifique voltar ao assunto, tido por esgotado. E, no entanto, volta-se. Exatamente porque essa é uma das características dos clássicos: sua inesgotabilidade, sua permanente provocação aos leitores, suscitando eternamente novas leituras e enfoques, e rejuvenescendo o que já parecia, aos mais apressados, definitivamente velho e exaurido. E Dom Casmurro, ninguém pode negar, é verdadeiramente um clássico de nossa letras, com potencial de se tornar um clássico das letras universais, caso um dia o mundo resolva descobrir nossos autores.

Para meu pai, Romero [ in memoriam ], uma saudade imensa; Para Juca, um pai querido, super amoroso, e de carne e osso; Para Fred, um pai ...

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Para meu pai, Romero [in memoriam], uma saudade imensa;
Para Juca, um pai querido, super amoroso, e de carne e osso;
Para Fred, um pai presente, por entre as Pitangas;
Para Flávio, uma vez, um quase-pai.


Hoje, domingo, comemora-se o Dia dos Pais. Enquanto comprava lembrancinhas para os “meus pais” queridos, aproveitei para presentear a mamãe aqui com algumas leituras, as quais recomendo:

Embora se tenha tornado, pela tradição popular, um mês aziago, o chamado mês do cachorro louco, Agosto, em sua origem, não é nada disso. Ag...

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Embora se tenha tornado, pela tradição popular, um mês aziago, o chamado mês do cachorro louco, Agosto, em sua origem, não é nada disso. Agosto vem de Augustus, uma homenagem a Octavius Augustus Caesar, o princeps,  conhecido mais comumente como o imperador romano César Augusto.

Em seu nascedouro este mês se chamou Sextīlis e era, de fato, o sexto do ano, numa referência à sua ordem no calendário romulano ou no calendário de Numa Pompílio, posterior ao de Rômulo, ambos do século VIII a.C. Mesmo que Numa tivesse acrescentado dois meses ao seu calendário – Janeiro e Fevereiro –, o mês Sextīlis continuou como sexto, tendo em vista que os meses acrescidos foram postos ao final do ano, depois de December, dezembro.

São outros tempos e as bandas fugiram dos coretos. O da Praça Venâncio Neiva: esquecido num canto do logradouro; o da Praça da Independênci...

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São outros tempos e as bandas fugiram dos coretos. O da Praça Venâncio Neiva: esquecido num canto do logradouro; o da Praça da Independência: invadido por flores.