Como muitos cineastas, Steven Spielberg cresceu sonhando em ser diretor de cinema. Corriam os anos 1950 quando o então adolescente Steven ...

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Como muitos cineastas, Steven Spielberg cresceu sonhando em ser diretor de cinema. Corriam os anos 1950 quando o então adolescente Steven Allan Spielberg, um judeu ortodoxo, nerd e fã de pulp fictions (não o filme, que ainda não havia sido rodado, mas as populares revistas de antigamente) de ação e ficção científica, até arriscou fazer algumas produtoras amadoras utilizando a câmera do pai.

A revista semanal “O Cruzeiro” foi um dos maiores sucessos editoriais do Brasil. Criada, em 1928, pelo jornalista paraibano Assis Chateaub...

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A revista semanal “O Cruzeiro” foi um dos maiores sucessos editoriais do Brasil. Criada, em 1928, pelo jornalista paraibano Assis Chateaubriand (Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, 1892-1968) alcançou, nos anos 1940, uma circulação média de 300 mil exemplares, quando a população do País era de 50 milhões de habitantes. Em 1954, a edição com o noticiário da morte de Getúlio Vargas chegou a vender cerca de 720 mil revistas. “O Cruzeiro” era o mais importante veículo do grande império de comunicação construído por Chateaubriand, que se tornou um dos brasileiros mais poderosos, ao ponto do jornalista Fernando Morais ter dado a sua biografia o título de “Chatô, o Rei do Brasil”.

Apesar de parcerias com vários compositores ligados à UFPB – José Alberto Kaplan, Ilza Nogueira , Carlos Anísio e Eli-Eri Moura – e com o...

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Apesar de parcerias com vários compositores ligados à UFPB – José Alberto Kaplan, Ilza Nogueira, Carlos Anísio e Eli-Eri Moura – e com o cineasta Marcus Vilar, do NUDOC, apesar de ter sido tema da monografia da atriz Suzy Lopes para seu bacharelado de teatro da mesma universidade e de ter o painel Homenagem a Shakespeare no auditório da reitoria, não tive formação acadêmica. Esse painel – de 1997 – e meu livro “Zé Américo foi Princeso no Trono da Monarquia”, de 84, em que penso ter demonstrado que “A Bagaceira” – teve (conscientemente ou não) influência do “Hamlet”, me remetem a uma ligação de João Batista de Brito, então do CCHLA (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes) convidando-me para dar uma palestra sobre Shakespeare num dos aniversários de nascimento e morte do Bardo, 23 de abril.

Quando Epitácio Pessoa, jovem ministro de Campos Sales, decidiu confiar a Clóvis Bevilacqua, seu contemporâneo da Faculdade de Recife, a c...

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Quando Epitácio Pessoa, jovem ministro de Campos Sales, decidiu confiar a Clóvis Bevilacqua, seu contemporâneo da Faculdade de Recife, a codificação das nossas leis civis, Ruy Barbosa virou a fera que era de esperar do jurista de opulenta expressão da língua no pináculo do seu prestígio. “É um rasgo do coração e não da cabeça” – reagiu certamente seguido pela opinião de todo o Brasil, exceção do Ceará. E entre decorrências grandes e pequenas, réplicas e tréplicas, veio a polêmica célebre entre Ruy e o baiano Ernesto Carneiro Ribeiro.

Traduzir não é tarefa fácil. Traduzir línguas clássicas, que já não se utilizam no cotidiano, como o grego arcaico de Homero é ainda mais ...

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Traduzir não é tarefa fácil. Traduzir línguas clássicas, que já não se utilizam no cotidiano, como o grego arcaico de Homero é ainda mais complexo. A tradução per se requer paciência e conhecimento mais do que as duas línguas, a que se traduz e a que acolhe a tradução. Os pontos de partida e de chegada, portanto, devem ser conhecidos. Mas não é o bastante. É preciso que se conheça o contexto e o assunto do que se traduz. No caso de tradução de texto literário, é preciso que se conheça o autor, seu estilo e a estrutura do texto que se traduz. Além disso, precisamos ter a consciência de que não existe a tradução, mas uma tradução possível naquele momento, quando nos referimos aos clássicos.

A água escorria pela biqueira após chocar-se com força no teto e escorregar pelo leito das telhas. Era um chuveiro de alegria que deslizav...

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A água escorria pela biqueira após chocar-se com força no teto e escorregar pelo leito das telhas. Era um chuveiro de alegria que deslizava pela lateral da casa. E seguia trazendo felicidades ao encontrar o elemento terra. Aliás, presenteava-a com perfume, a fragrância terra molhada, gosto de infância.

Tem gente achando que eu sou avesso ao progresso, às modernidades. Nada disso, mas há coisas que nasceram e vão ficar do jeito que foram...

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Tem gente achando que eu sou avesso ao progresso, às modernidades. Nada disso, mas há coisas que nasceram e vão ficar do jeito que foram inventadas. Para sempre! Querem um exemplo? O limpador de para-brisas. Ou não é? O tempo passa, os modelos de carros evoluem, mas aquelas duas varetas desajeitadas são daquele jeito desde o tempo do “Ford Bigode”. Não vislumbro alguma possibilidade de mudança a curto prazo.

Eu revi, no Canal Curta, retransmitido pela NET, “O Engenho de Zé Lins”, filme rodado em Pilar e em partes diversas do País onde Vladimir ...

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Eu revi, no Canal Curta, retransmitido pela NET, “O Engenho de Zé Lins”, filme rodado em Pilar e em partes diversas do País onde Vladimir Carvalho foi buscar depoimentos acerca da vida e da morte daquele que melhor expôs a saga do Nordeste açucareiro. Nele, os dramas atinentes ao advento das usinas e à consequente falência política e econômica dos antigos donos de banguês.

Os que são do meu tempo haverão de lembrar uns tais cadernos de confidências que as meninas produziam e entregavam a alguns privilegiado...

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Os que são do meu tempo haverão de lembrar uns tais cadernos de confidências que as meninas produziam e entregavam a alguns privilegiados para preencherem. Em cada página havia uma pergunta para os mancebos escolhidos responderem. Não ser convidado para participar desses tais cadernos era o mesmo que ser chamado de feio ou idiota. Tremenda frustração.

Passou o tempo e com o advento da internet surgiram os grupos de zap. Eles têm de um tudo, desde os grupos de família até grupos de profissão, passando por grupos de amigos - esses sim, o motivo deste escrito.

O olhar tem a velocidade da luz. Instantâneo, fulminante, radiográfico. Por ele flui o pensamento, ainda mais veloz. Quisera o olhar pud...

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O olhar tem a velocidade da luz. Instantâneo, fulminante, radiográfico. Por ele flui o pensamento, ainda mais veloz. Quisera o olhar pudesse se acostar ao pensar e ser mais rápido que a luz.

Dos sentidos, o mais misterioso. O olhar fita, filtra, traduz em cores o que capta a íris. E pelo espectro mágico se faz pensamento, impressão, emoção. Tudo é bom quando é bom o olhar, já dizia Jesus.

Para as Mulheres Velhas. E as Jovens também. Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos ...

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Para as Mulheres Velhas. E as Jovens também.

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face?

Sinto a cidade do meu jeito. Gosto do paradoxo que mora nas ruas vazias, cheias de histórias para contar. Ruas feitas por gente e cheias ...

Sinto a cidade do meu jeito. Gosto do paradoxo que mora nas ruas vazias, cheias de histórias para contar. Ruas feitas por gente e cheias de ausência me apetecem. Meu olfato suga as histórias que ali ecoam. Memórias guardadas nas paredes, folhas, chão. Consigo ouvi-las quando transbordam na falta de transeuntes. Penso que em mim confiam e como nem tudo são flores (às vezes são folhas), as memórias entregam-me as pedras que encontram no caminho.

Distinguido por Josélio Carneiro para entrevista destinada ao livro que escreve sobre a Associação de Imprensa, duas lideranças sobressaír...

adalberto barreto jose leal api associacao paraibana imprensa
Distinguido por Josélio Carneiro para entrevista destinada ao livro que escreve sobre a Associação de Imprensa, duas lideranças sobressaíram por si mesmas, no correr da sua perenidade, como se a ausência nevoenta perdesse o seu tempo: Adalberto de Araújo Barreto e o velho José Leal, um dos fundadores, construtor da sede e presidente por mais de vinte anos.

Primeiro foi o anjo torto que mandou ser gauche na vida. Atendeu a ordem e tornou-se o sumo poeta brasileiro. Debaixo de mangueiras lia a ...

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Primeiro foi o anjo torto que mandou ser gauche na vida. Atendeu a ordem e tornou-se o sumo poeta brasileiro. Debaixo de mangueiras lia a história de Robinson Crusoé. Num meio-dia de luz branda uma voz de ninar vinda dos longes da senzala trouxe acalento, recordava que nunca esqueceu do café quente da preta amorosa, enquanto sua mãe cosendo olhava para o garoto que dormia no berço e o pai campeava pelo mato sem fim da fazenda. Até que despertou para a vida.

Pequenino e elétrico, o pintor paraibano IVAN FREITAS (1932—2006) formou vivo contraste com a própria obra. Não raro era visto em estado d...

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Pequenino e elétrico, o pintor paraibano IVAN FREITAS (1932—2006) formou vivo contraste com a própria obra. Não raro era visto em estado de mal disfarçada irritação e impaciência, como se acabado de constatar que ele e aquilo que mais procura divergem de lugar, nem sequer estão próximos, nem há muito tempo antes que tenha de empreender a busca inevitável.

O Evangelho de hoje pode nos levar a um campo minado se não soubermos interpretar bem, de acordo com o contexto em que ele aconteceu. Je...

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O Evangelho de hoje pode nos levar a um campo minado se não soubermos interpretar bem, de acordo com o contexto em que ele aconteceu.

Jesus está no meio de um discurso em que prepara seus discípulos para saírem em missão. As palavras são fortes: