Embora muitos considerem o concretismo uma retomada do espírito vanguardista de 22, o fato é qu...
Quintana entre o humor e a ironia
Na origem, um galo muito metido a besta achava que o sol só nascia porque ele cantava. Toda madrugada ele cacarejava e só depois o sol nas...
Nossos galos de Chantecler
Aqui na Paraíba eu já conheci uns quantos “galos” de Chantecler.
O andar arrastado, de pés sem cavas, levantava uma poeira fina que ia tornando fantasmagórica a imagem do velho homem, ante a reverberação...
A refeição
As cabaças, abastecidas no porão da represa com algumas dezenas de preciosos litros d’água, penduradas no pau de aroeira roliço, atravessado no trapézio nu, retesado e caloso, balouçavam obedientes à cadência marcial das passadas, ressumando gotículas prateadas de uma chuva inútil, que evaporava ao rés do chão.
Na cintura, um retraço de cordame segurando os calções de um madapolão mole, furta-cor de tão gasto, fazia barreira ao suor que lavava, abundante, o torso habituado aos grandes esforços. Ainda que sem um grama sequer nas costas, ninguém alcançaria a marcha forçada daquele conjunto de pesos e contrapesos, equilibrado como uma equação newtoniana, flutuando em meio à quentura que emanava de toda parte, a quentura sólida do semiárido. O embornal de couro de boi, presente de Padrinho, com a cinta larga atravessando, desde o ombro esquerdo, todo o tórax, até à cintura, completava os paramentos.
Um pouco mais atrás, num trote ritmado, o cachorro vira-lata pedrês, miúdo e arrepiado, arquejante, acompanhava os passos do dono com desinteressada atenção. Conhecia cada seixo, cada lagartixa, cada pardal daquele caminho de roça. As nuances aromáticas das suas urinadas frenéticas voluteavam em ondas familiares, demarcando o território e imprimindo ao trajeto toda a segurança de que o grupo necessitava. Não havia o menor sinal de perigo.
Meio sentado numa pedra, desafiando a gravidade no trecho em que a parede do balde mais se inclinava em direção à linha d’água, o menino alourado de pele tostada e cabelos espessos assistia àquele cortejo, com os olhos brilhantes, mastigando um talo do capim-santo que, cintilante, atapetava a encosta íngreme.
Logo que os olhares se cruzaram, os dentes do homem, de uma brancura polar, emergiram num largo e genuíno sorriso, como se um copo de água fresca se lhe apresentasse alguns metros adiante. O cão, farejando o ar e agitando a cauda descarnada, apressou o passo, dando pequenos rodeios, levantando mais corpúsculos da terra cor de ouro. A procissão chegara ao auge nesse encontro e o menino, ágil que nem filhote de jaguatirica, levantou-se de um pulo e correu para a tropa, mirando o embornal.
— Trouxeste para a gente o quê?
O homem parou lentamente, deu um longo suspiro e, dobrando os joelhos com o corpo ereto, descarregou no chão os recipientes, pousando sobre estes, cuidadosamente, a trave de madeira: o carregamento era por demais valioso.
— Eu já disse que essa encosta escorrega e quando vosmecê cuidar... tchibum! Está nadando com as piabas! – disse, rindo ainda mais e entregando o embornal ao menino, enquanto o cachorro, excitado, soltava breves latidos esganiçados.
O menino desenlaçou, ávido, a presilha e vasculhou o conteúdo do bisaco com o rosto quase enfiado na abertura, sorvendo o cheiro de couro curtido. Retirou de lá um embrulho quadrado, coberto com folha de bananeira atada com sisal, e outro maior, irregular, cujo conteúdo achava-se enrolado num pano fino, manchado. Um odre de pelica, fechado por uma rolha, continha a água de beber.
— Rolinha assada ou nambu? Será uma costela ou um pernil? Fala logo! — perguntou o menino, sem abrir os invólucros, mas com a saliva escorrendo das comissuras dos lábios.
— Vamos comer, seu cabrito guloso, é melhor do que adivinhar! — Respondeu o homem com ternura, recolocando a trave de madeira nos ombros e amarrando as cabaças nos cipós.
Seguido pelo cão, descendo a parede no ângulo oposto à lâmina do açude, com juvenil habilidade a despeito dos compridos anos de vida rural, o homem tomou o sentido de um umbuzeiro centenário, sob cuja copa, tão desgrenhada quanto frondosa, dormitava um bando de patos de penugem preta e branca, com os bicos chatos enfiados nas asas.
Na sombra fresca e acolhedora, a matilha acomodada se preparou para a refeição: o homem passou as mãos, à guisa de limpeza, pelo solo do espaço preferido, bem sombreado, e sentou-se com os membros inferiores recolhidos de um só lado do corpo, parecendo absolutamente relaxado. O menino, impaciente, abancou-se também, cruzando as pernas sob si. E o animal, depois de enxotar os patos com canina autoridade, deitou-se ao redor, como que fechando o círculo, cônscio da importância da sua presença naquele convescote.
Depois de breve ablução das mãos e rostos com a água retirada do odre, o primeiro pacote foi ritualisticamente aberto sobre o relvado, mostrando uma rapadura média, cor de argila, cujo cheiro marcante, agridoce, do melaço que lhe originara acendeu as narinas dos comensais, fazendo o menino arregalar os olhos e o cachorro esticar as orelhas. Como se não bastasse, torresmos de castanha de caju assada sobressaiam aqui e ali da superfície suculenta do petisco de cana-de-açúcar.
Sem tocar na rapadura, o homem desenrolou cautelosamente o segundo embrulho, como quem manuseia uma preciosidade. Para decepção do menino, revelou-se uma pasta disforme esverdeada, da qual minava um líquido amarelo. A repulsa fê-lo recuar, arrastando-se para trás sobre os joelhos dobrados.
— Que é isso?
— É uma coisa que eu preparei para vosmecê comer hoje, antes da rapadura — respondeu o homem com os olhos bem fixos nos do menino.
— Como lá essa coisa de jeito nenhum! — zangou-se o menino, já fazendo menção de levantar-se.
— Ouça-me — retrucou gentilmente o homem - Está na hora de vosmecê aprender que os animais de Deus são nossos irmãos e que existem outras maneiras de matar a fome sem precisar deitar rês nem criação. Matute aí vosmecê o que os bichinhos sentem quando a marreta avoa no toutiço deles, derribando-os sem dó nem piedade. Ou quando a pedra de funda abre a cabecinha da codorniz, quebra a asa da arribaçã... E ainda o peixinho endoidecendo pelo ar, com o anzol espetado no céu da boca?
Fez-se silêncio e um bem-te-vi voejou por sobre o trio, pousando alguns metros adiante, numa galha abaixada da árvore. Pouco mais, seu par fez o mesmo percurso, e ambos, em plateia, quedaram-se a assistir a conversa. Os patos retornaram em fila indiana, acomodando-se perto do tronco e longe do cachorro. Uma vaca mugiu alto no horizonte, decerto exortando sua cria. O sol atingira o zênite e o dossel do generoso vegetal ofertava abrigo a todas as criaturas, livrando-as da inclemência do astro-rei no seu clímax. O homem prosseguiu.
— Esperei com paciência vosmecê sair do mimo e ficar mais taludo para lhe dizer isto: não se come carne de bicho vivo nenhum. Os ovinhos e o leite, desde que não careça do sacrifício ao ente e à ninhada, pode ser; tem a hora de recolhê-los sem prejuízo. Mas matar para comer? Não se pode... Não nos é permitido... — e meneou a cabeça, com uma manifestação pia nos olhos cansados.
— Agora, queria que vosmecê sossegasse e provasse o que eu preparei, receita velha da minha terra, para depois assuntar por vosmecê mesmo — continuou. — Se vosmecê não gostar do preparado, não lhe aporrinho mais. Fui eu mesmo que fiz, com esse instrumento aqui — a abriu as mãos em leque para o menino.
Contrariando os sentidos e mercê do afeto e da confiança que nutria pelo homem, o menino juntou os dedos indicador e médio, raspou a pasta, levando-a imediatamente à boca.
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À minha mãe
Orfandade, Adélia Prado
No próximo mês, dia 25 de dezembro, se assim tiver de ser, minha mãe fará 94 anos de vida. Nunca imaginei ter uma mãe com 80, 90, pois a minha sempre foi jovem, muito jovem, e depois, filho nunca acha, nem quer, que a mãe envelheça. Gostaria de hoje, neste espaço público, falar da minha mãe, Terezinha. Já falei dela em outras crônicas: da sua comida, da sua costura, do seu olhar poético diante da vida, da sua amargura, enfim... hoje quero falar de herança, herança materna, e, claro, heranças boas.
Somos quatro filhas. E somente na idade adulta entendi o significado de se ter filhas mulheres. Ironicamente eu só tenho filhos homens. Os Freuds e os Lacans da vida se debruçaram noites sobre esse tema, as feministas então... Relação difícil, emblemática, cheia de sentimentos ambíguos, dificuldades, competições inconscientes, e conscientes, disputas de poder pelo pai, enfim... muita terapia para dar conta dessa relação que transcende os úteros.
Da minha mãe herdei muito. Primeiro os olhos amarelos, cor de burro quando foge. Pois no verão ficam esverdeados, e escurecidos quando anoitecem. Sempre foram as minhas janelas da alma, tanto na beleza, quanto na capacidade de contemplar e ver o mundo. Minha mãe se emociona com o mundo e com a vida cotidianamente. Eu puxei isso dela. Sou uma eterna replicante que observa e extrai prazer de tudo o que os olhos alcançam. A beleza me emociona em todos os instantes do dia. E sou gratíssima por esse gen que gosta dos Ipês e do horizonte do mar.
Dizem todos por aí que nenhuma das filhas puxou à sua beleza. Concordo. Quando olho aquela sua foto no auge dos seus 17 anos, de luto pela perda da mãe, com os cabelos em debruns, e a Lagoa ao fundo, linda... e com ares de Ingrid Bergman ouvindo “a kiss is just a kiss”. Meu pai sempre me dizia que a sua beleza o seduziu, e que ficou literalmente embriagado pelos seus traços das divas de cinema.
A minha mãe é também uma sobrevivente. Sempre dura na queda como diz a canção infantil: “Terezinha de Jesus deu uma queda e foi ao chão... Terezinha levantou-se, levantou-se lá do chão...”. E de queda em queda ela, assim como Fênix, achava sempre uma brecha para renascer das cinzas.
Minha mãe nasceu fora de época. Era para estar nascendo agora, no século XXI. Viveu em tempos sombrios para as mulheres e nunca gostou das amarras do seu tempo. Gostava de ler os almanaques da vida; estudou no Lyceu, teve aulas de francês, costurava sua própria roupa, mas perdeu a mãe muito cedo e teve que trabalhar para o seu sustento na Saboaria Paraibana.
Sempre falava de como andava a pé no sol quente para o trabalho, e de como guardava suas saias embaixo do colchão para não amassar. Depois, com o casamento, não teve muito sossego. Casou-se numa época em que as mulheres tinham pouca voz, e cuidar das filhas, e da casa somente, talvez fosse pouco.
Minha mãe teve sonhos de um dia alçar vôos maiores, ou simplesmente diferentes. Logo descobriu que o seu espaço era sim os limites da casa, então buscou alegria no que fazia e criatividade em conversa no pé do muro com as vizinhas, conversando em porta de escola quando ia nos buscar nas Lourdinas, ou simplesmente indo às compras do cotidiano do Lar.
Aliás nunca gostou de informar a condição de “doméstica” quando preenchia formulário. Sentia-se diminuída com o peso que o termo tinha na desvalorização deste trabalho, em geral feminino. Mas sublimou tudo cantarolando Noel Rosa na cozinha (Esse amor que eu não esqueço, e que teve seu começo...).
Sabia como ninguém exorcizar os demônios da tristeza através do canto. Acho que herdei esse seu lado Emilinha Borba também, pois me pego cantando muito durante o dia; desde Roberto Carlos até Manu Chao e os seus cantos Clandestinos. Também sou uma sobrevivente, não dos anos 40 claro, mas dos meus próprios tempos. Tenho essa capacidade de descer ladeira abaixo e lembrar sempre que a montanha é russa, e desce, e sobe!!!
A minha mãe sempre foi vaidosa, com personalidade no vestir e adorava moda (embora negasse com ardor), pois para uma trabalhadora-abelha-rainha-do-século-XIX-Vitoriano… que sempre foi, jamais aceitaria o ócio. Não que moda seja feita de ócio, muito pelo contrário, mas é cheia também de glamour, prazer e cores, muitas cores, e as cores primárias da vida da minha mãe talvez fossem mesmo mais para os tons cinzas. No mundo daquele seu tempo, não havia espaço para os excessos, muito menos para as escolhas. Eu herdei esse gosto pelos tecidos, acho que das nossas idas às Casas José Araújo, em busca de algum paninho especial. Há poucos anos ela ainda se enfeitava de colares e brincos, e, com o seu cabelo Chanel branco-azulado fazia sucesso seja na banca de Seu Mauro (in memorian), vendedor de cocos da calçadinha, como nos lugares mais sofisticados.
Minha mãe adorava Adélia Prado, Cecília Meireles e de quem é esse rosto... Lya Luft, Martha Medeiros. Poetas apresentadas por nós, filhas, mas os gostos se misturam, e eu também gosto dessas autoras.
Nos seus hobbies, adorava bater uma perna no shopping, ir ao cinema, beber um bom vinho, sentar na calçadinha “longing to the sea...” e conversar. Minha mãe é a Senhora da conversa! Eu puxei à ela nisso tudo, e dou graças a “la vida” de ter essas qualidades, principalmente a arte da conversa, que faz de uma preposição uma interjeição! Quando viajou, foram poucos os seus passeios, soube apreciar cada paisagem, cada comportamento, cada palmo de território por onde passa. Sou assim também. Sim, ela também chorava com muita facilidade, com ou sem motivo. Eu herdei também esse vale de lágrimas, sempre. Claro, herdei o talento pelos armarinhos, pela cozinha; herdei muito sua criatividade e gosto pelo fazer surpresas, carinhos e proporcionar novidades aos outros.
Não tenho o tamanho da sua disponibilidade no servir nem o seu talento na cozinha (o seu coxão de porco assado no forno brando e a sua ambrosia não têm para Chef algum). Mas o meu olhar cronista/poeta diante dos dias, com certeza puxei à ela, que sabia escrever com maestria até um bilhete para o vigia do prédio. Se tivesse tido uma vida menos “ordinária” nas palavras de Virginia Woolf, teria tido oportunidade de desenvolver tantos outros talentos artísticos:
Ela reclamava que queria a festa de aniversário (dia de Natal) cotidianamente e com pinceladas de paciência das filhas. Mas quem já se viu festa e homenagem todo dia? E paciência? Peço desculpas de não ter a dosagem certa dessa virtude, um de meus defeitos com certeza não herdados dela. Talvez os Mindêlos mais rabugentos, ou os Balthar Peixoto de Vasconcelos? Talvez esta virtude esteja mais para Júlia, uma tia exótica e braba, que dizem, dizem... pareço com ela... Ana Júlia? Me chama Zé Palhano, amigo de infância, amigo querido.
Mamãe quando olhava o mundo de hoje, achava que não fez nada na vida. Woolf falou desse trabalho invisível das mulheres quando diz:
Woolf já dizia também:
Numa época em que não existia outra saída para a vida das mulheres, você pode ter certeza, mamãe, de que sua vida foi consistente sim. Que teve desdobramentos, heranças, e continuidades. Somos quatro filhas-mulheres-lindas (no meu conceito de beleza), de bem com a vida (com todas as dificuldades – existenciais, inclusive), profissionais bem encaminhadas (como se dizia antigamente) e principalmente mulheres trabalhadoras da labuta, perseguidoras de auto-conhecimento e realizações.
Todas transgrediram comportamentos e deram o seu pulo do gato. Todas são pessoas centradas e que se sobressaem naquilo a que se propõem, e com certeza, ter visto minha mãe tocando a sua vida difícil e em desarmonia, e, mesmo assim, encontrar muita alegria de sair chutando o balde, foram lições importantes, que considero heranças geniais. Sim! E há os netos, bisnetos, que são superlegais!
Sei que você hoje não mais lerá esse texto que escrevi, que aqui reedito, como o leu quando fez 80 anos, e em muitos outros, com palavras de carinho e perdão. Como também sei que fui e ainda sou uma filha rebelde e sem paciência, mas, quero que saiba, mamãe, que a admiro muito, e se fosse escrever um livro sobre resistência feminina, você seria minha personagem principal.
Parabéns sempre! Beijos e abraços de todo seu pessoal.
Todo o meu afeto e minha admiração.