Já fui assistente de direção e ator de cinema. Na primeira metade dos anos 70, fazendo o Curso de Direito, fui assistente de direção de Ba...

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Já fui assistente de direção e ator de cinema. Na primeira metade dos anos 70, fazendo o Curso de Direito, fui assistente de direção de Barreto Neto no curta-metragem “O Estranho Caso de Leila”, em super 8, com Anco Márcio e Fernando Castro como protagonistas.

Barretinho e Fernando Castro eram meus colegas de trabalho na Secretaria de Divulgação e Turismo (atual Secom), mas não me recordo onde Anco Márcio trabalhava na época.

Neste longo caminho já vi flores de primavera. Rosinhas miúdas, margaridas e cravos, lírios e tulipas traduziram a inocência dos primeiro...

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Neste longo caminho já vi flores de primavera. Rosinhas miúdas, margaridas e cravos, lírios e tulipas traduziram a inocência dos primeiros tempos – tão breves. Logo chegou o verão, com seus calores e risos. Tempo de despreocupação, de roupas curtas, suor no rosto, namoros e sonhos.

Agora caminho neste começo de inverno. Há uns silêncios profundos em mim. Vontade de mais ouvir que falar. Certezas? Apenas que sei tão pouco da vida e das coisas. Penso nos olhos dos filhos e na pilha de livros por ler e reler. Tantos escritores já estiveram no caminho. Suas vozes não se calaram. Este é o supremo segredo dos poetas: fingem que dormem entre páginas velhas, mas basta um gesto e saltam risonhos ou graves, a contar histórias que enredam. Suspiro.

Açucena era o seu nome. Nome de flor, sua mãe havia escolhido este nome porque se lembrava da mocinha ingênua de um filme antigo e o beij...

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Açucena era o seu nome. Nome de flor, sua mãe havia escolhido este nome porque se lembrava da mocinha ingênua de um filme antigo e o beijo em seus lábios trêmulos. Nunca esqueceu esta imagem. Açucena seria um nome de amor.

E como Açucena ela desdobrava seu temperamento em outros nomes: lírio da paz, flor de lis, amarílis, flor da imperatriz, íris. Tantos nomes e cores para uma menina só.

Os poetas místicos buscam resposta para as inquietações motivadas pelas transformações em seu redor, sejam de ordem espiritual ou materia...

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Os poetas místicos buscam resposta para as inquietações motivadas pelas transformações em seu redor, sejam de ordem espiritual ou material, porque alteram a paisagem da vida e atormentam a alma.

Em qualquer época de nossa vida ou situação como a que se vive nos dias atuais, é tempo para buscar resposta nos poetas e místicos. Respostas que vêm de quem contempla o mundo com os olhos do coração e afastam a dor com uma metáfora.

Ah, meus amigos, minhas amigas, há certos acontecimentos ou ocasiões que servem para nos despertar do marasmo que a mesmice do cotidiano t...

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Ah, meus amigos, minhas amigas, há certos acontecimentos ou ocasiões que servem para nos despertar do marasmo que a mesmice do cotidiano teima em nos fazer vítimas, desse e de outros padecimentos. Querem que explique melhor? Vamos lá.

Algumas vezes precisamos de um balde d’água gelada sobre nossa alma preguiçosa. É como que se aquele frio desconforto nos dissesse: “Acorda, criatura! Veja o que está acontecendo no seu entorno.” Explico.

É difícil um instrumentista se destacar na música popular: a concorrência desleal com centenas de ótimos e excelentes cantores e cantoras ...

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É difícil um instrumentista se destacar na música popular: a concorrência desleal com centenas de ótimos e excelentes cantores e cantoras é algo que beira o absurdo. O instrumentista, miseravelmente, não canta, ou não sabe cantar. Mas, é preciso vender todo tipo de música – inclusive a instrumental, que a massa ignara detesta, ou nem sabe que existe, ou, pior, nem sabe que é música. Criam-se, então, categorias à parte para instrumentistas. Não para Miles Davis.

Abençoados os que se aconchegam no desencanto (a relva sob a bruma é mais úmida) Abençoados os de paixão ardente (o labirinto ...

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Abençoados os que se aconchegam no desencanto (a relva sob a bruma é mais úmida) Abençoados os de paixão ardente (o labirinto é a única certeza de um abrigo) Abençoados os que relembram e sorriem (a possibilidade de atalhos é um fluir da memória) Abençoados os ausentes (a distância é um consentimento à perfeição) Abençoados os que se perdem no desmedido (o que cabe não transborda) Abençoados os que carecem das unhas (o arrepio é uma dádiva no desespero)

Haverá ou não Carnaval? Alguns governos estaduais e municipais já decretaram que não, mas ainda ...

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Haverá ou não Carnaval? Alguns governos estaduais e municipais já decretaram que não, mas ainda não há uma resposta definitiva para essa pergunta. Por via das dúvidas, vou deixar no fundo do baú a fantasia que comprei há algumas décadas e pretendia estrear na próxima festa de Momo. Ela está empoeirada (um pouco mais do que o dono) e precisa de uma lavagem que lhe remova o bolor.

O professor Felix de Carvalho é um homem de fé e de letras. A prova disso é seu livro recentemente dado a público, de título Poemas para r...

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O professor Felix de Carvalho é um homem de fé e de letras. A prova disso é seu livro recentemente dado a público, de título Poemas para refletir – 100 Sonetos, Editora Ideia, 2021, cujo lançamento oficial - e certamente festivo – ainda está sendo decidido pelo autor, em face dos condicionamentos pandêmicos. Felix cuida muito bem de sua saúde e por isso preocupa-se também com a dos outros. Viva!

Belle de jour não, não é catherine de novo em busca de bordéis para saciar a sede secreta de buñnuel é juliana, sim, bela ...

poesia paraibana linaldo guedes
Belle de jour
não, não é catherine de novo em busca de bordéis para saciar a sede secreta de buñnuel é juliana, sim, bela na tarde cajazeiras; bela na tarde capital remake do que ainda está por vir: surrealismo cinematográfico - quadro de dali em rascunho eterno juliana, que caminha nas tardes , inconscientes de sua beleza em primeiro plano, seu sorriso no the end, o silêncio e o sertão dialogam para que o litoral reverencie suas maçãs secretas : ela, protagonista de um filme de almodóvar.

Severino Ramalho, ou melhor, a prefeita D. Marta, sua ilustre consorte, foi governar Bananeiras para os bananeirenses e terminou governand...

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Severino Ramalho, ou melhor, a prefeita D. Marta, sua ilustre consorte, foi governar Bananeiras para os bananeirenses e terminou governando uma cidade confinada entre serras e suas tradições para muito além da Borborema.

Ouço falar de Bananeiras desde que um colega de banco escolar, Pedro Germano, saiu de Alagoa Nova ou de Clodomiro Leal, ainda do tempo da palmatória, para estudar no Patronato. Ora, foi isso em 1944 ou 45, a escola agrícola de Bananeiras fazendo a cabeça dos meninos de meu tempo bem antes que soubéssemos do seu antigo fastígio político e cultural. Não foi de graça, pois, o batismo do logradouro mais expressivo da Paraíba com o nome do bananeirense Solon de Lucena. Como poderia ter sido com outro bananeirense, Walfredo Guedes Pereira, historicamente o mais notável dos nossos prefeitos.

Ao ver “Piaf” (“La Vie en Rose”), de Olivier Dahan, com a esplêndida Marion Cottilard, convenci-me de que a genialidade não é dom pra do...

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Ao ver “Piaf” (“La Vie en Rose”), de Olivier Dahan, com a esplêndida Marion Cottilard, convenci-me de que a genialidade não é dom pra donos de biografia sensata. Claro que ter um corpo frágil e passar a primeira parte da vida com a avó paterna – que trabalhava num bordel – marcou sua personalidade e sua visão do mundo. Ao ler o romance “A Corrida Para o Abismo - O Gênio Caravaggio”, de Dominique Fernandez, concluí que o estado de tensão permanente – causada ou não pelo berço – determina a hipersensibilidade geradora da percepção particular dos indivíduos excepcionais.

Quem nasce desastrado tende a seguir assim. Então, o que rendeu um crônica meio que autobiográfica necessita de atualização e rememoriz...

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Quem nasce desastrado tende a seguir assim. Então, o que rendeu um crônica meio que autobiográfica necessita de atualização e rememorização dos fatos. Após o estrondoso sucesso do epsódio um, quando foram revelados acontecimentos como o celular voador pela janela do carro e a faca saltitante e um quase "autosuicídio" (licença poética ao extremo gente!), agora o amigo desastrado surge em novas aventuras (ou desventuras).

Eita, Jesus. Hoje é Natal! Espiando o céu, ontem à noite, vieram-me lembranças das bordas do Mar da Galileia, de Cafarnaum, da sinagoga e ...

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Eita, Jesus. Hoje é Natal! Espiando o céu, ontem à noite, vieram-me lembranças das bordas do Mar da Galileia, de Cafarnaum, da sinagoga e da casa de Pedro, por onde Teus pés passearam, Teu Espírito derramou luz e nossos olhos, um dia, por lá andaram… E sempre nos vem a indagação sobre como um personagem de um lugar simples e humilde, nascido sob perseguição e fuga, acolhido de maneira extremamente rústica, adquire força tão poderosa que se espalha pelo planeta e se mantém presente em praticamente tudo?

Os 37 homens ( Os Miseráveis, Parte V – Jean Valjean, Livro I, Capítulo II ) que se encontravam na barricada da rua de Chanvrerie, nas pri...

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Os 37 homens (Os Miseráveis, Parte V – Jean Valjean, Livro I, Capítulo II) que se encontravam na barricada da rua de Chanvrerie, nas primeiras horas da manhã de 6 de junho de 1832, ali estavam motivados pelo ideal. Haviam sido 50 (“Ces cinquante hommes en attendaient soixante mille” – “Estes cinquenta homens esperavam sessenta mil”, Parte IV – L’idylle rue Plumet et l’épopée rue Saint-Denis, Livro XII, Capítulo VII). Reduziam-se a olhos vistos, mas não abandonavam o que buscavam atingir. Que ideal logravam conseguir estes homens? O ideal de construção de uma sociedade justa, de acordo com o discurso de Enjolras.

O mês de dezembro é o mais esperado para muitas pessoas e nos dizeres do folclorista Câmara Cascudo o Natal é a maior festa popular do Bra...

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O mês de dezembro é o mais esperado para muitas pessoas e nos dizeres do folclorista Câmara Cascudo o Natal é a maior festa popular do Brasil. É a ‘Noite de Festa’. As festividades em homenagem ao nascimento de Jesus Cristo dão um tom todo especial e marcam o fim de ano. Em Campina Grande o Natal é festejado desde tempos imemoriais. A influência católica na colonização traz consigo o calendário religioso e este é seguido com afinco. Assim, de tradição familiar, a missa do galo e a ceia são bem representativos. Sob as bênçãos de Nossa Senhora da Conceição, Campina tem seus festejos iniciados na comemoração de sua padroeira exatamente no início de dezembro, transformando todo o mês em um período especial.