“Todo vício tende a justificar-se”
(Nietzsche)
(Nietzsche)
Apenas, uma dose!
Só um tiquinho, não ofende!
Uma lasquinha, não me derruba!
No instante que quiser, pularei fora!
Posso entrar, sairei num segundo!
Essas são as senhas para se entrar pela porta da destruição.
Iscas que conseguem pegar o peixe confiante de sua esperteza.
Temos a tendência de esquecer que é possível em um segundo:
aquela história chegar ao fim, ou ter um recomeço;
o ladrão roubar nossa vida , ou a de um ente querido;
o sentido da caminhada ser encontrado, ou perdido;
a luz da esperança brilhar, ou se fazer escuridão na dor;
a estrada ser liberada, ou de vez interrompida;
a música lembrar os melhores momentos, ou os piores instantes;
uma mentira ser esquecida, ou relembrada;
a melodia ecoar o amor existente, ou o bem-querer destruído;
o sorriso afastar a tristeza, ou trazer a alegria;
a lágrima da felicidade banhar a face, ou secar o choro;
a confiança ser adquirida; ou de vez perdida;
o encanto sobreviver, ou por fim morrer;
a solidão se fazer ausente, ou se achegar para sempre;
o sonho se realizar, ou infelizmente acabar;
o arrependimento surgir, ou nas profundezas do ser imergir;
as diferenças serem corrigidas e aceitas, ou por fim negadas;
o sol não deixar a chuva cair, ou deixar as nuvens lhe cobrir;
uma estrela cadente pode ser vista, ou ignorada;
uma nova paixão surgir, ou a antiga se fazer única;
a desilusão apagar o brilho do olhar, ou acender a chama do querer;
a saudade te fazer sorrir ao lembrar tudo de bom que aconteceu, ou te fazer chorar pelo que se perdeu;
a esperança surgir na distração, ou morrer pela preocupação;
uma palavra não dita salvar, ou pelo silêncio matar;
a poesia criar objetivo, ou enterrar sonho;
a tentação aparecer, ou se esconder;
um obstáculo ser vencido, ou lhe vencer;
Com novo olhar um caminho ser descoberto, ou definitivamente enterrado;
enfim, em um segundo você destrói ou transforma.
Jamais esqueça, que aquilo que você adiar não terá o efeito de tirar.
Diz um ditado português “O que não se faz no dia de Santa Luzia, faz-se em qualquer outro dia.”
