Matas
Montanhas
Ruas e Luas
Céu azul
Anil
Mar verde jade
Cores da terra
Ocaso laranja
Vermelho fogo
E a vida segue
Colorida ou
Em preto e branco
Paz e luto
O arco-íris
Ilusão
De todas as cores
As dores
Se transmutam
Nelas
Nas cores
As cores
Coisa das íris perfeitas
Que captam a luz
Essa coisa que revela
Mas há também
As íris imperfeitas
Que cegas negam a luz.
Escuridões perenes
Veem a imensidão
Negra do universo
E sabem mais que luz
Buraco negro
Arrasta a luz
Ver não vem só dos olhos e a
Cegueira poder vir também dela
A luz
Os olhos dos dedos
Dizem dos relevos
E os relevos dos desejos
E os desejos
Dizem das importâncias
Ver é mais
Do que existe
E ser
É mais do que se vê
Matas
Montanhas
Ruas e Luas
Um buraco
Negro
Ou eu dissolvido
No cinturão de Órion
Cala-te
Esqueleto
Já não és
Tilintar
De ossos
É proibido
Cala-te
Tu que fostes
Resistência
Esse tipo
De mortos
Assombram
Mas o dia
Réstia de sol
Deixa
Trinlitar
Os ossos
Na democracia
Me beija
Eu que sou
Ontem
E ao longo
De hoje
Me revelas
Eu
Tela
Tu tinta e pincel
Misturas o tempo
Traduz e desenhas
O que desejas
Suporte eu
Para os destinos
E suas cores
Eu que sou ontem
Mas hoje mais
Sou o tempo que espera
Tu és meu
Tempo infinito
Matéria
Eu Narciso
Tempo lago
E caio para o alto
Nuvens
Pedras
Solidão
Réstia
Sobre o mar
Luz da manhã
Trabalho
Fome
Ilusão
Eu Narciso
Me admirando
No espelho do tempo
Ele lago
De dobras profundas
Me arrastando por dentro