Em sua 1ª edição de 1923, objetivava-se, de imediato, “expressar ao sr. Epitácio Pessoa o reconhecimento da Paraíba pelos benefícios outorgados como solução do problema das secas; perpetuar num livro a história desse esforço redentor.”
A Casa de José Américo está resgatando o que se escreveu sobre o livro A Paraíba e seus problemas , nestes cem anos de presença do li...
Cem anos de um grande livro
Em sua 1ª edição de 1923, objetivava-se, de imediato, “expressar ao sr. Epitácio Pessoa o reconhecimento da Paraíba pelos benefícios outorgados como solução do problema das secas; perpetuar num livro a história desse esforço redentor.”
Não é todo dia que se diz uma coisa destas: “Só o que nos comove e sacode aumenta a nossa cultura. Há pessoas, por exemplo, e eu me en...
Antes e depois de Lima Barreto
Retomo o livro de Sales Gaudêncio, em sua 2ª edição, “Joaquim da Silva: um empresário ilustrado do império”. No prefácio, o professor Jo...
Joaquim da Silva
Era a nota que faltava à teimosia de uma crônica que nunca soube como começa e menos ainda como termina. De que procedência, ...
Faltava-me Elizabeth
Era a nota que faltava à teimosia de uma crônica que nunca soube como começa e menos ainda como termina.
De que procedência, essa nota?
Nos anos setenta animava-me o sonho de leitor literário ou de boa parte dos leitores do gênero de se transpor inteiro na ventura libertária de uma criação superior às rígidas limitações da vida. De superar essas limitações não só esconjurando-as no endereço da consciência social mas ajudando na formação dessa consciência. A sensibilidade que a lógica e a retórica não conseguiram ferir, uma brochura como a que me fez conhecer o escrivão Isaías Caminha mudou profundamente a direção de toda uma vida.
No dia da cidade para onde viemos e com a qual nos transfundimos, ambos no vigor da idade, agora, nesse 5 de agosto de 2023, sai Neiva,...
Na estrada sem fim
João Pessoa demorou três séculos e meio presa ao rio e de costas para o mar. Rio que alguns traduziam como mau, imprestável, pouco pisc...
A cidade, o rio e o mar
De qualquer modo, veio do rio o nome da terra. Foi nele que navegaram o índio, o colonizador fidalgo ou degredado, as armas, os mantimentos, os materiais de construção, inclusive as pedras trazidas do Rio de Janeiro para calçar a Rua Direita, além de outros importados menos grosseiros. Suas águas mansas coalhadas de lama foram portadoras do açúcar, do fumo, de todas as cabotagens atraídas para uma das capitanias mais prósperas do começo do século XVII, a Parahyba.
Faz tempo, muito tempo, que não leio o céu com esse nome. Foi como aprendi a chamar a abóbada celeste que cobria de luz ou de estrel...
O firmamento
Era assim que ouvia de minha mãe, não com o céu amojado de chuva a castigar a lama do brejo ou dos mangues, mas com o amplo e infinito céu bem aberto, pleno de claridade, em condições de acolher todos os sonhos ou esperanças.
Algumas coisas que, a meu pensar, poderiam ter bom futuro na Paraíba, os minérios, por exemplo. Fala-se muito do algodão que, com o gad...
Riquezas encobertas
Uma entidade de sorte o DER. Sorte não só em desígnios ou no devotamento e inteireza dos seus recursos humanos, como em poder descor...
Trilhas, veredas e caminhos
Vejamos se me explico: menino de dez anos que passou pelo estranho desconforto de engolir a poeira da estrada central sem fim do Estado, desde os grotões do meu Brejo, passando por Cajazeiras, e daí ao Juazeiro do Padre Cícero, e que vêm dar título ao livro-álbum que requalifica a história da instituição: TRILHAS, VEREDAS E CAMINHOS interligando vidas.
Particularmente, não tenho de que me queixar. Uma pessoa de hábitos e haveres comuns, guindada a um ofício dos mais perecíveis, não h...
Com os olhos no chão
Foi uma noite como poucas a que vi ontem no ânimo emocional dos oradores e dos que prestigiaram a posse de Tarcísio Pereira na Academ...
Na Academia
Foi o primeiro dueto discursivo a que assisti mais do que ouvi, ajudado pela vibração de algumas palavras chaves que legendavam o rumo dos discursos. Tarcísio aplaudido a cada página (e não foram poucas), Hildeberto Barbosa vibrando a cada achado surgido ou rebentado dos muitos talentos do escritor, ficcionista e de franco e reconhecido domínio nas artes dramáticas.
Era verdadeiramente um bosque, que começava nos sítios que escorriam para a Lagoa e vinham ondular-se nos baixios de mangues conto...
Aonde nos levam as lavandeiras
Eis o meu testemunho sobre Arnaldo Tavares . Testemunho remoto e vivo de quem nasceu no meio da bouba, de quem, inocente, foi levad...
Testemunho sobre Arnaldo
A ideia foi do jurisconsulto e historiador Humberto Mello, há algum tempo convidando-me a rever a Igreja da Guia, tão cercada e gua...
A Guia
Sou dos que resistem a aceitar como igreja a edificação da Universal que faz vizinhança ao prédio onde moro. Fala-se da imensa for...
Um fundo de reservas
Por que um autor é consagrado e outro mestre do mesmo ofício é esquecido?” Quem fez a pergunta há muito tempo, com acento forte em “me...
Bichara e José Vieira
Estava escrevendo para hoje motivado pela criação da Secretaria do Meio Ambiente, quase no mesmo dia em que a TV Cabo Branco serviu, no ...
Fim feliz
A nossa Academia de Letras, como não podia ser diferente, dispõe de uma boa biblioteca de peso literário. E reflete a cultura dos se...
O vulto de Burity
Em “Mar do olhar” vem esta dedicatória de Juca Pontes ao amigo-irmão Milton Nóbrega: “Para Milton Nóbrega, amigo-irmão, com quem apren...
Das dobras do aço ao infinito
Com meu tanto no ramo gráfico, acompanhei essa harmoniosa parceria. Com inveja, às vezes, não da harmonia, como desse infinito que eles juntos enxergavam. O que não chegava a um chegava ao outro. E se completavam, contrariando aquela ansiedade sem fim feliz do negro Cruz e Souza:
Na semana passada, um desses cachorros que conduzem seus donos pelas praças e calçadas, parando a cada poste e sendo atendidos em to...
O Chaleira que não entrou na História
Não sei se é meu sangue ou meu suor, mas nunca nos demos bem. Tarde da noite, quando tinha de arrastar a pé pela Almirante Barroso até alcançar a Torre, onde morava, ia pelo meio da rua temendo a bocanhada dos pastores alemães que guardavam os ricaços daquele tempo. No Censo de 1950 sofri com os “os amigos do homem” na zona rural. No seu ciclo evolutivo urbanizaram-se e se dividiram em classe: há os que no passeio fazem cocô na mão da madama, que já dispõe de papel de pet para isso, e há o vira-lata largado como os sapiens na classe dos coletores e caçadores primitivos. Escreveram que o cachorro foi o primeiro animal a ser domesticado pelo homem. De modo que é inútil estranhar essa sua ascensão aos cuidados burgueses, superior, a certas sensibilidades, ao amparo à criança pobre.