Em 42 anos de túmulo, o de minha mãe, D. Antonina, só perdeu uma letra de seu nome. Seu retrato, impresso em louça que o neto, Fab...
Um santo de cara abusada
Ou “Os grandes do nosso mundo”, que é o título de um livro de perfis biográficos. São perfis não mais que de duas ou três páginas...
Os grandes de Ipojuca
São perfis não mais que de duas ou três páginas, o bastante para reagirmos à névoa do esquecimento e trazer de volta expressões humanas que clamam, algumas delas, pelo recurso grego ou romano da estátua.
Gosto, sempre gostei de anotar. Passando as folhas de um caderno de 2006 encontro essa fineza de recomendação num manual de jornalismo...
Negros, e daí?
Pergunto eu: a ofensa ao negro não será mais ostensiva? O afrodescendente esconde a cor ou o preconceito?
Vim ver quem era Sivuca na casa de Nathanael Alves. Ele voltara dos Estados Unidos, onde havia experimentado a fama internacional, e...
O grande Sivuca
Não há história completa, mesmo nos limites do seu tempo. Na reclusão do sanatório, quando li a História da Revolução Francesa de ...
Uma coisa puxa outra
Não há história completa, mesmo nos limites do seu tempo.
Na reclusão do sanatório, quando li a História da Revolução Francesa de Michelet, sobre a qual se atribui “uma ressurreição integral do passado”, ainda jovem, julguei sobrepor-me ao desânimo da doença e à mediania de outros leitores do meu círculo. Não demorou muito, eis-me afrontado diante dos cinco ou seis volumes da grande revolução, só que escrita sob a visão hegeliana do socialista Jean Jaurés. Dispersivo como sempre fui, não passei do 2º volume, à espera de ocasião para entrar nos subterrâneos da luta de classe, ponto de vista do militante socialista, eloquente orador, assassinado num café de Paris.
Os blocos de calcário cavados e arrastados penosamente por muques selvagens para terminar no mais suntuoso e melhor conjunto barr...
O bom não envelhece
De quando em quando volto a render minhas justas homenagens ao editorial, o qual, sobretudo agora, se impõe como fonte a mais responsáv...
O valor do editorial
Tomei esse caminho na própria A União, muito embora o editorial, escrito pelo diretor ou, em suas ausências, por veteranos da qualificação de Wilson Madruga ou Sá Leitão Filho, fosse costumeiramente a palavra do governo ou o que o governo (então de José Américo) julgasse mais interessante.
A Casa de José Américo está resgatando o que se escreveu sobre o livro A Paraíba e seus problemas , nestes cem anos de presença do li...
Cem anos de um grande livro
Em sua 1ª edição de 1923, objetivava-se, de imediato, “expressar ao sr. Epitácio Pessoa o reconhecimento da Paraíba pelos benefícios outorgados como solução do problema das secas; perpetuar num livro a história desse esforço redentor.”
Não é todo dia que se diz uma coisa destas: “Só o que nos comove e sacode aumenta a nossa cultura. Há pessoas, por exemplo, e eu me en...
Antes e depois de Lima Barreto
Retomo o livro de Sales Gaudêncio, em sua 2ª edição, “Joaquim da Silva: um empresário ilustrado do império”. No prefácio, o professor Jo...
Joaquim da Silva
Era a nota que faltava à teimosia de uma crônica que nunca soube como começa e menos ainda como termina. De que procedência, ...
Faltava-me Elizabeth
Era a nota que faltava à teimosia de uma crônica que nunca soube como começa e menos ainda como termina.
De que procedência, essa nota?
Nos anos setenta animava-me o sonho de leitor literário ou de boa parte dos leitores do gênero de se transpor inteiro na ventura libertária de uma criação superior às rígidas limitações da vida. De superar essas limitações não só esconjurando-as no endereço da consciência social mas ajudando na formação dessa consciência. A sensibilidade que a lógica e a retórica não conseguiram ferir, uma brochura como a que me fez conhecer o escrivão Isaías Caminha mudou profundamente a direção de toda uma vida.
No dia da cidade para onde viemos e com a qual nos transfundimos, ambos no vigor da idade, agora, nesse 5 de agosto de 2023, sai Neiva,...
Na estrada sem fim
João Pessoa demorou três séculos e meio presa ao rio e de costas para o mar. Rio que alguns traduziam como mau, imprestável, pouco pisc...
A cidade, o rio e o mar
De qualquer modo, veio do rio o nome da terra. Foi nele que navegaram o índio, o colonizador fidalgo ou degredado, as armas, os mantimentos, os materiais de construção, inclusive as pedras trazidas do Rio de Janeiro para calçar a Rua Direita, além de outros importados menos grosseiros. Suas águas mansas coalhadas de lama foram portadoras do açúcar, do fumo, de todas as cabotagens atraídas para uma das capitanias mais prósperas do começo do século XVII, a Parahyba.
Faz tempo, muito tempo, que não leio o céu com esse nome. Foi como aprendi a chamar a abóbada celeste que cobria de luz ou de estrel...
O firmamento
Era assim que ouvia de minha mãe, não com o céu amojado de chuva a castigar a lama do brejo ou dos mangues, mas com o amplo e infinito céu bem aberto, pleno de claridade, em condições de acolher todos os sonhos ou esperanças.
Algumas coisas que, a meu pensar, poderiam ter bom futuro na Paraíba, os minérios, por exemplo. Fala-se muito do algodão que, com o gad...
Riquezas encobertas
Uma entidade de sorte o DER. Sorte não só em desígnios ou no devotamento e inteireza dos seus recursos humanos, como em poder descor...
Trilhas, veredas e caminhos
Vejamos se me explico: menino de dez anos que passou pelo estranho desconforto de engolir a poeira da estrada central sem fim do Estado, desde os grotões do meu Brejo, passando por Cajazeiras, e daí ao Juazeiro do Padre Cícero, e que vêm dar título ao livro-álbum que requalifica a história da instituição: TRILHAS, VEREDAS E CAMINHOS interligando vidas.
Particularmente, não tenho de que me queixar. Uma pessoa de hábitos e haveres comuns, guindada a um ofício dos mais perecíveis, não h...
Com os olhos no chão
Foi uma noite como poucas a que vi ontem no ânimo emocional dos oradores e dos que prestigiaram a posse de Tarcísio Pereira na Academ...
Na Academia
Foi o primeiro dueto discursivo a que assisti mais do que ouvi, ajudado pela vibração de algumas palavras chaves que legendavam o rumo dos discursos. Tarcísio aplaudido a cada página (e não foram poucas), Hildeberto Barbosa vibrando a cada achado surgido ou rebentado dos muitos talentos do escritor, ficcionista e de franco e reconhecido domínio nas artes dramáticas.
Era verdadeiramente um bosque, que começava nos sítios que escorriam para a Lagoa e vinham ondular-se nos baixios de mangues conto...
Aonde nos levam as lavandeiras
Eis o meu testemunho sobre Arnaldo Tavares . Testemunho remoto e vivo de quem nasceu no meio da bouba, de quem, inocente, foi levad...