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A leitura é o caminho para as conquistas pessoais e espirituais. Partindo do princípio de que a Igreja deve estar ao lado d...

A leitura é o caminho para as conquistas pessoais e espirituais. Partindo do princípio de que a Igreja deve estar ao lado do povo, ouvindo seus anseios e reunindo todos para caminhar irmanados, partilhando as alegrias e as ansiedades, fazendo chegar o livro às mãos de crianças e adultos, é uma das premissas de elevado conteúdo que ajudará a atingir o objetivo de valorização humana.

Quando Carlos Drummond de Andrade se despediu do Jornal do Brasil, em 1984, em que publicava crônicas desde 1969, pegou seus leitore...

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Quando Carlos Drummond de Andrade se despediu do Jornal do Brasil, em 1984, em que publicava crônicas desde 1969, pegou seus leitores de surpresa. Seus textos traziam um alento para quem os lesse. No nosso caso, somente ao final da tarde quando o jornal chegava por aqui.

Quase quatro décadas depois, mesmo que não seja uma despedida definitiva, mas uma limitação de publicações de suas crônicas, Gonzaga Rodrigues surpreendeu seus leitores dizendo que somente passaria a escrever aos domingos.

O conto ganhou destaque na literatura mundial e muitos autores obtiveram êxito literário atuando nesse gênero. No Brasil, desde Machad...

literatura paraibana everaldo junior tempo sem pressa
O conto ganhou destaque na literatura mundial e muitos autores obtiveram êxito literário atuando nesse gênero. No Brasil, desde Machado de Assis, passando por Lima Barreto e Guimarães Rosa, esse tipo de narração conquistou dimensão literária respeitável. Na Paraíba, tivemos contistas que deixaram obras de elevado valor. Em décadas passadas, em nossa terra, livros e antologias foram publicados com trabalhos de bons contistas.

A região do Brejo, com suas riquezas naturais, a força criadora de sua gente e a vontade de progredir, está presente no romance do jor...

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A região do Brejo, com suas riquezas naturais, a força criadora de sua gente e a vontade de progredir, está presente no romance do jornalista Rubens Nóbrega, que chega às nossas mãos. A “Baixa do Mel” (Ideia, 2022), nos leva a caminhar soltos pelas paisagens humanas dos entrançados acontecimentos familiares que o autor utiliza para prender a todos com sua narrativa.

Muitas das histórias do livro, inventadas ou recriadas, de certa forma são conhecidas de muitos, principalmente de quem nasceu e conhece a realidade da região do Brejo. O autor viveu na infância em Bananeiras, e com certeza presenciou fatos marcantes na história da cidade e do lugar.

A Primavera terminou. O Verão começou. Nem precisava recorrer ao calendário pendurado na parede para constatar isso. Tudo leva a per...

serraria verao primavera tapuio
A Primavera terminou. O Verão começou. Nem precisava recorrer ao calendário pendurado na parede para constatar isso. Tudo leva a perceber o começo da nova estação.

As mudanças visíveis na Natureza indicavam que a Primavera trazia o Verão para perto de nós, com vento quente e mormaço avassalador.

Voltei de Serraria com essa sensação, percorri a praia do Cabo Branco na contemplação à Lua cheia, a última do ano, com a certeza de que o Verão trouxe enorme beleza à paisagem da cidade.

Quando chegava dezembro, o mês das festas, íamos à capoeira buscar os galhos de árvore para mamãe montar a árvore do Natal, como fazíam...

natal arvore familia
Quando chegava dezembro, o mês das festas, íamos à capoeira buscar os galhos de árvore para mamãe montar a árvore do Natal, como fazíamos anualmente.

Ao alvorecer do novo ano, nossa residência era preparada com simplicidade. Todos os cômodos da casa eram caiados de branco. Consistia, basicamente, em uma árvore enfeitada com algodão e uma mesinha no canto da sala onde depositavam-se imagens de barro representando a Sagrada Família, com o Menino na manjedoura, alguns bois e carneirinhos.

Houve um tempo em que no quintal de minha casa existia um cajueiro, que preservei por muitos anos. Dele desfrutava a sombra e colhia o...

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Houve um tempo em que no quintal de minha casa existia um cajueiro, que preservei por muitos anos. Dele desfrutava a sombra e colhia os frutos. Nele, os pássaros se acomodavam e faziam seus ninhos. Já estava em altura que trazia incômodo para o pequeno espaço, por causa das folhas secas e do cupim a infestar o madeiramento da casa.

O cajueiro me lembrava as plantações que existiram em Tapuio, as quais nos davam castanhas e pedúnculos saborosos que se espapaçavam pelo chão.

Há um descontentamento do povo brasileiro pela política. A política não é uma coisa maléfica” . Dom Marcelo Pinto Carvalheira pronunc...

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Há um descontentamento do povo brasileiro pela política. A política não é uma coisa maléfica”. Dom Marcelo Pinto Carvalheira pronunciou estas palavras durante palestra sobre fé e política, por ocasião das comemorações dos 500 anos do Brasil, na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, para uma seleta plateia, em momento quando o País patinava sobre lamaçal.

Quando retornei ao sítio onde nasci, recentemente, era uma manhã em que as folhas das árvores e as poças de água refletiam os raios ...

Quando retornei ao sítio onde nasci, recentemente, era uma manhã em que as folhas das árvores e as poças de água refletiam os raios do sol e com o barro da estrada grudado na sola dos pés, entrei na casa que me serviu de abrigo desde quando mamãe deu à luz a mim e ali permaneci até aos quinze anos de idade.

Como que flutuando, andei em círculo pela sala e outros cômodos de mesmo piso grosso, desgastado, cimentado há mais de sessenta anos. Na lateral havia uma janela, mas foi tapada e recamada vultosa caliça. As paredes tinham a caliça original. As mesmas vigas de madeira postas sobre a meia parede apoiam as linhas de madeiramento roliças, caibros e ripas sustentam as telhas-vãs que nos protegeram das invernadas e do sol de verão.

Se Ernesto Sábato dizia que “depois de ler Proust você jamais conseguirá ser o mesmo”, com Gonzaga Rodrigues essa mudança radical ac...

lima barreto literatura brasileira
Se Ernesto Sábato dizia que “depois de ler Proust você jamais conseguirá ser o mesmo”, com Gonzaga Rodrigues essa mudança radical aconteceu após a leitura de Lima Barreto, principalmente As Recordações de Isaias Caminha, este livro emblemático de um autor que, 100 anos depois de sua morte, continua conquistando jovens leitores, como se deu com a crônica de Café Alvear, há mais de setenta anos.

Para definir a situação atual do País, recordo uma assertiva de Dom Marcelo Carvalheira de vinte anos atrás, quando nosso arcebispo em...

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Para definir a situação atual do País, recordo uma assertiva de Dom Marcelo Carvalheira de vinte anos atrás, quando nosso arcebispo emérito dizia àquela época que “estávamos vivendo uma guerra civil”. Quando escutei isto, num tempo quando ainda a incidência da violência não amedrontava tanto, mesmo rodando às nossas casas, estremeci.

As palavras “guerra civil” sempre estiveram na minha mente como algo pernicioso à dignidade humana, porque escutava meu pai conversar sobre isso quando me colocava perto do balcão na bodega, em nossa casa.

Há mais de dez anos eu remendava uma crônica publicada no extinto jornal O Norte, com frase retirada do Diário de Pernambuco,...

pobreza carencia injustica agricultura
Há mais de dez anos eu remendava uma crônica publicada no extinto jornal O Norte, com frase retirada do Diário de Pernambuco, atribuída a uma negra, à época, com 84 anos: “A gente é cativo da pobreza”. Igualmente, no meu texto, recordava o pensador francês Emmanuel Mounier, para quem a verdade está ao lado do pobre.

Recorri ao filósofo e à mulher pernambucana para referendar a história de quem sobrevive com tão pouco.

Já em meado do século XIX o presidente da Província da Paraíba, Sá e Albuquerque falava da expansão do café pelo do Br...

cafe plantacao serraria agricultura
Já em meado do século XIX o presidente da Província da Paraíba, Sá e Albuquerque falava da expansão do café pelo do Brejo, cultura que há décadas se adaptou ao clima e às sombras das serras, mesmo que as terras férteis da região proporcionassem bom cultivo de cana-de-açúcar.

Pela hegemonia econômica no Brejo, havia uma boa disputa por maior posição na produção entre o café e a cana, visto que a região nunca foi adaptável à pecuária.

Fico com Neruda, poeta do mundo, quando citou Arthur Rimbaud: só com uma ardente paciência conquistaremos a esplêndida cidade qu...

Fico com Neruda, poeta do mundo, quando citou Arthur Rimbaud: só com uma ardente paciência conquistaremos a esplêndida cidade que dará luz, justiça e dignidade a todos os homens.

Com Poesia magistral, o poeta chileno lutou contra as mazelas que destroem a humanidade, escravizam e reduzem a farrapos homens em seus elementares direitos.

Um dos sobrados mais antigos e imponentes, com marcas da história de Serraria, agora está nas mãos de um novo dono, ganhou espaços pa...

serraria centro historico ovidio duarte
Um dos sobrados mais antigos e imponentes, com marcas da história de Serraria, agora está nas mãos de um novo dono, ganhou espaços para manifestações culturais, resgata o passado da cidade e das famílias que ajudaram no povoamento e desenvolvimento local, em louvável iniciativa das mãos de jovens empreendedores.

Quando a seca arruinou o sertão nordestino, revelava a fome e o desespero em toda a sua extensão, ações de José Américo d...

seca nordeste fome
Quando a seca arruinou o sertão nordestino, revelava a fome e o desespero em toda a sua extensão, ações de José Américo de Almeida no Ministério da Aviação e Obras Públicas (1930-1934), em favor dos flagelados, estrondaram aos quatro cantos do País. Este brejeiro conhecia intimamente o drama da seca e seus efeitos porque viu perto todas as calamidades em épocas diferentes, com suas tragédias humanas. Sabia da longa viagem do beato que foi ao Imperador com carta do padre-mestre Ibiapina para pedir arrego, quando o sol inclemente dizimava tudo e fazia as pedras esbrasear.

Dias depois em que a rosa surgiu no pequeno jardim, as pétalas caíram ao toque de minha mão displicente. A mulher esperava o sol que ...

Dias depois em que a rosa surgiu no pequeno jardim, as pétalas caíram ao toque de minha mão displicente. A mulher esperava o sol que aparecia lento nas manhãs, pois eram dias chuvosos, quando observou no jardim pequenas rosas em botão que surgiam igualmente belas e atrativas.

Com as flores, o jardim da nossa casa, mesmo pequeno, a beleza se torna grande. Na lua cheia, quando as roseiras encostadas à parede do muro abriram-se em cachos, nos chamou a atenção porque expeliu perfume. Permaneceu alguns dias, até que a mão displicente tocou e as pétalas caíram.

A professora Ângela Bezerra de Castro chega aos 80 anos cercada dos que têm, na Paraíba, sensibilidade suficiente para compree...

A professora Ângela Bezerra de Castro chega aos 80 anos cercada dos que têm, na Paraíba, sensibilidade suficiente para compreender a importância do estudo da literatura e dedicação pelas letras.

Não tive o privilégio de ser seu aluno nos bancos universitários, mas carrego o prazer do aprendizado em suas conferências ou conversas amenas.

Quando setembro chegou, trouxe a esperança da Primavera. Uma Primavera solene com recados da natureza para recordar. Olho a rua...

Quando setembro chegou, trouxe a esperança da Primavera. Uma Primavera solene com recados da natureza para recordar.

Olho a rua e observo nuvens conduzindo expectativas de bons tempos, em muitas direções. Sou um sujeito esperançoso. Espero mudanças que chegam com vento a açoitar as copas das árvores, a entrar pelas frinchas das janelas, com seus recados. Recados que há muito tempo procuro decifrar.

Estava a uma distância suficiente para reconhecer o talhe do rosto. Os cabelos alinhados e a barba embranquecida indicavam como sen...

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Estava a uma distância suficiente para reconhecer o talhe do rosto. Os cabelos alinhados e a barba embranquecida indicavam como sendo o poeta Waldemar José Solha à minha frente, e este, a passos cadenciados, seguia pela calçada de mãos dadas com a esposa.

Retornava de minhas atividades físicas no final da tarde. Caminhava lento quando avistei Solha, no outro lado da rua, em debanda do mercado do Bairro dos Estados.