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A professora Maria Auxiliadora Bezerra Borba, minha confreira no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, escreveu um livro sobre...

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A professora Maria Auxiliadora Bezerra Borba, minha confreira no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, escreveu um livro sobre a Praia de Camboinha, a mais exótica, entre todas a mais bela praia de nossa orla, que se destacava pela frequência de famílias em períodos de veraneios. Eram anos das transformações sociais e todos andavam livremente por sua areia e se banhavam nas águas sem serem importunados. Eram os anos dourados de nossa cidade vivenciados depois da metade do século passado.

O poeta Waldemar José Solha e o maestro José Alberto Kaplan, com assessoramento de Dom José Maria Pires, escreveram e apres...

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O poeta Waldemar José Solha e o maestro José Alberto Kaplan, com assessoramento de Dom José Maria Pires, escreveram e apresentaram a Cantata pra Alagamar, que se tornou um hino de louvor aos camponeses que, em 1978, impuseram a bandeira de lutas por um pedaço de terra. O padre católico, o judeu e o ateu deram voz às famílias espezinhadas na terra ensanguentada, onde antes plantavam e colhiam.

Ainda estou a indagar por que o poeta Marcus Alves me chamou para apresentar seu livro, seja como prefaciador da obra ou na noite ...

marcus alves literatura paraibana contos
Ainda estou a indagar por que o poeta Marcus Alves me chamou para apresentar seu livro, seja como prefaciador da obra ou na noite de autógrafo. Eu que sou um leitor comum sem se apegar aos conceitos da leitura, da estética ou da métrica das frases.

Marcus Alves não precisa de apresentação, porque todos o conhecemos pelo seu trabalho como poeta e agente público exemplar ligado à cultura. Natural da cidade de Itabaiana, ele é sociólogo, professor e jornalista. Depois de publicar livros de poemas, agora faz sua estreia como contista.

A Carta em que Pero Vaz de Caminha registrou as paisagens da nova terra que passou a ser habitada pelos portugueses, contém o regis...

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A Carta em que Pero Vaz de Caminha registrou as paisagens da nova terra que passou a ser habitada pelos portugueses, contém o registro de que “em si plantando, tudo dá”. O repórter do Reino de Portugal se mostrou admirado com a imponência da mata atlântica encontrada, com a fertilidade do chão, com árvores de muito valor comercial, com o majestoso panorama observado do cume de algum rochedo.

Há 85 anos, José Lins do Rego publicou o romance Pedra Bonita . Neste livro ele afastou-se da paisagem da cana-de-açúcar para um pass...

Há 85 anos, José Lins do Rego publicou o romance Pedra Bonita. Neste livro ele afastou-se da paisagem da cana-de-açúcar para um passeio pelo sertão de caatingas esturricadas, o mundo de coronéis, de cangaceiros, misticismo rural, padres e fanáticos religiosos. Abordou um ambiente e um tema novo na sua literatura.

Quando a madrugada se abriu ao Sol que chegava lento na manhã, foi a amiga Ana Paula Cavalcanti quem deu a notícia. A funesta n...

juca pontes literatura paraibana
Quando a madrugada se abriu ao Sol que chegava lento na manhã, foi a amiga Ana Paula Cavalcanti quem deu a notícia. A funesta notícia da partida de Juca Pontes para outra dimensão.

Ele se foi silencioso. Uma partida definitiva. Sem despedida.

Os poetas são silenciosos. Disso sabemos. Uns mais, outros nem tanto. Sabem absorver o silêncio e a tristeza do mar. Porque o mar é triste, no entender do cronista-poeta Gonzaga Rodrigues.

Quando Nabor Vilar me deu a notícia do falecimento da irmã mais nova de Ariano Suassuna, desliguei o telefone com o pensamento voltad...

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Quando Nabor Vilar me deu a notícia do falecimento da irmã mais nova de Ariano Suassuna, desliguei o telefone com o pensamento voltado às turbulências do tempo do nascimento de Germana Suassuna, quando a Paraíba estava revestida de ódio e desavenças entre agentes políticos, uma onda que se espalhou pelas famílias, sem escolha de cor ou credo.

“Devido a sua aproximação com Ariano, achei por bem avisar da passagem de Germana”, assim se expressou o amigo que carrega nas veias o calor de Taperoá.

Não faz muito tempo, no período em que nós católicos chamamos de Semana Santa, o silêncio tomava conta de nosso viver nos arredo...

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Não faz muito tempo, no período em que nós católicos chamamos de Semana Santa, o silêncio tomava conta de nosso viver nos arredores de Serraria, somente quebrado pelas antecipadas badaladas do sino da igreja ao chamar para o ato de penitência ou pela matraca durante a celebração do martírio na noite da agonia. Aliás, calmaria que começava em casa com a preparação da festa religiosa rodeada de cuidados. Os retratos dos santos nas paredes eram cobertos de pano roxo durante quarenta dias.

Neste ano de 2023, na Paraíba, algumas personalidades do mundo político e das artes completariam 100 anos de nascimento, o q...

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Neste ano de 2023, na Paraíba, algumas personalidades do mundo político e das artes completariam 100 anos de nascimento, o que merece uma atenção toda especial por parte dos órgãos ligados à cultura, isso porque foram homens que contribuíram para elevar o nome da nossa terra, nos seus campos de atuação.

No ano do centenário de nascimento do Padre José Comblin (*), é momento de relembrar sua caminhada na Igreja do Brasil e da Paraíba. U...

No ano do centenário de nascimento do Padre José Comblin (*), é momento de relembrar sua caminhada na Igreja do Brasil e da Paraíba. Uma caminhada iniciada quando aqui chegou com outros sacerdotes europeus, em junho de 1958, logo construindo amizade com destacados nomes da Igreja que buscavam novos caminhos para estar mais perto do povo.

Quando o relâmpago cortava o céu além de Arara, meu pai se animava, fazia os acertos finais com os trabalhadores, meeiros ou não, para ...

Quando o relâmpago cortava o céu além de Arara, meu pai se animava, fazia os acertos finais com os trabalhadores, meeiros ou não, para começar o preparo dos roçados.

Quando escutava dizer que chovia no sertão, e ao observar as nesgas de nuvens no céu do Brejo nos primeiros meses do ano, era sinal da proximidade de chuva. A terra já tinha recebido o trato para acolher os grãos de milho, feijão, fava e os toros de maniva. Tudo isso trazia a certeza de que seria possível colher os frutos da terra durante os festejos juninos.

Há mais 60 anos, o agente mascarado Flama, criação do jornalista Deodato Borges, iniciava suas aventuras em favor do bem, desvendava...

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Há mais 60 anos, o agente mascarado Flama, criação do jornalista Deodato Borges, iniciava suas aventuras em favor do bem, desvendava crimes e praticava a justiça. As aventuras do personagem eram ouvidas nas tardes de segunda a sexta-feira, pelas ondas da Rádio Borborema, de Campina Grande.

Desde quando meu amigo Nathanael Alves passou para o mundo desconhecido, há mais de quatro décadas, tenho me valido de nossas conver...

Desde quando meu amigo Nathanael Alves passou para o mundo desconhecido, há mais de quatro décadas, tenho me valido de nossas conversas e das imagens que guardo dele quando me recolhia ao aconchego de sua biblioteca. Foi ele quem me ofereceu alguns livros de formação, mesmo que não tenha lido os mais conhecidos.

Quando me perguntaram qual a sensação de entrar para o seleto grupo da Academia, respirei silencioso e deixei que o espírito falasse po...

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Quando me perguntaram qual a sensação de entrar para o seleto grupo da Academia, respirei silencioso e deixei que o espírito falasse por mim.

Devo ter respondido que uma Academia é aquilo que cada um deseja que seja: iluminada pelas luzes dos mais diversos saberes, desde o estudo das antigas línguas e costumes, até a moderna linguagem da informática e de todas as possibilidades científicas.

Em crônica de 1942, José Lins do Rego descreve os aperreios de famílias nordestinas castigadas pela seca que, mendigando pelas estrada...

Em crônica de 1942, José Lins do Rego descreve os aperreios de famílias nordestinas castigadas pela seca que, mendigando pelas estradas, buscavam o sustento que lhes garantissem sobreviver.

As paisagens de minha terra sempre retornam no reencontro de amigos ou quando descubro uma antiga fotografia, mesmo desbotada, que remo...

As paisagens de minha terra sempre retornam no reencontro de amigos ou quando descubro uma antiga fotografia, mesmo desbotada, que remonta à época da minha infância.

Desta vez, não foi a fotografia que busquei guardada no baú, mas o reencontro com um amigo de infância, afastado pela pandemia, que me trouxe o passado de seis décadas como se as imagens fossem atuais.

Jesus é diácono por excelência, o primeiro a servir com plenitude. Desde os primeiros momentos quando apresentava o Reino de Deus, o ...

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Jesus é diácono por excelência, o primeiro a servir com plenitude. Desde os primeiros momentos quando apresentava o Reino de Deus, o essencial na vida das pessoas, foi no sentido de exercitar a koinonia cristã em sua perfeição. Na nascente comunidade de seguidores foi seu primeiro diácono. A instituição da Eucaristia, a Crucificação e a Ressureição marcam seus gestos de suprema diaconia. Ele, servidor, abraçou com fervor o projeto do Pai.

A diaconia de Jesus se concretiza, plenamente, na Cruz, de onde brotaram os caminhos da Salvação, tornando-nos participantes de Sua vida.

A leitura é o caminho para as conquistas pessoais e espirituais. Partindo do princípio de que a Igreja deve estar ao lado d...

A leitura é o caminho para as conquistas pessoais e espirituais. Partindo do princípio de que a Igreja deve estar ao lado do povo, ouvindo seus anseios e reunindo todos para caminhar irmanados, partilhando as alegrias e as ansiedades, fazendo chegar o livro às mãos de crianças e adultos, é uma das premissas de elevado conteúdo que ajudará a atingir o objetivo de valorização humana.

Quando Carlos Drummond de Andrade se despediu do Jornal do Brasil, em 1984, em que publicava crônicas desde 1969, pegou seus leitore...

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Quando Carlos Drummond de Andrade se despediu do Jornal do Brasil, em 1984, em que publicava crônicas desde 1969, pegou seus leitores de surpresa. Seus textos traziam um alento para quem os lesse. No nosso caso, somente ao final da tarde quando o jornal chegava por aqui.

Quase quatro décadas depois, mesmo que não seja uma despedida definitiva, mas uma limitação de publicações de suas crônicas, Gonzaga Rodrigues surpreendeu seus leitores dizendo que somente passaria a escrever aos domingos.

O conto ganhou destaque na literatura mundial e muitos autores obtiveram êxito literário atuando nesse gênero. No Brasil, desde Machad...

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O conto ganhou destaque na literatura mundial e muitos autores obtiveram êxito literário atuando nesse gênero. No Brasil, desde Machado de Assis, passando por Lima Barreto e Guimarães Rosa, esse tipo de narração conquistou dimensão literária respeitável. Na Paraíba, tivemos contistas que deixaram obras de elevado valor. Em décadas passadas, em nossa terra, livros e antologias foram publicados com trabalhos de bons contistas.