Há mais 60 anos, o agente mascarado Flama, criação do jornalista Deodato Borges, iniciava suas aventuras em favor do bem, desvendava crimes e praticava a justiça. As aventuras do personagem eram ouvidas nas tardes de segunda a sexta-feira, pelas ondas da Rádio Borborema, de Campina Grande.
Depois do rádio, o personagem e seus amigos ganharam as páginas de gibis, cuja primeira edição impressa foi publicada em março de 1963. Mesmo conhecidas pela divulgação no rádio, as histórias em nova versão eram aguardadas com ansiedade. Como residíamos no sítio, não tínhamos acesso a esse tipo de publicação, mas o rádio trazia para dentro de casa as aventuras do herói que aprendemos a amar.
Andrea Diniz
Quando cresci — nem tanto —, atuando na mesma profissão que o autor das aventuras – o Jornalismo —, contei a ele o quanto me deliciava com as aventuras de seus personagens, falei do modo como absorvia os episódios. Deodato riu ao seu modo pacato e me respondeu:
Luiz Felipe Piorotti
Afianço que Deodato conseguiu, pelo menos de minha parte, bulir com a minha imaginação e hoje percebo quanto aquilo foi bom para mim.
O quinteto da luta contra os perversos era formado pelo mascarado Flama, seu ajudante Zito, o delegado Laurence, sua filha Eliana e Bolão, ajudante cômico do herói. Depois do sucesso como seriado no rádio, seu idealizador decidiu transformar as aventuras do Flama em revista impressa, a primeira no gênero em quadrinhos na Paraíba, constituindo-se em grande feito do jornalista paraibano. Ele seguia o estilo dos quadrinhos de heróis da época, que faziam muito sucesso no estrangeiro e em nosso país, recheados de aventuras, que consistia no combate ao mal.
@retalhoscg
Neste mês, quando “As aventuras do Flama” completam 60 anos espantadas em forma de revista em quadrinhos, resta-nos homenagear seu criador, que escreveu o último capítulo de sua história em 2014, a partir de quando sua presença passou a estar nas fotografias, nos gibis, nas charges publicadas em jornais e nas conversas com os amigos. Deodato sobreviverá no personagem Flama. A arte imortaliza o artista.
Deodato, Ary Rodrigues e Epitácio Soares (esq) / Deodato Borges (dir)
Mike Deodato - @cgretalhos
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