Lá vem o trem, De longe vem apitando, Vem avisando gemendo, Adeus, adeus! E a estação vai deixando.
ADEUS ADEUS Lá vem o trem, De longe vem apitando, Vem avisando gemendo, Adeus, adeus! E a estação vai deixando.
Por onde caminha o meu olhar?
Lá vem o trem, De longe vem apitando, Vem avisando gemendo, Adeus, adeus! E a estação vai deixando.
PESSOAS LIVROS O Mundo é uma grande biblioteca, E Deus é um mágico escritor, Que cria livros de páginas em branco, Que ...
Ele tinha o sorriso no rosto
O Mundo é uma grande biblioteca, E Deus é um mágico escritor, Que cria livros de páginas em branco, Que vão sendo escritas com a tinta do amor. Pessoas são livros, Que escrevem a sua própria história, Há pessoas romances, Há pessoas tragédias, Há pessoas mistério, Há as que são comédia. Há livros de tanta riqueza, Que são enciclopédias, De saber e heroísmo. Há outros que são tão pobres, Que parecem estar em branco, Pois o tempo todo são apagados, Pela borracha do egoísmo. Há livros de belas histórias, Que admiramos sua glória E buscamos copiar, Outros são histórias feias, Tristes e mal escritas, Cheias de pobreza e desdita, Que quase ninguém quer ler, E ficam num canto da estante, Tentando se esconder. Mas Deus é escritor bondoso E ama os livros tristonhos, Vez em quando os reencapa, E lhes dá páginas novas, Que podem ser escritas, Com tintas mais belas e brilhantes, Em letras de amor triunfante, Modificando-lhes a história. Eu sou também um livro De capa simples, modesta, Escrevo-me a cada dia, Com sonhos e fantasias, Gosto de falar de amor, A dor aparece um tantinho, Mas vou com muito carinho, Fazendo da vida uma festa, Que escrevo com alegria, Pois minha maior ventura, É ser livro de poesia. FLUIR
Fluir... Deixar fluir, Deixar a vida prosseguir. Ninguém pode conter O oceano entre as mãos. Entreguemo-nos à vida, Pelos caminhos do coração. Para que negar o amor? Para que negar a dor? Ninguém consegue Esconder-se de si mesmo Somente caminhará em círculo Simplesmente caminhará A esmo. Deixemos então fluir, Seja a dor, Seja o amor, Caminhemos até o fim da estrada, Cantemos todos os poemas, Choremos todas as lágrimas. Porque viver é entregar-se, Viver é mergulhar, No infinito mar de sentimentos, De sonhos, de esperanças. Viver é deixar fluir. Negar-se é ser covarde, ´ É ver a vida passar pela janela, Convidando-nos à felicidade E a ela voltarmos às costas, Preferindo olhar o vazio A extasiar-se com o brilho Da mais bela estrela. ESTRELA CADENTE
Passaste ontem pela minha janela, Como imenso foco de luz, Clareando a noite escura. Pomo de ouro que o céu cruzou, Tanta beleza e energia, Que o amor em mim despertou. E da forma que viestes, A tudo ofuscando, E embelezando o firmamento, Sumiste. Assim, sem aviso, sem que eu esperasse, Deixando-me a alma em tormento. Eras tu, apenas uma estrela cadente, Que se inflama no céu e depois somes, E na tua própria beleza e energia Te consomes. E eu, menestrel desavisado, Fiquei a olhar para o céu, Ofuscado. Acreditando que havias levado, Todas as outras estrelas, Na tua passagem instantânea. E dei de entristecer, Sentindo-me roubado, Pois o que pode fazer um menestrel, Sem a Lua e as estrelas, Para à noite ele cantar? Porém, (agora sorrio a dizer) Tudo foi apenas, Questão de ofuscamento, Pois lá em cima, no céu, No mais alto firmamento, Ainda estavam minhas estrelas. Estava também a Lua, Ora redonda, ora fininha, Sorrindo da minha bobagem, Das lágrimas de criancinha, Que um dia derramei, Por uma estrela cadente. SUAVE
para Carlos Romero Era uma criatura suave De olhos e palavras mansas. Tinha no rosto o sorriso E na alma a alegria de viver.
Os sinos do campanário Dobram os velhos sinos A cantarem êneos fados, No campanário carcomido, Pelas rezas dos tempos passados.
Pelas rezas dos tempos passados
Dobram os velhos sinos A cantarem êneos fados, No campanário carcomido, Pelas rezas dos tempos passados.
A profundidade de um olhar Quem sabe o que se vai encontrar Na profundidade de um olhar? Será uma promessa? Será uma esperança? Será uma...
A profundidade de um olhar
Quem sabe o que se vai encontrar Na profundidade de um olhar? Será uma promessa? Será uma esperança? Será uma negação?
Ela era linda! Mais que o amanhecer, Mais que as noites de luar. A sua beleza era tanta, Que fez Afrodite invejar.
Eros e Psique, uma história de amor
GENTILEZA Tristezópolis era uma cidade de gente tristonha. Ali só tinha pessoas mofinas e gente mal-humorada. A vida era sem graça e ...
Existem palavras mágicas
Tristezópolis era uma cidade de gente tristonha.
Ali só tinha pessoas mofinas e gente mal-humorada.
A vida era sem graça e enfadonha.
Chegada Eu não trago as mãos vazias. Trago-as cheias de sonhos E de flores que colhi A beira do caminho.
As flores de setembro
Eu não trago as mãos vazias.
Trago-as cheias de sonhos
E de flores que colhi
A beira do caminho.
Bom humor Sorriso que brota dos olhos E brinca nos lábios. Palavra fluida e leve. Margaridas que se aquecem ao sol, Manhã de verão, ...
Bom humor e outras poesias
Sorriso que brota dos olhos
E brinca nos lábios.
Palavra fluida e leve.
Margaridas que se aquecem ao sol,
Manhã de verão,
Mas também cabe o friozinho do inverno,
Acompanhado de um vinho bom.
Se tiver de partir, não seja adeus e sim até breve.
Dependendo do olhar, tudo pode ser perfeito,
Viver pode ser uma grande aventura,
O céu será sempre bonito, independente da cor.
É preciso apenas esperança no peito
Criatividade no pensar
E uma dose de bom humor.
Vamos dançar? Se pudesse, hoje, te tiraria para dançar... Dançaríamos juntinhos, De rosto colado, E em teu ouvido, Eu cantaria baix...
Vamos dançar?
Se pudesse, hoje, te tiraria para dançar...
Dançaríamos juntinhos,
De rosto colado,
E em teu ouvido,
Eu cantaria baixinho.
Poema urgente Não que seja este Meu último poema, Ou talvez seja! Quem sabe da vida? Quem sabe da morte?
Tempo de urgência
Não que seja este
Meu último poema,
Ou talvez seja!
Quem sabe da vida?
Quem sabe da morte?
Colapso quântico Viajando no infinito, Desde os mais distantes evos. Seguem duas almas afins, Nascidas do Amor Primevo.
Pequenos segredos
Viajando no infinito,
Desde os mais distantes evos.
Seguem duas almas afins,
Nascidas do Amor Primevo.
Parafraseando Cecília Também tenho fases de lua... Fases de me enclausurar,
Para Cecília Meireles
Também tenho fases de lua...
Fases de me enclausurar,
Canção enluarada Espero a noite que não tarda, E com as rimas da saudade Componho-te um poema branco. Deixei a rima em algum canto esq...
Canção enluarada
Espero a noite que não tarda,
E com as rimas da saudade
Componho-te um poema branco.
Deixei a rima em algum canto esquecida.
A Hora da Estrela Encontro-me comigo À hora da estrela. E um sem número de verdades Desfilam diante de um eu atônito.
Cada pedaço de mim
Encontro-me comigo
À hora da estrela.
E um sem número de verdades
Desfilam diante de um eu atônito.
Espelho Seria um espelho Ou um poço profundo, Que refletia imagens Que ainda não sei decifrar.
Retratos pálidos
Seria um espelho
Ou um poço profundo,
Que refletia imagens
Que ainda não sei decifrar.
Ave fugidia Ave tão fugidia Avezinha selvagem, Pousa na minha janela Para depois se evadir Deixando a solidão nela.
Duas asas
Ave tão fugidia
Avezinha selvagem,
Pousa na minha janela
Para depois se evadir
Deixando a solidão nela.
Ancianidade Sinto na alma A ancianidade das montanhas, E nos ombros pesam A passagem do tempo.
Dois poemas
Sinto na alma
A ancianidade das montanhas,
E nos ombros pesam
A passagem do tempo.