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Pintei muitos quadros com a figura de Cristo, assim como escrevi, sobre ele, os romances A VERDADEIRA ESTÓRIA DE JESUS - que adaptei p...

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Pintei muitos quadros com a figura de Cristo, assim como escrevi, sobre ele, os romances A VERDADEIRA ESTÓRIA DE JESUS - que adaptei para o teatro e montei -, e RELATO DE PRÓCULA, além do "tratado poético-filosófico" ESSE É O HOMEM, com algo muito forte, também, no novo "tratado" que vem por aí, 1/6 DE LAJANAS MECÃNICAS, BANANAS DE DINAMITE.

Três da tarde, começo de outono. Muita, mas muita gente, mesmo, nas mesas espalhadas pelas calçadas dos cafés e restaurantes de toda a...

Três da tarde, começo de outono. Muita, mas muita gente, mesmo, nas mesas espalhadas pelas calçadas dos cafés e restaurantes de toda a cidade, sob o sol intenso, surrealisticamente frio. Largos e longos barcos descobertos, apinhados de turistas, indo e vindo pelo Sena, passando por baixo das tantas pontes. Uma multidão enorme – com muitos, muitos chineses, muçulmanas, japonesas com elegância de Audrey Hepburn em “My Fair Lady” - locupletando a vasta praça agitada por pombos, ante a catedral de Notre-Dame. Um despropósito, a fila que se estende pelo passeio de uma rua da mesma ilha fluvial – Île de la Cité - pra ver a Sainte-Chapelle. Uma quantidade assombrosa de gente nos ônibus abertos abarrotados, em todas as ruas.

Pobre do Herodes ingênuo Pobre do ingênuo Caifás, Pobre do ingênuo Sinédrio, Pobre do ingênuo Anás, Pobre do povo gritando Fazendo esco...

via sacra musica popular erudita ilza nogueira
Pobre do Herodes ingênuo Pobre do ingênuo Caifás, Pobre do ingênuo Sinédrio, Pobre do ingênuo Anás, Pobre do povo gritando Fazendo escolha, pensando saber de tudo que faz.

Quando o “Oratório Via–Sacra” terminou, em suas três apresentações na Semana Santa de 2005 (sob o maravilhoso teto da igreja de São Francisco), o público delirava. Na derradeira apresentação, lágrimas em alguns coralistas, lágrimas em alguns músicos, a mesma emoção, certamente, que fez Cida Lobo me dar aquele abraço e dizer-me, com voz embargada, que cada centavo investido ali pelo FIC fora muito bem empregado. Eu mesmo, autor do texto, estava embasbacado. Porque sequer imaginava

O meu chefe na carteira de cobrança, da agência do Banco do Commercio e Indústria de São Paulo, na Sorocaba de 1961 e 62, o Sidney ...

O meu chefe na carteira de cobrança, da agência do Banco do Commercio e Indústria de São Paulo, na Sorocaba de 1961 e 62, o Sidney "Sinfônico", tinha esse apelido por ser doido por música clássica. Arquivava e tirava dos arquivos de aço as promissórias e duplicatas sempre cantando o tempo todo, imitando, onomatopeico, na verdade tentando repetir orquestras inteiras com a boca, do ímpeto da Cavalgada das Valquírias (aquela do ataque de helicópteros a uma aldeia do Vietnã, em Apocalypse Now) a diluições de sons como os da “Catedral Submersa”, do Debussy.

Pissarro
Era filho de ferroviário, como eu, e morava à beira da estrada de ferro. Descuidado com as roupas, vestia-se mal porque gastava em discos tudo o que lhe sobrava da ajuda em casa. Mas tinha uma coleção de discos que só vi igual na casa do Dr. Paulo Maia, aqui em João Pessoa. Mas isso numa casa de madeira, do pai, junto dos trilhos de Sorocabana.

Foi ali, ao limpar o disco que íamos ouvir em seguida, que me contou que se deslumbrara com a música que ouvira em bg, durante a morte de Cristo, no drama da Paixão, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, na sexta feira santa, pelo que escrevera pra lá, perguntando que obra era aquela:

WJ Solha
A catedral Submersa " – disseram-lhe. “La Cathédral Engloutie", de Claude Debussy.

Aquilo imediatamente se transformou em imagem na minha mente e “vi”, fascinado, o que ouvi em seguida. Até que fiz uma tela de 50 X 30, anos depois.

O modelo foi a catedral de Milão, imaginariamente encalhada a meio caminho do fundo do mar, entre algas, bolhas e tubarões. A ideia veio deste belo exemplo de música impressionista criado pelo compositor francês a partir de uma lenda bretã.

Encontrei vários apaixonados por música erudita, na vida, sendo seus ápices o Dr. Paulo Maia, daqui, e o Sidney, de lá.

Não descansei enquanto não consegui o disco. A imagem que “vi”, ali, não descansou por vários anos, enquanto não virou quadro…

No esfacelamento da União Soviética, 1991, o historiador Eric Hobsbawm põe o fim do século XX. Não à toa, ele chamou o período 1914-1991...

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No esfacelamento da União Soviética, 1991, o historiador Eric Hobsbawm põe o fim do século XX. Não à toa, ele chamou o período 1914-1991 de Era dos Extremos, pois nele se experimentou de tudo: de revoluções a independências de colônias; de ascensões e quedas de ditaduras de esquerda e de direita a duas guerras mundiais; de pandemias a criação e utilização de armas até então jamais imaginadas; de genocídios a viagens espaciais — tudo enquanto se consumia drogas de todo tipo e o ser humano chegava à superpopulação, causando desertificação, poluição, aquecimento global, enquanto — como resposta — libertava a mulher do próprio útero, o PIB mundial per capita se quintuplicava - num crescimento econômico maior do que o obtido em todos

Li o “Mozart por trás da máscara”, do uruguaio Lincoln Raúl Maiztegui Casas , quando foi publicado no Brasil, em 2006, pela Editora Plan...

Li o “Mozart por trás da máscara”, do uruguaio Lincoln Raúl Maiztegui Casas, quando foi publicado no Brasil, em 2006, pela Editora Planeta. Fui – só em parte – gratificado por isso, porque um dos escopos desse autor era contestar “a obra mais repelente” que – disse ele - teve oportunidade de ver em sua vida: o filme “Amadeus”, de Milos Forman, de que, caramba, sempre gostei muito.

Bom, ninguém é perfeito.

Nunes — sente-se isso em seu olhar, sente-se isso em tudo que escreve — é de uma pureza surpreendente. Talvez a explique o fato de que é...

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Nunes — sente-se isso em seu olhar, sente-se isso em tudo que escreve — é de uma pureza surpreendente. Talvez a explique o fato de que é diácono permanente da Arquidiocese da Paraíba e oblato beneditino do Mosteiro de Olinda.

Sinto, nele, a mesma aura de santidade do médico Dr. Sebastião Ayres e do ex-arcebispo da Paraíba, Dom José Maria Pires. Talvez porque — embora eu resultasse avesso a qualquer fé — minha mãe tivesse sido Filha de Maria e meu pai, Vicentino. Há um quê de incenso, em Dr. Sebastião,

1992: eu disse à Ione que estava na hora de visitar meu pai: - Está com 87. E o encontrei de cama. Não aceitou que o levasse a um mé...

1992:
eu disse à Ione que estava na hora de visitar meu pai:

- Está com 87.

E o encontrei de cama. Não aceitou que o levasse a um médico, nem que lhe trouxesse um.
Morreria uma semana depois.
Mas conversamos bastante, naquela derradeira ocasião. Em certo momento, pediu-me que lesse em voz alta, para ele, o poema “Se”, o “If” de Rudyard Kipling, que havia na tradução de Guilherme de Almeida, ... do Tesouro da Juventude – coleção que fora minha e deixara para ele.

Esta declaração de Picasso poderia ser a epígrafe de um comentário sobre o livro "Para Tocar Tuas Mãos": "Me tomó cuatro...

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Esta declaração de Picasso poderia ser a epígrafe de um comentário sobre o livro "Para Tocar Tuas Mãos":

"Me tomó cuatro años pintar como Rafael, pero me llevó toda una vida aprender a dibujar como un niño".

Isso a propósito de uma assertiva de Marco Lucchesi na quarta capa da publicação:

Eu lia uma dessas pesadas Histórias da Arte, quando tive um alívio enorme: depois de mais uma vez atravessar a Renascença Italiana – che...

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Eu lia uma dessas pesadas Histórias da Arte, quando tive um alívio enorme: depois de mais uma vez atravessar a Renascença Italiana – cheia de calvários, mártires, batalhas e juízos finais – entrei numa leve e clara abordagem da arte japonesa. Com isso entendi porque ela foi agente importante da grande revolução ocorrida com o Impressionismo. Imagine o frescor que os europeus da época sentiram na descoberta, por exemplo, das Trinta e Seis Vistas do Monte Fuji, de Hokusai.

2017 Vi — em meu computador, pelo skype — o filho Dmitri, 50 anos — dizer, lá de Fortaleza, que fora confirmada a metástase do câncer...

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2017
Vi — em meu computador, pelo skype — o filho Dmitri, 50 anos — dizer, lá de Fortaleza, que fora confirmada a metástase do câncer, agora no fígado. "Tô morto, pai!". E chorou.

— Calma — eu disse, porque teria de dizer alguma coisa. — Nayah é enfermeira, com bons parentes médicos da área, aí na cidade. Isso será contornado!

Sem transição, ele acrescentou que, pior, era passar por aquilo no inferno que era a sua vizinhança — detalhe surpreendente, mas a que me apeguei:

Coincidiu que, agora em 20 de março – aos 80 anos -, tive um infarto e escapei na sala de operações, enquanto, nove dias depois, perdíam...

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Coincidiu que, agora em 20 de março – aos 80 anos -, tive um infarto e escapei na sala de operações, enquanto, nove dias depois, perdíamos o grande designer gráfico Elifas Andreato, 76 anos, “por complicações - segundo vagas reportagens - de um... infarto”. Como sempre fui fascinado por suas capas de discos e cartazes, foi inevitável me lembrar de que fui também, várias vezes, capista. Na verdade, criei apenas a da revista BAZAR, maio de 99, transformando a bandeira nacional em um olho severo direto no leitor.

Minha última publicação, no gênero, foi “Arkáditch” – ed. Ideia, 2011. Eis como foi criado: 1 - Assim como “Relato de Prócula...

Minha última publicação, no gênero, foi “Arkáditch” – ed. Ideia, 2011. Eis como foi criado:


1 - Assim como “Relato de Prócula” teve o primeiro esboço na minha vontade de escrever algo como “A Cidade e as Serras”, do Eça, pois eu tinha muita coisa pra contar de meus sete anos de Pombal e do que já vivera aqui, Arkádtich – digo logo - é o nome do irmão de Ana Karenina. Tudo veio desse lance russo.

... mas algo, em mim, sempre me diz "resista" Minha primeira peça de teatro, O VERMELHO E O BRANCO, de 68, teve três ou quat...

... mas algo, em mim, sempre me diz "resista"

Minha primeira peça de teatro, O VERMELHO E O BRANCO, de 68, teve três ou quatro apresentações e foi proibida pela Censura Federal da ditadura “por ferir a dignidade da pátria e ser capaz de sublevar os ânimos da juventude”. Morreu ali.

Da solidão de não pertencer à quarta dimensão - de Daniela Della Torre (Editora Nankin, 2009) – Qual seria a melhor imagem de Clarice,...

Da solidão de não pertencer à quarta dimensão - de Daniela Della Torre (Editora Nankin, 2009)

– Qual seria a melhor imagem de Clarice, após essa leitura?

– A da fotomontagem de Wanda Wuls, Moi+Chat, de 1925, que aqui em seguida está.

– Alguma surpresa, no livro da Della Torre.?

Não dá pra esquecer a bela crônica “Não dá pra Esquecer”, de Martinho Moreira Franco (1947—2021) a respeito de slogans famosos, começando ...

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Não dá pra esquecer a bela crônica “Não dá pra Esquecer”, de Martinho Moreira Franco (1947—2021) a respeito de slogans famosos, começando  pelo clássico “O primeiro a gente nunca esquece”,  da Valisere, com a bela mocinha deslumbrada com seu inaugural sutiã, depois do que Martinho envereda por outros trinta grandes achados, dos quais pinço, ainda, indeléveis, o dos lápis Faber Castell - “Se você não comprar, eles vão ficar desapontados”, o das pilhas Duracell - “Têm um lado negativo, mas também um positivo”,

Em “1/6 de Laranjas Mecânicas, Bananas de Dinamite” faço a ligação dessas “entidades” ao Logos, que abre o evangelho de João: que a men...

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Em “1/6 de Laranjas Mecânicas, Bananas de Dinamite” faço a ligação dessas “entidades” ao Logos, que abre o evangelho de João:

que a mente atente, sempre, que é à Inteligência, Razão, do Novo Testamento, que Hamlet – metaforicamente – se refere, quando confere a ... uma ... divinity - divindade – a... cumplicidade... que dá forma a tudo ... que o ser humano projete, ainda que muito lhe falte para que o complete,

Quantas vezes ouvi, pelo rádio, a propaganda do Phymatosan – com a mesma... canção “Daisy Bell” que vi, em 1968, o computador HAL 9000 não...

nostalgia reminiscencias passado lembranca coisas antigas
Quantas vezes ouvi, pelo rádio, a propaganda do Phymatosan – com a mesma... canção “Daisy Bell” que vi, em 1968, o computador HAL 9000 não conseguir cantar até o fim, no filme “2001”, ao ter a memória destruída pelo astronauta David (numa sutil versão do embate Davi/Golias):

I Pra resolver um problema de pele, nos anos 70, saí da agência centro do BB em João Pessoa, onde trabalhava, e subi a Rodrigues de Aqui...

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I

Pra resolver um problema de pele, nos anos 70, saí da agência centro do BB em João Pessoa, onde trabalhava, e subi a Rodrigues de Aquino, direto ao consultório do Dr. Arnaldo Tavares, que – depois – soube ser pai do artista plástico Flávio Tavares. Parei no início do longo corredor da casa antiga, deslumbrado com o mundo de livros que cobriam as paredes até o teto! Por volta de 2007, quando fui descrever a biblioteca do protagonista de meu romance Relato de Prócula, que seria no sítio Mundo Novo, em Pombal, de meu colega de elenco d’O Salário da Morte, Horácio de Freitas, juntei as duas lembranças e descrevi:

Perguntei a Burity — na casa do Dr. Paulo Maia, em que o ex-governador, mais o maestro Kaplan, o violinista Yerko Tabilo, o contrabaixist...

solha
Perguntei a Burity — na casa do Dr. Paulo Maia, em que o ex-governador, mais o maestro Kaplan, o violinista Yerko Tabilo, o contrabaixista Hector Rossi, o jornalista Luiz Carlos Nascimento e eu nos reuníamos todos os sábados de manhã, para ouvir música erudita — se ele tivesse que levar uma única obra para uma ilha deserta, qual seria?