Fala-se que, na velhice, a vida perde a graça. Discordo. Quem perde a graça é o velho, não a vida, que sempre está aberta a quem quer ...

Fala-se que, na velhice, a vida perde a graça. Discordo. Quem perde a graça é o velho, não a vida, que sempre está aberta a quem quer desfrutá-la. Uma das formas de evitar que a graça se perca, mesmo sendo avançada a idade, é cultivar o humor.

Retirei a máscara que me protegia da peste e das fakenews . Agora, sinto-me preparado contra o que pode me tirar a alegria de viver. Fi...

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Retirei a máscara que me protegia da peste e das fakenews. Agora, sinto-me preparado contra o que pode me tirar a alegria de viver. Fiquei saturado de morte. Não sei bem como essa inércia entrou em minhas veias e atacou por dentro e por fora de minha pele. Não sei pra que lado posso correr e qual analgésico poderá fazer parar a dor da perseguição.

As novas cenas de empilhamento de corpos nas guerras, e a lista de mentiras que circulam nos noticiários são novidades necessárias de se conviver.

      CAMINHAVA-SE e o não distante, retinia nos bolsos. (não se atropela com passo inútil a promessa do broto de amanhã) ...

poesia capixaba jorge elias
 
 
 
CAMINHAVA-SE
e o não distante, retinia nos bolsos. (não se atropela com passo inútil a promessa do broto de amanhã) Retiniam nos bolsos os cristais, as balas, o despreparo de ser na miséria. Caminhava-se perdidamente, às cegas, tonto de saber-se tonto,

“O maior paradoxo da atualidade é que vivemos num mundo inundado de informação, mas sedento de conhecimento.” Essa afirmação fo...

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“O maior paradoxo da atualidade é que vivemos num mundo inundado de informação, mas sedento de conhecimento.”

Essa afirmação foi atribuída a Jack Welch, presidente da General Electric. Ela incita-nos a refletir sobre a nossa situação na sociedade pós-moderna, na qual o denominado setor quaternário ganha espaço.

Após a clássica estruturação da economia nos setores primário, secundário e terciário, decorrente dos estudos do economista inglês Colin Clark (1905-1989), precisamos admitir que novo setor econômico desponta no cenário nacional e internacional, revolucionando conceitos e paradigmas. A ciência, a tecnologia e a informação são as responsáveis pelas grandes e céleres transformações sociais, econômicas, artísticas e culturais dos últimos tempos.

Este tema prendeu minha atenção em antigo texto de Rachel de Queiroz datado de 24 de agosto de 1990. Já lá se vão mais de 32 anos. A ce...

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Este tema prendeu minha atenção em antigo texto de Rachel de Queiroz datado de 24 de agosto de 1990. Já lá se vão mais de 32 anos. A cearense escrevia sobre a posse do paraibano Ariano Suassuna na Academia Brasileira de Letras, ocorrida no dia 9 daquele mês já longínquo, e destacava o fardão especial do novo acadêmico, mistura do modelo de praxe adotado por seus pares com particularidades trazidas por Ariano, sempre preocupado em ressaltar sua nordestinidade.

A crônica, a que é fruto da subjetividade, infunde bem mais vivência (e certamente por isto) do que a sua versão historiográfica. Co...

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A crônica, a que é fruto da subjetividade, infunde bem mais vivência (e certamente por isto) do que a sua versão historiográfica. Coriolano de Medeiros, corógrafo que escrevia tão seguro quanto o mestre B. Rohan, identifica-nos com a alma da terra, com o nosso jeito um tanto desligado de ser, mais pela crônica do “Tambiá”, do “Sampaio” e dos ensaios mais breves deixados pelos jornais e revistas do Instituto Histórico e da Academia do que mesmo pelos seus elaborados estudos e pesquisas.

Acabei de escutar uma mensagem que provocou em mim certo estranhamento, vinda do alto, numa voz padronizada e insistente, dizendo mais...

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Acabei de escutar uma mensagem que provocou em mim certo estranhamento, vinda do alto, numa voz padronizada e insistente, dizendo mais ou menos assim: “Ei, aqui em cima!”

Tempos novos esses em que vem de avião o anúncio publicitário informando que o circo chegou…

No tempo das marmotas circulando pelo Ponto Cem Réis nas manhãs de domingo de Carnaval, havia a espontaneidade marcando o ponto e o pas...

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No tempo das marmotas circulando pelo Ponto Cem Réis nas manhãs de domingo de Carnaval, havia a espontaneidade marcando o ponto e o passo. E o aguaceiro sacudido mesmo em quem era alérgico à folia. Saíam impropérios e as risadas ecoavam na matinal da irreverência. Faziam mingau de farinha de trigo e sacudiam nas cabeças bem penteadas; papa nos festejos momescos: um mingau improvisado na brincadeira que durava até o meio do dia com entrada na tarde.

Com aquela voz e respiração relaxada de quem se deleitava em um balanço de rede, meu amigo José Edmilson fala ao telefone: ⏤ ...

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Com aquela voz e respiração relaxada de quem se deleitava em um balanço de rede, meu amigo José Edmilson fala ao telefone:

⏤ "Hummm, Thomas, sábado vamos ter um encontro em Campina (detalhe que ele curte suas férias em Cabedelo-PB); vamos receber Gonzaga que vai com seu filho Paulinho, Hildeberto, Irani Medeiros, Antônio David, que fará umas boas fotografias... É que ele (Gonzaga) quer dar um passeio na Praça da Bandeira relembrando dos tempos de Pio XI,

O sol vai se soltando por trás do cabo chamado de branco, que ganha tons em ouro, de várias árvores e de algumas nuvens que p...

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O sol vai se soltando por trás do cabo chamado de branco, que ganha tons em ouro, de várias árvores e de algumas nuvens que parecem se juntar para servir de cortina. Elas se abrem para o espetáculo do astro-rei. Na orla, o despertar de parte da cidade em pedaladas a girar nas rodas das bicicletas, das pernas que com seus músculos avançam corpos. Tudo em banhos atlânticos de imensidão a beijar em toques mansos as areias quase desertas das primeiras horas.

Já tenho 50 por essas bandas das Maldivas. Aqui são oito horas à frente do fuso de Brasília. O menino do interior que nasceu numa c...

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Já tenho 50 por essas bandas das Maldivas. Aqui são oito horas à frente do fuso de Brasília. O menino do interior que nasceu numa casa emprestada completa meio século. E precisou provar dos sabores e delícias de um lugar precioso, considerado o mais bonito do mundo!

Costumo brincar com os meus alunos das disciplinas de Estudos Clássicos, contando-lhes a essência de um mito e perguntando-lhes de ...

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Costumo brincar com os meus alunos das disciplinas de Estudos Clássicos, contando-lhes a essência de um mito e perguntando-lhes de quem estou falando. Como as várias culturas mediterrâneas e suas vizinhanças se interpenetram, existe na bacia do Mediterrâneo um verdadeiro cadinho cultural, com narrativas muito semelhantes em suas estruturas. Entenda-se pelo termo narrativa o seu sentido grego, contido na palavra mito (μῦθος), que chegou até os nossos dias um tanto distorcido, significando, o mais das vezes, mentira.

Meu avô materno Manuel dos Anjos fundou a Academia Paraibana de Poesia. A cadeira 1 leva seu nome. Mas também fundou blocos carnavale...

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Meu avô materno Manuel dos Anjos fundou a Academia Paraibana de Poesia. A cadeira 1 leva seu nome. Mas também fundou blocos carnavalescos. Minha mãe Creusa Pires fundou o bloco da melhor idade. Portanto, carnaval está no sangue, né? Não cabem aqui as maravilhosas lembranças do corso, das matinais na AABB e dos bailes noturnos do clube Cabo Branco, mas apenas explicar a Baratona, o bloco carnavalesco mais improvável do Brasil, que tornou-se um tremendo sucesso graças à adesão do povo.

Ao analisar o belo e a arte, Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762), filósofo iluminista alemão, publicou o seu livro Aesthetica s...

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Ao analisar o belo e a arte, Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762), filósofo iluminista alemão, publicou o seu livro Aesthetica sive theoria liberalium artium (1750). Essa obra é composta de duas partes, uma teórica, na qual estuda as condições que proporcionam o conhecimento sensível que dizem respeito à beleza; outra, a prática, a qual contém os princípios necessários à formação do gosto e da habilidade artística através de um exercício estético contínuo. Suas pesquisas priorizam os estudos das sensações, e fundamenta a estética com o objetivo de entender o belo, de forma a construir uma teoria da significação de beleza. No livro citado acima, isto é, Estética ou Teoria das Artes Liberais, Baumgarten (1993, p. 99) afirma que:

Às vezes, a saudade fornece o tempero faltoso àquilo que nos vai à boca. Pode ser qualquer coisa: um fígado acebolado, uma galinha de...

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Às vezes, a saudade fornece o tempero faltoso àquilo que nos vai à boca. Pode ser qualquer coisa: um fígado acebolado, uma galinha de cabidela, um bolo, um sorvete. Mas, para que assim ocorra, é necessário que tenhamos a mente e os pés no lugar onde um dia vivemos nossos melhores momentos. É preciso que o vento nos sopre um sotaque, um tom de voz, uma melodia. E que o sol ilumine paisagens que nunca nos saíram da cabeça nem do coração.

O salão de Vera fervilhava! Uma semana após o Natal. Havia uma concepção de “fechar o ano” de forma deslumbrante. O movimento da vaid...

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O salão de Vera fervilhava! Uma semana após o Natal. Havia uma concepção de “fechar o ano” de forma deslumbrante. O movimento da vaidade era intenso e sem tréguas. Os profissionais se revezavam para atender a clientela. Seis mulheres ocupavam simultaneamente as cadeiras diante do espelho de parede inteira, que escondia a difícil tarefa de devolver uma imagem bela e proporcional às longas esperas.