O sol vai se soltando por trás do cabo chamado de branco, que ganha tons em ouro, de várias árvores e de algumas nuvens que parecem se juntar para servir de cortina. Elas se abrem para o espetáculo do astro-rei. Na orla, o despertar de parte da cidade em pedaladas a girar nas rodas das bicicletas, das pernas que com seus músculos avançam corpos. Tudo em banhos atlânticos de imensidão a beijar em toques mansos as areias quase desertas das primeiras horas.
PMJP
Cada um com seu estilo. Uns super profissionais de corridas, com equipamentos de última geração e que custam muitos cifrões, outros mais preocupados com a disposição para percorrer distâncias. E existem os encantados com o cartão-postal que se abre ao amanhecer.
Cabo Branco vida em asas no topo das árvores, nas marias-farinhas observadoras na linha da areia, nos cães em miniaturas ou feitos gigantes em desfiles com seus protetores ou protegidos.
Clóvis Roberto
Eis que os minutos saltam casas no relógio de braços e solares. O maestro sol sobe degraus simbólicos no céu e desperta a cidade com a sua quentura de Verão. As sombras se deslocam ao seguir o comando do giro planetário esférico. Surgem das garagens preguiçosos automóveis de quatro rodas com seus condutores como fios entrecortados, pouco energizados, a saírem sonâmbulos em meio ao dia.
Certeira foi a escolha de José Américo de Almeida ao optar por morar em tão belo cenário. Decerto era longe, havia outros problemas, mas o visual era perfeito para permanecer o restante da vida diante do mar. E ter a barreira de verde como vizinha dos fundos. Corretíssimo Hermano José ao insistir nas múltiplas cores e olhares nas pinturas da ponta do Cabo Branco.
Enseada do Cabo Branco (J. Pessoa - PB)Clóvis Roberto