MEDITANDO Encontro-me pensando no passado... Minh’alma, flor rebelde, sem desgosto... Sorrisos abundavam no meu ro...

Sonetos para Fevereiro

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MEDITANDO
Encontro-me pensando no passado... Minh’alma, flor rebelde, sem desgosto... Sorrisos abundavam no meu rosto... Um tempo frutuoso e desvairado. Hoje as dores encobertas que eu sinto... São fissuras que sangram ferimentos... São páginas rasgadas, são lamentos... Veredas tortuosas, labirinto. Só vejo cenas tristes no caminho, palhaço com sorriso mais tristonho, pessoas neste mundo em desalinho. E nas ruas, escuto o burburinho, o medo do fantasma mais medonho, quimera que devora de mansinho.
SEM AMOR
Ah, livra-me Senhor, da fera fria, hoje o amargor da noite me apunhala; acolha a bela flor, minha alegria, liberta a dor do escravo na senzala. Traz-me o frescor da doce poesia, da natureza a cor de uma opala; o bom odor da terra em ramaria, dulçor meigo, do dia que me embala. Sem amor, sou cadáver maltrapilho, sem guiador, ofegante andarilho, poeta de um soneto sem escala. Sou o estridor do trem fora do trilho, o decompor do olhar, perda do brilho, o desamor... Poeta que se cala!
(EU) NA SOMBRA DE UM MORCEGO
Eu sou o que sozinho anda perdido, eu sou o que caminha mendigando. Eu sou o que as dores sai cantando, eu sou o pergaminho encardido. Eu sou um vil poeta entristecido, eu sou um corpo inerte entre as feras. Eu sou os olhos negros das panteras, eu sou um assassino arrependido. Eu sou o que pertence ao submundo, eu sou um vagabundo moribundo, um fantasma que vem de priscas Eras. Eu sou o que se esconde numa sombra... Na sombra de um morcego que me assombra, Na torre do castelo das quimeras.
O MEU PEITO CONHECE AS MINHAS DORES
A maldade campeia pelo mundo, mas sou forte e não vou me abater. Sou maduro demais para saber, que na vida o amor é dom profundo. Meu poema é um açude em que me afundo, meu lamento transborda na emoção. Sou poeta das terras do sertão, O vate solitário, o mais fecundo. Meus segredos guardei nos bastidores, não ligo para os vis difamadores, não vale para mim a expiação. O meu peito conhece as minhas dores, reconheço, perdi os meus amores, mas nunca perderei meu coração.

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