Janeiro é o primeiro mês do ano, mês de expectativas positivas, planos, projetos, mas que, ainda assim, traz o gosto das experiências...

Jano, Janeiro

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Janeiro é o primeiro mês do ano, mês de expectativas positivas, planos, projetos, mas que, ainda assim, traz o gosto das experiências e sensações legadas pelo ano findo.

A origem do nome janeiro está no deus latino Jano. Numa Pompílio, no século VI a.C., incorporou o mês de janeiro ao calendário,
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Numa Pompílio ▪ M. Louvre
homenageando o deus que também era alento para os que buscavam a paz.

A presença do deus nas guerras sempre simbolizava o seu fim. Preside o fim das guerras e o começo da paz. Preside todos os começos e todos os fins, segundo a coleção sobre Mitologia Greco-Romana (Abril Cultural). Jano é o grande porteiro.

O poder de abrir as portas do futuro e de fechar as portas do passado. Abrir e fechar todas as portas. Jano encontra correspondência na mitologia do povo iorubá, pois o orixá Exu também possui as chaves que tudo fecha e tudo abre. Sua presença é igualmente saudada antes dos demais orixás.

Assim também era Jano para os romanos e etruscos, cujas honrarias precediam a dos demais deuses. Com suas duas faces, Jano percebe tanto o que virá como o que se foi. Assim é o mês de janeiro, em que emprestamos um novo olhar
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Jano, em litogravura de 1569 ▪ NY Library
ao futuro, mas ainda com os olhos no passado, nas pendências trazidas, naquilo que ainda carregamos, problemas não resolvidos, questões mal digeridas.

Graças a essa visão simultânea de passado e futuro, podemos planejar o novo ano iniciado por janeiro. Ele é a porta do que se apresenta como novo e encoberto, inexplorado, mas com a força positiva de uma nova fase. É o mês das novas ideias e do descanso, das festas do mês de dezembro que servem para agradecer o fato de termos sobrevivido a mais um ano que findou.

É em janeiro que encontramos um novo alento e vigor. Jano, deus dos Romanos, deus dos Etruscos, que precede os nascimentos das grandes ideias, dos deuses e dos homens — segundo ainda coleção sobre Mitologia Greco-Romana —, com suas duas faces: uma que nos empurra para o futuro; outra que observa o que ficou e os que ficaram.

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Jano, em detalhe do Museu da Catedral, Ferrara ▪ Ni. Quirico, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
É o deus dos umbrais, das passagens e transições. Jano é o deus que nos auxilia nas passagens, é a porta que se abre para novos começos e que nos adverte sobre aquilo que fomos e fizemos. Deus que põe fim às guerras, sejam elas míticas, como a dos sabinos e romanos, sejam aquelas que trazemos dentro de nós. Jano nos convida para novas ações e ideias, assim como o ano que se inicia.

Que o mês de janeiro, que sempre se renova a cada ano, possa sempre trabalhar a nosso favor. Mês que guarda todos os novos projetos, sem perdermos de vista o passado recente com suas lições e as boas recordações que trazemos no coração! Feliz 2024!

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  1. Nunca havia me tocado da confluência dos atributos de Jano com os de Exú. Impressionante! Me lembrou agora de uma outra coisa: uma pintura de um machado duplo, símbolo de Xangô, o Orixá da justiça, num vaso da Grécia antiga e que aparece frequentemente nos livros de história do ensino fundamental.

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  2. Anônimo2/1/24 14:32

    Parabéns pelo excelente texto e partilha de conhecimento.

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  3. Ótimo e instrutivo texto...👏👏👏

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