Ano velho passando, ano novo chegando, será que o mundo melhorou? Claro, pois na vida não existe marcha à ré. Tudo evolui. Esta minha reflexão adveio de um desejo enorme de olhar para trás…
E tudo começou com aquele homem magro, quase nu, todo ensanguentado, pregado numa cruz, entre dois malfeitores. Um homem cujo crime foi amar a todos sem distinção. Pediu água e lhe deram vinagre. Pediu amor e lhe deram ódio, diante de uma multidão enlouquecida pelo fanatismo religioso, provou que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus.
E tudo começou com aquele homem magro, quase nu, todo ensanguentado, pregado numa cruz, entre dois malfeitores. Um homem cujo crime foi amar a todos sem distinção. Pediu água e lhe deram vinagre. Pediu amor e lhe deram ódio, diante de uma multidão enlouquecida pelo fanatismo religioso, provou que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus.
Joana d'Arc, 1900, Whitechapel Art Gallery (Londres) William Blake Richmond
Daí me vem à imaginação esta perturbadora pergunta: será que a humanidade melhorou? Será que aqueles crimes, aqui narrados, seriam repetidos? Temos hoje a moderna e surpreendente tecnologia, que está juntando as pessoas, derrubando fronteiras, criando o fenômeno da ubiquidade. Mas, afinal, estamos unidos ou reunidos? O “outro” continua sendo o inferno, como sentenciou Sartre? Uma ponte ou um abismo?
Wastdale head and Great Gable, 1905 (Cumbria, Inglaterra) A. Heaton Cooper
Todavia, “o homem magro da cruz” ensinou que amássemos até os inimigos... Difícil lição. Difícil, mas não impossível, pois muitos já deram e continuam dando o exemplo desse amor.