A casa das coisas Fica num tempo Que tem beira De Estrada A casa das coisas São caixas No chão E nos coraçõe...

O tempo das finitudes

antonio aurelio cassiano poesia paraibana
 
 

A casa das coisas Fica num tempo Que tem beira De Estrada A casa das coisas São caixas No chão E nos corações As coisas São caixas Que cabem Em seres humanos Os seres Que fazem Que cavam E enterram uns aos outros Na Solidão As coisas Caixa e chão Já não importam



 
Eu queria fazer Coisas imensas Como uma solidão Feita de saudades Felizes Receber da memória O que dei de vida E me arrepender De todos Os arrependimentos Coisas imensas Como fala de criança e Como por pião a rodar Completar amarelinha Declarar amor Na adolescência Queria fazer coisas Sinceras como eu Quando beijo meu gato Nego o que me oprime e Renuncio a um amor vencido Porque era fascista Queria sim E fiz todas essas coisas Porque a alma venceu A idade trouxe os instrumentos A serenidade o saber Para dobrar as dores E tomar conta de mim Eu queria amar a qualquer preço E me deixei ser escravo Objeto Poeira Eu queria ser quem não era Mas conheci o mar e seu sal... Na moleira o sal Da lágrima a cor arco-íris Da opressão travestida de amor Nasceu a vontade de potência A revolta Libertação Finda a ilusão do desejo Murchado o beijo Explorado o corpo E descartado Mergulho eu no anil de mim Daí minha abençoada solidão Amor de mim por mim Amor tóxico Nunca mais A paz de amar o mundo Que mora dentro de cada instante E deixar que more nele O tempo das finitudes



Infinito Indescritível Ser Ser É Indestrutível É ato próprio Ser É pleno Como a dor O instante É a própria Eternidade Daí que não há nada A temer O ser é Indestrutível Mas é mutável



As coisas As casas nuas Os altares Flores Tumbas Reticências E a imensidão Das saudades Refletidas em estrelas O Céu de Óriom Minha lágrima E Ribamar Para sempre Fenda na luz Feita de água Dor Dom do Céu Alma recebida

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  1. Muito verdadeiro este poema 👏👏👏👏👏👏👏👏👏🙏🙏🙏🙏🙏🙏🙏🙏🙏🙏🙏🍷✂️

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