Oliveira de Panelas cantou para José Américo de Almeida e declama à vida

Na sequência de entrevistas com pessoas que tiveram o privilégio de estar com nosso ilustre escritor e político paraibano, José Américo de Almeida, me deparei com nosso menestrel, o poeta cantador Oliveira de Panelas.

Ao retroceder no tempo e, com uma mente privilegiada, as lembranças de Oliveira estão nítidas em sua memória. E, na retrospectiva, não só recua como lembra cronologicamente. Segundo ele, foram três encontros, na década de 1970, pouco antes de José Américo partir para eternidade, em março de 1980. A primeira vez aconteceu em 1976, no antigo Pavilhão do Chá, durante o lançamento de um livro sobre uma antologia ilustrada dos cantadores Otacílio Batista e Professor Linhares.

Cantador Otacílio Batista Tônio (A União)

"Ele esteve lá, nós conversamos, ele assistiu a um pouco da cantoria. Foi muito bonito e foi a primeira vez que eu o vi", lembra Oliveira. Com uma mente privilegiada e lúcida lembrou que no ano de 1977, em setembro, participou de um festival no Teatro Santa Rosa e José Américo estava na plateia.

No dia seguinte, Oliveira e Pedro Bandeira, atenderam ao convite do anfitrião, que cedeu seu carro para levá-los à sua residência, no Cabo Branco, o então 'Solar de Tambaú':

"Nessa cantoria, eu cantei com Pedro Bandeira para ele, inclusive tem uma fotografia, com este registro, que foi publicada no jornal O Norte"

José Américo, Otacílio Batista, Oliveira de Panelas e Pedro Bandeira
(sentados da esq p/ direita) e profissionais da imprensaAcervo O Norte

E prossegue:

"O Otacílio estava presente, e eu cantando com Pedro Bandeira, Pedro Bandeira dizendo que ele era um grande paraibano, pra aqui, pra lá, aí eu disse: 'Pedro, Zé Américo não é só um grande paraibano, não, ele é um grande brasileiro, é um humanista, um homem de grande sapiência, ele é mais do que esse, simplesmente regional, aí ele achou muito bom'. No final da apresentação, José Américo falou: 'você é um grande cantador, parabéns pela sua versatilidade, eu fiquei todo feliz, e agradecido'".

Terraços da Casa de José Américo de Almeida FCJA

Esse encontro aconteceu nas famosas cadeiras do terraço, onde José Américo recebia visitantes. A seguir, seguindo seu estilo, o anfitrião os acompanhou até o portão.

— O que mais lhe chamou atenção em José Américo?

— O que mais me chamou a atenção, nesses contatos, foi a percepção dele, muito grande, sobre o conhecimento das coisas. Conversou comigo sobre como era que a arte, além disso ele me engrandeceu e com esse engrandecimento recíproco, de conversações nossas, eu fiquei muito feliz.

José Américo de Almeida FCJA

A percepção dele era muito grande, a sapiência dele foi isso aí que eu vi. Eu fui acompanhado com alguns cantadores do festival, convidados por ele para que a gente fosse para lá cantar ... Cantamos pelo telefone para o filho dele que morava no Rio, que fez elogios, eu fiquei muito feliz. Acho que tudo isso vale a pena.

Ao final, José Américo foi deixá-los no portão, como costumava fazer com os visitantes considerados especiais, independentes de classe social, cuja essa informação foi dada pelo jornalista Gonzaga Rodrigues e o cronista Carlos Romero.

E assim, o teor da nossa entrevista foi culminada com versos de exaltação àquela das mais renomadas figuras públicas da Paraíba: José Américo de Almeida.

Segunda parte

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Oliveira de Panelas declama a Vida

Oliveira de Panelas me recebeu na sua granja e nosso papo aconteceu no amplo alpendre, cercado por mãe-natureza, com a exuberância do verde das diversas plantações e o cantar dos passarinhos, visitando seus ninhos.

Flashes da entrevista de Fátima Farias com Oliveira de Panelas Acervo da autora

Neste sentido, aproveitei a sua verve e o cenário e estendi a entrevista para falar sobre a Vida e Natureza.

As respostas foram em tom de declamação. Confira nos vídeos:

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