Existem propagandas tão boas que são melhores do que muitos dos programas que patrocinam. Também existem propagandas tão ruins que dão vontade de trocar o canal da televisão. E existem as propagandas terríveis, que, de tão absurdas, conseguem vender o produto. Vamos a elas.
Das excelentes peças que lembro, começo pelo anúncio dos fósforos da Fiat Lux. Numa época sem recursos tecnológicos, abria-se uma caixa de fósforos ao som de um bombo, e os palitinhos saíam marchando. Era um alumbramento. Outras propagandas bacanas eram a série da Bardahl, com o Chico “Válvula Presa”, ou ainda o bonequinho da Shell. Havia também um monte de propagandas que emocionavam.
Cito três: uma da empresa Seagram’s (bebidas), onde um garotinho loiro aparecia numa tela fixa, com raiva, porque seu pai costumava chegar bêbado em casa. Porém, à medida que o texto avançava, a mensagem era a de que a bebida deveria ser usada com moderação, para exemplo das gerações futuras. Terminava com o menino estampando um largo sorriso. Outra, mais recente, era a propaganda de Natal do Banco Nacional, onde um coral de crianças começava a cantar uma boa mensagem (“Quero ver você não chorar...”), e um garotinho vinha a toda pressa numa bicicleta para participar do canto. Torcíamos por ele e, enfim, chegava esbaforido para a última frase. E o que dizer da propaganda da Honda, em que o filho levava o pai cego para dar uma volta de moto?
Houve a época das propagandas mais focadas nos jovens, e dois exemplos ainda hoje me marcam: a da U.S. Top, que anunciava jeans, e o sensualíssimo banho de piscina, em que o rapaz tirava a blusa da moça debaixo da água. Era da Ellus?
Mas eu falei que péssimas propagandas também vendem o produto e, mais uma vez, vou citar exemplos. O primeiro deles era o de uma loja de pneus do Ceará que dizia: “Gerardo Bastos, onde um pneu é um pneu”. Queria que fosse o quê, um coco? O povo ria... e comprava.
Porém, a sublimação ocorreu quando meu enorme amigo Fábio Rocha levou meu também enorme amigo Anacleto Reinaldo (radialista raiz) até o seu pai, Dr. Maurílio Almeida, dono do laboratório do mesmo nome, para mostrar um jingle que Anacleto criara:
“Laboratório Maurílio Almeida, onde mijo é mijo e bosta é bosta”.
Graças a Deus pela educação do Dr. Maurílio, que vetou a propaganda.
