O tempo incide na materialidade do que busco. Preciso racionar a tensão incitada pelos ponteiros. A avidez não deve se tornar sinônimo de desespero. É o embate constante entre o que fiz e aquilo que ainda quero fazer. Sei que posso.
Max Beckmann, 1944
Deslocado. Necessitado de aprender o já sabido. Pôr os móveis do meu espírito no lugar certo. Racionalizar o que de mim não é meu. Poemas abortados. Quero ter a calma de esperar para ter mais tempo. Quero que meu interior se exteriorize. E quero ser de um tempo sem cronologia. Quero me compreender sem o auxílio das palavras. Às vezes, fala-se demais para que o silêncio não revele o essencial. Por isso, vez em quando, calo-me. Prefiro silenciar a proferir o infértil. O putrefato e o fecundo estão em nós.
Faço constantemente cultos para o que há de oculto em mim, reconheço. É natural nós valorizarmos o desconhecido e, por vezes, esquecermos aquilo já evidenciado e aprovado. E, no ímpeto de adiarmos a luta, nos fragilizamos mais.
Max Beckmann, 1944
Amor não é prontidão, embora os amantes se prontifiquem. O amor precisa reconhecer o que há de mais precário e, a partir daí, ou busca o êxito ou se enfraquece. Amar causa temor porque somos vulneráveis demais a fatores externos. O amor deve ser perpétuo,
Max Beckmann, 1938
O tempo aplaca o corpo, a memória. Entretanto, o coração se conserva quando não nos fazemos de fortes para nos mostramos superiores. Coração é músculo que precisa ser exercitado. Caiamos. Levantemos.
Saibam que o meu desejo de ser melhor não se traduz em reduzir os outros. Respeito a fraqueza tanto quanto admiro a força. Estou em ambas, ou melhor, as duas se encontram em mim. Não faço discurso por vaidade, é o que preciso ouvir.
Se eu não conseguir viver todos os princípios de uma filosofia que julgo ter, isso não é o fim. Apenas quero viver bem o presente e ser embalado pelo futuro. Assim sou. E meu relógio é o sol.





















