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S im, o nosso genial Pelé, considerado rei do futebol, faz tempo que não dá as caras. Não aparece nem no jornal, nem do rádio, nem na TV. To...

Sim, o nosso genial Pelé, considerado rei do futebol, faz tempo que não dá as caras. Não aparece nem no jornal, nem do rádio, nem na TV. Tomou chá de sumiço, como se diz. E quanta alegria ele proporcionou ao povo brasileiro! Ao brasileiro só, não. Deixou todo o mundo de boca aberta com os seus pés e também com a cabeça.

E Pelé não foi genial apenas com os pés, mas sobretudo com a cabeça. Inteligência não lhe faltou. Outra coisa: o caráter.

Sim, Pelé é antes de tudo um homem de caráter. E o que mais me surpreendeu, é que o Rei da Pelota – e nisso ele foi muito bom - não se meteu em política, nem em politicagem. Se não me engano, tratou de beneficiar instituições de caridade.

Sua aparição na TV agradava. Ou melhor: impunha respeito. Daí eu estar estranhando o seu silêncio. Não quis nada com a política. Nem mesmo com o futebol. Nada de ser técnico, o que daria certo. Pelé voltou-se aos negócios particulares.

Pelé vereador, deputado, senador. Nada disso Pelé quis ser. Nem entrar para o PT. Não se contaminou com o vírus da política.

Seus pés fizeram milagres. Suas cabeçadas também. E o que eu mais admiro nele, repito, é o caráter, o bom senso. E se quisesse, teria sido, com a maior facilidade, senador, pois é homem de bem a toda prova, que sempre inspirou respeito.

Pelé! Onde anda ele? Não o jogador, mundialmente admirado, mas o homem de bom senso, respeitado por todos.

Seria ele um dos Varões de Plutarco? Evidente que sim. O filósofo Diógenes, que vivia com sua lanterna à procura de um homem honesto, não demoraria muito a achar Pelé.

Pelé! Mas está na hora de tomar o meu café, que o dia está uma beleza com o sol brilhando lá fora.

Foi um momento emocionante aquele. Não estaria sonhando?... Eu, lá em cima, no monumental teatro - a Philarmonie de Paris - e ele, lá embaix...

Foi um momento emocionante aquele. Não estaria sonhando?... Eu, lá em cima, no monumental teatro - a Philarmonie de Paris - e ele, lá embaixo. Ia executar o Concerto nº 5, de Beethoven, para piano e orquestra. Concerto conhecido como “O Imperador”, de minha predileção.

Olhei para baixo. Gente como diabo. Gente, por sinal, muito chique. A Paris culta, decerto, estava, ali. E o pianista, baixinho, simpático, quem seria?...

D esculpe-me o truísmo, mas deixe-me metaforizar as curas de Jesus, cujo Natal o mundo que o crucificou está comemorando, com muita festa, m...

Desculpe-me o truísmo, mas deixe-me metaforizar as curas de Jesus, cujo Natal o mundo que o crucificou está comemorando, com muita festa, muita comida, muito barulho. E a gente fica sem saber se o Natal é de Jesus ou de Papai Noel... É só indagar a uma criança: “Você deseja receber a visita de Papai Noel ou de Jesus?”

Continuemos. Eis um novo truísmo: Jesus foi, antes de tudo, um grande médico e dizia para todo mundo ouvir: “Os sãos não precisam de médicos”.

A verdade é que suas mãos curaram muita gente. Limparam leprosos, deram vista aos cegos, movimentaram paralíticos, e fizeram façanhas admiráveis: aplacaram tempestades, emudeceram trovões. As mãos que os homens pregaram numa cruz! Só aí é que suas mãos não puderam curar.

E que dizer das curas de Jesus? Sim, ele limpou leprosos, mas, muita gente, ainda hoje, está suja da lepra do egoísmo, do ódio, do orgulho. Ele também movimentou paralíticos, mas não falta quem esteja paralisado pela ociosidade, pela indolência, pela preguiça. Ele devolveu a visão aos cegos, todavia, outra maneira de cegueira continuou, pois, como diz o ditado, “o pior cego é aquele que não quer ver”. Que nega a verdade. Quer ver um exemplo? O médium Chico Xavier, de cultura primária, quase cego e ainda mais tapando os olhos com a mão, psicografou numerosas obras. Obras de caráter religioso, filosófico e cientifico. Sem computador, apenas com um lápis. Como é possível isto? E a cegueira de muitos continua negando a mediunidade...

Um fato curioso, é que, quase sempre, quando Jesus curava, dizia ao curado: “Tua fé te curou”. Viva o remédio da fé. E ele dizia mais. Dizia que bastava uma fé do tamanho de um grão de mostarda para mover uma montanha. Conclusão: Jesus precisava da fé do curado para curar. E há tanta gente sem fé por aí, cuja fé está apenas na boca, e não no coração.

Lembremos que Jesus não veio apenas curar, mas ensinar o caminho da verdade que liberta. E deu-nos uma receita maravilhosa: “Orai e vigiai para não entrardes em tentação”.

E viva a vigilância de nossos atos, dos nossos pensamentos, pois as tentações são muitas. Tentação do sexo, do dinheiro, do poder.

Mas além de médico, Jesus foi um extraordinário professor. E ensinando, contava histórias lindas chamadas parábolas. Vez por outra, estava testando os seus alunos, os apóstolos.

Certa manhã, entendeu de dar um passeio sobre o mar. Pedro, quando o viu, não quis acreditar. E Jesus, certamente, sorrindo, convidou: “Vem Pedro”. E o apóstolo chegou a pisar na água. Mas, bastou dar alguns passos, quando veio o medo de afundar. Aí Jesus o amparou, exclamando: “Ah, homem de pouca fé!...

Fé, eis o grande remédio contra a doença do medo. Quem tem fé, persevera, quem tem fé não desiste. E o mestre dos mestres ainda ensinou: “pedi e obtereis, buscai e achareis, batei e se abrir-vos-á”.

Amanhã, estaremos comemorando o seu nascimento. Nascimento não num palácio, mas numa humilde manjedoura, ao lado de animais domésticos. E pensar que as mãos daquele menino haveriam, mais adiante, de realizar grandes curas. As mesmas mãos que os homens pregariam, depois, impiedosamente, numa cruz.

U m dos colóquios mais bonitos do Evangelho é, sem dúvida, pelo menos para mim, aquele entre Jesus e a samaritana. Não esquecer que os samar...

Um dos colóquios mais bonitos do Evangelho é, sem dúvida, pelo menos para mim, aquele entre Jesus e a samaritana. Não esquecer que os samaritanos, que habitavam a Samaria, não se comunicavam com os judeus. Ah, gente cheia de ódio... Mas, vamos ao encontro do Mestre com a samaritana, que, decerto, era muito bonita. Ela vinha, com um cântaro na cabeça, buscar água na Fonte de Jacob. Vinha de longe, provavelmente, cansada.

Os apóstolos tinham ido à cidade buscar alimento. A samaritana estava sozinha, com Jesus, e não sabia quem era aquele homem bonito que chegou a lhe pedir água. E quem era aquela mulher? Na conversa que manteve com ela, Jesus fez revelações que a assustaram. Ela por sua vez também lhe revelou coisas, e, uma delas, era de que já tinha tido cinco maridos...

Jesus lhe pediu água. Será que estava com sede? Evidente que não. Ele apenas metaforizou, dizendo que a água que daria mataria a sede para sempre. Ela não entendeu, chegando a pedir: “Dá-me desta água, senhor”.

A água a que ele se referia era a água de sua Doutrina. A água que mata a sede para sempre. A água viva...
A mulher samaritana estava assustada, surpresa, sem querer acreditar no que ouvia. Daí, depois, ter saído correndo para avisar a todo mundo que vira o Messias, aquele que estava sendo esperado.

Aí chegaram os discípulos. E ficaram assustados, sem querer acreditar: Jesus conversando com uma mulher, além do mais samaritana...

O Evangelho, onde está a Doutrina de Jesus, é a água viva, a água que não morre, água que mata a sede para sempre. Não esquecer que tudo é passageiro, neste mundo. Mas, Jesus disse: “Tudo passa, menos a minha palavra”, que é a água viva. A verdade é que o Mestre não perdia oportunidade para ensinar. Ensinar e curar.

O mundo está aí comemorando o Natal de Jesus. De Jesus ou de Papai Noel? Estou na dúvida.

A samaritana, coitada, não compreendeu o que Jesus queria dizer com esta história de água viva e água morta. Bela, a metáfora do Mestre

A Doutrina Espírita, com o seu slogan, “Fora da Caridade não há salvação”, mostra ser uma doutrina de água viva.
Caridade! E o que é caridade? Eis uma definição completa: “Caridade é benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias, e perdão das ofensas”.

O homem, de pé e de braços abertos, é uma cruz de carne. No caso de Jesus, houve o encontro de duas cruzes: a de madeira e a de carne. E eu...

O homem, de pé e de braços abertos, é uma cruz de carne. No caso de Jesus, houve o encontro de duas cruzes: a de madeira e a de carne.

E eu fico imaginando Jesus sendo carregado até à cruz que o esperava no chão. Que humilhação! Deitado naquele instrumento de suplício, começou a pregação dos cravos, os enormes pregos que perfuravam suas mãos e pés. Uma pregação não da palavra, mas dos pregos. Muita dor, mas a maior dor não foi a dor física, porquanto o Mestre saberia como evitá-la, mas a de ordem moral.

Decerto, naquele momento doloroso, Ele pôs-se a pensar, a refletir. “Afinal, que mal eu fiz para merecer castigo tão violento? O que foi que eu fiz de tão execrável? Não me lembro de haver um mal algum. Limpei leprosos, levantei paralíticos, curei doentes e endemoniados, dei vista aos cegos, ensinei a lição do perdão, do amor ao próximo. E, certa vez, multipliquei pães e peixes para os famintos. Por que estão, agora, me pregando nesta cruz? Se eu tivesse feito o mal, muito bem, até que se compreendia. Mas não me lembro de ter ofendido ninguém. E essa cruz, qual o marceneiro que a teria feito? Meu pai, José, jamais faria esse instrumento de tortura”...

Cessadas as batidas, vieram os homens para erguer a pesada cruz para fixá-la no monte, entre dois ladrões. Muito sangue, muita dor. Mas Ele suportou tudo, calado. E, ao invés de ódio à multidão que assistia, indiferente, ao seu suplício, Ele só fez uma prece ao Pai para que perdoasse os seus algozes, pois eles não sabiam o que faziam.

Agora, pelo Natal, não esqueçamos a cruz. A lição da cruz. Lembremos de que a lição da humildade foi dada naquela manjedoura, onde jamais alguém gostaria de nascer. Todavia, foi na cruz, que Ele deu a grande lição. A lição do perdão, do amor. Esta não devemos esquecer, mesmo neste Natal de Papai Noel, o Natal do consumismo.

P ode cair para trás, mas o fato aconteceu e é narrado por três evangelistas. Jesus, depois de uma caminhada, debaixo de muito sol, resolveu...

Pode cair para trás, mas o fato aconteceu e é narrado por três evangelistas. Jesus, depois de uma caminhada, debaixo de muito sol, resolveu parar. Mas não foi para pregar, nem orar, nem fazer uma cura e muito menos descansar.

O fato é que ele parou de caminhar e subiu o Monte Tabor, onde realizou uma verdadeira sessão mediúnica, onde conversou com dois espíritos: o de Moisés e o de Elias.

Mais ainda: o Mestre, de repente, ficou todo iluminado. Os apóstolos não quiseram acreditar no que viam. Fazia um profundo silêncio. Soprava uma brisa agradável. Ocorria, naquele momento, uma magnífica transcendência, deixando os apóstolos surpresos e maravilhados.

E tal foi o regozijo dos apóstolos que Pedro chegou a pedir a Jesus que ficassem, ali, usufruindo aquela paz. Pediu ainda que construíssem, ali, três tendas: uma para Jesus e outras para Moisés e Elias.

A verdade é que os discípulos estavam maravilhados, em estado de êxtase. Então os mortos voltam a conversar com os vivos? Pois é, estava, ali, uma prova insofismável de que os vivos podem se comunicar com os, erroneamente, chamados mortos.

Reinava uma profunda paz. Os apóstolos continuavam maravilhados. Eles tinham acabado de ver Moisés e Elias, considerados mortos, conversando com Jesus.

Mas o que é bom dura pouco. Jesus teve que descer para prosseguir na caminhada da evangelização. Mas valeu aquele momento de transcendência.

Todavia, ocorreu uma coisa curiosa. Jesus, a medida que ia descendo do Monte Tabor, avisou aos dois apóstolos que não contassem lá fora nada do que aconteceu, nada do que viram. É que muita gente não iria entender o fato ocorrido
Será que os que leem sobre tal fato no Evangelho ainda duvidam da mediunidade, da comunicação entre mortos e vivos? Diz o ditado que o pior cego é o que não quer ver.

A verdade é que o Espiritismo está no mundo para explicar esses fatos. Dir-se-a até que o Espiritismo matou a morte. E que dizer do fenômeno Chico Xavier, que tinha cultura primária, doente, e apenas com o lápis, de olhos fechados, conseguiu psicografar centenas de obras ditadas pelo espíritos? Coisa que nenhum PHDeus faria...

A cruz, como se sabe, é o encontro de duas traves: uma que ascende, como a apontar algo lá em cima, e outra que se dirige para o lado. Conc...

A cruz, como se sabe, é o encontro de duas traves: uma que ascende, como a apontar algo lá em cima, e outra que se dirige para o lado. Conclusão: ambas expressam uma grande lição: a de que devemos não olhar apenas para cima, mas também para o lado.

Subir apenas, sem o outro, é puro egoísmo. Lembrar que nada somos sozinhos. Não se faz uma cruz com uma tábua apenas. Há necessidade de duas tábuas. Uma de ascensão vertical, e outra em direção à lateral.

Jesus ensinou que amássemos ao próximo como a nós mesmos. Os homens entenderam muito mal esta máxima. Ao invés de amor, ódio. Ódio até em nome de religião, ora vejam só...

E o Mestre procurou objetivar, para tornar ainda mais claro o ensinamento. Daí acrescentar “como a si mesmo”. Sim, porque gostamos muito de nós mesmos. Somos egoístas. O “eu” prevalece sobre o nós. E o que vem a ser amar? Amar é doar-se, entregar-se, colocar-se no lugar do outro. Compreendê-lo. Eu amo a Natureza. Eu me entrego a ela. O amor chega a ser uma servidão. Paulo de Tarso disse, em alto e bom som: “Não sou que vive, é o Cristo que vive em mim”. Disse tudo, em poucas palavras.

O amor é uma integração. Você ama o outro quando o outro deixa de ser o outro. Quando o outro passa a ser você. A lição do amor fraternal é impossível? Não, porque muitos já deram exemplo. Muitos missionários se sentiram como o iluminado de Damasco em relação a Deus: “Não sou eu que vivo, é o próximo que vive em mim”.

Muitos preferirão dizer: “Não sou eu que vivo, é o dinheiro que vive em mim. Ou senão, o sexo, ou senão o poder...

A verdade é que nunca houve, em tempo algum, uma lição como esta: “amar ao próximo como a si mesmo”. Sigamos o exemplo da cruz: a tábua vertical para o amor a Deus, a tábua horizontal para o amor ao próximo. Façamos aos outros o que nós gostaríamos que eles nos fizessem. Essa é a melhor receita.

O poeta Eudes Barros, no livro “Cânticos da Terra Jovem”, disse em um de seus poemas que, no Brasil, Jesus foi crucificado numa cruz de estrelas.

Deixemos as estrelas e voltemos à didática de suas duas tábuas, a da vertical e a da horizontal. A do amor a Deus e a do amor ao próximo. Esse é o verdadeiro significado da cruz.

É o obvio. Em toda família ocorre o naturalíssimo fenômeno da morte. Daí as paredes ficarem cheias dos retratos dos que se foram. E o tempo...

É o obvio. Em toda família ocorre o naturalíssimo fenômeno da morte. Daí as paredes ficarem cheias dos retratos dos que se foram. E o tempo vai passando e a gente e a gente também. Diz o ditado que ninguém fica para semente... Uma grande verdade.

Qual a família em que não ocorreu a morte? Ora, em todas! A verdade é que, em geral, a gente esquece esta dolorosa realidade, como se o esquecimento resolvesse o problema. Fazemos igual à avestruz que esconde a cabeça no buraco diante de qualquer temor.

Lá na minha família, foi-se quase todo mundo. Mas, aqui, há um caso a anotar. Um caso raro. Minha mãe estava costurando e no chão estava meu irmão Alberto. E o que é que tem isso demais? Ora, era que o menino chorava, chorava muito. Olhava para a sua mãe costurando e os olhos cheios d'água. Quando a mãe percebeu, foi logo lhe perguntando, apreensiva? “O que foi que houve, meu filho? Algum bicho lhe mordeu, tá sentindo alguma dor? E ele, num choro convulso, respondeu soluçando: “Estou chorando porque, um dia, você morrerá”. Bobagem, meu filho, não vou morrer tão cedo”. E o menino: “De que adianta? Mas, um dia a senhora vai morrer”.

No entanto, poucos pensam que, um dia, deixarão este mundo, para onde vieram nus e sairão vestidos, não é engraçado?
Meu tio paterno, João, solteirão, quando uma pessoa lhe contava sobre alguém que se beneficiou com alguma vantagem na vida, se sucedeu bem em algum empreendimento, ele logo dizia, sorrindo: “Mas morre”... Ele era de um ceticismo impressionante. Morreu solteirão, de um câncer na boca.

Meu pai morreu com oitenta e sete anos. Já a minha mãe, com seu modo de viver, atravessou um século sorrindo. E qual o motivo dessa longevidade? O otimismo. Minha mãe vivia sorrindo para a vida. Alimentação sóbria. Divertia-se decifrando charadas e com as chamadas “Palavras Cruzadas”. E Lia muito livros. Certa vez, zangou-se com uma mosca que a importunava, e debochou: “Esta mosca besta pensa que já morri”.

Minha mãe foi um exemplo de coragem diante da vida. Encarou sua velhice com muito otimismo. Cuidava muito da aparência, estava sempre bem vestida e penteada. Costumava dizer: “Meu filho, velhice quer trato”.

E o que dizer do “mais morre” do tio João? Sim, todos, um dia, sairão deste mundo. Seja rico, seja pobre, seja feio, seja bonito, feliz ou infeliz. Esta é a grande verdade e a maior certeza das nossas vidas.

E de que morreram meus irmãos? Cito apenas Mário, o mais velho. Morreu de cigarro. Vi-o arquejando, no leito de hospital, com o pulmão cheio de pus, vítima de enfisema, e uma tristeza enorme no rosto.

Todos morrendo e Alberto pensando. Pensando e chorando, aos pés da mãe costurando. Será que ele tinha razão com esse comportamento?

E o suicídio? Eis aí a mais estúpida maneira de morrer. Gande é a decepção do espírito de um suicida quando desperta no plano espiritual, cheio de remorso.

Viver! Haverá coisa mais bela? Melhor do que viver é saber viver. Esta a nossa grande responsabilidade. Mas, será que meu irmão Alberto tinha razão nas suas reflexões sobre a certeza da morte? Bem, mesmo preocupado com o destino, ele foi o mais animado dos irmãos. Bom humor era com ele. Então, soube viver!

O que importa é estar consciente. Lembrando que minha mãe foi até os 109 anos, e morreu dormindo, quase sorrindo...

E m todas as minhas andanças pelo mundo, uma das coisas que mais sinto falta é das frutas, sobretudo do abacaxi, que adoro. Ah, as frutas de...

Em todas as minhas andanças pelo mundo, uma das coisas que mais sinto falta é das frutas, sobretudo do abacaxi, que adoro. Ah, as frutas de nosso Brasil... E a Paraíba é uma das lideres na exportação de abacaxi. Pena que não tenha o status da maçã, da uva, da pêra, da framboesa, frutas, sofisticadamente, européias. Mas acho que é tudo uma questão de marketing.

Contra o abacaxi, por exemplo, há um marketing contrário. Dizem que ele significa um problema complicado. Já ouvi muita gente dizendo "Minha sogra é um abacaxi". Ninguém diz que ela é uma amora ou uma uva.

Contam que Adão e Eva comeram o fruto proibido, e que foi uma maçã. Acontece que lendo o Gênesis, do livro sagrado, não vejo nenhuma referência à maçã. E, aqui para nós, acho que a fruta que o primeiro casal comeu talvez tenha sido um abacaxi.

Acontece que eu adoro descascar um abacaxi, desde que a peixeira esteja amolada. Também é só o que sei fazer na cozinha.

Adoro frutas. Passei minha infância num sítio, lá na Lagoa, que era um paraíso de fruteiras, e minha boca não se cansava de chupar e comer manga de todas as espécies, pinha, banana, groselha, pitanga, cajá, caju, abricó, abacate, carambola, goiaba, araçá, graviola, laranja, jambo, jaca, pitanga... Basta, tenha pena do paladar dos outros.

Sobre a maçã, há um ditado inglês que diz “An apple each day keeps the doctor away”, que significa: “Uma maçã a cada dia mantém o médico longe. Haverá propaganda melhor?

E, segundo narra a história, o famoso físico Newton veio a descobrir a gravidade quando viu uma maçã caindo no chão. Felizmente foi uma maçã. Já imaginou se fosse uma jaca?... Ainda bem que o abacaxi dá no chão...

Chegou a vez de fazermos mais propaganda do nosso abacaxi, que pode melhorar a nossa economia, ouviu, amigo Ricardo Coutinho? É preciso inventar lendas sobre a saborosa fruta. Que tal propagar que o fruto proibido que Adão e Eva comeram foi um abacaxi?... E que é uma fruta também ornamental? Não gosto que decepem o seu penacho, a sua coroa, é nela que está a sua digna majestade.

Bem, já não estou aguentando mais. Vou me deliciar já, já, com a gostosa fruta, que há dias não comia. Basta de amoras com sucrilhos...

F oi assim que um dos maiores arquitetos do mundo, o brasileiro Oscar Niemayer, definiu a vida – como um sopro! Não fazem três anos que ele ...

Foi assim que um dos maiores arquitetos do mundo, o brasileiro Oscar Niemayer, definiu a vida – como um sopro! Não fazem três anos que ele fechou os olhos para o mundo, o mundo que ele tanto embelezou, com sua cultura, com sua genialidade, com sua arte, e com uma vasta obra que está presente em diversos países.

Foi o genial presidente Kubitschek que o chamou para projetar e embelezar Brasília, a nova capital federal. E saber que toda sua obra foi construída sem o avião, pois o arquiteto tinha medo das alturas. Para ele, a viagem de avião, que eu adoro, era um verdadeiro suplício.

Em Belo Horizonte, na Pampulha, visitei sua obra, a maior atração turística da cidade.

Niemeyer era de uma personalidade fascinante. Não digo que fosse simpático. O sorriso demorava pouco no seu rosto. Era um homem de semblante sério. Tinha ou teve suas idéias socialistas, e chegou a militar no Partido Comunista. Era amigo incondicional do líder vermelho Carlos Prestes, que ele muito admirava, chegando a presentear-lhe com um apartamento.

Uma das coisas mais bonitas que ele disse foi que “a poesia está na curva”. E a curva é feminina. Enfatizava que a Natureza é rica em curvas, que emolduram desde praias, montanhas e nuvens, aos planetas, suas órbitas e galáxias.

A sua vasta obra está espalhada não só por todo o Brasil, no exterior e inclusive aqui, na Paraíba, graças ao governador Ricardo Coutinho, que como prefeito da cidade, e com a ajuda do seu então secretário do planejamento municipal, arquiteto Luciano Agra, conseguiu erguer a monumental Estação Ciência.

Com sua maneira cética de ver o mundo, Oscar Niemeyer chegou a dizer que a vida é um sopro. Se assim fosse, a vida não valeria nada, não é meu mestre Chico Xavier? Você que criou, com um lápis comum e os olhos fechados, uma imensa literatura psicografada, e chegou a ser eleito o maior brasileiro de todos os tempos, em votação nacional, concorrendo, inclusive, como o grande arquiteto.

Mas, se a vida é um sopro, onde está a arte? E o que dizer do grande Arquiteto do mundo, que construiu uma arquitetura que o homem jamais faria? A arquitetura do corpo humano?...

E ra muito cedo ainda, quando me aproximei do gigante, que estava meio sonolento. Sua presença me fez muito bem. Que majestosa beleza. Corri...

Era muito cedo ainda, quando me aproximei do gigante, que estava meio sonolento. Sua presença me fez muito bem. Que majestosa beleza. Corri meus olhos por sua amplidão e disse com os meus botões: “Isto não é mais um mar. Isto é Deus!” Sim, o mar é a presença divina ensinando muitas lições aos que têm olhos de ver.

E sua primeira lição era sobre a constante mutação da vida. Tudo muda, nada permanece. Veja o jogo das ondas, aquele recuar e avançar constantes, como a dizer, que tudo nasce e renasce. As ondas crescem, se avolumam, e depois se diluem em espumas. Sim, e as espumas, esses sorrisos do mar? Depois de se transformarem em espumas, as ondas recuam e vão formar outras ondas. Coisa que está me parecendo muito com reencarnação... Tudo vai e tudo vem, no jogo da evolução.

Só sei que o mar me ensinou muita coisa, nesta manhã de sol. E pus-me a orar, não com palavras. Uma oração muda que nada pedia, apenas agradecia. Agradecia a presença daquele gigante, que não anda, mas dança.

Mas o mais interessante é que ele é uma majestade, no entanto, é humilde. Humilde como Jesus foi. Assim como o Mestre lavou os pés de seus discípulos, o mar também lava os nossos pés com suas espumas. O gigante torna-se pigmeu. Torna-se menino. Menino brincando de conchinhas...

E o mar, sendo um deus, não faz barulho. Seu barulho é chamado de marulho, que agrada aos nossos ouvidos. Quem faz barulho é o homem, quando se transmuta em demônio... O cantor Caymmi disse que “É doce morrer no mar”. Não, doce é conversar com o mar. Dialogar com ele, aprender com ele, Não existe melhor terapia. Você, que é um homem de negócio, não se esqueça de, vez por outra, ir conversar com o mar. Faz bem ao corpo e a alma.

Jesus adorava caminhar à beira-mar. Certa vez, os apóstolos arregalaram os olhos de susto quando o viram caminhando sobre o mar de Tiberíades. E Ele ainda chamou Pedro para acompanhá-lo. O apóstolo tentou pisar nas ondas, mas terminou hesitando, com medo. “Ah, homem de pouca fé!” - disse-lhe Jesus. É a tal coisa, viver bem é ter fé. Quando esta falha, vêm a depressão, o medo, a doença. Para isso, a melhor terapia é dialogar com o mar...

O menino faz anos hoje. E eu não estou gostando nada disso. O menino envelhecendo. E eu, onde fico? Não quero o menino velho. Mas o que faz...

O menino faz anos hoje. E eu não estou gostando nada disso. O menino envelhecendo. E eu, onde fico? Não quero o menino velho. Mas o que fazer? É a inexorável lei do tempo, da vida, que não para. E haja aniversários, e haja bolos na mesa, e haja velas a apagar e haja aquela cantiga desejando ao aniversariante muitos anos de vida. Uma prova de que todo mundo deseja ser velho. Afinal, o que são muitos anos senão velhice?

Mas, o danado é que o meu menino, o menino aniversariante, não deseja nem bolo, nem vela. Ele deseja é fugir para se encontrar com a Natureza, que o chama com a sua paz, com o seu silêncio, para a sua contemplação, sua meditação, para o seu crescimento espiritual.

Portanto, bolo o menino não quer, nem presente para agradecer. O menino não é mais menino. O menino já está entrando na casa dos... Digo não, curioso.

E a imaginação começa a funcionar. Quem era esse meu menino, há alguns anos atrás? Um galeguinho lindo, que chamava a atenção de todo mundo. Lindo, louro, irrequieto, corajoso, inimigo do medo. Uma vez pediu aos pais para andar, sozinho, numa roda gigante. E lá se foi, deixando os velhos com o coração na mão.

Germano é o nome dele. Saber fazer amigos é ali. Gostar de aventuras, ninguém como ele. Mas, o que ele gosta mais é da vida!

Pois é, o menino está completando mais um ano de existência. Como caçula, fez o que quis. Nunca levou uma palmada, a não ser, uma única vez, quando inventou uma doença porque estava com preguiça de ir à escola, e teimou em não ir. Mas foi só uma palmadinha...

Quanto à profissão que escolheu, não pensou duas vezes, Arquitetura e pronto. E nos intervalos dos projetos, ele ainda acha de escrever para os jornais, num estilo elegante e muito humano. Até na televisão, ao lado da elegante apresentadora, Rose Silveira, vem se metendo, há alguns anos, contando-nos sobre as viagens internacionais que fazemos, sempre juntos.

Mas, paremos por aqui. Vou já, já, dar um beijo neste aniversariante. Mas vejo que o menino já se mandou para as praias do litoral sul, onde costuma conversar com os bem-te-vis, com as flores silvestres, as galáxias e o mar, sua grande paixão.

C omeço dizendo: nada é inútil nesta vida, tudo tem a sua utilidade, seu lado bom. E quando a aparente inutilidade serve à utilidade, temos ...

Começo dizendo: nada é inútil nesta vida, tudo tem a sua utilidade, seu lado bom. E quando a aparente inutilidade serve à utilidade, temos que aceitar a contradição. É a vida expressando-se nos seus contrastes. E a beleza da vida está na harmonia dos contrastes.

Que seria da planta sem o estrume? Que seria da vida sem a morte? Que seria do amor sem o ódio? O ódio é vibração desviada, energia equivocada.

Temos os pés, temos as mãos. Jesus utilizou muito bem os dois. Com as mãos aplacou tempestades, expulsou maus espíritos; com os pés caminhou léguas divulgando a Boa Nova. Com as mãos restituiu vista aos cegos, limpou leprosos, com os pés passeou no Mar da Galiléia, nas praias de Cafarnaum, como se estes fossem avenidas...

As mãos! Vou beijá-las, já, já. E os pés? Difícil, não? Nem com anos de alongamentos ou Pilates...

E a mente? Este é o nosso tesouro, que Deus colocou lá em cima. O diamante que tanto reflete a lama como a luz. Ah, os bons pensamentos! Pensamentos de amor. Pensamentos positivos.

Que seriam das nossas caminhadas sem os pés? Eis uma obviedade que não devemos esquecer. Lamentável quem não os tem.

Pés e mãos. Minha Alaurinda sempre está dizendo: “vou fazer, hoje, pés e mãos lá em Anthony. E quanta gente, ali, cuidando da beleza física, da aparência externa.

Pés e mãos! E chega Alaurinda, como faz Germano sempre, me trazendo o Concerto nº 2 para piano e orquestra, de Rachmaninov, para ver e ouvir. A pianista é linda, e suas mãos dançam no teclado que é uma beleza. Viva as mãos. E os pés? Estão lá embaixo mexendo nos pedais, que ninguém vê, mas que têm uma grande importância no fraseado musical.

Ah como os pés invejam as mãos! E quando termina o concerto, aí é que as mãos vibram, aplaudindo e fazendo inveja aos pés, embora, algumas vezes, os músicos, por estarem com as mãos ocupadas segurando seus instrumentos, aplaudem o maestro batendo com os pés no tablado.

Mas, quem vai esvaziar o teatro? Serão as mãos? Não, são os pés que levam toda aquela gente de volta para casa... Afinal, não esqueçamos de nada, tudo é útil, nesta vida!

S im, qual foi o maior perdão de todos tempos? E, afinal, o que é o perdão? Você já perdoou alguém pelo mal que este lhe fez? E se perdoou, ...

Sim, qual foi o maior perdão de todos tempos? E, afinal, o que é o perdão? Você já perdoou alguém pelo mal que este lhe fez? E se perdoou, bateu com os pés dizendo: perdoo, mas não esqueço. Aqui para nós, valeu esse perdão?

Lembremos que perdoar é esquecer, limpando a alma de qualquer resquício de mágoa. Jesus ensinou-nos que deveremos nos conciliar com o nosso adversário enquanto estivermos a caminho com ele. Sim, porque depois ele desaparece de nossa vida, a oportunidade se perde e a conciliação torna-se impossível.

Para a nossa paz interior, não é nenhuma vantagem conservar mágoas, ressentimentos, que valem como espinhos. Perdoar e esquecer, eis a grande fórmula.

O grande Gandhi disse aos seus discípulos que nunca havia perdoado na vida. Estes ficaram horrorizados... Mas o Mestre, imediatamente, esclareceu melhor o que dizia: “Nunca perdoei porque nunca me senti ofendido. ”

Mas, qual teria sido o maior perdão de todos os tempos? Continuemos pensando. Cá entre nós, não é nada fácil perdoar. Fácil é vingar-se...

Voltando a Jesus, disse Ele que deveríamos perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete. Que o leitor faça as contas, pois a crônica precisa continuar.

Afinal, você costuma orar o Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos seus apóstolos? Pois, tenha muito cuidado quando afirma: “Perdoai nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Você perdoa aos seus devedores? “Pense bem na responsabilidade no que está afirmando”. Cuidado com a oração do Pai Nosso”.

O extraordinário Chico Xavier confessou que a virtude mais difícil de ser praticada é a do perdão. Dizia ele que o perdoar exige um esforço de auto-superação muito grande.

E lembremos que Chico, certa vez, disse: “Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste, se fosse eu o ofensor. Magoar alguém é terrível”.

A verdade é a seguinte: cometido o mal, vem, impreterivelmente, o arrependimento. O arrependimento, como o próprio nome indica, é um movimento para trás. Mas antes há o remorso, que é um verdadeiro fogo, fogo da consciência culpada.

Por fim vem o desejo de reparação, que significa desfazer o mal que se praticou. Como preleciona o livro “O céu e o inferno”, de Allan Kardec: “O sofrimento é ligado à imperfeição, como a alegria à perfeição”.

Perdoar! Eis a virtude máxima. Perdoar e esquecer. E como aludi no começo da crônica, qual foi, então, o maior perdão de todos os tempos? Será que você está lembrado? Foi o de Jesus! Crucificado, o rosto sangrando, sentindo a dor das chibatadas, dos cravos perfurando seu corpo, a dor dos insultos, assim mesmo abriu a boca, ainda com gosto do vinagre que lhe deram, e rogou ao Pai: “Perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”...

S im, há tantas coisas na vida de que eu gosto e não gosto. Que fazer? Usar o bom humor e a sabedoria, naquilo que não me apraz. Aliás, o bo...

Sim, há tantas coisas na vida de que eu gosto e não gosto. Que fazer? Usar o bom humor e a sabedoria, naquilo que não me apraz. Aliás, o bom humor é o sorriso da sabedoria. Duvido que um selvagem tenha humor. Ele não tem nem humor, nem amor.

Ah, Voltaire, Bernardo Shaw e o nosso Machado de Assis! Como souberam rir de muitas coisas de nossa vida.

Mas vamos ao gosto. Não gosto, para não dizer que detesto, das longas esperas nas salas de consultório médico, nas consultas por “ordem de chegada”. E o pior é aquela TV lá no alto, vomitando besteiras...

Não gosto de gente que fala mal dos outros, usando a tal da maledicência. E há muitos maledicentes que se dizem religiosos.

Gosto das pessoas que sabem cumprimentar, sobretudo quando entram num elevador ou numa sala onde há outras pessoas.

Não gosto de pessimismo. Tem pessoas que parecem que estão num sanitário mal cuidado... A vida para elas está exalando mau cheiro. No entanto, há tanta coisa para nos alegrar a vida... Um bom passeio à beira-mar. Um sorriso. E nisso as crianças educadas são adoráveis. Não foi sem motivo que Jesus disse que o Reino do Céu era delas... Criança como símbolo de alegria, pureza, entusiasmo, encantamento diante da vida.

Reclamações constantes são outras coisas insuportáveis. Há gente que reclama de tudo e todos a toda hora.

Bem, vivemos a época da boa imagem. Vejam os outdoors, a TV, as colunas sociais, tudo com aparência bem cuidada – E viva a boa imagem de um sorriso.

Não gosto de quem fala alto. Outro dia, numa livraria, um sujeito gritava ao celular, incomodando a todos com seu exibicionismo bobo. E que dizer das crianças mal comportadas. correndo e gritando, perturbando o ambiente, não por sua culpa, mas culpa dos pais?...

Não gosto de fanatismo. A moderação e o bom senso são tudo. Não esqueçamos esta verdade: com o nosso exemplo, somos professores de muitas coisas, positivas ou negativas. Afinal, o importante não é só o viver, e, sim, o conviver.

Portanto estejamos alertas, quanto aos nossos pensamentos e sentimentos. Alertas quanto à palavra, quanto ao exemplo. Jesus disse: “que o teu falar seja sim, sim, não, não. Seja do gosto, e não do desgosto.

S im, que seria de nós sem este instrumento de evolução?: o nosso corpo. Já se disse que o corpo humano é um santuário. Se é santuário, mere...

Sim, que seria de nós sem este instrumento de evolução?: o nosso corpo. Já se disse que o corpo humano é um santuário. Se é santuário, merece o nosso maior respeito. Houve ainda quem o qualificasse de uma das “maravilhas do mundo”, seja do mundo antigo, seja do mundo moderno. Nosso corpo é tão belo como os Jardins Suspensos da Babilônia, as pirâmides do Egito, mais modernamente, a Torre Eiffel. Que o homem invente o computador, a Internet, o smartphone, iPod, iPad, está muito bem. Mas, um corpo humano, jamais nenhum cientista ou inventor criará. Nem mesmo o mosquito da Dengue. E vocês já viram esse mosquito? Lindo! Uma verdadeira obra de escultura e design. Por que Deus teria criado tal mosquito? Deve haver um motivo que a gente ignora. Talvez, um dia, quem sabe, nele esteja a cura do câncer, pois o ditado popular diz que Deus escreve certo por linhas tortas. O que, na verdade, significa “aparentemente tortas”...

Mas deixemos o mosquito e subamos os olhos para olhar o céu à noite, cheio de estrelas, outra maravilha. Todavia, contemplemos outro universo que se chama o corpo humano, tão maltratado pelo homem inconsequente.

Não devemos esquecer de que a vida terrena, uma caminhada do berço ao túmulo, é também um instrumento para a nossa evolução espritual.

O espírito Emmanuel, guia do grande Chico Xavier – “O maior brasileiro de todos os tempos”, eleito em pesquisa nacional –, qualifica o nosso corpo como um santuário. E chega a dizer: “A benção de um corpo, na Terra, ainda que mutilado ou disforme, é como uma preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons que o nosso planeta pode oferecer”. Escreve, ainda, Emmanuel que “o espírito tem o corpo que merece e de que necessita”. Já Francisco de Assis e Chico Xavier apelidaram o nosso corpo de jumentinho. É ele que nos carrega para todo canto.

Lembremos de que há milhares de quilômetros de artérias, veias e vasos dariam para dar duas vezes a volta da Terra.

E você já parou pre pensar em como é que estamos usando esse santuário? Que qualidade de alimento estamos lhe dando? E que dizer dos venenos que lhe damos: álcool, fumo, drogas. Sem esquecer a ociosidade, o sedentarismo que são outro veneno. O corpo precisa de ação, movimento, caminhada, de respiração e de uma boa alimentação, que é tão importante ao ponto de Hipócrates, considerado o “Pai da Medicina”, ter-nos ensinado: “Que o teu alimento seja o teu remédio”.

Todo homem precisa conhecer o seu corpo, tanto quanto um médico. Com esse conhecimento evitaríamos muitas enfermidades.

E a beleza dos nossos olhos? imagine-se sem eles. A beleza das nossas mãos, seja do pianista ou violinista. A beleza dos nossos pés... E agora chegou a vez de citar um alimento invisível e gratuito: o oxigênio que respiramos e que nunca nos lembramos dele.

A verdade é que vivemos rodeados de maravilhas. Somos dotados de muita riqueza que ignoramos.

Nosso corpo! Como necessitamos de cuidar dele, com muito amor e responsabilidade.

Nunca esqueça: Ele é o nosso instrumento de trabalho e de evolução. O santuário divino a que se referiu Emmanuel.

T udo eu esperava, menos que alguém comparasse a nossa mente a um escritório, com todos os seus departamentos. A mente, como se sabe, fica l...

Tudo eu esperava, menos que alguém comparasse a nossa mente a um escritório, com todos os seus departamentos.

A mente, como se sabe, fica lá no alto de nosso corpo, numa posição privilegiada. É lá que estão nossos pensamentos. O pensador Emmanuel assim a definiu. Mais ainda. Disse que a mente é como um diamante. Se coberto de terra, não brilha. Só depois de limpo é que ele se ilumina. Disse mais, o evangelizador: que a mente também pode ser comparada a um espelho. Espelho sujo nada reflete. Mente suja de maus pensamentos é um desastre.

Portanto, muito cuidado com o que pensamos e com o que sentimos. Estamos a todo momento em contato com o outro. Isto é sintonia. Nós nos afeiçoamos com aqueles com quem sintonizamos. E muito bem diz o provérbio: junta-te aos bons e serás um deles.

Mas, a mente, além de espelho, além de diamante, pode ser comparada a um escritório. Aí a coisa se complicou. Por que a um escritório? Ora, porque um escritório compreende vários departamentos, cada qual com sua função específica. Vejamos essas seções específicas: departamento da inteligência, departamento da memória, departamento do desejo, da imaginação e, por fim o departamento da vontade, que funciona como uma espécie de gerente. Sim, é a vontade que faz todos os departamentos funcionarem. E, aqui para nós, o que seria de nós sem a vontade? É ela quem movimenta, que faz o escritório funcionar. Somos a nossa vontade. Somos o que queremos, o que desejamos. Ser sem vontade, é ser morto.

Vamos, ligeiramente, aos outros departamentos. Está aqui o Departamento do Desejo. Quem não deseja na vida? Quem não sonha em obter as coisas deste mundo. Riqueza, dinheiro, poder? Outro departamento: o da memória. É nela que mora a saudade. Toda a nossa vida, a de hoje, como a de ontem, estão registradas nas lembranças. Somos o que fomos.

E o departamento da inteligência? Temos inteligência, e temos instinto, que predomina nos animais. A inteligência implica em reflexão, o que não ocorre com o instinto, segundo leciona o Codificador da Doutrina Espirita, na obra “A Gênese”. No nascimento, o instinto predomina no homem. Acentua Kardec um fato interessante: o instinto nunca se engana, o que não ocorre com a inteligência. Dir-se-ia, e aqui vai uma intromissão do cronista, que o instinto foi a inteligência que Deus deu aos animais.

Continuemos nas nossas digressões. Falemos da Imaginação. A ela devemos as obras-primas da Literatura, da Música, da Arte. O homem é um ser que imagina, que sonha, que idealiza. O que não ocorre com nossos irmãos irracionais, embora dissesse um escritor francês que o seu cachorro, às vezes, parecia sonhar e pensar.

A verdade é que nada seríamos sem a vontade, que é o gerente do “escritório mental”. A vontade é o impacto determinante. Pessoa sem vontade, pessoa morta, passiva, nada consegue na vida. E a vontade está aliada à fé. A fé, prelecionou Jesus, mesmo que seja do tamanho do grão de mostarda, pode mover uma montanha.

Viram como a mente é importante em nossa vida? Portanto, cuidado com os pensamentos, com os sentimentos. Você é o que pensa. E pensamento é força, força elétrica e magnética. O pensamento é tão importante que o mestre Descartes lecionou: “Penso, logo existo”. E não devemos esquecer que dos pensamentos, surgem os sentimentos e os atos.

S e eu passei bem o Natal? Muito bem, obrigado. E não foi apenas com os familiares, mas, sobretudo com aqueles que não são amigos do sangue,...

Se eu passei bem o Natal? Muito bem, obrigado. E não foi apenas com os familiares, mas, sobretudo com aqueles que não são amigos do sangue, mas são do coração, que é o que importa.

E haja abraços, beijos, sorrisos, gracejos, e muito carinho, que a vida não é um cemitério, e, sim, um jardim de muito amor e de muita paz. O negócio é saber ver e saber viver. Mais ainda: o negócio é saber conviver!

Passamos o Natal na casa de Maria Antério, mãe do nosso Davi, a mulher do sorriso mais bonito do mundo, de um coração imenso, que já não está mais neste mundo. Não está, cronista? E o seu espírito? Sai pra lá, com teu materialismo, pois ela estava lá, sim, abençoando a todos e vendo as filhas prepararem a gostosa comida, hoje, sob o comando da caçula, Djane, que administra o agradável espaço gastronômico, já chamado de “Carinho de Mãe”.

E o gostoso eram os abraços. Todos de sorriso aberto, que a festa era em homenagem a Jesus, que mandou que amássemos ao próximo como a nós mesmos. Que lição difícil, meu Deus do céu... Mas, tem que ser. O que é bom, é caro, já dizia o arquiteto Amaro Muniz de Castro, o braço que encaminhou meu filho Germano à prática da Arquitetura.

Voltemos ao Natal em família, na casa de Maria Antério, onde nos reunimos há mais de uma década. Jesus, na parede, parecia sorrir de alegria. Só faltou o violino da minha Alaurinda. O discurso em homenagem à significativa data coube a mim. E lembrei, na ocasião, que a grande lição da manjedoura era a da humildade. A humildade daquele menino que uma estrela iluminou e que, mais adiante, haveria de iluminar o nosso mundo.

E, lá na parede, quem sorria era Maria. A ex-proprietária daquela casa, que continua bem cuidada com o mesmo zelo e carinho cujos filhos estavam, ali, felizes da vida.

É preciso nunca esquecer que o que une mesmo o mundo, é o amor, que começa na família. A família é a primeira escola de convivência com o próximo, a nossa primeira prova de tolerância, compreensão, de amor e paz, haverá coisa mais bela na vida? E foi esta, justamente, a mensagem do Arcebispo Dom Aldo, que leio no jornal, desejando paz e amor a todos os homens de boa vontade.

Natal! Festa dos amigos do sangue e do coração!

F oi um texto do ex-presidente e escritor Fernando Henrique Cardoso que me levou a escrever, hoje, sobre a morte, num livro recém-publicado ...

Foi um texto do ex-presidente e escritor Fernando Henrique Cardoso que me levou a escrever, hoje, sobre a morte, num livro recém-publicado em que ele alude aos seus vem vividos oitenta anos. Mas, aqui para nós, quem mais coragem teve de aludir à problemática da morte foi o nosso Augusto dos Anjos, que apelidou a morte, dentre outros apelidos, de “universitária sanguessuga”.

O extraordinário Paulo de Tarso, em face da reencarnação, interrogou: “Morte, onde está a tua vitória?” E viva a vida além da vida.

Continuemos com a crônica. Lembro que meu irmão Alberto, com apenas quatro anos, costumava ficar junto da nossa mãe, sentado no chão, enquanto ela costurava. E eis que, um dia, ela viu o menino com os olhos molhados de lágrimas. Daí perguntou: “por que está chorando, meu filho?” E ele, quase soluçando, resmungou. “Estou chorando porque, um dia, você vai morrer”. A precocidade do menino foi impressionante.

Mas são poucos os que se lembram que, um dia, não estarão mais aqui no mundo. Meu tio João Augusto, velho agricultor em Alagoa Nova, tinha uma grande consciência da morte. Tanto é assim que, quando alguém aludia à riqueza de alguém, dizendo que “fulano estava muito bem de vida”, ele costumava dizer. “Mas, morre...” Era um cético, que não chegou a se casar, vindo a morrer de câncer.

O grande Marechal Rondon, o desbravador do nosso sertão, dizia. “Morrer, sim, matar nunca”.

Informam que as freiras de um convento, na Espanha, cumprimentam as suas irmãs, toda manhã, lembrando-lhes que morrerão, um dia. E, aqui para nós, não faz mal, vez por outra, a gente se conscientizar dessa realidade. Pois essa conscientização mudará um pouco nosso comportamento.

Lá no cemitério Père Lachaise, em Paris, no túmulo de Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, há a seguinte inscrição: “Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é a lei”. Que mensagem otimista, hein?

Voltando a Fernando Henrique, Cardoso, ele disse ainda, em suas declarações sobre a morte: “Não sabemos de onde viemos, não sabemos para onde vamos. Ficamos velhos, porém mais maduros.” Muito bem. A beleza da velhice está na experiência vivida, na madureza. Agora quanto à ignorância, quanto ao nosso destino, eu gostaria que o ex-presidente lesse o extraordinário livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Denis”. E eu vou mandar o livro para ele.

A verdade é que viver pensando que tudo se reduzirá a cinzas, não deixa de ser um grande martírio. E muita gente procura esquecer a grande realidade, levando uma existência de distração, de alheamento, e não de reflexão. E haja divertimentos, e haja consumismo, e haja diversão, menos reflexão. É preciso lembrar que distração é como aquele ópio quanto à religião, a que se referia Karl Max.

E quanto ao nosso Fernando Henrique, vou enviar para ele, já já, “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, juntamente com o de Léon Denis, que citei acima. Ele merece.

C om Paris molhada e fria, qual a melhor opção? Que tal assistir a um concerto nas Salas Pleyel, Gaveau, ou no Teatro Champs Elysées? Que ta...

Com Paris molhada e fria, qual a melhor opção? Que tal assistir a um concerto nas Salas Pleyel, Gaveau, ou no Teatro Champs Elysées? Que tal um passeio pelo Louvre, pelo Orsay ou uma livraria?... Que tal um restaurante, que aqui na Cidade Luz é o que mais se vê. Gosto de ver as pessoas conversando, sorrindo e comendo nos restaurantes. Se não existisse a boca que seria do turismo? Conquanto sempre se falando baixinho, os idiomas se chocam nas animadas conversas, e, às vezes, até se escuta um “parabéns pra você”. Como somos amigos da velhice a ponto de cantar parabéns para quem completa mais um ano de existência!... As pessoas costumam dizer: “ele completou mais uma primavera”. Por que não um outono ou um inverno?

A verdade é que sem restaurantes não haverá turismo. Chegam até a dizer: “Bacalhau só em Lisboa”. Concordo em parte, pois foi em em Paris que também me deliciei com um gostoso bacalhau, sem falar o delicioso que a nossa chefe de cozinha de Tambaú, sabe muito bem preparar.

Falei em livrarias, museus, salas de concerto e me esqueci da maior casa de espetáculos de Paris, que é a Ópera Garnier, que não se deve conhecer somente por fora. Que beleza de teto, que luxo, que grandiosidade artística em todos os detalhes! E eu com medo de tropeçar nos luxuosos tapetes, já que nossos olhos estavam passeando pelos belos tetos daquele templo da arte.

Essas oportunidades de rever a Ópera sempre devemos ao planejamento cultural do comandante de nosso grupo, meu filho Germano. E sabe qual foi o último cardápio cultural?: “O Anão”, de Zemlinsky e “A criança e os sortilégios”, de Ravel, baseado num conto de Colette. E eu não conseguia tirar o olho do teto pintado por Marc Chagall...

O teatro enorme, chamando a todo instante o nosso olhar de contemplação. Fui me demorando, me demorando e, de repente, não vi mais ninguém. Até os meus familiares já estavam lá fora, quando duas moças recepcionistas, por sinal lindíssimas, muito bem uniformizadas, vieram me chamar, pois a Ópera ia fechar... Eu ainda relutei em ficar, não pelas moças, mas pela paz que reinava naquele belo teatro. Lá fora, meus queridos familiares, já ansiosos, me saudavam com muitas gargalhadas. Ah, Paris...