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Certa vez, já idoso, o notável pianista chileno Claudio Arrau (1903-1991) escutava em uma rádio local os 24 prelúdios para piano de...

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Certa vez, já idoso, o notável pianista chileno Claudio Arrau (1903-1991) escutava em uma rádio local os 24 prelúdios para piano de Frédéric Chopin. Já perto do final, disse em família: “uma interpretação que deixa muito a desejar”. Logo em seguida, o locutor anunciava o intérprete: “da Coleção ‘German Broadcasting Archive’, vocês ouviram a integral dos prelúdios de Chopin, pelo pianista Claudio Arrau.

Nas caminhadas com os pés na areia molhada, vez por outra pisando espumas, estabelece-se um elo de magnetismo, ora cósmico, ora místico...

urubus abutres natureza
Nas caminhadas com os pés na areia molhada, vez por outra pisando espumas, estabelece-se um elo de magnetismo, ora cósmico, ora místico, a nos provocar envolvente sensação de uma verdade que desconfio seja fé. Não a fé dogmática, ensinada, aprendida, comprada, mas um estado inebriante de segurança, como se o ego explodisse, se espalhasse por tudo ao redor e voltasse entrando pela pele, pelo cheiro, pelo som e pela visão oceânica das exuberantes belezas à margem do Atlântico, testemunhadas por todos os sentidos do corpo e do espírito.

urubus abutres natureza
Genevieve Dallaire
Como é bom soltar a imaginação e, de repente, imaginar-se caminhando na superfície do imenso planeta, por uma borda de terra e mar, com o céu refletido no abismo a brilhar do chão molhado. Nesse momento as pisadas nos fazem levitar bem no meio do transparente limiar entre dois céus de nós mesmos.

Mais na frente, uma coisa de que já falamos por aqui e que sempre nos chama atenção: os privilegiados urubus destas monumentais falésias. Que animais de sorte! Livres e privilegiados, com tudo isto sob si e só para si, sem ser perturbados por qualquer intruso, nem precisar sequer movimentar as asas para flanar sobre um cenário tão paradisíaco.

Lembrei de que em outra caminhada um grupo deles se reunia em terra ao redor de um banquete trazido pelo mar. Ao noa aproximarmos, vimos que era uma tartaruga marinha cuja cabeça certamente ficou presa em uma das redes que ali são içadas indiscriminadamente. Lembrei de tê-las visto outrora brincando nos corais em frente à nossa casa, um nicho favorito de seu habitat... Pensei em denunciar... mas, que nada, vão fazer o quê?

urubus abutres natureza
PXH
Deixemos as tartarugas e voltemos aos urubus. A eles só a brisa e a contemplação da paisagem interessam. Vez por outra, dois ou três alçam voo e planam sem o menor esforço, com movimentos deliciosamente suaves e harmônicos.

Há uma patota que costuma estrategicamente sempre se reunir em galhos no topo de um pequeno monte da encosta colorida por nuances de argila, salpicada de arbustos, em encantadoras assembleias matinais. E lá se avistam em harmonia, sem nem imaginar que são tão discriminadas pela poesia humana... Tão repudiadas pela maioria... que além de ignorar a grande contribuição que dão à Natureza, não percebe o lirismo que costumam emprestar àqueles céus, àquela paisagem, àquela vida de liberdade, paz e aconchego. Que felicidade! Além do visual que desfrutam habitam um lugar deveras seguro, longe e protegido dos que deles se enojam e os chamam de “abutres”.

Intimamente, com certo regozijo de superioridade, eles parecem saber muito bem quem sempre foram e continuam sendo neste mundo os verdadeiros abutres...

urubus abutres natureza
Matt Gillman

Tarde divina e sutil. Ondas deslizam calmas. Brisa que tudo afaga. Flores colorem a relva. É o crepúsculo sobre o mar! E o mar não é s...

mar crepusculo lua falesia
Tarde divina e sutil. Ondas deslizam calmas. Brisa que tudo afaga. Flores colorem a relva. É o crepúsculo sobre o mar! E o mar não é só para se olhar. O mar é pra nele se jogar, se abraçar, se esbaldar. O Mar é pra se contemplar, vislumbrar, tocar. O Mar é pra se banhar, boiar, nadar. O Mar é pra amar e se amar.

Há várias maneiras de se olhar para o passado. Com saudosismo, esperança, gratidão, angústia, dor, prazer... Tudo vai depender dos regi...

Há várias maneiras de se olhar para o passado. Com saudosismo, esperança, gratidão, angústia, dor, prazer... Tudo vai depender dos registros nele marcados e de nossa saúde mental.

Quando a gente se despede de um ente querido, vive e revive as mais fortes lembranças. Aí é que está a importância do bem que se fez na vida e do amor praticado. Ter guardados na memória instantes de felicidade e harmonia com quem partiu torna-se um incalculável privilégio dos que pautam a vida no bem querer.

O Espiritismo, particularmente, tem uma presença muito forte na nossa vida, na nossa família. Desde meu avô, que presidiu a Federação...

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O Espiritismo, particularmente, tem uma presença muito forte na nossa vida, na nossa família. Desde meu avô, que presidiu a Federação Espírita Paraíba por 44 anos consecutivos (uma vida!), e depois com meu pai, que se tornou espírita muito cedo.

Eis que, kardecista convicto, apaixona-se por uma garota católica, filha de uma recatada viúva, apostólica romana, típica devota que vai à missa e comunga todas as manhãs a hóstia consagrada.

Como já dissemos por aqui, uma das decepções que tivemos em viagens de além-mar aconteceu ao realizar um grande e antigo sonho: camin...

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Como já dissemos por aqui, uma das decepções que tivemos em viagens de além-mar aconteceu ao realizar um grande e antigo sonho: caminhar por Cafarnaum, cidade predileta de Jesus, e pelas praias do “Mar da Galileia”, na verdade um grande lago, justamente por onde o mestre dos mestres caminhou, pregou, curou e angariou apóstolos e discípulos. Foi quando constatamos que a maioria do povo de Israel não dá a devida importância a Jesus, nem aos recantos sagrados de lá. Eles nem acreditam que o Cristo é o Salvador prometido nas profecias. Ainda estão esperando pelo Messias. Enquanto isso, matam-se e guerreiam entre si, em nome de um deus estúpido, como agora o mundo presencia horrorizado. Mais horrorizado ainda ao ver que exatamente a região onde foi primeiramente divulgada a Boa Nova, que é berço das três maiores religiões do mundo, é palco das mais atrozes violências entre povos vizinhos.

Sentir que alguém compreendeu a essência mais profunda do que você escreveu talvez seja a maior recompensa do ato literário. Escrever...

mahler mitologia cancao terra
Sentir que alguém compreendeu a essência mais profunda do que você escreveu talvez seja a maior recompensa do ato literário. Escrever, pintar, compor, esculpir, são vias de expressão interpostas entre autor e receptor em que se realizam os objetivos da arte. Por mais inabordáveis que sejam os motivos que propulsionam a concepção de uma obra; por mais oculta que possa estar a origem das ideias, deve haver no autor algum desejo expresso ou latente de transmitir emoções. Arte é como religião,

Ele foi morar por um tempo em Coimbra, onde passará quase um ano. Acompanhou a esposa — A Musa — professora Alcione Albertim, a gra...

universidade coimbra milton marques alcione albertim
Ele foi morar por um tempo em Coimbra, onde passará quase um ano. Acompanhou a esposa — A Musa — professora Alcione Albertim, a grande companheira do também professor Milton Marques Júnior, cujo currículo se enriquecerá com pós-doutorado em literatura clássica na Universidade de Coimbra.

Pequenininha, lá está ela, sempre com uma multidão à sua frente. E ninguém sabe por quê... Indecifrável, dizem que é. Uma esfinge, que...

da vinci louvre
Pequenininha, lá está ela, sempre com uma multidão à sua frente. E ninguém sabe por quê... Indecifrável, dizem que é. Uma esfinge, quem sabe. Mas, indecifrável é o mistério de ser tão atraente há séculos. Pudera. Recheando compêndios de estética e história das artes há tanto tempo, jamais passaria despercebida de qualquer visitante do Louvre.

Entra década, sai década, entra governo, sai governo, seja municipal, estadual, federal, e nada da implementação de um serviço de Arqui...

arquitetura servico publico
Entra década, sai década, entra governo, sai governo, seja municipal, estadual, federal, e nada da implementação de um serviço de Arquitetura Pública. Já perdemos a conta de quantas vezes sugerimos, até com documentos protocolados, em reuniões de campanha eleitoral, uma pauta com ideias para o planejamento da Arquitetura, Urbanismo e Gentileza Urbana. Sabem quantas vezes a ideia prosperou? Nenhuma!

Essa é uma história verídica muito interessante principalmente àqueles que já estão na “fase da comodidade”. É comum aos que avançam no...

Essa é uma história verídica muito interessante principalmente àqueles que já estão na “fase da comodidade”. É comum aos que avançam no tempo da vida dar-se ao direito de um pouco mais de conforto. Portanto, comodidade na melhor idade é inteligente merecimento. A tal melhor idade, maior idade, que muitos não acham nada boa, é melhor que se chame idade da comodidade.

Rótulos são inevitavelmente limitantes. Qualquer um. Por vezes eivados de classificação preconceituosa, quando não equivocados, viraram...

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Rótulos são inevitavelmente limitantes. Qualquer um. Por vezes eivados de classificação preconceituosa, quando não equivocados, viraram moda. Hoje rotula-se, generaliza-se, classifica-se tudo, um festival de sectarismo.

“Tentei expressar a alegria, mas também a solidão e a melancolia que se sente no alto das montanhas, de onde se avistam grandes distâ...

frederik delius eric fenby musica erudita inglesa altruismo platonismo
“Tentei expressar a alegria, mas também a solidão e a melancolia que se sente no alto das montanhas, de onde se avistam grandes distâncias”
Delius

No romance A Sinfonia Pastoral, de André Gide, as belezas da Natureza são contadas à menina cega na tentativa de descrever com palavras o mundo e a vida que ela não enxerga. Como a audição se depura nos desprovidos da visão, seus ouvidos passaram a perceber tudo o que lhe era dito como se olhos fossem.

Era uma tarde solitária. Não para nós. Para ela própria. Mas a solidão não era total. Havia vento, muito vento. Nuvens densas desfilava...

silencio solidao mar reflexao
Era uma tarde solitária. Não para nós. Para ela própria. Mas a solidão não era total. Havia vento, muito vento. Nuvens densas desfilavam rápidas pelo céu, o dia todo. Velozmente. Dançavam em variadas formas. Umas passavam por cima, mais lentas, mais iluminadas, outras corriam por baixo, escuras, rápidas. Talvez tenha sido essa correnteza de nuvens que carregou a chuva, ansiosamente esperada desde ontem...

Já conhecíamos boa parte do trabalho de Hélder Moura, desde os anos em que ele se fez diariamente presente nas residências dos paraiban...

dolmens menires poesia paraibana helder moura
Já conhecíamos boa parte do trabalho de Hélder Moura, desde os anos em que ele se fez diariamente presente nas residências dos paraibanos como repórter e jornalista dos mais atuantes, nos noticiários das TVs locais, sempre elegante e competente. Como colunista dos impressos, Hélder se destacou, por muito tempo, como cidadão sintonizado, bem informado e preocupado com a situação política do estado e do país, defendendo suas convicções com coragem e contundência.

Desde que o russo Semyon Kirlian fotografou a aura das plantas, há 84 anos, que mais pesquisas científicas se intensificaram em busca...

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Desde que o russo Semyon Kirlian fotografou a aura das plantas, há 84 anos, que mais pesquisas científicas se intensificaram em busca dos mistérios do mundo vegetal, em que há muito mais coisas do que imagina a nossa sã filosofia. E tudo vem servindo para se concluir que esses seres, tão especiais e importantes para nós, também têm sentimentos.

Para desfrutar com mais intensidade o sabor das manhãs parisienses, costumava ir logo cedo à “boulangerie” mais próxima, no país onde ...

paris igreja ecumenismo jesus cristo
Para desfrutar com mais intensidade o sabor das manhãs parisienses, costumava ir logo cedo à “boulangerie” mais próxima, no país onde há os melhores croissants e baguetes do mundo. A cidade ainda parecia adormecida, quase ninguém na rua, já que era inverno, quando os dias se encurtam e o Sol se atrasa.

Em um certo domingo das boas lembranças, tradicionalmente o segundo do mês de Agosto, dedicado em homenagem aos pais, perguntei a ele: ...

dia dos pais carlos romero amor filial
Em um certo domingo das boas lembranças, tradicionalmente o segundo do mês de Agosto, dedicado em homenagem aos pais, perguntei a ele: "O que o senhor quer ganhar de presente no Dia dos Pais?" E veio a resposta: "Ah, meu filho, você já é o maior presente que Deus me deu. Mas, tenho uma ideia. Se você quer mesmo me fazer uma homenagem, vá a uma loja de presentes, compre um papel bem grande, bem colorido e bonito, peça à moça para embrulhar você por inteiro e mandar me entregar de novo".

Espiando as rochas negras pela fresta da janela, veio logo a sensação de um claro “déjà vu”. Se bem que a lembrança não estava assoc...

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Espiando as rochas negras pela fresta da janela, veio logo a sensação de um claro “déjà vu”. Se bem que a lembrança não estava associada ao cenário que eu olhava. Mas apenas ao contexto transcendente e sem igual, pois que era bem antigo todo aquele visual.

Manhã dessas, eu estava entrando numa loja da avenida Epitácio Pessoa e o celular tocou. Ainda na calçada, atendi ao chamado. Como era ...

Manhã dessas, eu estava entrando numa loja da avenida Epitácio Pessoa e o celular tocou. Ainda na calçada, atendi ao chamado. Como era uma conversa demorada e insossa, fiquei por ali perambulando, ora escutando o telefone, ora o resto do mundo.