Tarde divina e sutil. Ondas deslizam calmas. Brisa que tudo afaga. Flores colorem a relva. É o crepúsculo sobre o mar! E o mar não é s...

A vida num lampejo

mar crepusculo lua falesia
Tarde divina e sutil. Ondas deslizam calmas. Brisa que tudo afaga. Flores colorem a relva. É o crepúsculo sobre o mar! E o mar não é só para se olhar. O mar é pra nele se jogar, se abraçar, se esbaldar. O Mar é pra se contemplar, vislumbrar, tocar. O Mar é pra se banhar, boiar, nadar. O Mar é pra amar e se amar.

Depois de abraçar o mar, hora de contemplar. Hora de sonhar. Hora de mudar de cor, com o dia que já se vai. Vem, suave noite, despede o Sol andejo neste momento sublime de luz. É a vida num só lampejo.

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ALCR
Parece que as tardes que antecedem as noites de Lua cheia se vestem de forma como se preparassem para um grande espetáculo. É no limiar do instante entre a tarde e a noite que no céu está escrita a lição de toda a Vida. Quando o dia parte lento, e a noite logo chega, há matizes e nuances de beleza indescritível. E apesar deste cenário ser diário e permanente, não paramos pra olhar, muito menos refletir sobre o que quer nos dizer quem criou o infinito. E nos deu, de graça e cor, esse mundo tão bonito.

Pouco mais, a luz se apaga, dá lugar a outra cena. Sem ser mais ou muito menos, tanto bela como a tarde, chega a noite com a magia de um luar encantador. Hoje foi assim...

Com a noite veio ela. Serena e sutil, simplesmente discreta. Quase invisível. Já sobe tranquila à medida em que cresce, e o Sol, seu grande amigo, de longe joga luz e ali mesmo se confunde com o azul celestial que com ele Deus nos deu.

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Aos poucos, ela ascende tão suave, delicada, ao som da bela harpa, no concerto de Ernst Eichner , que tem 400 anos... Fico aqui imaginando, há quantas eras priscas esta lua traça rota sobre os mares do planeta, encantando, emocionando, sobretudo os corações dos que têm na alma a fé no Eterno Criador.

Na manhã que se seguiu, a mesma Lua que brilhava sobre o espelho do Atlântico dá lugar ao sucessor, guardião das matinais que despontam outra vez, por cima do horizonte prateado nos trazendo mais um dia, uma manhã, e a vida que idem passa na garça que acolá alça voo sem destino.

No navio que passa longe, nas ondas que se abraçam, na tarde que se esvai, na esperança que aqui fica com a paz do aconchego. Bendita paisagem, benditas suas plantas, as aves que revoam pelo céu que se despede. Bendita seja a noite que roubou o colorido deste dia que passou sem levar o nosso amor.

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ALCR
Decidimos contemplar as falésias adiante na manhã ensolarada. São encostas que estão entre as formações mais belas deste mundo tropical. E ainda são mais lindas porque vivas movimentam-se, dançam à brisa e sob a chuva desmoronam-se na erosão, em bordas recortadas que revelam sua alma colorida em franja verde, com belezas e riquezas, redutos de corujas, gaviões e urubus, iguanas e saguis, anus e bem-te-vis, sanhaços e florzinhas. E ainda são banhadas pelo mar que as devasta quando as beija sem sossego com o amor que em tudo existe.

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  1. Lindo texto Germano! Suave como o entardecer no mar.

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    1. Obrigado, Rejane! Você é sensível a essas belezas, eu sei

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  2. Maravilhada com o lindo retrato falado.
    Parabéns!

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  3. 👏👏👏👏👏👏👏👏❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️🪡✂️🧵

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  4. Crônica de poeta. Bravo, Germano! Gil.

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