Pequenininha, lá está ela, sempre com uma multidão à sua frente. E ninguém sabe por quê... Indecifrável, dizem que é. Uma esfinge, que...

Quando o Louvre fecha as portas

da vinci louvre
Pequenininha, lá está ela, sempre com uma multidão à sua frente. E ninguém sabe por quê... Indecifrável, dizem que é. Uma esfinge, quem sabe. Mas, indecifrável é o mistério de ser tão atraente há séculos. Pudera. Recheando compêndios de estética e história das artes há tanto tempo, jamais passaria despercebida de qualquer visitante do Louvre.

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A Gioconda Da Vinci
Mistérios rondam a sua fama. O primeiro, a expressão tida por muitos como incógnita. Estaria séria, reflexiva, sorrindo, um leve soslaio? Alguns apostam que foi intencional a aura de dúvida pairante. Um pretendido reforço à magia indecifrável que a influência feminina provoca no imaginário masculino. Decerto levarão mais outro século e não descobrirão. Há muito mais por dentro do sorriso das mulheres do que supõe a tosca filosofia machista. Sejam Monas ou lisas...

A verdade é que existem muitos outros quadros monumentalmente belos no Louvre, além da Gioconda. Como por exemplo "As Bodas de Caná", de Veronese, A Coroação de Napoleão (Jacques-Louis David), ambos com seus 60 metros quadrados, maiores do que muitos muitos apartamentos residenciais oferecidos no atual mercado imobiliário; "A Última Ceia", do próprio Da Vinci (40 m2), "A Balsa da Medusa", de Géricault (35m2), "A Intervenção das Sabinas", de Jacques-Louis David, "A Liberdade", de Delacroix, todos imensos, e, particularmente, "A Jovem Mártir",  de Paul Delaroche, uma das espetaculares telas do esplêndido museu, pérola inestimável da capital francesa.

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"A Intervenção das Sabinas", "A Balsa da Medusa" e "A Jovem Mártir" Louvre
Por que, então, a miúda tela causa tamanho frisson e faz multidões diárias a lhe dirigir olhares sofregamente, espremendo-se à sua frente, há pouco mais de um século, "desprezando", por exemplo, as extraordinárias pinturas da Sala Mollien, na Asa Denon? Sim, porque antes disso mal se ouvia falar da célebre moça de Da Vinci. Ele, sim, um gênio incomparável. Iluminado, sábio, conhecedor de mistérios bem mais profundos do que aquele simples e lacônico sorriso. Lá mesmo, no Louvre, há telas de sua autoria tão ou mais espantosas do que a pirralha, como "A Virgem e o Menino com Santa Ana", "A Virgem das Rochas" e "São João Batista", concebida com espetacular "sfumato". Vá entender...

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"A Virgem e o Menino com Santa Ana", "A Virgem das Rochas" e "São João Batista"
Leonardo Da Vinci
Na verdade, nem os críticos compreendem por que os quadros de Rafael ou de Delacroix não despertam a mesma curiosidade dos 10 milhões de olhares que se lançam, anualmente, pelos corredores do mais visitado museu do mundo.

Teria sido a Mona afamada pelo roubo de que foi vítima há pouco mais de 100 anos? Um marketing arquitetado para tornar valioso o imperscrutável? Está aí um enigma mais intrigante do que aquele sorriso maroto. Que imaginação!

Bem que o amado pai, Carlos Romero, dizia ter absoluta certeza de que aquela Gioconda dá gostosas gargalhadas mangando dos muitos turistas bobos, logo à noitinha quando o Louvre fecha as portas...


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