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Contar uma história é sempre perigoso, pois corre-se o risco de reduzir uma vida ou de enaltecê-la. Porém, uma biografia bem contada ...

ney matogrosso julio maria
Contar uma história é sempre perigoso, pois corre-se o risco de reduzir uma vida ou de enaltecê-la. Porém, uma biografia bem contada cumpre o papel de, ao mesmo tempo em que cativa o leitor, fazê-lo prosseguir na leitura, além repensar a própria trajetória – não como forma a despertar qualquer tipo de inveja, mas de maneira a refletir sua existência a partir das idiossincrasias humanas.

Ainda que estejamos no século XXI e que tanto se alardeie o discurso de que avançamos bastante, suscita-nos perplexidade o fato de hom...

mulheres feminismo maternidade
Ainda que estejamos no século XXI e que tanto se alardeie o discurso de que avançamos bastante, suscita-nos perplexidade o fato de homens e mulheres optarem por não ter filhos. Passados mais de 50 anos desde a Revolução Sexual, com o advento da pílula que proporcionou à mulher o controle (parcial) sobre o seu corpo, ainda se discute a maternidade e a procriação como se fossem cláusulas pétreas na vida dos casais.

A famosa frase “Trabalhe com o que ama e você não trabalhará um dia sequer” tem um apelo romântico e inspira muitos a buscarem carreir...

relacao trabalho vocacao
A famosa frase “Trabalhe com o que ama e você não trabalhará um dia sequer” tem um apelo romântico e inspira muitos a buscarem carreiras alinhadas às suas paixões. No entanto, essa ideia simplista ignora uma realidade crucial: o ambiente de trabalho e as relações interpessoais influenciam diretamente a satisfação e o bem-estar profissional.

Autossuficiência é uma forma de egoísmo porque nos priva de sermos para com o outro. Essa frase ressoa como um eco profundo em tempos ...

Autossuficiência é uma forma de egoísmo porque nos priva de sermos para com o outro. Essa frase ressoa como um eco profundo em tempos em que a independência é exaltada como virtude suprema. Mas há um paradoxo nisso. Se não precisamos de ninguém, para quem seremos? De que adianta construir fortalezas emocionais se, ao final, nos encontramos solitários dentro delas?

Estou atentamente vendo todos a minha volta envelhecerem. Meus olhos estão mais vigilantes aos traços da minha face. De crianças a id...

reflexao tempo idade experiencia vida velhice
Estou atentamente vendo todos a minha volta envelhecerem. Meus olhos estão mais vigilantes aos traços da minha face. De crianças a idosos noto o seu desenvolvimento – do físico à personalidade. Dos novos aos velhos hábitos. Gente que há tempos não vejo e, se não falarem comigo e não me derem alguns segundos para os reconhecer, corro o risco de passar vexame.

      DESCASO Disseram-me para ser o homem da casa quando já não havia lar, quando queria eu ser mais menino e ter o direito ...

 
 
 
DESCASO
Disseram-me para ser o homem da casa quando já não havia lar, quando queria eu ser mais menino e ter o direito de chorar.

“Escrever é emitir um atestado de fé no homem, na humanidade. Uma forma de concorrer para a perenidade do homem e, ao mesmo tempo, ...

“Escrever é emitir um atestado de fé no homem, na humanidade. Uma forma de concorrer para a perenidade do homem e, ao mesmo tempo, para a sua melhoria como ser”.
(Chico Viana)

Escrever sobre quem admiramos é uma grande responsabilidade. Confesso que fiquei “De mãos atadas”, haja vista que se trata de um professor e escritor referência para muitos docentes, discentes e apreciadores da Língua Portuguesa: Chico Viana (Nasc. 22/04/1951, Campina Grande-PB). Este que, em crônica intitulada Paixão e escrita, afirma:

      NO CURSO DAS LETRAS Repouso a caneta – penumbra no papel. A vida assim não se deslumbra, porque traços, vírgulas e met...

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NO CURSO DAS LETRAS
Repouso a caneta – penumbra no papel. A vida assim não se deslumbra, porque traços, vírgulas e metáforas ponteiam minha vida de essências. Reticenciar é hipocrisia; meus pontos são períodos.

Lembro-me da primeira vez que conversei com Magno Nicolau. O ano deveria ser 2008, quando a editora Ideia funcionava no Centro da cid...

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Lembro-me da primeira vez que conversei com Magno Nicolau. O ano deveria ser 2008, quando a editora Ideia funcionava no Centro da cidade de João Pessoa, em frente à Arquidiocese, se não me falha a memória. Estava eu resolvendo algo ali por perto. Procurava uma editora para publicar meu primeiro livro: Lembrança Perseverante. No afã tipicamente juvenil, entrei eufórico e quase quebrei a porta de vidro que dava acesso à mesa do editor. Recordo-me até do sorriso de Magno, bastante complacente com a minha euforia.

    UNIVERSÁTIL Como ser humano Sendo uno, Se no indivíduo Eu duelo o plural, se no versátil Há o singular? Se, com todo siso...

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UNIVERSÁTIL
Como ser humano Sendo uno, Se no indivíduo Eu duelo o plural, se no versátil Há o singular? Se, com todo siso não me permito um sorriso, A menos conciso, não só preciso.

Sempre fui afeito à palavra. Desde criança, gostava de refletir acerca de seus significados, questionava sobre o meu desconhecimento ...

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Sempre fui afeito à palavra. Desde criança, gostava de refletir acerca de seus significados, questionava sobre o meu desconhecimento acerca do nosso vernáculo, a língua portuguesa. Intui-a, pois, tal qual Clarice Lispector, de que a palavra seria/é a minha quarta dimensão e o “meu domínio sobre o mundo” – pelo menos o meu mundo. Tudo que é linguagem e expressão me fascina. Gosto de ler textos em palavras e textos em pessoas.

A prudência é a condição essencial de todas as virtudes. É o equilíbrio entre a sensatez e a insanidade. Se ela não prover, o que é q...

A prudência é a condição essencial de todas as virtudes. É o equilíbrio entre a sensatez e a insanidade. Se ela não prover, o que é qualidade passa a ser irresponsabilidade. Alguns a desconsideram, pois que mérito há em cuidar da própria saúde? De agir para não causar o dano a si mesmo? De fato, o que dará valor são as circunstâncias envolvendo o alheio.

Uma colega, professora de Língua Portuguesa, contou-me que a sobrinha ficou chateada ao ser corrigida quando divulgava o casamento....

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Uma colega, professora de Língua Portuguesa, contou-me que a sobrinha ficou chateada ao ser corrigida quando divulgava o casamento. Escreveu “estaram” em vez de “estarão”. Poxa, essa forma verbal sequer existe! Por se tratar de um evento tão importante, poderia ao menos ter a humildade de reconhecer o deslize e agradecer à tia. Optou por retrucar dizendo que não tinha obrigação de saber, pois não é professora de gramática.

É importante tanto para o estudante quanto para o professor mudar a forma como se voltam ao texto. Não tratar o momento de analisa...

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É importante tanto para o estudante quanto para o professor mudar a forma como se voltam ao texto. Não tratar o momento de analisar o texto produzido como uma “correção”, mas como uma avaliação, haja vista que a noção de erro traz consigo a ideia da incapacidade de escrever. O que ocorre é um processo do ensino-aprendizagem, que se desenvolve à medida que o estudante vai se apropriando das estruturas e peculiaridades do texto, contemplando regras de norma-padrão,

PASSADO Suas mãos passam por mim E me molduram. Seus olhos passam por mim E duram. Sua voz passa por mim E grava E crava. Você p...

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PASSADO
Suas mãos passam por mim E me molduram. Seus olhos passam por mim E duram. Sua voz passa por mim E grava E crava. Você passa por mim Por mim você passa

O cientista Edward Lorenz em 1960 desenvolvia um programa que prometia prever mudanças climáticas com um elevado grau de precisão. No ...

efeito borboleta
O cientista Edward Lorenz em 1960 desenvolvia um programa que prometia prever mudanças climáticas com um elevado grau de precisão. No entanto, foi surpreendido por uma variável que conduziu a um resultado muito distante do que supunha. Algo que em tese era insignificante mudou a rota do seu experimento. Como mesmo Lorenz disse: “o bater das asas de uma borboleta em Pequim pode influenciar a formação e a trajetória dos ciclones no golfo do México”.

Respeito. Essa palavra que muitos desejam, mas poucos a praticam. Esse vocábulo utilizado até por um banco. E precisamos mesmo, de ...

respeito assedio harmonia
Respeito. Essa palavra que muitos desejam, mas poucos a praticam. Esse vocábulo utilizado até por um banco. E precisamos mesmo, de todos os lados. Não como uma mera admiração, que é efêmera, frágil. Tem que ser sólido. E, antes que digam hoje há muito mimimi, é preciso compreender que as pessoas estão é cansadas.

Segundo Johan Huizinga, autor de Homo Ludens , o ser humano anseia pelo lúdico, nasce predisposto ao jogo. E quanto mais o elemento ...

serie round 6
Segundo Johan Huizinga, autor de Homo Ludens, o ser humano anseia pelo lúdico, nasce predisposto ao jogo. E quanto mais o elemento competitivo estiver presente, mais apaixonante se torna o jogo. “Dentro do círculo do jogo, as leis e costumes da vida quotidiana perdem validade. Somos diferentes e fazemos coisas diferentes. Esta supressão temporária do mundo habitual é inteiramente manifesta no mundo infantil, mas não é menos evidente nos grandes jogos rituais dos povos primitivos”. Isso muito se evidencia em “Round 6”,

Mais uma vez, o tempo. Hora de rebobinar? Preparados estamos para uma retrospectiva? Como você se relaciona com as horas? A saudade que...

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Mais uma vez, o tempo. Hora de rebobinar? Preparados estamos para uma retrospectiva? Como você se relaciona com as horas? A saudade que passa e permanece. As rugas que vêm. Os amores vão e vãos. Final de ano e os anseios se condensam. Fomos os seres humanos que gostaríamos de ter sido? Como fazer melhor daqui para frente? O que almejamos: dinheiro, saúde, amor, paz? Como alcançar, então? Nós somos movidos pelo desejo e, ainda que alguém considere uma bobagem o término do ano, é fato que nos esforçamos para

“É preciso ter ainda o caos dentro de si para dar à luz uma estrela bailarina” (Friedrich Nietzsche) Não saber nomear as ...

“É preciso ter ainda o caos dentro de si para dar à luz uma estrela bailarina” (Friedrich Nietzsche)

Não saber nomear as coisas, os sentimentos e o vazio que por vezes nos acomete é causa de muita angústia e de adoecimento psicofísico. Desde cedo, intuía isso, por isso lia dicionários diversas vezes, na vã tentativa de aplacar o sofrimento que sequer sabia de onde vinha. Se “o amor é o fogo que arde sem se ver”, a dor ascende quando não sabemos como dizer. E, por ironia, o não dito literalmente nos tira a voz. O estado de pânico, a solidão mal administrada, o impacto de uma ida sem volta. Se a boca não fala, o corpo padece. Problemas respiratórios, gastrointestinais, dor de cabeça...