O apodo vem provavelmente do nome. De Octavio (com “c” mudo), virou Tavico e depois, como era natural, se tornou Vico e Vico ficou pel...

campos jordao araucaria
O apodo vem provavelmente do nome. De Octavio (com “c” mudo), virou Tavico e depois, como era natural, se tornou Vico e Vico ficou pelo resto da vida.

Intitulava-se um “Nó de Pinho”. Vou explicar o porquê. A araucária, endêmica da Mantiqueira, oferece madeira vastamente usada em movelaria e construção civil. É árvore que chega fácil aos 30 metros de altura. No alto surge uma copa de onde sai a galharia formando uma espécie da taça de cabeça para baixo. É justamente dessa parte do tronco que está a parte de pouca utilidade como madeira. De onde saem os galhos é que nasce o nó, o chamado nó de pinho. O serrote comum de um carpinteiro não consegue encarar o dito cujo, é preciso serra elétrica para enfrentar o danado.

Ela está morando debaixo do nosso teto há 3 meses. Chegou pequenininha, mas aos poucos foi crescendo e expandindo sua jurisdição te...

teia aranha
Ela está morando debaixo do nosso teto há 3 meses. Chegou pequenininha, mas aos poucos foi crescendo e expandindo sua jurisdição territorial com suas teias.

Ela é da ordem “superior” dos artrópodes (esse superior aí foi por minha conta), e da Família nobre dos aracnídeos.

Tem de vários tipos, caranguejeiras, viúvas negras, jardineiras… A minha possui cores vermelhas, pequenas partes amarelas, mas predomina o preto. Possui uma abundante bunda que dá inveja nas cantoras e

Recentemente iniciei os estudos do idioma Tupi-Guarani (Nhandewa, falado em São Paulo e Paraná, basicamente). O tronco Tupi se apresent...

Recentemente iniciei os estudos do idioma Tupi-Guarani (Nhandewa, falado em São Paulo e Paraná, basicamente). O tronco Tupi se apresenta de forma distinta. Na Paraíba estuda-se o Tupi-Potiguara e me questiono sobre a diversidade de línguas tupis.

Não foi à toa que o filósofo alemão do século XIX Arthur Schopenhauer recebeu o epíteto de “o filósofo do pessimismo”, pois via o mun...

filosofia schopenhauer jovem
Não foi à toa que o filósofo alemão do século XIX Arthur Schopenhauer recebeu o epíteto de “o filósofo do pessimismo”, pois via o mundo dos fenômenos como produto de uma vontade metafísica cega, colossal e maligna.

Sua filosofia foi influenciada por Kant, “o maravilhoso Kant”, como costumava chamá-lo. Partindo do idealismo transcendental de seu conterrâneo germânico, desenvolveu um sistema metafísico ateu e ético, buscando

Quando a madrugada se abriu ao Sol que chegava lento na manhã, foi a amiga Ana Paula Cavalcanti quem deu a notícia. A funesta n...

juca pontes literatura paraibana
Quando a madrugada se abriu ao Sol que chegava lento na manhã, foi a amiga Ana Paula Cavalcanti quem deu a notícia. A funesta notícia da partida de Juca Pontes para outra dimensão.

Ele se foi silencioso. Uma partida definitiva. Sem despedida.

Os poetas são silenciosos. Disso sabemos. Uns mais, outros nem tanto. Sabem absorver o silêncio e a tristeza do mar. Porque o mar é triste, no entender do cronista-poeta Gonzaga Rodrigues.

Nascido em Pirpirituba, no ano de 1921, lá, no pequeno povoado, Magela Cantalice fez seus primeiros estudos. Aos onze anos, foi inte...

magela cantalice fazer poesia critica literaria
Nascido em Pirpirituba, no ano de 1921, lá, no pequeno povoado, Magela Cantalice fez seus primeiros estudos. Aos onze anos, foi interno com o objetivo de preparar-se para o sacerdócio. Sete anos de formação intelectual e religiosa nos Colégios Sto. Antônio e São Luís de Tolosa. Mas a vida monástica não lhe despertaria "tão longo amor" para outros sete anos. A conselho do padre Superior, deixa o seminário.

A saída de Magela é surpreendente. Vai para o Rio de Janeiro e ingressa na Polícia Militar. Seis anos depois, Cabo Cantalice regressa à Paraíba, fixando-se em Guarabira. Transforma-se em professor do Colégio Nossa Senhora da Luz, vindo depois a assumir a direção do Instituto Arruda Câmara, aqui em João Pessoa.

Em 1948, volta ao Rio de Janeiro para a função de auxiliar de escritório. Posteriormente, experimenta o jornalismo, trabalhando no Correio do Povo, na Gazeta de Notícias e no Diário Trabalhista.

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Daí transferiu-se para Belo Horizonte, onde se fez funcionário da Belgo-Mineira. A seguir, retorna ao Rio de Janeiro para acumular as funções da Belgo Mineira, com as de Chefe de Relações Públicas da Mesbla e Diretor Cultural da Panair do Brasil.

Acompanhando sua trajetória, compreende-se por que Magela Cantalice apontava com ênfase suas "sandálias peregrinas" e se autodenominava de "ave de arribação", ao tomar posse na Academia Paraibana de Letras.

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Celyn Kang
Encontrou em Salvador sua estação final. Lá, ingressou no Serviço Público Municipal, ocupando sucessivamente as funções de Almoxarife, Agente Fiscal, Chefe da Casa Civil, e de Secretário Adjunto de Administração. Simultaneamente, concluiu o curso de Direito na Universidade Católica de Salvador, de onde se tornou, logo a seguir, professor de Direito Romano.

Ainda, na área jurídica, exerceu os cargos de Procurador do Município e de Assistente da Casa Civil do Governo do Estado.

Revisitando esta existência de ocupações tão diversificadas quanto desiguais, cabe a indagação sobre o traço característico que o teria conduzido à vida acadêmica.

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Patrimônio Paraíba
Pode-se responder que Magela imprimiu às suas publicações o mesmo ritmo da vida que viveu. Deixou 19 livros, lançados a partir de 1950.

Brasil, Por que não sou comunista e Luzeiros da Fé definem suas convicções ideológicas. Noções de Direito Romano e Influência do Cristianismo sobre o Direito Romano sedimentam sua experiência didático-pedagógica. Folhas de Outono, Trevas de Luz, Pérolas de Amor, Flores da Noite, Vozes D'Alma, Réstias de Luar, Ecos do Silêncio, Festival de Solidão, Lição do Tempo, Fantasia de Palhaço, Taça de Cristal, Brinde de Amor, Rosa Mística, Torre de Marfim e Casa de Ouro constituem sua opção mais definitiva.

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Matheus Farias
A recitação dos títulos já denuncia o gênero. São 14 livros, onde a forma (leia-se fôrma) poética do soneto predomina quase absoluta.

Magela parece haver incorporado esta forma (leia-se fôrma) poética à sua dicção, à semelhança de um vocábulo ou de um modo de dizer que se incorpora à fala. Nela registrou tudo quanto quis, lembrando a postura espontânea dos cantadores em suas rimas improvisadas.

"Acontecimentos", "afinidades", "aniversários", "incidentes pessoais", o "excelente, completo e confortável corpo" , "a gota de bile", "a careta de gozo", "sentimentos"; "a cidade", "a sepultada e merencória infância" — todo o avesso da lição drummondiana.

Fascinado pelo som da rima e pelo desafio dos catorze versos, neles encontrou sua forma especial e eficaz de comunicação. E bem mais que isso. Neste exercício permanente de que resultou sua produção predileta também se revela, sem qualquer disfarce, um jogo de sedução a que o dado referencial empresta uma característica inusitada. Na maioria das circunstâncias, a mulher é o objeto deste entretenimento, visualizada através de conceitos reducionistas e deformadores ou de preconceitos incompatíveis com a tradição antecipadora e libertária da expressão poética.

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ALCR
Um curioso exemplário poderia ser exposto. Mas fiquemos apenas com a rápida amostragem de alguns versos ou estrofes, para comprovação da análise:

Tu és linda demais e eu, teu poeta, Que contigo convive e se completa Sem poder, todavia, ser teu dono. (Platônico) Seu nome inda não sei. Não me interessa. Tudo quanto desperta minha pressa É gozá-la da forma mais completa! (Bela Morena) Mulher quando diz "não", diz é "talvez" E, quando diz "talvez", quer dizer "sim". Logo, diz sempre "sim", "nunca diz "não"! (Será mesmo verdade?) A sorte a maltratou desde menina De mocinha passou a vitalina E carregou pro céu a virgindade. (Felicidade) Perdão Senhor, no mundo eu fui um poeta Minha falta mais séria e mais completa Foi ter gostado muito de ... mulher! (E Deus mandou-me entrar) E vou ficar no meu assanhamento Até que, com ela, eu me satisfizer. (Meu Sargento) Posso até fazer contas das dezenas De fêmeas - loiras, ruivas ou morenas (Carência Forçada)

Levando em conta os aspectos já apresentados, as concepções de Magela a respeito do poeta e da poesia não surpreendem. Podendo-se constatar a compatibilidade entre a sua produção e a estranheza dos conceitos enunciados à margem da teoria poética.

Poesia é a que possui métrica e rima E eu jamais haverei de renegá-la

Temos os versos finais de Revide que se desenvolve na presunção de uma polêmica há muito arquivada pela História e pela crítica. Sabendo-se que rima e métrica são recursos poéticos ou anti-poéticos, dependendo da utilização que deles se faz. Não podem ser entendidos como condição de existência da poesia.

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Debby Hudson
Em Bem-aventurados e Gratíssima Resposta, onde se propõe a refletir sobre o poeta e sua atividade, o que se estabelece são desconcertantes afirmações em detrimento da tradição firmada neste sentido.

Sou poeta, nasci pra fazer verso E sonho transformar todo universo Num lindo festival de fantasia Poetar é passatempo a mim dileto

Impossível não lembrar Heidegger em sua categórica retificação: "O poema não é uma vagabundagem do espírito, inventando por toda parte aquilo que lhe apraz." Entendimento este que os poetas reiteram na metalinguagem de suas metáforas, onde a criação poética, assumida como compromisso de vida, se traduz em trabalho, luta, suor, desespero, degredo, sangue, morte etc.

      AVÓ Há boniteza neste envelhecer que aflora Há candura, desapego e calma Há sabedoria e humildade Mais pressa em realiz...

poesia mineira cristina porcaro
 
 
 
AVÓ
Há boniteza neste envelhecer que aflora Há candura, desapego e calma Há sabedoria e humildade Mais pressa em realizar sonhos Mais percepção do que é verdade E o coração...ah! O coração Guarda cicatrizes que já foram costuradas Vira rios que às vezes transbordam Quebranta-se, desdobra Alarga-se e aquece Não mais impetuoso e feroz Nem se desperdiçando em amores que não prestam

Se vivo fosse, Augusto dos Anjos comemoraria em 20 de abril o seu 139º aniversário. A ocasião é oportuna para revisitar a obra com...

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Se vivo fosse, Augusto dos Anjos comemoraria em 20 de abril o seu 139º aniversário. A ocasião é oportuna para revisitar a obra com a qual ele conquistou um lugar definitivo na nossa literatura.

Quando surgiu, em 1912, o Eu foi recebido como um livro estranho e singular. Não é verdade que tenha sido rechaçado, ou mesmo ignorado, por críticos e leitores comuns. Pelo contrário, mesmo quem se surpreendia com a sonoridade áspera e o vocabulário por vezes impenetrável do poeta, percebeu naqueles versos as marcas de uma poesia vigorosa e, a seu modo, bela – mas não da beleza fluida e cristalina dos parnasianos.

A destruição das superstições pôde ter início com a ciência escrita e falada, pois o acesso ao conhecimento humano nos mostra a verda...

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A destruição das superstições pôde ter início com a ciência escrita e falada, pois o acesso ao conhecimento humano nos mostra a verdade, e desmascara o que até então era tido como guia para nossas vidas cegas.

Denis Diderot, escritor, filósofo e profeta do livre pensar, foi um dos primeiros indivíduos que fizeram da literatura seu ofício. Sempre foi um admirador e entusiasta da vida em todas suas manifestações. Por 21 anos ele trabalhou em sua obra-prima, a Encyclopédie (1750-1772) ou Dictionnaire raisonné des sciences des arts et des métiers (Dicionário razoado das ciências, artes e ofícios), em que buscou reportar todo o conhecimento que a humanidade havia produzido até sua época.

Há escritores que pressentiram o futuro de modo surpreendente. Talvez o mais notável de todos, nesse quesito, seja o extraordinário f...

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Há escritores que pressentiram o futuro de modo surpreendente. Talvez o mais notável de todos, nesse quesito, seja o extraordinário ficcionista francês Júlio Verne, que chegou a descrever o motor de um submarino nuclear em 1869, além de antecipar a viagem à Lua e os satélites artificiais.

A formação social da consciência geralmente, apresenta aspectos do comportamento humano e se potencializa com estas habilidades: na rel...

psicologia aprendizado infantil
A formação social da consciência geralmente, apresenta aspectos do comportamento humano e se potencializa com estas habilidades: na relação entre seres humanos e o seu ambiente físico e social; em novas formas de atividade que fizeram com que o trabalho fosse o meio de relacionamentos entre o homem e a natureza e as consequências psicológicas dessas formas de atividade; na natureza das relações entre o uso de instrumento e desenvolvimento da linguagem.

Falar em delicadezas da professora Neide Medeiros é até uma redundância. Ela própria é uma delicadeza. O físico frágil, a voz baixa e...

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Falar em delicadezas da professora Neide Medeiros é até uma redundância. Ela própria é uma delicadeza. O físico frágil, a voz baixa e os modos suaves, tudo nela é delicado, sem falar na simplicidade e na fidalguia que lhe são naturais. É uma “lady” – e das inglesas puro sangue, para não restar nenhuma dúvida. Como ela, tenho conhecido pouquíssimas, devo confessar. Citarei apenas quatro exemplos de damas finíssimas que já nos deixaram, desculpando-me logo pelas não lembradas: Jandyra Gomes, Vilma Bezerril, Carmem Izabel Carlos Silva e Cila Souto. Outras existem e existiram, claro, mas, como disse, raríssimas. Seria ótimo se existissem mais: o mundo seria melhor.n

“Quando volta já é outro Trouxe até sinhá mocinha para apresentar Já tem nome de doutor E agora na fazenda é quem vai mandar E seu...

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“Quando volta já é outro
Trouxe até sinhá mocinha para apresentar
Já tem nome de doutor
E agora na fazenda é quem vai mandar
E seu velho camarada
Já não brinca mais, trabalha"
(Morro Velho - Milton Nascimento)

Ao escrever esta canção tão bonita, porém com desfecho muito triste, para mim, Milton Nascimento retratou a realidade social do Brasil. Talvez ele tenha aprendido essa realidade na própria pele.

A letra constrói a amizade de dois meninos numa fazenda do interior de Minas Gerais. Um branco, filho do dono da terra. O outro, preto, filho de lavrador dessa mesma propriedade. Mas não sentiam diferenças, a amizade era superior a qualquer outro sentimento negativo.

Terra vermelha da minha terra, falo de Tatuí Um poema para Segador Solé Um pianinho solto a guitarra suja Figa par...

poesia tatui cristina siqueira

Terra vermelha da minha terra, falo de Tatuí
Um poema para Segador Solé
Um pianinho solto a guitarra suja Figa para a vida dar certo o banco à beira da estrada céu limpo verde da minha terra vermelha, tinta bonita que ela só A terra

Em “Mar do olhar” vem esta dedicatória de Juca Pontes ao amigo-irmão Milton Nóbrega: “Para Milton Nóbrega, amigo-irmão, com quem apren...

Em “Mar do olhar” vem esta dedicatória de Juca Pontes ao amigo-irmão Milton Nóbrega: “Para Milton Nóbrega, amigo-irmão, com quem aprendi a enxergar o mundo com as cores do infinito.”

Com meu tanto no ramo gráfico, acompanhei essa harmoniosa parceria. Com inveja, às vezes, não da harmonia, como desse infinito que eles juntos enxergavam. O que não chegava a um chegava ao outro. E se completavam, contrariando aquela ansiedade sem fim feliz do negro Cruz e Souza:

No início de 1637, se aproximava de sete anos a presença dos holandeses no Nordeste brasileiro, mas a conquista da região pelos batavos...

invasao holandesa paraiba porto calvo
No início de 1637, se aproximava de sete anos a presença dos holandeses no Nordeste brasileiro, mas a conquista da região pelos batavos ainda não estava consolidada. Os neerlandeses dominavam uma faixa litorânea, que não ultrapassava cerca de 70 km para o interior, que ia do Rio Grande do Norte até sul de Pernambuco, mas as forças hispano-luso-brasileiras haviam se fortificado em Porto Calvo, no atual Estado de Alagoas, de onde saíam grupos de guerrilheiros para atacar propriedades nas Capitanias ao norte.