No último final de semana, uma cor amarela aparecia em meio ao verde, na estreita faixa florestal, motivando paradas estratégicas para fotografias. E, com uma aproximação maior, a confirmação: A estrada para Natal surpreendia, com novidades! Eram flores de Pau-Ferro, na copa das árvores e os arbustos da Rosa Brasileira, e ainda umas delicadas, em cachos da Acácia Sena. Riquezas da Mata Atlântica que ocorrem no verão, (principalmente as duas primeiras), com os Ipês promovem um espetáculo de cores, aromas e beleza. Mas, ainda teremos vários meses para esperar…
Estamos em agosto ou em dezembro? Inverno ou verão? Será que o calendário corresponde às mudanças que estamos percebendo? Esses questionam...
Do tempo e dos resedás
No último final de semana, uma cor amarela aparecia em meio ao verde, na estreita faixa florestal, motivando paradas estratégicas para fotografias. E, com uma aproximação maior, a confirmação: A estrada para Natal surpreendia, com novidades! Eram flores de Pau-Ferro, na copa das árvores e os arbustos da Rosa Brasileira, e ainda umas delicadas, em cachos da Acácia Sena. Riquezas da Mata Atlântica que ocorrem no verão, (principalmente as duas primeiras), com os Ipês promovem um espetáculo de cores, aromas e beleza. Mas, ainda teremos vários meses para esperar…
"Há tempos venho tentando achar um momento para dizer isso: você já me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo”. A tua ...
A suprema beleza do verbo
Se há um tipo de texto que prioriza o sortilégio das palavras (mesmo que em detrimento do conteúdo) à procura de um encanto, este tipo de ...
O ofício do nada
O grande trunfo do mais famoso cineasta sueco de todos os tempos – Ingmar Bergman (1918-2007) – sempre foi o rosto humano. Seus close ups...
Bergman e nossas máscaras
Alguém disse que é preciso estar sob teto da Sistina para se ter ideia do que um ser humano é capaz. Eu diria o mesmo sobre a leitura de q...
Breve inquérito sobre a genialidade
Como minha cirurgia foi adiada, vai dar para esgotar esse assunto. Desde logo digo que a brasileira Maria Lenk foi a primeira mulher sul ...
O Brasil nas Olimpíadas
Dias atrás, ao encontrar um dileto amigo que não via há anos, tasquei a mais tradicional pergunta dessas ocasiões, o famoso “Como vai?” Re...
Último abraço
— Escapando! — disse ele.
E não é assim? Vamos escapando. Escapando de doenças, assaltantes, balas perdidas e das não perdidas, crises econômicas, paixões mal resolvidas, acidentes. Enfim, listar aqui do que andamos escapando não caberia nesta coluna.
didi À memória de Elzo Franca, amigo e primo. didi bate a falta com efeito. o goleiro adversário é puro espanto: vê a bo...
Estufando a rede
Entre as muitas e muitas lembranças que me ficaram de Martinho Moreira Franco, uma delas me acudiu no fim da tarde desse último domingo...
A cidade de Martinho
Os pavilhões se armando ao longo da General Osório, as barracas a impedirem o trânsito nas três ruas paralelas que saem da Catedral e de São Francisco, e os primeiros ensaios, os pileques preliminares ou simples arrastos de cadeira da boemia ansiosa.
Existem amizades edificadas com tijolos e argamassa que as artes possibilitam construir, no sincero aperto de mãos e na troca de experiênc...
Vida Aberta, um poema global
Com Waldemar José Solha se deu assim: construímos nossa amizade a partir de meado da década de 1970. Ele, volumoso em leituras, ensinava a arte de escrever e de pintar, eu, um jovem sorumbático vindo de Serraria com passagem por Arara, escutava mais do que conversava, ou dava pitaco sobre os assuntos abordados. Ouvia e peneirava tudo o que ele falava e assim aprendi muitas coisas que me têm sido úteis.
Nos últimos dias eu tenho me sentido olímpico, quase um deus atleta grego desgarrado, sem a imortalidade, exceto a efêmera eternidade do i...
Olímpico
Eu sou mais um entre os 12 deuses gregos e milhares de atletas de toda a humanidade. E o motivo: eu sei sonhar. No filme mudo da mente, repriso as competições mais acirradas das corridas, saltos e jogos desde a infância. Sim, eu ajudo a construir vitórias, pois percebo que ainda sou um corredor, saltador, ginasta e jogador.
O garoto ali postado na memória é um arremessador de sonhos, sacador de desejos, marcador de sorrisos, saltador de possibilidades. Olímpico aventureiro diário, que se materializa nas disputas em ciclos de quadriênios. Ele é capaz de sorrir e chorar com as vitórias e derrotas e muito mais ainda com as histórias de cada guerreiro armado com o corpo, bolas, raquetes, arcos, lutas, pesos e sapatilhas.
Os campos olímpicos se materializam em campinhos de terra batida, quadras de piso de cimento crespo, muros feitos de blocos de tijolos que serviam de traves para se equilibrar, obstáculos em formato de muretas, pedras arremessadas como discos, dardos ou martelos.
Sopra, assim como antes, o vento no rosto e nos cabelos, que acaricia a fronte do deus mortal do garoto da esquina, dos deuses eternos do Olimpo e dos inesquecíveis atletas dos jogos apresentado hoje em telas de TVs de modelos que se ajustam a cada quatro anos ou às fotografias e filmes raros de competições esquisitas ou conhecidas.
A camisa suada, os pés descalços e a linha de chegada não tão bem definida. O pódio, esse mero detalhe ansiosamente sonhado por muitos, é só uma questão de percepção. O que conta no íntimo é ser "o mais rápido, o mais alto, o mais forte" de si mesmo. Parafraseando Mahatma Gandhi, a medalha da alegria "está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita". O que é a vitória senão o fato de se estar bem consigo próprio.
Não participava de festas. Maria se ofuscava mesmo, encolhendo-se qual caramujo, enrolada em suas hesitações. Todos saíam de casa, ela fi...
Solidão
A mulher do general Eurico Gaspar Dutra, sob certo aspecto, não fazia jus ao nome. Ou seja, não tinha a mansidão da mãe de Cristo, ou de o...
Dona Santinha e o jogo do bicho
E o que se diz? Pois bem, que foi Dona Santinha, católica fervorosa, quem exigiu do marido o fechamento dos cassinos e o fim do Jogo do Bicho. Também, que o general instalado em 1946 na Presidência da República
“Nos dedicamos a escrever declarações de amor públicas para amigos no seu aniversário que nem lembraríamos não fosse o aviso da rede soci...
Uma nova estética da vigilância
O poema “Barcarola”, inserido por Augusto dos Anjos no Eu, remonta a uma tradição cultivada pela poética medieval. Segundo Segismundo Spin...
Uma barcarola de Augusto dos Anjos
Muito já se escreveu sobre os intelectuais, sua atuação e sua função social. Podemos citar três obras praticamente clássicas sobre o tema,...