A escritora inglesa Virginia Woolf dizia que as mulheres sempre escreveram, mas se perguntava no início do século XX porque então não...

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A escritora inglesa Virginia Woolf dizia que as mulheres sempre escreveram, mas se perguntava no início do século XX porque então não ouvimos falar delas; e responde com toda a sua propriedade: a resposta pode estar trancafiada nos velhos diários, entocados em gavetas, escondidos nas memórias do tempo. Pode estar também na vida e na sua obscuridade, nos corredores sombrios da História, onde vagamente as figuras de gerações de mulheres tão pouco eram percebidas. Porque muito pouco se sabe das mulheres. A História da Inglaterra é uma História de uma linhagem masculina e não feminina. Dos nossos pais sempre sabemos de algum fato, alguma distinção. Eles foram soldados, ou marinheiros, pertenciam a alguma instituição e faziam as leis. Mas sobre as nossas mães, nossas avós, nossas bisavós, o que restou? Nada, mas uma tradição. Uma era bela; outra tinha o cabelo vermelho; uma outra foi beijada pela Rainha. Não sabemos nada delas a não ser seus nomes e as datas dos seus casamentos e o número de filhos que tivera. (Virginia Woolf, “Women and Fiction”, tradução livre)


No último dia 26 de março, A Fundação Casa de José Américo fez um evento por ocasião dos festejos do Dia Internacional da Mulher, chamado de “Escritas nas Estrelas - Mulheres na Literatura da Paraíba”. Evento esse que, teve como ponto de partida, a pesquisa da Professora Doutora Ana Coutinho, cuja tese de doutorado na UFPe, 2005, título “Tecendo fios de liberdade: escritoras da Paraíba
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do começo do século 20”. Tese essa que teve como foco o resgate/visibilidade das escritoras paraibanas do início do século até uma determinada data. Ana trabalhou com memória e estudou algumas das nossas escritoras até então desconhecidas e/ou silenciada, como Eudésia Vieira, Maria Ignez Maris, Olivina Olivia Carneiro e Lylia Guedes, que se destacam pela produção literária significativa. Ana, hoje é voluntária da FCJA, e junto com a equipe dessa Casa e em parceria com a Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana e a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), por meio da Editora A União, resolveram estender essa homenagem às escritoras de hoje, da atualidade, dando assim um pontapé inicial para uma catalogação mais efetiva das mulheres que escrevem aqui na Paraíba.

Como professora de Literatura Infantil por mais de vinte anos, Ziraldo sempre esteve presente nas minhas aulas. Lembro-me do primeir...

Ziraldo literatura infantil
Como professora de Literatura Infantil por mais de vinte anos, Ziraldo sempre esteve presente nas minhas aulas. Lembro-me do primeiro texto que publiquei no Correio das Artes (1983) – Flicts: um texto fantástico? Este texto foi também apresentado em um dos Congressos de Teoria e Crítica Literária, organizado pela professora Elizabeth Marinheiro, em Campina Grande.

      O MEU MOTE Ele vem devagarinho, Se aloja dentro de mim. É uma inspiração sem fim, É o cantar de um passarinho. Se achega...

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O MEU MOTE
Ele vem devagarinho, Se aloja dentro de mim. É uma inspiração sem fim, É o cantar de um passarinho. Se achega que nem carinho, _ E me trata com respeito _ O seu cortejar aceito, Num mês de do outono chuvoso:

Dois amigos conversam após a aula de filosofia. – Viu que coisa? – Vi. Achei a aula coisificante! – Ele não explicou o qu...

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Dois amigos conversam após a aula de filosofia.

– Viu que coisa?

– Vi. Achei a aula coisificante!

– Ele não explicou o que disse que ia explicar.

– Pois é. O conceito kantiano da...

– Isso! Da “coisa em si”!

Os gramáticos definem a hipálage como um expediente retórico segundo o qual uma palavra ocupa numa frase o lugar que convém logicamen...

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Os gramáticos definem a hipálage como um expediente retórico segundo o qual uma palavra ocupa numa frase o lugar que convém logicamente a outra que com ela mantém um vínculo semântico-gramatical. Quando Guimarães Rosa fala em “presentes mágicos dos reis”, num dos seus poemas, ele desloca o adjetivo “mágicos” de “reis” para “presentes”: os reis é que são mágicos (magos), não os presentes. Quando fala no “apetite necrófago da mosca”, Augusto dos Anjos pretende dizer, retoricamente, que a mosca é que é necrófaga, não o apetite. Ao falar, em Os Lus. X, 2, em “abundantes mesas de altos manjares”, Camões quer dizer, retoricamente, “abundantes manjares de altas mesas”. O dicionário do Aurélio apresenta vários exemplos interessantes de hipálage em Miguel Torga, Dalton Trevisan e Eça de Queirós.

Santino. Menino que nasceu nas margens tortas da sangria de um açude a certa distância do fim da cidade. Mais do que “ponta-de-rua”, fo...

menino acude infancia
Santino. Menino que nasceu nas margens tortas da sangria de um açude a certa distância do fim da cidade. Mais do que “ponta-de-rua”, foi para ali que a prefeitura – a propósito de se inserir no desenvolvimento da Sudene e se colocar como moderna – escondeu parte de sua miséria tangendo aquela massa crescente de desassistidos dando um pequeno suporte em madeira, zinco e tudo de mais de quinquilharia que era possível carregar dos velhos galpões da prefeitura. A ordem era “limpar” o terreno para novas ocupações e essa horda de infelizes que se virasse de alguma maneira.

Muitos adjetivos se lhe aplicam. Mas elegante é o primeiro que me vem à mente. Quem o conheceu, sabe. Agora mesmo, enquanto escrevo, ...

joao mauricio lima neves
Muitos adjetivos se lhe aplicam. Mas elegante é o primeiro que me vem à mente. Quem o conheceu, sabe. Agora mesmo, enquanto escrevo, estou a vê-lo com os olhos adolescentes do ginasiano do Colégio Estadual do Roger de fins dos anos 1960. Na antiga construção que antes abrigara o Seminário Arquidiocesano, destacava-se a sua figura calma, de voz baixa e impecavelmente vestida. Nele, via-se claramente o esmero pessoal, sem que significasse dandismo ou fútil vaidade; era apenas o seu jeito de ser e de estar no mundo, personalíssimo.

      Deus ao lado E a sucessão de mundos Não cessa… Como acreditar? Um pingo de chuva Um vento na flor E o pólen flutua ...

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Deus ao lado
E a sucessão de mundos Não cessa… Como acreditar? Um pingo de chuva Um vento na flor E o pólen flutua Nuvens carregadas Como a consciência Um vazio de lado…

Nesta idade de releituras, trago às mãos uma obra de Balzac e vem-me à lembrança o esforço da antiga editora Globo, de Porto Alegre, pa...

editora globo balzac
Nesta idade de releituras, trago às mãos uma obra de Balzac e vem-me à lembrança o esforço da antiga editora Globo, de Porto Alegre, para editar a versão brasileira da “Comédia Humana”.

Quando os Lutos já não cabiam na dimensão do dia a dia, resolvi transpô-los para o papel. Já não havia tanto espaço no meu esquife in...

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Quando os Lutos já não cabiam na dimensão do dia a dia, resolvi transpô-los para o papel. Já não havia tanto espaço no meu esquife interior. Tive que sair do luto à luta. Foi aí que nasceu o “Lutos diários”, meu 3º livro de poemas, uma tentativa de renascer a partir de cicatrizes. Para cada experiência de luto que tive só aumentou a consciência de redobrar a força.

A cidade de Goiana, em Pernambuco, no início do século XIX, era, por sua importância, riqueza e cultura, foco permanente de movimentos ...

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A cidade de Goiana, em Pernambuco, no início do século XIX, era, por sua importância, riqueza e cultura, foco permanente de movimentos revolucionários, prenunciando a independência do Brasil ou pelo menos das regiões setentrionais bastante diferenciadas devido à sua colonização e costumes, para a época, oriundos das regiões meridionais do nosso país.

Vou começar dizendo que o azeite tem na sua composição gorduras monoinsaturadas. Esse quase palavrão faz com que as nossas taxas de H...

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Vou começar dizendo que o azeite tem na sua composição gorduras monoinsaturadas. Esse quase palavrão faz com que as nossas taxas de HDL subam e sirvam para desentupir nossas veias, foi o que eu entendi. Se é assim, maravilha. Melhor ainda; o azeite tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o que retarda o envelhecimento. Estudos apontam que o alto consumo de azeite está associado a riscos mais baixos de câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

Demócrito, nascido em 460 a.C. e falecido em 371 a.C., é conhecido como um filósofo grego que versou temas referentes a filosofia da...

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Demócrito, nascido em 460 a.C. e falecido em 371 a.C., é conhecido como um filósofo grego que versou temas referentes a filosofia da natureza, matemática, ética e música. Ele é reconhecido por ter desenvolvido a teoria atomística, fundamentada nas ideias de seu mestre Leucipo, um filósofo grego que viveu no século V a.C. A tese principal dessa doutrina é apresentar a matéria sendo infinitamente dividida até chegar a uma partícula indivisível, o átomo.

Encontrar os caminhos certos para uma vida produtiva e prazerosa deve estar entre nossos desejos mais caros. A vocação pode manifestar...

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Encontrar os caminhos certos para uma vida produtiva e prazerosa deve estar entre nossos desejos mais caros. A vocação pode manifestar-se desde cedo, e, aos olhos de pais atentos, tal revelação é muito útil ao apoio e bom encaminhamento das atividades pelas quais os filhos evoluirão em sua trajetória terrena.

O que Cristo escrevia? As pessoas em redor, em grande burburinho, agitadas, com pedras na mão, apontavam para uma pobre mulher, acusa...

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O que Cristo escrevia? As pessoas em redor, em grande burburinho, agitadas, com pedras na mão, apontavam para uma pobre mulher, acusada de adultério, caída, coberta pelo opróbrio, e Jesus Cristo, demonstrando uma tranquilidade que não se coadunava com o momento, escrevia na areia. O que ele escrevia? Não se sabe. Ninguém sabe. Não restou uma frase, uma palavra. Não restou uma letra sequer. Por que em momento tão grave,

Sempre gostei de biografias, diários, correspondências de escritores, pintores, artistas. Suas vidas me fascinam, conhecer seus hábitos...

solha autobiografia
Sempre gostei de biografias, diários, correspondências de escritores, pintores, artistas. Suas vidas me fascinam, conhecer seus hábitos, seus instrumentos, seus recursos de criação contribuem para compreensão da obra. Também tenho predileção por romances sobre histórias que envolvem a pintura,