Quando procuramos culpados para nossas quedas, não temos essa clara visão que “o outro eu”, somos nós mesmos.
O nosso “outro” cruel eu, nos assombra, segue, induz, persegue. Desconhece o limite da realidade, leva jovens à crueza de determinar seus próprios “aqui jaz”.
A coragem de se questionar é descartada e esquecida; negada.
O nosso “outro” cruel eu, nos assombra, segue, induz, persegue. Desconhece o limite da realidade, leva jovens à crueza de determinar seus próprios “aqui jaz”.
A coragem de se questionar é descartada e esquecida; negada.
Damir Samatkulov
Minha leitura, do que está escrito, mostra o lado oposto, faz ressurgir a certeza que é possível lutar contra nosso mais terrível inimigo. Aquele que vive à espreita para, no momento certo, acender a chama das nossas dúvidas, fraquezas, dores, melancolia.
Quando nós vencemos essa batalha íntima, somos capazes de criar; emergir e sorrir; sentir a luz do estar vivos.
Quão difícil é ter essa “outra visão” do eu cruel; fraco e insano; prazeroso pela própria ruína. Ele, que nos faz acreditar sermos vítimas dos outros, sem deixar que enxerguemos em nós mesmos, o carrasco.
Aqui nos “quasipōemas” vi ser possível enxergar, admitir, combater nossa própria crueza arqueológica. Que conseguimos, se assim quisermos, enfrentar de forma vitoriosa “o outro eu”.
Damir Samatkulov
Já vivi a crueza de tantos momentos, de tantas gentes que me negaram o direito de ajudar, de me solidarizar, que, como bem diz o poeta, foi “preciso vencer as impotências para sobreviver”. Imperdoável para mim.
O “doer de tanto querer”, nos coloca como objetos na disputa das feiras de quem serve mais. Onde “os mercadores podem ir e vir”. Isso é fato! Porém, para combater esse subjugar-se, é preciso ser admitido pela alma que se faz de mercadoria.
Será que vale lutar por aquilo que jamais seremos? Querer ter quem nunca teremos? O que fazer “neste pregão” da serventia?
Só existe uma forma: acreditar que não vale matar a alma, mesmo nos “angustiados tempo”.
Damir Samatkulov
Sempre chega!
Nos atuais tempos, essa conta chega instantaneamente.
Não adianta fingir que “nada ocorreu”, a testemunha aparece imediatamente para reviver, fazer com que ocorra o enfrentamento da verdade negada, mentida.
Os momentos costurados durante a caminhada, mesmo negados pelo consciente, ficam alocados em algum subconsciente da “aventura noturna”.
E, sem saber quando a nossa única certeza irá se concretizar, a sensação que seremos sempre “apenas um traço” nos tantos infinitos, se perpetuará por toda nossa existência.
Assim, na “discreta arqueologia da noite”, quando desabrochar a “flor do desespero”, poderemos pegar papel e lápis para eternizar “uma história sobre a tristeza”. Ou plantar “uma árvore” de esperança.
***Eis meu enxergar sobre três dos “quasipōemas”, do livro “a discreta arqueologia da noite”. Depois apresentarei outros, dos que nos foram presenteados pelo poeta Helder Moura