Tratar o doente é mais do que conhecer a doença. Diante de uma enfermidade qualquer, o paciente reage não só no plano intelectual, mas também no emocional, procurando estabelecer hipóteses e teorias sobre aquilo que ocorre. Surge, então, um estado emocional em estreita relação com o que sentiu e com o que pensou. Por existir uma grande relação entre pensamento e emoção, mente e coração, qualquer alteração mental associada à dor ou ao prazer se estende ao coração.
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Paradoxalmente, a evolução tecnológica representa um obstáculo a uma relação médico-paciente mais próxima. Embora tenha trazido grandes benefícios ao diagnóstico e ao tratamento das doenças cardíacas, a excessiva aplicação de sofisticados equipamentos, isto é, a chamada “tecnologia de ponta”, resulta, cada vez mais, na desconsideração do contexto humano e social, assim como da singularidade de cada caso. Cada entidade nosológica tem, de fato, sua particularidade, que não pode ser relegada nem no diagnóstico, nem no tratamento, uma vez que os aspectos psicofísicos que envolvem o adoecer de um paciente apresentam características próprias deste, diferenciando-o de outro, ainda que a patologia seja idêntica.
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Assim, podemos concluir que, embora o avanço tecnológico deva ser utilizado, as máquinas jamais poderão aquilatar e compreender o sofrimento do paciente, muito menos sanar seus temores e preocupações imperscrutáveis, no sentido mais amplo da palavra.
Portanto, é imprescindível a existência de um elo harmonioso — sentimental, humano, científico e profissional — nesse relacionamento imensuravelmente divino. Consolida-se, assim, uma situação de empatia, em que o paciente pode expor suas dúvidas, temores e angústias, enquanto o médico procura compreender o que realmente está se passando com o enfermo, tanto física quanto psicologicamente, uma vez que todo ser humano é produto de um complexo que envolve o biológico, o emocional e o social.


















