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Naquele último dia de carnaval, em Lisboa, constatávamos novamente o clima de melancolia que se percebe em algumas cidades da Europa em...

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Naquele último dia de carnaval, em Lisboa, constatávamos novamente o clima de melancolia que se percebe em algumas cidades da Europa em que se festeja o reinado de Momo. Um pouco diferente do nosso Brasil, onde a euforia desmedida por vezes impera. Entretanto, ali observava-se, no ar conquanto nostálgico, um certo toque de poesia.

A fila era de não acreditar de grande. Quilômetros! E lenta. Mas a vontade de luz era maior do que o brilho do Sol que esquentava a igu...

espiritismo chico xavier psicografia mediunidade
A fila era de não acreditar de grande. Quilômetros! E lenta. Mas a vontade de luz era maior do que o brilho do Sol que esquentava a igualmente longa espera.

Vinham de uma experiência terrível, ocorrida há pouco. O segundo filho, o do meio, de apenas dois anos, havia se afogado acidentalmente na piscina. Por algum rápido descuido, os motivos permaneceram ignorados. Ninguém sabia como, nem porque aquela tragédia aconteceu de maneira tão gratuita e banal.

Certa vez, em Tambaú, o chuveiro elétrico de nosso banheiro queimou. Apesar de gostar de frio, chuva e neve, não sou dado a banhos frio...

saudade mae perda recordacao ternura
Certa vez, em Tambaú, o chuveiro elétrico de nosso banheiro queimou. Apesar de gostar de frio, chuva e neve, não sou dado a banhos frios, vá entender... O jeito foi usar o banheiro do quarto de papai, hoje a maior parte do tempo fechado, calado, passado…

Em dado momento, ao me ver dentro do box, comecei a me lembrar dos tempos de garoto, em que achava grande aquele banheiro, bem arrumado, a cara de nossa mãe. Olhei o teto, as paredes, as pequenas flores estampadas no azulejo decorado... uma viagem.

De repente a pandemia fez o mundo ficar triste. Agora, ao que parece, foi suspensa ou se ultimou. Ninguém sabe se ainda volta, vestida...

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De repente a pandemia fez o mundo ficar triste. Agora, ao que parece, foi suspensa ou se ultimou. Ninguém sabe se ainda volta, vestida de corona ou com outra fantasia. Pouco mais é carnaval. Que a saúde se resguarde, que a folia prevaleça, traga outras alegrias, e nas máscaras se reflitam a enganar a nostalgia.

Mas tristeza tem dois lados e nos fazem refletir, comparar, evoluir. A vida surpreende, toda hora, todo instante, não adianta se enganar. De repente muda tudo, como foi na pandemia.

Dedicado às amigas Sheila Turczinsky e Thália Seixas Eis que o tempo vai trazendo, nos mistérios de sua dança, logo após a primaver...

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Dedicado às amigas Sheila Turczinsky e Thália Seixas

Eis que o tempo vai trazendo, nos mistérios de sua dança, logo após a primavera, a estação ensolarada. É verão, pleno verão! Muito em breve o vento volta, chega a chuva tão bendita e o céu se anuvia. E na troca vem o verde que se veste orvalhado.

Foi-se então a estação mais alegre e perfumada. As flores pelas quais se imagina que o divino está sempre a nos sorrir, põem-se entre as mais sutis e elevadas expressões de beleza desta Terra. Ainda que efêmera, delicada e passageira... De repente, nascem ali, no mato ou na montanha, pouco mais vão se murchando.

Certa vez, tudo por aqui virou um inferno. Um bendito inferno, cheio de poesia, imaginem só! Melhor ainda, um inferno sem calor. Pelo ...

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Certa vez, tudo por aqui virou um inferno. Um bendito inferno, cheio de poesia, imaginem só! Melhor ainda, um inferno sem calor. Pelo contrário, bem friozinho.

Quando andava às voltas com a Comédia de Dante Alighieri, a boadrasta Alaurinda nos lembrou de que a cova mais profunda dos quintos do inferno dantesco é tão fria que até as lágrimas congelam, antes de escorrerem sua dor pelas faces do tormento.

De repente elas começaram a passar aqui em frente. Voavam sutil e delicadamente, como se desfilassem para chamar atenção aos aplausos d...

liberdade desprendimento desapego gaivota
De repente elas começaram a passar aqui em frente. Voavam sutil e delicadamente, como se desfilassem para chamar atenção aos aplausos do horizonte, que de longe as espiava. Sem muita pressa, flanavam serenas e se contrapunham à imensidão azul de céu e mar à sua frente.

Eram várias. Seguiam na mesma reta, alternando-se em grupos pequenos e sequenciados. Vez por outra, um mergulho cadente na superfície anil do oceano cristalino, decerto para bicar uma piaba e ter forças para seguir em frente, sem a menor pressa.

Que seria de nós se não fossem as lembranças?... Guardadas na memória, essa dádiva que o cérebro esconde em seus mistérios são tijolo...

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Que seria de nós se não fossem as lembranças?... Guardadas na memória, essa dádiva que o cérebro esconde em seus mistérios são tijolos com os quais se erguem nossa história, sentimentos e emoções que emolduram a consciência e que nos acompanharão seja aqui ou acolá.

É incrível como somos tão facilmente influenciáveis. Seja pela moda, pelos costumes, ideologia, política, religião. Daí o perigo do fan...

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É incrível como somos tão facilmente influenciáveis. Seja pela moda, pelos costumes, ideologia, política, religião. Daí o perigo do fanatismo, pois muitas loucuras já foram cometidas sob ondas de delírio coletivo. O plebiscito em que o indulto da Páscoa foi dado ao assaltante Barrabás, em detrimento da liberdade de Jesus, é um dos mais notórios exemplos. O holocausto, as guerras religiosas chamadas de “santas”, o extremismo dos fundamentalistas islâmicos, são outras lamentáveis consequências do fanatismo.

Se existe um profissional para quem devemos o maior respeito do mundo é o coletor de resíduos, que anda agarrado nas traseiras dos veí...

gari coleta lixo natal confraternizacao
Se existe um profissional para quem devemos o maior respeito do mundo é o coletor de resíduos, que anda agarrado nas traseiras dos veículos, saltando aqui e acolá, correndo de um lado para o outro, coletando o lixo produzido pela população.

Expostos ao contato com mau cheiro e à contaminação de resíduos deteriorados, eles cumprem uma tarefa visceralmente importante para a vida urbana. Ai do mundo urbano se não fosse o seu trabalho.

Hoje é Dia de Iemanjá, considerada pelos umbandistas como a “Rainha do Mar”. Uma imagem que personifica o espírito de Maria, Nossa Sen...

Hoje é Dia de Iemanjá, considerada pelos umbandistas como a “Rainha do Mar”. Uma imagem que personifica o espírito de Maria, Nossa Senhora, para os católicos. Para a História, bem contada e bem narrada ao longo de 2022 anos, em diversos idiomas, talvez em todas as línguas do mundo, ela é a “Mãe de Jesus”.

Maria de Nazaré é uma personagem valorizada de maneira proporcional em cada religião. Algumas crenças quase a ignoram, o que é uma injustiça. As próprias escrituras não lhe dão lugar de destaque, inobstante ter papel tão elevado: “Mãe de Jesus”, imagine!… Apenas a condição de mãe já a fazia merecer. Quiçá mãe de um ser tão evoluído, o mais importante da história do mundo, presente em todos os cantos e recantos do planeta, seja na mensagem que permanece viva, seja em templos, símbolos, cultos e crenças.

Vez por outra, recebia telefonemas dele e me surpreendia com o que escutava do outro lado. Ao invés de um “tudo bem?”, ou o clássico “c...

carlos romero cantar viajar bom humor
Vez por outra, recebia telefonemas dele e me surpreendia com o que escutava do outro lado. Ao invés de um “tudo bem?”, ou o clássico “como vai?”, ouvia-o cantarolar. Sempre uma das canções que enfeitaram sua vida pródiga em música, clássica ou popular.

E, é claro, respondia-lhe com alegria inusitada dizendo que, em meio aos mortais, eu me sentia um filho privilegiado. Imagine só como é bom ouvir alguém, sobretudo um pai, que lhe liga para cantar pela manhã de um bom dia... Sem falar que, de outras vezes, ele punha o celular

A abóbada celeste já estava ali, a olhos vistos. Não a cúpula que ostenta os céus ao redor da Terra, bem acima dela, mas o monumental t...

A abóbada celeste já estava ali, a olhos vistos. Não a cúpula que ostenta os céus ao redor da Terra, bem acima dela, mas o monumental teto do Royal Albert Hall, em Londres. Tudo brilhava com os mágicos efeitos de sua magnífica iluminação, em sintonia com a luz que contornava a aura coletiva de uma plateia em burburinho, já encantada com o porvir.

O hino “Vem, Espírito Criador” explode com o órgão, a grande orquestra, os quatro corais, dando início à “Sinfonia dos Mil”, como é conhecida a 8ª sinfonia de Gustav Mahler. A plateia, calada por dentro e gritando na alma, entra em sintonia com a mensagem:

No futuro não distante, se eu puder me recordar destas flores e da música, me darei por satisfeito. Na velhice ou já sem corpo, ao se...

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No futuro não distante, se eu puder me recordar destas flores e da música, me darei por satisfeito. Na velhice ou já sem corpo, ao senti-las saberei que viver valeu demais.

Ignoro se existe um tesouro que mais valha do que ter boas lembranças. É por isso que devemos vigilantes sempre estar. Se na vida semearmos coisas boas no caminho, mais à frente, certamente, a colheita se fará na medida do plantio.

Nem os ossos estão findos! Perpetuam-se por milênios atestando as transformações da vida biológica. Parece clichê, mas é ciência, dize...

dia finados espirito morte sintonia
Nem os ossos estão findos! Perpetuam-se por milênios atestando as transformações da vida biológica. Parece clichê, mas é ciência, dizer que “na natureza nada se perde”, tudo se renova.

Nunca tive afinidade “religiosa” com o ambiente de cemitérios. Poética, sim, pois nos ensinam sobre a realidade dos ciclos vitais, que alguns preferem esquecer. E há cemitérios bonitos, bucólicos, bem cuidados, muito arborizados, que servem até ao lazer contemplativo, confraternização e piqueniques.

Em um ano, a Terra dá uma volta inteira pelo Sol. Leva 365 dias. São 12 meses. E quem terá inventado meses, anos, o tempo?… Janeiro, J...

amor viagem carlos romero tempo
Em um ano, a Terra dá uma volta inteira pelo Sol. Leva 365 dias. São 12 meses. E quem terá inventado meses, anos, o tempo?… Janeiro, Julho, Maio, são bonitos os doze nomes de trinta dias. Todos a gosto. De três em três, viram estações, de agosto a agosto.

Mas o tempo não é numérico, há séculos, milênios. Se for procurar, vira ano-luz, que bonito! Embora o tempo sirva para contar história. Muitas. História do mundo, de guerra e de paz, Tolstoi, de Deus, que tudo criou “em 6 dias”… Eita dias grandes! Vinte e quatro horas, mais de mil minutos, oitenta e tantos mil segundos. Se for olhar o tempo no microscópio capaz de encontrarmos também por lá alguns segundos-luz…

Para nossos poucos conhecimentos sobre técnica de composição e linguística, a arte de traduzir parece ser uma das atividades literárias...

Para nossos poucos conhecimentos sobre técnica de composição e linguística, a arte de traduzir parece ser uma das atividades literárias mais complexas. Escrever bem, já o é. Ainda que prazeroso, quando conta com a ajuda da inspiração — ferramenta capaz de fazer com que a imaginação e o conhecimento fluam à linguagem de forma tão pura e cristalina quanto a sinceridade de quem a escreve.

Um dia desses, li este slogan em algum perfil de rede: “Dinheiro não compra classe”. Uma grande verdade que implica também em dizer que...

Um dia desses, li este slogan em algum perfil de rede: “Dinheiro não compra classe”. Uma grande verdade que implica também em dizer que classe e educação nada têm a ver com aparência e nem com riqueza material. Aliás, não há perigo e desperdício maiores do que dinheiro na mão de gente mal-educada.

Por mais antigo e rotineiro que o som de sua música nos alcance os ouvidos, nada soa enfadonho no rugir desse espetácu...


Por mais antigo e rotineiro que o som de sua música nos alcance os ouvidos, nada soa enfadonho no rugir desse espetáculo. Imagino há quanto tempo ele traz em suas ondas a magia de uma canção. Do marulho é que vos falo, solene e mavioso, que apesar de ser o mesmo, de milênio a milênio, sempre entoa com o vento algo novo e fascinante. Ao notar que é lua cheia, ele sabe humildemente retrair-se comedido. Sossegando a emoção, Atenua suas ondas e discreto a observa surgindo incandescente no horizonte prateado. Quanto mais a lua sobe, mais tranquilo, em reverência a contempla ensimesmado. É por isso que nas noites em que ela é soberana, a maré sempre está baixa. Certamente com receio de ofuscar o seu desfile, se recolhe solidária. E assim o espetáculo se exibe merecido com a pompa enluarada de uma noite à beira-mar. Mesmo assim, ele não cala o vibrato de suas águas. Que ao longo da história enternece a humanidade, inspira seus poetas, estimula sua música. Pianíssimo sussurra os gracejos que se mesclam aos pontilhos cintilantes com que a lua lhe recobre de afeto e gratidão. Até aos que não ouvem é possível o mar cantar. E com o céu faz um dueto, em busca um do outro. Qual contorno mais amável haveria na imagem de uma praia sob o céu sem as vozes do marulho? Cantoria irretocável em sublime harmonia com o divino panorama No desenho ondulado infinita é sua arte. Quebra ali, surge acolá, explode adiante, bordando de espumas um sorriso sem tamanho. Difícil existir no seio do divino acima do que é mar, talvez pelas montanhas, beleza igual à sua. O gorjeio de um pássaro, O olhar de uma criança, o aceno de uma árvore que ao vento se balança, o semblante tão sereno da idade que avança, Botões que prenunciam as flores a caminho, tudo isso são as vozes que clamam e fulguram na fé que ilumina. Mas é justo no oceano, Berço do que é Vida, em que Deus mais se revela.

"Pai nosso que estás no céu”… Quantas vezes esta frase se repete, em tantos idiomas, em tantas ocasiões, por este mundo afora. Mun...

"Pai nosso que estás no céu”… Quantas vezes esta frase se repete, em tantos idiomas, em tantas ocasiões, por este mundo afora. Mundo tão pequeno e insignificante, um pontinho de nada, solto na vastidão cósmica de tantas galáxias. Pai nosso, Criador e Criatura, mundo nosso, de tudo o que existe, de onde viemos e voltamos, há tantos milhões de anos. Pai nosso que estás no céu… Em todos os céus, na terra, em cima, em baixo; tudo é céu nos espaços do Universo! Céu que se vê e que não se vê, microscópico e macroscópico, material e imaterial.