Zygmunt Bauman (1925 – 2017) foi sociólogo e filósofo, nasceu na Polônia e exerceu suas atividades acadêmicas no Canadá, Estados Unidos, Austrália e na Grã-Bretanha. Tornou-se professor emérito de Sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia. Em seu livro Modernidade líquida (1999), o sociólogo versa que a modernidade líquida é leve e dinâmica e está em oposição à uniformidade da modernidade sólida. Para o pensador, a atual sociedade foi reduzida a valor de consumo por ter um preço materializado pela influência do poder econômico. Por exemplo, o amor, numa cultura da sociedade líquida, é tratado à semelhança de outras mercadorias. Os seus livros mais lidos são: Ética pós-moderna (1993); Medo Líquido (2006); Modernidade e Ambivalência (1991); Vida para o consumo (2008); Tempos líquidos (2006); Vida Líquida (2005), dentre outros.
Demócrito, nascido em 460 a.C. e falecido em 371 a.C., é conhecido como um filósofo grego que versou temas referentes a filosofia da natureza, matemática, ética e música. Ele é reconhecido por ter desenvolvido a teoria atomística, fundamentada nas ideias de seu mestre Leucipo, um filósofo grego que viveu no século V a.C. A tese principal dessa doutrina é apresentar a matéria sendo infinitamente dividida até chegar a uma partícula indivisível, o átomo.
O ensaio Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicado em 1755, foi escrito pelo filósofo, teórico político, escritor e compositor genebrino Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778). Essa obra ainda influencia o pensamento cultural e político nos dias atuais. Uma das suas teses afirma que o ser humano vive entre a razão e os sentidos. Por conta disto, somente a partir do momento em que a pessoa decide agir na busca da “vontade geral” de sua comunidade é que se torna livre. Essa liberdade rousseauniana se manifesta na ausência de dominação.
Os textos políticos do jurista e economista alemão Maximilian Karl Emil Weber (1864 — 1920) abordam as interações entre indivíduos na sociedade, destacando as atuações deles como fonte de informações para análises sociológicas. Seus conceitos de poder e dominação são fundamentais em sua teoria sociológica. Em seu livro "Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva" (1921), no volume 2, no capítulo 9, o autor explora temas relacionados à "sociologia da dominação".
A mitomania é a compulsão pela mentira, contada de forma consciente, que tem por objetivo a autoproteção ou, muitas vezes, o falseamento da realidade, de maneira a fazê-la parecer melhor. O mitomaníaco não consegue parar de mentir, e ele mente sobre sua realidade para fazê-la parecer melhor, aparentar mais do que tem ou encobrir algo. O ato de mentir é um sintoma de adoecimento psíquico,
A anomia social é a desintegração das normas sociais que pode ser o princípio de um fato social desprovido de dignidade humana. Por fato social observa-se a sua função de generalidade, coercitividade e exterioridade ao cidadão. O conceito de desordem (anomia) foi apresentado pelo sociólogo, antropólogo, cientista político, psicólogo social e filósofo francês David Émile Durkheim (1858 - 1917) para descrever as tensões sociais destrutivas da sociedade moderna, racionalista e individualista, podendo ser empregado em diferentes áreas do conhecimento com o objetivo de analisar
O desejo de viver e de morrer pode ser estudado pelos personagens Eros e Thánatos da Mitologia Grega. Também na Psicanálise do médico neurologista, psiquiatra austríaco Sigismund Schlomo Freud (1856 — 1939). A Mitologia Grega é um conjunto de contos e lendas que os gregos antigos usavam para explicar o mundo ao seu redor. Isso ocorreu aproximadamente mais de setecentos anos antes de Cristo. Eles criaram os fundamentos da cosmologia, da ciência, da filosofia, da literatura, da arte e da religião. A crença afirmava que as deusas e os deuses gregos controlavam
as forças da natureza e as ações humanas. Foram usados para explicar, também, os costumes, a cultura, a sociedade, a origem do Universo e da vida. O termo mitologia vem do grego antigo μιτος (mitos), que significa conto ou lenda, e λογος (logos/razão ou princípio da inteligibilidade), que significa estudo. A psicanálise freudiana surgiu no século 19. É um método que iniciou na investigação para o tratamento de distúrbios neuróticos. Essa teoria revelou a existência do inconsciente humano.
Na Mitologia Grega, Eros é o deus do amor, da fertilidade e da paixão. Thánatos é o deus da personificação da destruição e é representado por uma nuvem prateada que arranca a vida dos mortais. Na psicanálise de Freud, Eros é a energia vital que mantém o equilíbrio do psiquismo, motivando o ser humano a crescer, desenvolver-se e a impulsioná-lo à busca de bem-estar. Thánatos é a energia que motiva o ser humano a criar a própria destruição, eliminando o sentido de viver.
A médica e psicanalista russa Sabina Nikolayevna Spielrein (1885 — 1942), em seu artigo Destruição como origem do devir (1912), apresentou, pela primeira vez para ciência médica, o conceito de pulsão de morte. Esta definição influenciou a teoria da Metapsicologia desenvolvida por Freud que descreve a organização e o funcionamento do psiquismo nas obras Além do Princípio do Prazer (1920) e no Mal-estar na civilização (1929). Nelas, ele usa a expressão Todestrieb (“pulsão de morte”) sendo a oposição entre as pulsões do ego ou da morte e os instintos sexuais ou de vida. Em Além do Princípio do Prazer, um dos temas é sobre a compulsão à repetição,
que leva o ser humano a reconhecer duas formas de impulsos: a pulsão de vida, que é lançada por Eros e representa a vontade de viver e de se preservar; outro é a pulsão de morte, que é lançada por Thánatos, que é o impulso destrutivo em direção à morte. Essas pulsões estão se movendo sempre simultaneamente para satisfazer a conservação da própria vida. Em O Mal-estar na Civilização, Freud demonstra que a cultura produz uma falha psíquica no indivíduo por meio do conflito entre as necessidades do indivíduo contra a brutalidade de uma sociedade, que é oprimido em suas vontades e vive na frustração do desejo de construir o pertencimento diante das expectativas de uma sociedade normativa e inflexível, surgindo o ódio nessa tensa relação. Uma forma do indivíduo suportar a exclusão social e suas falhas existenciais é cria um deus para sublimar o próprio mal-estar.
Sigismund Freud, em 1927, ao escrever O futuro de uma ilusão, descreve as origens da religião, o seu desenvolvimento e futuro. Para o psicanalista, o homem criou a religião para corrigir as imperfeições dos perversos relacionamentos humanos. A religião é uma neurose universal que são dogmas transmitidos pelos antepassados que são impedidos de serem questionados. As crenças religiosas apresentam o desejo de afirmar a existência de um pai e a continuidade da existência através da imortalidade da alma.
A religião se apresenta como a necessidade de acolher o desamparo do homem no mundo que tem de enfrentar o destino cruel da morte; contra a luta embrutecida entre os homens, países e das destrutivas forças da natureza. Os senhores das religiões exercem a imagem de um pai que exorciza os terrores dos fenômenos naturais; anestesiam as dores de existir com a crueldade do destino. Os seguidores da neurose universal (religião) sublimam as próprias falhas psíquicas e existenciais através dos sofrimentos e de se torturarem nas privações que a vida civilizada impôs a eles. Nas patologias das ilusões alimentadas perversamente pelas religiões, o indivíduo — movido de pulsão de morte e de vida — necessita criar o próprio deus para eliminar o outro como uma forma de se purificar do próprio mal.
Para o psicanalista, a cultura e a religião criam a ilusão de afastar o indivíduo da selvageria humana, têm como objetivo conviver com as forças da natureza para dá suporte à vida e atender as necessidades do outro para que as relações humanas sejam harmonizadas. A neurose da religião gera o ‘reino do pai’ na cultura, mesmo que seja o reino do ódio e do terror que estão conduzidos pelos impulsos de Eros e Thánatos ou seja da pulsão de morte e de vida.
O livro A Ideologia Alemã foi escrito pelos empresários alemão Friedrich Engels (1820 – 1895) e pelo filósofo, economista, historiador, sociólogo alemão Karl Marx (1818 – 1883). A obra é um conjunto de manuscritos redigidos entre os anos de 1845 e 1846. Os dois pensadores denunciam a corrupção do estado prussiano, a pobreza e o processo de alienação causado pela religião nos cidadãos. Marx afirma que a religião não é a base do poder institucional de uma doutrina, mas em vez disso é a posse do valor incorporada em dinheiro, de posse da terra e da exploração dos meios de produção pelo trabalho. Ele percebeu que a religião tem a brutal e perversa força de poder coercitivo e de alienação, também era um amparo para o cidadão oprimido.
A arte dá um sentido estético à vida. Consequentemente, o indivíduo suporta as próprias angústias a partir da subjetividade de uma obra de arte, a qual dignifica a existência humana. Em todo indivíduo existe um inconsciente que constitui o seu pertencimento, impossível de ser conhecido pela razão. Essa região inacessível se desloca em forma de pulsões e influencia a forma de pensar, de agir e a própria sensibilidade.
As Enéadas são a reunião de cinquenta e quatro tratados separados em seis capítulos, cada um deles composto por nove partes, número que justifica a sua denominação. Em grego, ennéa significa “nove”. São aulas proferidas pelo filósofo grego Plotino (204—270 d.C.), posteriormente editadas e compiladas por seu discípulo Porfírio (233—305 d.C.). Os tratados foram escritos durante o tempo que Plotino permaneceu em Roma,
Em sua autobiografia, intitulada Poesia e Verdade (1811), o poeta, polímata e estadista Johann Wolfgang von Goethe (1749–1832) conta o que o levou a desenvolver uma estética da sua vida pública e privada. A obra deu originem a dois gêneros literários: a autobiografia moderna e o romance de formação. O poeta alemão defende que a arte (e mais especificamente a poesia nacional) deve estar enraizada nos acontecimentos da vida dos povos. A tese destaca a diferença entre o artista, que expressa as identidades e
Protágoras de Abdera, famoso filósofo grego que viveu entre 480 a.C. e 410 a.C., expressa a seguinte afirmação em seu trabalho Acerca da verdade: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”. Conforme essa tese, o único critério para determinar a verdade está na perspectiva individual. A ideia é explorada no diálogo Teeteto, escrito por Platão, filósofo e matemático grego que viveu entre 428/427 a.C. e 348/347 a.C. Protágoras destaca a importância da subjetividade e particularidade de cada indivíduo,
A igualdade tem como base o princípio de que todos devem ser submetidos às mesmas regras e possuir os mesmos direitos e deveres. Já a equidade reconhece que existem diferenças entre todos e que é necessário garantir que as pessoas desfrutem das mesmas oportunidades, considerando as suas particularidades e prioridades individuais. A distinção entre equidade e igualdade valoriza as diversidades dos cidadãos,
O Helenismo refere-se à época da história da Grécia e de parte do Oriente Médio compreendido entre a morte do rei Alexandre Magno (356 a.C. — 323 a.C.) e a anexação da península e ilhas gregas pelo Império Romano, em 146 a.C. Espalhou-se pelo Ocidente e Oriente até o século III d.C., resultando na extensão da civilização grega por uma vasta região que se estendia do mar Mediterrâneo oriental até a Ásia Central. A expansão concretizou o ideal de Alexandre de difundir a cultura grega nos territórios que conquistava. Foi nesse período que as ciências tiveram notável desenvolvimento.
O livro A Arte de Amar foi escrito em 1956 por Erich Fromm (1900–1980), psicanalista, filósofo e sociólogo alemão. A obra aborda o amor como uma forma de arte. Nele, o autor argumenta que o amor requer prática e concentração contínuas, além de maturidade, desenvolvimento pessoal, capacidade de amar o próximo, humildade, coragem, fé e disciplina. O pensador afirma, no terceiro capítulo:
Nascido em Samos, na Grécia, o filósofo Epicuro (341 a.C. — 270 a.C.), em sua escola filosófica o Jardim, defende a tese de que a ação humana se comporta de maneira não previsível. Articulando sua ética numa doutrina de vida pautada na busca de prazeres naturais, o pensador prega o hedonismo, que torna a vida mais prazerosa. Ele também sistematiza o conceito de prazer sendo o bem supremo, que é a felicidade.
O pensador grego Antístenes de Atenas (445 a.C. - 365 a.C.), considerado o fundador da Filosofia Cínica, possuía um estilo didático e elegante em suas conversas. Sua principal tese sobre a Ética propõe que a virtude é o propósito da existência. Tudo o que um cidadão faz deve estar em acordo com o bem supremo, que é compartilhado por todos. Essa virtude consiste em ação e está relacionada à razão. Para que ela se manifeste na prática e torne-se suficiente para que a própria felicidade seja alcançada,
A arte está presente no ser humano a partir do seu nascimento. Ela se expressa na História da humanidade desde a origem da civilização, provavelmente há mais de 250 mil anos. Ela é uma necessidade de sobrevivência entre a pessoa ou grupo social com a própria realidade. Por meio da arte a humanidade exprime suas crenças, desejos, sonhos, tradições e ancestralidade, que pode ser individual ou coletiva. As representações
A obra de arte, geralmente, é um fenômeno histórico. Estudar uma expressão artística é compreender a diversidade cultural de um país e suas variações temporais ao longo dos séculos. As análises sociológicas da arte frequentemente se apresentam como desafios complexos para críticos e filósofos, pois entender a essência da arte e de sua função social é uma tarefa árdua e complicada. Estar diante de uma obra de arte é vivenciar a sua manifestação cultural num determinado período da história.
Walter Benedix Schönflies Benjamin (1892–1940) foi ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo alemão. Em seu livro A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica (1934), o pensador alemão discorre sobre a importância da tradição cultural que a obra de arte irradia e como uma reprodução técnica desconstrói a originalidade e a memória afetiva na obra artística. Para ele, uma imagem estética tem um significado maior quanto mais autêntica for, uma vez que existem compreensões