Casa Milá | Foto Mathias Ott Quem observa as ruas do centro antigo de Barcelona não pode imaginar que os seus prédios são alinhados em qua...

Casa Milá | Foto Mathias Ott

Quem observa as ruas do centro antigo de Barcelona não pode imaginar que os seus prédios são alinhados em quarteirões octognais, com uma uniformidade impressionante.

T anto é gostoso sair, como chegar. O ir é uma aventura e o vir é uma rotina. Tudo, afinal, se resume num festival de emoções, saudades e es...


Tanto é gostoso sair, como chegar. O ir é uma aventura e o vir é uma rotina. Tudo, afinal, se resume num festival de emoções, saudades e esperanças.
José Américo disse que ninguém se perde na volta. A frase, que se tornou famosa, encerra uma grande verdade. Chega um momento em que a saudade termina pedindo para a gente voltar. Voltar à nossa gostosa rotina.
Lisboa agora é um trampolim nessa viagem de volta. Daqui saltaremos num vôo até o nosso país. São mais ou menos oito horas de vôo. Desceremos em Natal. E fico pensando... até quando teremos que ir pra Natal ou Recife para embarcar ao exterior?
O tempo está claro. Pouco mais, a aeronave sobe faminta de espaços. E tudo agora virou passado. Repito o que disse no título de meu último livro, recentemente lançado: Viajar é Sonhar Acordado.
Agora é fechar os olhos e rememorar o que se viu, e o que se reviu. Quase oito horas de vôo, entre a terra e o mar. Lá embaixo vejo nuvens, nuvens paradas. A aeronave desliza sobre elas. Ninguém vê terra, tão alto voa este pássaro enorme desafiando a lei da gravidade.
Noto muito cansaço nos passageiros. Muitos dormem. Dormem ou sonham. E me vem um desejo enorme de chegar logo ao meu país, de que estou ausente uns quinze dias. Mas o avião, apesar de sua grande velocidade, parece parado no espaço. Ele vai devorando distâncias por cima do oceano. Mas – espere aí - estou vendo agora lá embaixo não um oceano, mas um deserto. Quanta área sem casa, sem árvore, sem gente. É o Saara, o deserto africano, quem diria...
E empoleira-se na minha imaginação a interrogação: se o avião caísse, você preferiria no deserto ou no mar? Que responda o leitor. Este cronista, sem dúvida perdeu o siso, lembrando o poeta Olavo Bilac...
Mas não custa nada perguntar, pois é perguntando que a gente chega à verdade. Que diga o grande Sócrates, que pensou tão alto, mas que nunca, decerto, imaginou que, um dia, um brasileiro, inventaria aquela máquina voando sobre nossas cabeças...
Retiro os olhos e a curiosidade da janelinha do avião, e fico aguardando a aterrissagem em terras brasileiras. Em Natal ao invés de João Pessoa. Que humilhação para os paraibanos...
Desço a escadinha da aeronave com esta reflexão: é bom sair da rotina em busca da aventura, mas, voltar à rotina bem que é gostoso.

R epito o título: Lisboa, terra boa, e que rima com João Pessoa, que está a oito horas de avião, longe daqui. E tchau Londres. Tchau, sim, a...


Repito o título: Lisboa, terra boa, e que rima com João Pessoa, que está a oito horas de avião, longe daqui. E tchau Londres. Tchau, sim, adeus nunca. A gente está sempre voltando, nem que seja na saudade. Daqui de Londres para Lisboa é um pulo aéreo. E vou ficar na janelinha do avião para vê-la lá embaixo. Lisboa fica à beira do continente e Camões chamou-a de “jardim, à beira-mar plantado”.
A primeira vez que vi Lisboa não tive boa impressão, devido a grossura do taxista. Mal humorado e falando como se estivesse com a boca cheia de batatas. Mas quem sabe lá suas razões para tal procedimento...
Mas, de outras vezes, pegamos taxistas bem humorados, apenas revoltados com os políticos corruptos. Olhe, não há sujeito mais politizado do que um bom taxista Está por dentro de todas as falcatruas dos políticos. Perguntei, certa vez, a um deles, o que ele achava do atual presidente de Portugal e ele não tergiversou: ”Um banana!” E soltou uma gostosa gargalhada.
Aqui em Lisboa posso dizer: estou em casa, a começar pelo nosso querido idioma. O português, com o seu fado, é uma beleza. Dizem que nós brasileiros somos o produto de três raças tristes: a indígena, a negra e a portuguesa.
Mas vamos dar um passeio por esta cidade já da nossa intimidade. Basta fechar os olhos e eis que a rua Augusta nos convida, e onde já transitam numerosos turistas. Essa rua é lavada, diariamente, com sabão. Seu piso brilha e é limpinho que faz gosto.
Há tanta coisa a saborear nesta cidade, com seu ar meio provinciano, a começar bela avenida da Liberdade, onde está o belo monumento em homenagem a Marquês de Pombal. Certa manhã, eu e Alaurinda fomos caminhando por quase toda sua extensão, num Cooper a brasileira, como se estivéssemos na calçada de Tambaú. Mais adiante, a gente pegou um taxi, desta vez dirigido por um simpático e palrador taxista, que se alegrou muito quando identificou nossa nacionalidade. Meu medo é que ele falasse em Ronaldinho... Pena que ninguém ressalte o nosso Villa Lobos no exterior. Só se lembram de futebol e carnaval.
O táxi nos deixou no shopping El Corte Ingles, cheio de turistas transitam pra lá e pra cá, comprando, conversando e comendo os gostosos bolinhos de bacalhau. A livraria do Corte é confortável, com suas poltronas, música ambiente e muita paz. Como é gostoso estar aqui em Lisboa...

P ois é, como eu disse, desta vez, visitei Londres sem cadeira de rodas. Pude pegar o metrô sem problema, graças ao braço do meu amigo Davi....

Pois é, como eu disse, desta vez, visitei Londres sem cadeira de rodas. Pude pegar o metrô sem problema, graças ao braço do meu amigo Davi. Os metros londrinos estão sempre apinhados de gente na maior correria. A capital é povoadíssima e além do mais com seus milhares de turistas, já viu...
E que dizer daqueles típicos e graciosos ônibus com mais de um andar? Londres não é uma cidade alegre, panorâmica, aberta, como Paris. Cidade alegre, você quer ver uma? Amsterdam, cujas bicicletas dão um certo charme à cidade. E os seus canais?...
Mas deixemos Amsterdam com suas bicicletas, suas drogas permitidas, seu sexo livre, seus canais, seus geniais pintores Rembrandt e Van Gogh, e continuemos falando de Londres, com o seu frio gelado, sua chuva intermitente, turistas vindos de toda parte do mundo, suas grandezas em tudo. Ah, se o rio Tâmisa passasse bem pelo centro da cidade, assim como o Sena!
Você já viu uma estátua mais alta do que a do almirante Nelson, lá na Trafalgar Square? Ainda mais com aqueles imensos leões de bronze? E sabe qual o concerto que a gente agendou para assistir, aqui em Londres? Concerto, não, uma Missa. A Missa Solemnis de Beethoven. Uma partitura gigantesca. Mas sabe o que houve? Equivocamo-nos com o horário da grandiosa obra beethoveneana, que começou às três horas da tarde, e pensávamos que era à noite. Parece que missa cedo é para a missa do galo, que inspirou um grande conto do nosso Machado de Assis.
Ouvir a missa de Beethoven, no grande centro cultural Barbican, e logo em Londres, que adora grandezas, seria, não resta dúvida, um emocionante momento em nossas vidas. Londres é incomparável em matéria de museus e teatros. Você quer ver um museu de deixar a gente de boca aberta e olhos arregalados? Este que a gente foi visitar, com mais calma, nesta recente viagem à capital inglesa. Estamos nos referindo ao Museu Britânico com suas numerosas salas e cujo passeio vale por um ligeiro curso de antropologia, com suas múmias egípcias, seus sarcófagos, embalsamentos. que nos levam a profundas introspecções.
Esse museu, monologuei, é o retrato de Londres. E a megalomaníaca metrópole está toda eufórica com os preparativos das Olimpíadas, isto sem falar nas festividades em comemoração aos sessenta anos de reinado da Rainha.

E nquanto a aeronave vai esquentando as turbinas, eu fico aqui, na cadeira, me esquentando neste grosso casaco, aguardando o momento da deco...


Enquanto a aeronave vai esquentando as turbinas, eu fico aqui, na cadeira, me esquentando neste grosso casaco, aguardando o momento da decolagem e dando adeus ao mundo gelado da Dinamarca.
Lá embaixo, Londres, que também está fria e chuvosa, nos espera para mais uma visita. Londres! Esta palavra me infunde, não amor, mas muito respeito Acho-a solene, sem muitos sorrisos. Será por causa de sua Majestade a Rainha, cujos guardas lembram bonecos movidos a eletricidade e que fazem da troca de armas uma de suas maiores atrações turísticas?
O avião vai enfrentando o nevoeiro e me vem um desejo enorme de ver Paris, lá embaixo. Mas, a Cidade Luz ficou no continente, com sua história, com seus filósofos, com suas livrarias, som sua Torre Eiffel, com sua Mona, que está doida para dar uma gargalhada e acabar com esse negócio de” sorriso indefinível. Paris não é apenas a cidade luz. Ela é a cidade dos livros. Em Paris se vêem livros até pelo chão, lá no Quartier Latin.
Mas deixemos Paris, cronista, você está indo para Londres, que está, toda ancha, se preparando para dois grandes acontecimentos: os sessenta anos de reinado da Rainha e as Olimpíadas. Confesso que tenho muita pena da Rainha. Ela não desce do palácio. É uma eterna prisioneira. Quando vai fazer compras, fato muito raro, a loja é a mais sofisticada: a Harrods. Dizem que a loja fecha só para ela... Sua majestade não passeia pelas ruas, não vai ao Picadily Circus, não saboreia uma pizza no Café Fiori... Não se mistura às centenas de turistas, naquele internacional vai e vem de pessoas pra lá e pra cá.
Da última vez que visitei Londres, por conta de uma estenose lombar, tive de alugar uma cadeira de rodas. E nesse transporte, eu corri o centro principal. Fui até a Catedral de Westminster. E sabe quem empurrava a minha cadeira? Meu filho Germano, que só fazia sorrir, a ponto de dizer: todo mundo está com inveja de você. Fui à Trasfalgar Square, às livrarias da Charing Cross, à Oxford Street, ao Royal Festival Hall, e até assisti a um concerto no Coliseum.
Mas agora a situação é outra. Graças ao bisturi do cirurgião paraibano Ronald Farias eu caminho com as próprias pernas. E, como diz a letra do hino inglês - ”Deus salve a Rainha” - eu digo, aqui bem baixinho: ”Deus salve Sua Majestade de uma estenose”.

O fenômeno aconteceu em maio de 2010, quando a Cidade da Guatemala foi atingida por chuvas torrenciais causadas pela tempestade tropical A...


O fenômeno aconteceu em maio de 2010, quando a Cidade da Guatemala foi atingida por chuvas torrenciais causadas pela tempestade tropical Agatha.

Q uando visitei pela primeira vez Berlim não tive uma boa impressão. Não sei se foi a influência “nazista”, só sei que achei a grande metróp...

Quando visitei pela primeira vez Berlim não tive uma boa impressão. Não sei se foi a influência “nazista”, só sei que achei a grande metrópole num vazio que me impressionou. Uma metrópole muito severa, sem altos e baixos, tudo plano. E quando foi à noite, desabou uma trovoada que eu só penso que era a voz de Hitler. Nunca ouvi tanto barulho vindo do céu.
Achei a cidade muito plana, muito austera, ou melhor, severa. Que diferença de Paris! Tudo grande demais. Pois bem, foi essa mesma impressão que senti, ao visitar, recentemente, a Dinamarca, depois de uma tranquila viagem aérea até a sua capital, Copenhague, que tem sabor de chocolate. Claro que o rei a que faz referência o Hamlet, do nosso Shakespeare, não estava mais lá. Mas ainda há reinado, ali, que, em geral, constitui atração turística. Tirem, por exemplo, a rainha da Inglaterra do trono e a perda de libras é enorme.
O gelo da Noruega nos acompanhou. Em Copenhague o frio dominava. E o cronista, todo agasalhado, parecia mais uma múmia. E com aquela touca...
Quando a aeronave desceu no aeroporto da capital dinamarquesa, eu não quis acreditar no que via. Um aeroporto para gigantes. Uma verdadeira cidade, um imenso shopping. Dá uns vinte ou mais Guararapes de Recife, e talvez cem do nosso ainda modesto aeroporto, ou melhor, aeropinto.
Adoro ver aeroportos, verdadeiras salas de visita de uma cidade.
Copenhague abusa dos espaços. Nela a gente se torna uma formiguinha. Tudo muito grande. Mas o que vale é o Cooper que a gente faz, sem querer. E eis que chegamos à sua aérea mais turística: Nyhaven. Gente comendo, gente andando, gente comprando, gente esquecendo, por alguns momentos, os problemas da vida. Os idiomas se confundindo entre conversas e risadas.
Mas tudo passa. Agora é dar adeus à Dinamarca e voar até Londres. E Londres me traz agradáveis e dolorosas recordações. Lembrar que na última vez que estive na capital inglesa, eu sofri de uma estenose lombar e o transporte que terminei usando foi uma cadeira de rodas. Pena que a Rainha não tenha me visto... Ela bem gostaria de dar os passeios que dei pelo centro de Londres, mesmo que fosse numa cadeira de rodas.
Agora é gritar com toda a força dos pulmões: a grande viagem é a vida. Aproveitemo-la com muita sabedoria, amor, responsabilidade e fé.

É a tal coisa, Deus fez a montanha e o homem o túnel. Não fosse este e a comunicação seria difícil. O poeta Drummond bem que poderia trocar...


É a tal coisa, Deus fez a montanha e o homem o túnel. Não fosse este e a comunicação seria difícil. O poeta Drummond bem que poderia trocar a pedra de seu poema por uma montanha. Tanto uma como a outra são obstáculos. Mas onde não há montanhas, há o mar, que, segundo outro poeta, João Cabral de Melo Neto, ”o mar, aqui, é uma montanha. ”
Deixemos os poetas e vamos ao passeio entre montanhas, aqui em Bergen. Germano está na direção do carro e já colocou no som o Concerto em lá menor de Grieg. A estrada limpa que é uma beleza. A antiga capital da Noruega é guarnecida por enormes montanhas.
Curioso, não vi pássaros pousando nas montanhas geladas. Nem gaivotas. Mas continuemos nosso passeio agradecendo, sobretudo, aos túneis, que abriram nossa passagem entre montanhas. A gente vai viajando e, de repente, surge o túnel nada poético. Não mais a luz do sol, mas a luz elétrica. E fico pensando, que belo trabalho da engenharia! Sabe quantos túneis andamos contando? 49! Esta Bergen é mesmo a capital das montanhas, o que bem justifica o seu nome. As montanhas nos induzem à transcendência, à reflexão, enquanto os túneis nos ensinam a lição da comunicação. Se não fossem eles, como varar as montanhas?
E vale a pena, vez por outra, estacionar o carro num mirante, esticar as pernas e contemplar os abismos dessa beleza ecológica. Chegamos à conclusão de que tudo ensina na vida, restando-nos apenas ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.
O frio aumenta. Daqui a pouco viramos sorvetes. Mas, aqui para nós, a beleza do frio está no silêncio que ele impõe. Lugar quente é propício ao barulho, à baderna, à poluição sonora.
Mas o passeio está terminando e já é hora de irmos para o hotel. Temos ainda muita coisa a ver no centro urbano de Bergen, toda rodeada de montanhas e onde não faltam os braços de mar. Daí as gaivotas dominando a paisagem. Gritam, pousam nas ruas, sobem, descem. Um grito nervoso. Seria de frio?
O nosso hotel fica numa área tranqüila, onde transitam pessoas que lembram fantasmas. Fantasmas morrendo de frio. Mas as gaivotas parecem adorar o clima. E gritam de alegria. Um grito que o pintor Munch, decerto não percebeu.
Mas vamos terminar a crônica. Terminar mais um sonho de viagem. Sonho que se tornou realidade, ou melhor, uma realidade que se tornou sonho. E nada de gelo, nem pesadelo.

E sta foi a impressão que tive quando subi a escadinha que dá para a casa onde o famoso compositor Edvard Grieg morou, escreveu e esqueceu, ...


Esta foi a impressão que tive quando subi a escadinha que dá para a casa onde o famoso compositor Edvard Grieg morou, escreveu e esqueceu, por alguns momentos, as coisas negativas da vida, lá em Bergen, na Noruega, onde o frio reina e não queima. Mas, fico pensando, se não fosse o frio será que o compositor colocaria na partitura aquela bela composição: seu concerto para piano e orquestra, cujo adágio é capaz de comover uma pedra.
Portanto, entrei na casa do compositor com a melodia deste 2º movimento nos ouvidos. Bergen, que já foi capital da Noruega, tem talvez como sua maior atração turística, a casa de Grieg. Mas olhando o lugar ao derredor, rodeada de jardins, árvores, fiorde e montanhas, tive a impressão de que o mundo havia parado. O silêncio, como se sabe, interioriza o homem. É o contrário do barulho. Este o animaliza. Sim, o mundo parara para escutar a música de Grieg, naquele recanto paradisíaco, onde ele viveu e escreveu suas sublimes partituras.
Estávamos na gelada Noruega e Bergen, civilizadíssima, é toda cercada de montanhas. Dir-se-ia um anfiteatro criado pela Natureza. Quanto silêncio! E me veio um medo danado que aparecesse, ali, de repente um carro propaganda, muito comum, na nossa distante João Pessoa.
A senhora que nos atendeu e que toma conta daquele espaço histórico transmitiu-me a impressão de que esteve conversando com o compositor homenageado. Finamente educada, ela transmitia muita paz e mostrou-nos todos os recantos daquela casa.
Borboletas no jardim pareciam tocar piano nas pétalas das flores. E monologuei: quantas vezes Grieg pôs os olhos naquele jardim, naquela paisagem, antes de ira ao piano...
Bergen significa montanhas. Daí o nome da bela e civilizada metrópole. Montanhas! Quanto sentimento de transcendência elas nos transmitem. Uma cidade rodeada de montanhas infunde-nos muita paz.
Depois continuamos a dar um longo passeio pelas estradas que nos levavam aos fiordes. E meu filho Germano, decerto, se inspirando nas paisagens para os seus futuros projetos. Ei-lo no volante e, vez por outra, dando uma olhadela para as montanhas silenciosas e divinas. Afinal, viajar é sonhar acordado. Já disse isso no meu recente livro. Vá comprá-lo logo, leitor preguiçoso.

C omo eu disse em crônica, na véspera de nossa viagem a Oslo, andei cortando o meu cabelo, graças à tesoura do meu cabeleireiro Joel, aqui ...


Como eu disse em crônica, na véspera de nossa viagem a Oslo, andei cortando o meu cabelo, graças à tesoura do meu cabeleireiro Joel, aqui do “Sempre Bela Center”. Como já informei, aquele competente profissional abriu os olhos para o mundo na cidade sertaneja Riacho dos Cavalos, e costuma botar sua cidade nas nuvens, onde há muito sol, muito peixe e muita paz ecológica. Acontece que estávamos com passagem comprada para a terra do famoso pintor Munch, cujo quadro “O Grito” foi vendido, recentemente, por milhões de dólares. É talvez o grito mais caro do mundo. Um grito que não é sonoro, mas que incomoda. Como gosto não se discute, eu não queria ser o autor de O Grito, mas gostaria de ser o autor do concerto para piano, de Grieg, outro famoso norueguês, nascido em Bergen, e cuja casa andei visitando, fato que depois eu conto.
Meu cabeleireiro Joel, decerto, acharia O Grito um negócio para amedrontar menino... O museu onde estão outras obras de Munch ocupou-nos toda uma manhã. Muito freqüentado por um público de alto nível, o que não de é estranhar na capital norueguesa. Todos os quadros do famoso pintor muito bem visitados, reverenciados e estudados pelos visitantes, que não puderam se deliciar com o sol, que não apareceu naquela manhã. Silêncio absoluto apesar do Grito de Munch.
E eu todo embrulhado, ansiando por um short, uma camiseta, uma praia, um beijo quente do sol. O frio era grande, o que me deu vontade de dar um grito, o que seria um escândalo. E imaginei meu cabeleireiro de Riacho, aqui... Acontece quem lá em Riacho só quem grita é o sol.
Oslo é uma metrópole ultracivilizada. Silenciosa, cheia de belos canteiros, bondes lindos e pessoas muito educadas. Não se ouve uma só buzina. Nenhum grito na rua. E o de Munch fica só no museu.
Chamam atenção os modernos bondes. E saber que nossa capital já teve belos bondes para tudo que era bairro... Outra coisa a enfatizar: o poético vôo das gaivotas, fazendo inveja aos urubus que, aqui em baixo, não encontram carniça para matar sua fome.
Quase não vejo jovens pelas ruas, nem no museu de Munch. E Riacho dos Cavalos? Como está longe... Mas em tudo há a sua beleza. Beleza na quieta Mona Lisa, que bem que gostaria de soltar um forte grito diante daquela invasão de turistas do mundo todo olhando para ela...

Se você gostou das 20 Invenções Simples e Inteligentes que Facilitam o Dia-a-Dia , possivelmente se interessará por essas outras.

Se você gostou das 20 Invenções Simples e Inteligentes que Facilitam o Dia-a-Dia, possivelmente se interessará por essas outras.

S e é para outro país, não esquecer o passaporte, talvez o papel mais importante de uma viagem internacional. A todo instante, estão pedindo...


Se é para outro país, não esquecer o passaporte, talvez o papel mais importante de uma viagem internacional. A todo instante, estão pedindo aquele documento, em que há uma foto, que nem parece muito com o portador. Filas e mais filas ficam aguardando o momento do visto naquela preciosidade. E as filas caminham em câmara lenta. Por que não aumentam o número dos examinadores de passaportes?... Muitas vezes é apenas um homem aguardando a carimbada do visto.
Mas saiamos da fila dos passaportes que um grupo já está esperando a gente para as apalpadelas, e os objetos que devem ser colocados na esteira para serem examinados. Até agora todos são suspeitos. Até este pacífico cronista é examinado, e logo por quem? Uma jovem. E minha Alaurinda assiste ao exame sem nenhum protesto.
E a passagem? Sim, ali, está a moça, pronta para recebê-la. Respiremos um pouco. Tudo agora ficou para trás, o exame do passaporte, a pesagem da bagagem e assim por diante. Até que enfim estamos na área do embarque. Quanta gente que a gente não conhece! Quanta bolsas penduradas nos ombros da mulheres... Quantas conversas! Tem o Duty Free nos esperando e esperando o nosso cartão, que ali a coisa sai mais barata. Mas é bom deixarmos para a volta, hein?
Enfim, vamos a caminho do grande pássaro de alumínio, que parece dormir um pouco, pois a viagem é longa. Mais de 8 horas de vôo, sobre o oceano à noite.
Eis que chegamos à porta da aeronave, onde simpáticos comissários de bordo desejam uma boa viagem. Agora é localizar a poltrona. Nos corredores, vemos caras sisudas, caras alegres, caras ansiosas.
Alguns momentos de espera e eis que nos chegam os repisados avisos para como devemos agir, no caso de um possível acidente aéreo. Mas a grande maioria não presta a atenção ao aviso. Muitos estão lendo, conversando, ninguém admite a possibilidade de uma queda em pleno mar e de pegar o salvavida que está debaixo da poltrona.
Mas eis que chegou a vez do avião aquecer as turbinas. Ele vai num crescendo até se jogar no espaço. É a tal da decolagem que rima com bagagem e aterrissagem. Este é um momento esperado com muita ansiedade.
E esqueçamos a passagem, a bagagem, a decolagem, a aterrissagem que o avião já chegou. Esquecer a bagagem, que nada. Vamos buscar nossas malas que estão na esteira. Outra longa espera. É a tal coisa, quem não sabe esperar, que não viaje.
Viagem, passagem, bagagem, pesagem. Até parece que estou escrevendo um poema. Basta.

H oje é o dia dedicado ao trabalho. Portanto, pernas p'ro ar que ninguém é de ferro, como cantou o poeta pernambucano Ascenso Ferreira. ...


Hoje é o dia dedicado ao trabalho. Portanto, pernas p'ro ar que ninguém é de ferro, como cantou o poeta pernambucano Ascenso Ferreira. E aqui vai uma reflexãozinha: que seria do mundo se não fosse o trabalho? O trabalho é lei do universo. Todos trabalham. E essa milenar atividade é tão necessária como a respiração, que é um trabalho do corpo físico.
Trabalham a Natureza, os vegetais, os animais. O sol é uma usina, eficiente trabalhadora, assim como o mar, os rios, a chuva, a terra. O diabo é que fizeram dessa atividade propulsora do progresso, nos primitivos tempos, um castigo. Daí a sua conotação etimológica de Tripalium, um instrumento de ferro, munido de três pontas com que se castigava o escravo.
Para mim a oficina, exemplo de trabalho incessante, sem feriados e dias santos, é o nosso corpo físico, instrumento admirável que a Providência nos deu afim de cumprirmos a nossa missão aqui na Terra.
Há trabalhos de varias espécies. Leves e pesados, bem remunerados e mal remunerados. Trabalhos exercidos com vocação e sem vocação, este o mais doloroso...
Há o trabalho do filósofo, do professor, do parlamentar, do cientista, do jurista, do escritor, do vendedor, do executivo, do operário, do limpador de nossas ruas, do médico, do enfermeiro, do artista, do homem do campo... Trabalho em toda parte. E trabalho exibe repouso. Só o nosso corpo é que não repousa.
E eis que ia me esquecendo do mais sublime dos trabalhos. Aquele não é remunerado, a exemplo do médium Chico Xavier, que psicografou centenas de livros nos mais diversos gêneros, sem receber um centavo. Outro exemplo o de Tereza de Calcutá, que tirou dinheiro dos ricos para socorrer a pobreza, limpar leprosos e outros serviços. Ninguém valorizou e exemplificou o trabalho como Jesus. Eles e os apóstolos. Paulo de Tarso, o grande apóstolo dos gentios, era tecelão. Viver da religião jamais. E o mestre dos mestres disse mais: “Dai de graça o que de graça recebeste”.
Todo trabalho é digno de respeito. Maria Tereza de Calcutá costumava perguntar às monjas de seu mosteiro: “vocês já cumprimentaram, hoje, o nosso jardineiro?
Lembrar que o grande Einstein costumava dizer: “a pessoa que mais estimo e respeito na minha vida é a cozinheira, pois é ela quem prepara a minha comida... ”
Proclama O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que toda ocupação útil é trabalho. Melhor definição não encontrei para definir o trabalho.
Mas, o melhor e mais agradáve é aquele que se faz sem obrigação, ou por vocação. É o trabalho serviço.

Estes são alguns dos grandes sucessos do rock mundial inspirados e batizados com nomes femininos.

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Estes são alguns dos grandes sucessos do rock mundial inspirados e batizados com nomes femininos.

Antes de vir para Oslo, eu tinha lido em alguns foruns da internet que um dia seria suficiente para conhecer os pontos principais da cida...

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Antes de vir para Oslo, eu tinha lido em alguns foruns da internet que um dia seria suficiente para conhecer os pontos principais da cidade. Não acreditei muito, mas, agora, vejo que é a pura verdade.

Sua mãe acha que você está dormindo muito? E você, ao contrário, acha que merece passar mais algumas horas na cama? Em termos de sono, ...

curiosidade sono animais ambiente de leitura carlos romero

Sua mãe acha que você está dormindo muito? E você, ao contrário, acha que merece passar mais algumas horas na cama?

Em termos de sono, tudo é relativo neste nosso reino animal. Veja algumas curiosidades sobre o assunto: