O meu pai jamais deixou de reconhecer os pequenos e eventuais sucessos do aluno medíocre que eu sempre fui. Nessas pouquíssimas oportunida...

O meu pai jamais deixou de reconhecer os pequenos e eventuais sucessos do aluno medíocre que eu sempre fui. Nessas pouquíssimas oportunidades, afagava-me a cabeça e saía-se com uma frase que repetiu praticamente durante toda a sua vida: “- É o segundo Castro Pinto! ”

Hoje, não ouço mais a voz do meu pai, o bordão que soava altissonante, repercutindo nos quatro cantos da casa da Rua Desembargador José Peregrino, 321, cujo teto o abrigou durante exatos quarenta e oito anos.

Entre os ofícios de pai, está o de comemorar o aniversário dos filhos – e comemorá-lo da melhor forma possível, provendo-o não apenas do m...

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Entre os ofícios de pai, está o de comemorar o aniversário dos filhos – e comemorá-lo da melhor forma possível, provendo-o não apenas do material como também do espiritual. E tudo devidamente documentado com fotos e filmes para depois, olhando esses registros, todos na família confirmarem que estavam felizes. Nada pode dar errado e comprometer o sucesso do evento.

Vá se entender os prêmios literários. Vá se procurar entender os requisitos que levam a uma premiação como o Nobel de literatura, por exem...

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Vá se entender os prêmios literários. Vá se procurar entender os requisitos que levam a uma premiação como o Nobel de literatura, por exemplo. Esforço totalmente vão, certamente. Afinal, quais os critérios determinantes, além dos óbvios? Quais as razões subjetivas ou não literárias que habitam a cabeça dos que escolhem os premiados? Quais as influências de todo tipo (políticas, geopolíticas, ideológicas, econômicas, culturais, sexuais etc.) que terminam influindo sobre os julgadores? Nunca saberemos.

Essa frase do filósofo compositor Renato Russo, na canção “Tempo Perdido” do grupo Legião Urbana, nos leva a refletir sobre a forma como c...

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Essa frase do filósofo compositor Renato Russo, na canção “Tempo Perdido” do grupo Legião Urbana, nos leva a refletir sobre a forma como construímos nossa vida. A cada dia encaramos desafios e oportunidades, e precisamos estar preparados para enfrenta-los da melhor maneira possível. A nossa individualidade exige que organizemos o nosso próprio tempo.

Assisti a João Pessoa crescer. Quando morei no bairro do Miramar, eu tinha seis anos. E a ladeira da Igreja era de barro, um atoleiro só,...

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Assisti a João Pessoa crescer. Quando morei no bairro do Miramar, eu tinha seis anos. E a ladeira da Igreja era de barro, um atoleiro só, que o ônibus das Lourdinas parava na Av. Epitácio Pessoa para descermos. E eu ia a pé para minha casa na pracinha do Clube Cabo Branco. O bairro era pequeno, poucas casas, e conhecíamos quase todos os moradores. Hoje? Onde era minha casa virou um edifício gigante. E o bairro cresceu. E as Muriçocas tomaram conta. Literal e carnavalescamente.

Às vezes não é fácil atravessar a escuridão da noite, mas é indispensável que tenhas força para isso, só assim poderás ver a luz de uma no...

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Às vezes não é fácil atravessar a escuridão da noite, mas é indispensável que tenhas força para isso, só assim poderás ver a luz de uma nova oportunidade de fazer diferente, de vencer uma batalha, de iniciar uma nova descoberta, sentir o sorriso do sol ou as lágrimas das nuvens. Enfim, deixando para trás o dia que termina será possível escrever uma nova página no livro da tua vida.

Decerto por estarem mais perto do céu, os mosteiros se instalaram nas montanhas. O isolamento nas altitudes, distante do burburinho cotidi...

Decerto por estarem mais perto do céu, os mosteiros se instalaram nas montanhas. O isolamento nas altitudes, distante do burburinho cotidiano, além de ampliar as perspectivas contemplativas, eleva a alma a sintonias com camadas mais sutis da atmosfera.

A relação das elevações rochosas com os vulcões as torna mais especiais por terem sido formadas pela desintegração de partes profundas da Terra, que se dirigiram fenomenalmente em busca da luz, tal como semente que brota do grão submerso em solo fértil.

Auld Lang Syne (conhecida no Brasil como Valsa da Despedida ) é uma canção escocesa do século XVIII, alegadamente inspirada em canção fol...

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Auld Lang Syne (conhecida no Brasil como Valsa da Despedida) é uma canção escocesa do século XVIII, alegadamente inspirada em canção folclórica mais antiga, do poeta Robert Burns. Ele recolheu canções por toda sua terra natal, preocupado em resguardar as antigas tradições de poesia e canto, que via ameaçadas pela formação do Reino Unido de Inglaterra e Escócia.

Burns era também compositor, e reconhece que fez alterações em melodia e letra após sua pesquisa. Não é simples saber o quanto o que ele ouviu em sua viagem foi transcrito e o quanto serviu de inspiração. Curiosamente, ele fez questão de escrever alternando termos no inglês moderno e no scots,

São tantas informações, números, gráficos, tantas fotos, telas, vídeos, livros e mais livros. Tudo esmiuçado, decifrado, registrado, e...

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São tantas informações, números, gráficos, tantas fotos, telas, vídeos, livros e mais livros.

Tudo esmiuçado, decifrado, registrado, explicado e catalogado.

O bicho homem tomou conta do planeta azul.

Loteamos, cercamos, apossamos, futucamos.

Aplainamos morros, aterramos lagos, desviamos rios, empurramos o mar, dominamos o fogo, canalizamos águase domamos a eletricidade.

Quem haverá de ser autor paraibano na escola, além de Augusto, José Lins, José Américo, João Martins de Ataíde, Pereira da Silva, Carlos...

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Quem haverá de ser autor paraibano na escola, além de Augusto, José Lins, José Américo, João Martins de Ataíde, Pereira da Silva, Carlos Dias, Rodrigues de Carvalho, Alyrio, Ernani, Permínio Asfora, Bichara, Virginius, Juarez Batista, Ariano, Celso Furtado, Ascendino, Crispim, consagrados cá dentro e lá fora

Grande Sertão: veredas , romance de João Guimarães Rosa, é uma história de amor. Sim, uma história de amor que não poderia, pela lei da ja...

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Grande Sertão: veredas, romance de João Guimarães Rosa, é uma história de amor. Sim, uma história de amor que não poderia, pela lei da jagunçagem, ser revelada ou ser vivida. Mesmo que depois se descobrisse o mistério que envolve esse amor, o estrago, em nome da honra e da macheza, já teria sido feito e de modo irreversível. Não se espantem que esta monumental prosa seja uma história de amor. Mas é. Não há nada de incomum nisso, mesmo para um escritor como Guimarães Rosa. Se duvidarem, é só pegar, como exemplo, Sagarana e tentar descobrir em que conto não há uma história de amor, resultando em tragédia pessoal.

Estamos em agosto ou em dezembro? Inverno ou verão? Será que o calendário corresponde às mudanças que estamos percebendo? Esses questionam...

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Estamos em agosto ou em dezembro? Inverno ou verão? Será que o calendário corresponde às mudanças que estamos percebendo? Esses questionamentos surgiram com a observação de fatos recentes.

No último final de semana, uma cor amarela aparecia em meio ao verde, na estreita faixa florestal, motivando paradas estratégicas para fotografias. E, com uma aproximação maior, a confirmação: A estrada para Natal surpreendia, com novidades! Eram flores de Pau-Ferro, na copa das árvores e os arbustos da Rosa Brasileira, e ainda umas delicadas, em cachos da Acácia Sena. Riquezas da Mata Atlântica que ocorrem no verão, (principalmente as duas primeiras), com os Ipês promovem um espetáculo de cores, aromas e beleza. Mas, ainda teremos vários meses para esperar…

"Há tempos venho tentando achar um momento para dizer isso: você já me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo”. A tua ...

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"Há tempos venho tentando achar um momento para dizer isso: você já me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo”. A tua mensagem brilha na tela do meu celular e ali, permanece, pulsando na exata batida do meu coração. Eu a contemplo com a respiração suspensa. Os fios invisíveis que unem humanos estão todos esticados.

Se há um tipo de texto que prioriza o sortilégio das palavras (mesmo que em detrimento do conteúdo) à procura de um encanto, este tipo de ...

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Se há um tipo de texto que prioriza o sortilégio das palavras (mesmo que em detrimento do conteúdo) à procura de um encanto, este tipo de texto é a crônica. Bem sei que todo texto literário faz um uso retórico das palavras e procura encantar, mas um romance (ou um conto, um poema) tem (ou procura ter) uma densidade que uma crônica não ambiciona alcançar – em outras palavras: tudo que é dito pela crônica é supérfluo, ou, ao menos, secundário: o que importa mesmo é o jeito como a crônica se diz.

O grande trunfo do mais famoso cineasta sueco de todos os tempos – Ingmar Bergman (1918-2007) – sempre foi o rosto humano. Seus close ups...

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O grande trunfo do mais famoso cineasta sueco de todos os tempos – Ingmar Bergman (1918-2007) – sempre foi o rosto humano. Seus close ups dos mais variados atores e atrizes, que com ele trabalharam em sua longa e prolífica carreira, equivaliam a dizer, vulgarmente, que as faces eram os espelhos da alma. Nunca as expressões faciais dos atores (demonstrando medo, angústia, hesitação, dúvida) tinham sido mostradas com tantos detalhes no cinema. Em entrevista ao renomado

Alguém disse que é preciso estar sob teto da Sistina para se ter ideia do que um ser humano é capaz. Eu diria o mesmo sobre a leitura de q...

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Alguém disse que é preciso estar sob teto da Sistina para se ter ideia do que um ser humano é capaz. Eu diria o mesmo sobre a leitura de qualquer dos maiores poemas — clássicos e contemporâneos —, embora a pintura tenha a vantagem de que, numa vista d'olhos, se mostra, de imediato, inteira. Mozart dizia que, ao imaginar um concerto ou sinfonia, podia abarcar a obra com um único olhar, “como se se tratasse de um quadro ou estátua”, e esse momento, assegurava, “é indescritível”.