O nome de batismo recebido por Platão, quando nasceu em 428 a.C., foi Arístocles. Poderíamos até dizer, em decorrência do nome que nos ...

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O nome de batismo recebido por Platão, quando nasceu em 428 a.C., foi Arístocles. Poderíamos até dizer, em decorrência do nome que nos soa estranho, “pobre Arístocles!”. No entanto, Platão já despontou sólido, forte. Sua ascendência era nobre: seu pai, Aristo, era descendente de Codro, o último rei de Atenas; sua mãe vinha da linhagem de Sólon, notável legislador ateniense.

… depois de sete anos sem querer saber de cinema Em 2002 ou 3, quando eu saía da estreia do cearense “Lua Cambará”, no Festival ...

… depois de sete anos sem querer saber de cinema

Em 2002 ou 3, quando eu saía da estreia do cearense “Lua Cambará”, no Festival de Cinema de Brasília, o cineasta paraibano Manfredo Caldas me alcançou no meio da multidão, segurou-me pelo cotovelo e disse:

- Mai tu tá muito ruim no filme!

E eu:

- Também acho.

Sempre termino o percurso pelos arredores do Convento São Francisco com a alma aliviada. Naquele conjunto arquitetônico de estilo ba...

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Sempre termino o percurso pelos arredores do Convento São Francisco com a alma aliviada. Naquele conjunto arquitetônico de estilo barroco composto de capelas exuberantes, largos corredores, portas e janelas abertas ao horizonte a nos envolver na silenciosa mística emanada do lugar, recolho paz no seu silêncio.

A que ponto chegou o clamor angustiado do nosso povo!... Há poucos minutos, passou aqui em frente a minha casa uma procissão, uma car...

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A que ponto chegou o clamor angustiado do nosso povo!...

Há poucos minutos, passou aqui em frente a minha casa uma procissão, uma carreata silenciosa (lenta), organizada pelo pároco do bairro onde moro. Eram muitos automóveis!

De um carro de som, ouvia-se solos de uma guitarra quase murmurando, como que solidária aos pedidos veementes de fé, de angústia e de oração dos participantes transeuntes.

Era quase passatempo tamborilar os dedos de forma brincante pelo lápis. Depois de um pensar instantâneo, a mão começava a desenhar...

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Era quase passatempo tamborilar os dedos de forma brincante pelo lápis. Depois de um pensar instantâneo, a mão começava a desenhar no papel os sabores, os cheiros, os desejos, os futuros, a vida, até a morte. Letras, curvas, tinta e papel ganhavam formas imaginariamente definidas. E dali surgiam casas, carros, árvores, mãos, olhos, uma infinidade de pensamentos que soltavam para a superfície do branco mundo.

O que não falta são livros que buscam ensinar a escrever. Não ensinam. Os melhores dão algumas boas dicas e têm a honestidade de mand...

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O que não falta são livros que buscam ensinar a escrever. Não ensinam. Os melhores dão algumas boas dicas e têm a honestidade de mandar o leitor fechá-los e praticar. Assim como samba não se aprende na escola, a escrita não se aprende em guias de redação. Isso não quer dizer que não sejam úteis. Uma das vantagens deles é trazer depoimentos de escritores e mostrar como os problemas de quem se propõe a escrever são comuns a todos, o que serve de estímulo aos iniciantes.

Bovarismo é desejar uma condição que não é sua, imaginar para si uma personalidade que não possui, mas que pode acabar com sua vida. É ...

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Bovarismo é desejar uma condição que não é sua, imaginar para si uma personalidade que não possui, mas que pode acabar com sua vida. É uma tendência que certos indivíduos apresentam de fugir da realidade, imaginando uma condição de vida irreal, passando a agir como se tivessem, ao mesmo tempo, tentando convencer os outros das possibilidades de sua imaginação. Pode ser caracterizada como uma forma de mitomania. Essa designação vem do protótipo da insatisfação conjugal da protagonista Emma Bovary, no romance Madame Bovary.

Marla... Era assim que suas irmãs a chamavam. Marla... Embora seu nome fosse Marlene. Mas, para mim, era simplesmente tia Marla. Quand...

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Marla... Era assim que suas irmãs a chamavam. Marla... Embora seu nome fosse Marlene. Mas, para mim, era simplesmente tia Marla. Quando eu era menino, ficava muitas vezes olhando para ela, admirando sua beleza... Eu ficava fascinado com a semelhança de seu rosto com o de minha mãe. E a voz , tão parecida com a de Mamãe, que às vezes me confundia...

O professor José Jackson Carneiro de Carvalho construiu um espaço que é só seu na literatura paraibana e – por que não? – brasile...

Dostoievski literatura paraibana ensaio
O professor José Jackson Carneiro de Carvalho construiu um espaço que é só seu na literatura paraibana e – por que não? – brasileira. Que eu saiba, só ele, entre nós, logrou estudar, com a profundidade devida, três autores fundamentais das letras universais, Albert Camus, André Malraux e Fiódor Dostoiévski, escrevendo e publicando sobre cada um deles um livro específico, com a qualidade capaz de inscrevê-los, com destaque, na fortuna crítica dos respectivos escritores. Não é pouca coisa, do ponto de vista intelectual, nem aqui, na aldeia, nem em qualquer lugar do mundo.

Paraíba, 14 de agosto de 2022

Paraíba, 14 de agosto de 2022

Foi numa tarde de primavera que as vi pela primeira vez. Vermelhas, amarelas, roxas, brancas e laranjas, estendiam-se como aquarela até...

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Foi numa tarde de primavera que as vi pela primeira vez. Vermelhas, amarelas, roxas, brancas e laranjas, estendiam-se como aquarela até onde a vista alcançava, ao longo da baía de San Francisco.

Acordei pensando nele… será o meu primeiro Dia dos Pais sem o meu "velho"! Corri pra registrar, e só então vieram-me as pr...

Acordei pensando nele… será o meu primeiro Dia dos Pais sem o meu "velho"! Corri pra registrar, e só então vieram-me as primeiras lágrimas, ausentes na última despedida. Continuava intrigado, por que será que não chorei, como meus inúmeros irmãos?

Dormi com esta pergunta ecoando ao inconsciente. De manhã, junto com o sol, veio, afinal, a desejada explicação: fui muito feliz com meu pai, recebi dele o amor que, pródigo, distribuiu com fartura. Desfrutei de seus conselhos, admirei-o, imitei-o com orgulho, pude ser seu amigo e, por fim, recebi a grata honraria de ser seu cuidador.

Em 1808, quando D. João chegou ao Rio de Janeiro, fugindo das tropas de Napoleão que haviam invadido Portugal, trouxe na sua imensa bag...

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Em 1808, quando D. João chegou ao Rio de Janeiro, fugindo das tropas de Napoleão que haviam invadido Portugal, trouxe na sua imensa bagagem dois prelos e material para tipografia. Logo depois, começava a ser editado o jornal “Gazeta do Rio de Janeiro”, o marco inicial da imprensa no Brasil. A “Gazeta” era uma espécie de “diário oficial” da Corte portuguesa, conforme se deduz das impressões que foram registradas pelo comerciante inglês John Armitage em livro que ele escreveu sobre aquele período:

Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-los? (Vinicius de Morais) Inexistem registros cronológic...

Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-los?
(Vinicius de Morais)

Inexistem registros cronológicos e afetivos que permitam perscrutar os vácuos e abismos que se materializam entre avós, e sobremodo, pais e filhos. Os nossos antepassados, e os atuais pais convivem com minguadas proximidades afetivas que se estilhaçam e ferem os sentimentos dos que, contrariados, ingressaram em idades provectas. Homens e mulheres submetidos à ditadura do tempo, espremidos pelas insanidades corpóreas, vão celeremente caminhando nas veredas dos finais de vida perdendo os laços afetivos com os filhos.

TEOREMA tudo passa tudo sai de cena gente bicho tema nem sempre é eterno o que cabe no poema às vezes é só uma sede extrema C...

poesia paraibana lau siqueira
  • TEOREMA tudo passa tudo sai de cena gente bicho tema nem sempre é eterno o que cabe no poema às vezes é só uma sede extrema
  • CORAGEM
    viver é voar além do ninho no sopro do abismo no olho do redemoinho
  • FILOSOFREE dialogar com o vento mesmo sem ar eu tento

O título se refere a uma passagem de um poema de Hesíodo, Trabalhos e dias , escrito no século VIII a.C., que nos admira pela sua atu...

sociedade injustiça besta humana emile zola
O título se refere a uma passagem de um poema de Hesíodo, Trabalhos e dias, escrito no século VIII a.C., que nos admira pela sua atualidade. A passagem trata dos homens da raça de ferro, idade mítica em que a humanidade se entrega à total degradação, desconhecendo-se, caluniando-se, agredindo-se, invejando-se, matando-se, em busca de poder, não importa se o custo disso é a propagação do mal. Em tradução nossa, o texto final (versos 190-201) correspondente a essa idade dos homens, diz o seguinte: