Procissão Voz que ecoa dos gestos Um povo em procissão Passos lentos Cadência solene Coreografia do corpo da humanidad...

Procissão

Procissão
Voz que ecoa dos gestos Um povo em procissão Passos lentos Cadência solene Coreografia do corpo da humanidade Destino irrevogável Somos um só Organismo vivo Somos um milagre - Quem nos explica ? O Supremo se derrama sobre nós Presença da estrela Faz brilhar o meu chapéu Rasgadas dores Pise devagar nas flores Cuidado com o degrau Deixe para trás seus pertences O tanque pesado cospe fogo Mata a Pátria O tempo de espera Dos meninos Que não voltam nunca mais A guerra que está lá Bate no meu coração No seu coração No nosso coração Mais coragem do que palavras vãs Para viver a Paz No silêncio claro Onde o amor vacilou Na ganância Na lama dos pés sem descanso Na fome Nos excessos O ar que respiro é um Se eu morrer morres também Aprendo a ler As pedrinhas do chão A mansidão do olhar das vacas A generosidade das abelhas Daí sou rainha Canto o mundo O quero inteiro O igual e o desigual Todos na asa leve do Anjo A cada dia gratidão Saí com vida ! É vida ! Alegria generosa Do jogo insano De mãos dadas com o perto E o longe Com a terra que não nega Fartura Homens sonegam comida e água Roubam encanto Do quintal da liberdade Distraída brincadeira de existir A luz alheia Faz de mim amor O leito do rio doce A morada limpa de sangue A mulher menstrua O homem sangra O coração da espécie O sol da bandeira do mundo Seca feridas No varal do tempo Clamor da fé Em procissão Um acorde Um acordo O estado simples da poesia Sem saber se é noite ou dia Anestesia Cria O caminho onde não há São luzes Da raiz do umbigo Coroa do tempo Que volta do redor do mundo Contas do rosário Na reza das mães Rola uma lágrima Pela terra perdida O sonho senhor da vida Carrega o andor De cetim lilás da esperança O anjo vivo Uma criança.
A rosa mulher
Tua cor rosa pálido A linda príncipe negro Rosa poesia De lábios macios Pele de seda Afrodite Emergindo das espumas Em você , Rosa Sonho acordada Teu rosto clássico A corola guardada Anoitece encarando a lua Olhando para o espaço Tão nua Amanheces vestida de orvalho Em ti meus sentidos Se expandem Sou perfume Na paisagem de ninguém Sinto a terra girar Mas nada importa Penso redondo Que força herdei De tua feminilidade !! Dou- me conta Do tempo Do mundo E do meu lugar Num e noutro Somos Eu e você Empoleiradas num globo giratório Tontas de amor Vidas no espaço Neste viver engolfado Sobreviveremos A séculos de chuvas Mares que se avolumam Guerras injustificáveis E a dor de um mundo Sem graça
I
Entre as margens A vida flui sossegada O corpo é água Na espera ... do instante que a imaginação conduz Apenas estar Hoje lhe compete a ficção a força da água Velejando no asfalto do caminho
II
Acima a noite convés em alto - mar onde deito sonhos no tom azul de águas limpas A lua que olha através das nuvens se sobrepõe a qualquer sentimento Tudo em toda luz espelho Onde escrevo teu nome com batom grená
III
As uvas em Kama Sutra línguas Corpo que desliza no profundo Onde se cose o gemer sem dor

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