Na hora do gol eu pude vivenciar uma emoção única, uma sensação mágica. Sentimento de vivenciar um lindo festival de luzes dos fogos...

Na hora do gol

Na hora do gol eu pude vivenciar uma emoção única, uma sensação mágica. Sentimento de vivenciar um lindo festival de luzes dos fogos de Ano Novo, de encontro com velhos amigos, correr com o vento no rosto e a chuva por todo o corpo. Os pequenos instantes do domínio da bola, vê-la vencer a tentativa angustiada do goleiro em defendê-la, de cruzar a marca divisória: gol. Certeiro mesmo é que os sentimentos sejam inversos. Tudo de bom é como fazer um gol.

Pés no chão ou protegido pela chuteira, em tapete gramado ou de barro ou terra batida e poeirenta, o gol é uma sensação máxima. É gozo alegre de conquista efêmera e ao mesmo tempo eterna. Certos gols ficam como filmes memorizados que não se acabam. Por vezes, ressurgem à mente com espontaneidade e é até possível sentir o momento outra vez.

Celyn Kang
A bola, dente-de-leite, de couro, de marca ou já esfarrapada, torna algo indescritível na hora do gol, Da criança ao dedicado profissional da bola, ser o autor do chute, da cabeçada ou de qualquer toque que a empurre para o interior da baliza é formidável. Campo com traves com redes, travinhas, feitas de um par de chinelos, não importa. É a meta, o alvo, o lugar para onde se quer levar a bola.

Se o gol for bonito e ajudar a representar uma vitória, com companheiros de time para comemorar junto, melhor ainda. Se belo, um lindo chute no ângulo, após um lençol no goleiro, fruto de uma tabelinha ou ao ultrapassar vários adversários com dribles desconcertantes, é golaço. Mais motivo para festejar e não esquecer.

Como um peladeiro, ou jogando futsal ou travinha, fiz os meus golzinhos. É gostoso visitá-los vez por outra. É máquina do tempo a reconectar a infância ou a adolescência. Ou ainda já o jovem adulto. Do pé descalibrado de menino, a um certo ajuste da ponteira na fase seguinte da vida, a vibração era a mesma na hora do gol. Sorriso de marcar durante uma partida de competição. Acertar a travinha já diminuta no tamanho e ainda com um marcador a protegê-la é algo prazeroso. A calibragem do chute, a curva da bola, o gol que estufa a rede, que pode ser um saco de estopa meio que costurado em pedaços de cordame à meta pequena construída de ferro soldado nas pontas.

Caio Vilela
Gol é construção individual e coletiva. É a afinação de mentes e pés em propósito único, contra um exército de outras cabeças e pernas destruidoras. E até gol com raiva existe.

Certa vez, numa partida em que jogávamos bem, tínhamos torcida contra e perdíamos, fiz dois gols em sequência que representa a virada num jogo de campeonato de travinha. Para descarregar a alegria/raiva comemorei me jogando de joelhos como quem iria deslizar sobre a grama molhada. Não havia grama, só o chão duro e ainda com algumas pedrinhas. O resultado foi arranhões nos joelhos que ficaram bem doloridos. Na próxima celebração, tive mais juízo que empolgação.

Desastrado de carteirinha, já fiz gol que rendeu um dedo fraturado. A mão de apoio largou o dedão só para segurar o corpo. A bola venceu o guarda metas, mas o ossinho do dedo ficou trincado. Gol marcado e no dia seguinte a mão engessada. 15 dias de molho, mas feliz pelo plástico lance futebolístico.

Gol, golaço, chorado, engraçado, inusitado, quase noturno do fim de tarde, improvisado e até gol contra já marquei. Em todos, a sensação de euforia. Gol é sempre mais alegria.

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