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O célebre conto (ou novela) “Cândido ou O Otimismo”, de Voltaire, termina com o personagem que dá nome à obra afirmando, conclusivo, “... devemos cultivar nosso jardim”. Essa foi sua resposta final ao otimista Pangloss, outro personagem, que, mesmo à vista das piores desgraças, insistia em dizer que vivíamos no melhor dos mundos, que todos os males que afligiam e afligem os homens eram necessários – e até benéficos – porque terminavam sempre, segundo ele, por conduzir-nos a finais felizes. Esta maneira otimista de pensar já vinha do poeta inglês Alexander Pope (1688-1744) e do filósofo alemão Leibniz (1646-1716), de modo que Voltaire tomou a si a responsabilidade de contestá-la, fazendo-o ao seu estilo, ou seja, com muita inteligência, humor e ironia.

Estava relendo, mais uma vez, o “Café Alvear”, de Gonzaga Rodrigues, e me dando conta de como o Ponto de Cem Réis perdeu sua importância ...

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Estava relendo, mais uma vez, o “Café Alvear”, de Gonzaga Rodrigues, e me dando conta de como o Ponto de Cem Réis perdeu sua importância como centro cotidiano da vida política e cultural de nossa Capital. Melhor dizendo: não só perdeu a importância cívica como também degradou-se como espaço urbano de convivência diária dos pessoenses. Relendo as crônicas gonzaguianas, não podemos deixar de perguntar: O que foi feito de nossa cidade nas últimas décadas?

Aprender as lições que a vida oferece é dever não só dos filósofos mas de todos nós, simples mortais, que almejamos, mesmo sem maiores er...

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Aprender as lições que a vida oferece é dever não só dos filósofos mas de todos nós, simples mortais, que almejamos, mesmo sem maiores erudições e metafísicas, um mínimo de sabedoria que nos permita viver (e morrer) melhor. Tive um amigo, um dileto amigo, que teve, como poucos que conheci, a graça desse aprendizado existencial, cujo acesso não é propriamente gratuito, pois que exige um mínimo de sensibilidade perscrutadora para as experiências banais e extraordinárias da existência

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Esse amigo, pode-se dizer, teve uma vida plena de vivências fundamentais. Conheceu, na carne e na alma, altos e baixos da Fortuna, e teve a Virtude de saber colher os ensinamentos, não raro dolorosos, ofertados pelo instável girar da roda da vida. Tudo isso com um detalhe precioso: não tornou-se amargo, nem irônico nem ressentido. Pelo contrário. Conservou até o fim uma saborosa leveza de espírito, uma capacidade sempre renovada de achar graça nos e dos acontecimentos, como se dissesse a todo momento para si e para os outros: “É assim mesmo. Vamos em frente”.

Sua máxima filosófica resumia-se a uma frase que repetia a cada contratempo, a cada contrariedade: “É preciso colaborar com o inevitável”. Máxima que ele muitas vezes tratava de explicar, como que para reforçar o significado do que dizia: “Não adianta sofrer demais com o que não se pode mudar. O mais certo – e mais producente – é aceitar o inevitável, administrá-lo, e, se possível, superá-lo”. Em outras palavras, seguir com a vida, ir sempre em busca do que ainda poderá vir, não prender-se melancolicamente ao ingrato presente ou ao passado sombrio, ter olhos abertos para o futuro, o qual costuma nos acenar, ilusoriamente ou não, com a possível realização de nossas humanas esperanças.

Lendo recentemente um texto sobre os estoicos, antigos filósofos gregos e romanos (Zenão, Epiteto, Cícero e Sêneca, entre outros), constatei que o meu amigo pertenceu, em alguma medida, e mesmo sem sabê-lo, a essa escola do pensamento, cuja ideia central era – e é - “a de que só deveríamos nos preocupar com as coisas que podemos mudar e não deveríamos nos perturbar com mais nada”. Os estoicos acreditavam (e acreditam) que “podemos escolher como será nossa reação à boa e à má sorte”. Ou seja: “não temos de nos sentir tristes quando algo que queremos dá errado; não temos de sentir raiva quando alguém nos engana”. Vejam só.

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Não digo que o meu amigo tenha sido um estoico na plena expressão da palavra, ao ponto de não sentir raiva nem entristecer-se com os reveses. Mas o certo é que ele, passado o primeiro e humano desabafo, logo voltava ao sábio refrão: “É preciso colaborar com o inevitável”, o que demonstra que procurava, dentro do possível, manter o extravasamento das emoções sob controle. E nisso estavam, simultâneas, a sua humanidade e a sua sabedoria.

É certo que, levado ao extremo, o estoicismo pode nos conduzir à indiferença, o que também não é bom. Segundo o professor britânico Nigel Warburton, “o estado de indiferença defendido pelos estoicos pode diminuir a infelicidade diante dos eventos que não conseguimos controlar. Contudo, talvez tenhamos de pagar o preço de nos tornar frios, insensíveis e talvez até menos humanos. Se esse for o preço da tranquilidade, talvez seja alto demais”. Concordo plenamente. Nem tanto nem tão pouco, como se diz. Tenhamos bom senso. Controlar as emoções e as paixões, sim, mas não ao ponto de suprimi-las de nossa experiência.

Uma frase célebre, atribuída parece que equivocadamente a José Américo de Almeida, em seu livro “A bagaceira”, insere-se também nessa linha estoica. Refiro-me a “O que tem de ser, tem muita força”. Sim, porque reconhecer a força do que tem de ser é aceitar sua inevitabilidade, o que implica renunciar a brigar com o que não pode ser diferente. No fundo, trata-se tão só de aceitar nossas limitações, nossos pequenos recursos perante o poder imenso das circunstâncias, dos acontecimentos, do acaso, do destino, da Providência ou seja lá do que for. Trata-se de baixarmos humildemente a orgulhosa cabeça diante do que é maior do que nós. E aqui, claro, não se está defendendo um generalizado conformismo por parte dos homens, mas apenas a ciência de não se dar, inutilmente, murro em ponta de faca, como bem recomenda a sabedoria popular.


Sabemos por experiência que não é fácil suportar as vicissitudes. Nossa tendência, quase incontrolável, é nos zangarmos, nos revoltarmos. Mas nada que uma noite de sono não acalme e esclareça. E aí, sim, com a ira dominada, podermos nos dar ao luxo de humanamente colaborarmos com o inevitável.

2020 está terminando e pelo visto o cinquentenário de “O nariz do morto”, de Antonio Carlos Villaça, vai passar em brancas nuvens. Ma...

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2020 está terminando e pelo visto o cinquentenário de “O nariz do morto”, de Antonio Carlos Villaça, vai passar em brancas nuvens. Mas agora não mais, pois, modesto que seja, este texto se propõe celebrar o importante acontecimento literário brasileiro.

Singular figura a do marido de professora. Se não mais atualmente, pelo menos há até bem pouco tempo, quando as conquistas sociais feminin...

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Singular figura a do marido de professora. Se não mais atualmente, pelo menos há até bem pouco tempo, quando as conquistas sociais femininas não tinham ainda tornado banais as afirmativas mulheres dedicadas ao magistério. Mulheres essas que, durante décadas, foram talvez as únicas a alcançar algum destaque pessoal e profissional numa sociedade brasileira atrasada e machista, que as relegava, genericamente, à subalterna e exclusiva condição de donas de casa e mães de família.

No Brasil costuma-se confundir governo com Estado. Isto mostra o quanto somos subdesenvolvidos, em todos os sentidos, o quanto ainda mist...

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No Brasil costuma-se confundir governo com Estado. Isto mostra o quanto somos subdesenvolvidos, em todos os sentidos, o quanto ainda misturamos o público com o privado, o quanto somos, sob muitos aspectos, uma republiqueta de bananas, na pior acepção das palavras.

Gosto de vinho. Sei muito pouco sobre vinhos. Não pretendo nunca me tornar um especialista em vinhos. Sobre estes três alicerces básicos co...

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Gosto de vinho. Sei muito pouco sobre vinhos. Não pretendo nunca me tornar um especialista em vinhos. Sobre estes três alicerces básicos construí minha adega imaginária e me dou por satisfeito. Não desejo mais do que isso. Deus me livre de me tornar um enochato, aquele sujeito que, ao invés de degustar o vinho, prefere fazer conferência sobre ele, entediando mortalmente os companheiros de mesa que não sejam também enochatos.

Antes da pandemia, vi numa livraria uns títulos estranhos. Tinham a ver com 1001 sugestões de filmes e livros para ver e ler antes de... mor...

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Antes da pandemia, vi numa livraria uns títulos estranhos. Tinham a ver com 1001 sugestões de filmes e livros para ver e ler antes de... morrer. Achei estranho, volto a dizer. E um pouquinho mórbido, também. Afinal, não é toda hora que somos lembrados assim de nossa mortalidade, de forma tão explícita. Será bom? Provavelmente, sim. Desconfortável? Idem. Necessário? Talvez.

Não, leitor, não tema. Não se trata de nenhuma teorização solene sobre a História. Até porque, não sendo historiador, não sou qualificado ...

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Não, leitor, não tema. Não se trata de nenhuma teorização solene sobre a História. Até porque, não sendo historiador, não sou qualificado para tal mister. O que temos aqui, como bem adverte o inequívoco título, são meras divagações – e ainda por cima diletantes, ou seja, absolutamente amadorísticas, isto é, feitas apenas por amor à reflexão descompromissada sobre um tema importante, direito de todos e de qualquer um. Mas advirta-se: a qualidade de diletante não desqualifica necessariamente a divagação. É o que espero que ocorra aqui.

Nestes tempos em que se viaja tanto e tão facilmente, às vezes alguém pergunta se conheço esta ou aquela cidade. Em muitos casos, sei que o...

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Nestes tempos em que se viaja tanto e tão facilmente, às vezes alguém pergunta se conheço esta ou aquela cidade. Em muitos casos, sei que o que o outro pretende é apenas uma oportunidade de citar a lista completa dos cento e trinta e sete países que afirma ter conhecido até o momento, já que sua meta, se Deus permitir, é conhecer todo o planeta, das ilhas Malvinas ao interior da Finlândia. Bom proveito, é o que eu digo. Aliás, boa viagem.

Quem já fez ou faz análise saberá apreciar esse livro. E também os leitores que, sem terem deitado no divã, gostam de boas histórias dotada...

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Quem já fez ou faz análise saberá apreciar esse livro. E também os leitores que, sem terem deitado no divã, gostam de boas histórias dotadas de inegável interesse humano. Refiro-me à obra "Seu paciente favorito – 17 histórias extraordinárias de psicanalistas", da jornalista francesa Violaine de Montclos, recentemente publicada no Brasil pela Editora Perspectiva.

A matéria da jornalista Lucilene Meireles sobre a professora Adélia de França, publicada em A União deste domingo, 30 de agosto de 2020, al...

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A matéria da jornalista Lucilene Meireles sobre a professora Adélia de França, publicada em A União deste domingo, 30 de agosto de 2020, além de oportuna, como resgate de uma grande profissional do ensino na Paraíba, serviu para fazer-me voltar no tempo e lembrar-me de quando, adolescente, fui seu aluno na casa da Rua Almeida Barreto, no Centro, para sempre associada, por mim, à imagem inesquecível da mestra.

A estas alturas, não importa o que digam em contrário, sei perfeitamente o que ficou – e o que ficará – por fazer na minha vida. Não adiant...

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A estas alturas, não importa o que digam em contrário, sei perfeitamente o que ficou – e o que ficará – por fazer na minha vida. Não adianta afirmarem os eternos otimistas que ainda há tempo, que enquanto há vida, há esperança, bla, bla, bla etc e tal. Sim, pode até haver tempo para mais alguma coisa, mas certamente não para aquelas a que me refiro acima, as que ficaram e ficarão por fazer. As que, já sei, constarão na coluna dos débitos no balancete final de minha passagem pelo mundo.

O Poder, ah, o Poder ... O Poder e sua força irresistível, seu fascínio desarrazoado e alucinante. O labirinto psicológico que o envolve, ...

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O Poder, ah, o Poder ... O Poder e sua força irresistível, seu fascínio desarrazoado e alucinante. O labirinto psicológico que o envolve, os sentimentos que suscita e que Shakespeare genialmente dissecou tão bem – e para sempre – em Hamlet, Macbeth, Rei Lear e Otelo, por exemplo.

Pode parecer aos mais impacientes que já não haja, a estas alturas, lugar para mais especulações a respeito da traição de Capitu, no célebr...

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Pode parecer aos mais impacientes que já não haja, a estas alturas, lugar para mais especulações a respeito da traição de Capitu, no célebre romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Realmente. Tanto já se escreveu sobre esse tema, admitindo-se ou negando-se a tal infidelidade, que talvez não se justifique voltar ao assunto, tido por esgotado. E, no entanto, volta-se. Exatamente porque essa é uma das características dos clássicos: sua inesgotabilidade, sua permanente provocação aos leitores, suscitando eternamente novas leituras e enfoques, e rejuvenescendo o que já parecia, aos mais apressados, definitivamente velho e exaurido. E Dom Casmurro, ninguém pode negar, é verdadeiramente um clássico de nossa letras, com potencial de se tornar um clássico das letras universais, caso um dia o mundo resolva descobrir nossos autores.

Fui ao Google buscar uma definição genérica para a palavra “herói”. E lá encontrei: “Herói é o termo atribuído ao ser humano que executa aç...

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Fui ao Google buscar uma definição genérica para a palavra “herói”. E lá encontrei: “Herói é o termo atribuído ao ser humano que executa ações excepcionais, com coragem e bravura, com o intuito de solucionar situações críticas, tendo como base princípios morais e éticos.”. E um acréscimo importante: a ação do herói, para ser tida como tal, há que ser altruísta, ou seja, desapegada, filantropa, dadivosa. Perfeito. Para mim, esta definição serve muito bem para o grande paraibano Manoel Dantas Vilar Filho, o célebre Manelito, de Taperoá, falecido há poucos dias.

Existem vários tipos de leitura. Todo leitor é capaz de identificar – e experimentar – a diversidade de leituras. Normalmente, é o livro qu...

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Existem vários tipos de leitura. Todo leitor é capaz de identificar – e experimentar – a diversidade de leituras. Normalmente, é o livro que determina o tipo de leitura. Assim, uma obra de entretenimento geralmente não conduz o leitor a reflexões maiores, da mesma forma que um livro de fundo filosófico, posto que exigente, não propicia uma leitura de relaxamento.

O sofrimento oriundo das adversidades é o que, no fim, pode engrandecer a vida. E engrandecendo-a, termina por elevar a biografia daqueles ...

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O sofrimento oriundo das adversidades é o que, no fim, pode engrandecer a vida. E engrandecendo-a, termina por elevar a biografia daqueles e daquelas que experimentam-lhe o gosto amargo em algum momento da existência. Este pensamento não é meu, diga-se logo, pois colhi-o no “Diário” de Josué Montello, na entrada datada de 6 de fevereiro de 1978, em que o escritor maranhense narra seu encontro em Paris com um Juscelino Kubitschek acabrunhado com o exílio que lhe fora imposto pelos militares.

Numa de suas crônicas Martha Medeiros fala no “dom de viver sem aplausos e sem plateia”. Sim, é um dom – e uma arte. Como dom, é graça conc...

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Numa de suas crônicas Martha Medeiros fala no “dom de viver sem aplausos e sem plateia”. Sim, é um dom – e uma arte. Como dom, é graça concedida pelos deuses, não depende de nós; como arte, resulta de nosso esforço deliberado em viver com sabedoria, aperfeiçoando, dentro do possível, a vida que nos coube. É fácil? Certamente que não. Pois nada é fácil, nem mesmo viver sem fazer nada.

Que inveja tenho de Eça de Queiroz que podia dizer – e disse – “Sou apenas um pobre homem de Póvoa do Varzim”. E o engraçado é que gosto de...

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Que inveja tenho de Eça de Queiroz que podia dizer – e disse – “Sou apenas um pobre homem de Póvoa do Varzim”. E o engraçado é que gosto de cidade grande. Ou, pelo menos, de cidade razoavelmente desenvolvida, que conte com algumas boas livrarias e alguns bons restaurantes. Desses dois prazeres, o dos livros e o da gastronomia, sentiria falta numa cidade onde não pudesse achá-los.